A direita da esquerda

A direita dos partidos de esquerda é cada vez mais conservadora do que a esquerda dos partidos de direita. Vale a pena a observação

Visão política – Ao observar do início das campanhas eleitorais para 2012 há uma constatação possível, que olhada mais detidamente se mostra factível: as ideologias partidárias se desfazem rapidamente. Os partidos conhecidos como de esquerda abrigam lideranças tradicionalmente de direita, sendo que o contrário pouco ocorre, justamente pela participação mais efetiva do coletivo social nas relações políticas, na busca do que lhe favoreça. Há uma mistura entre comunista, capitalista, ruralista, num embaralhar com vistas aos resultados de poder (sobretudo, com base no econômico).

Em cidades do interior o candidato a prefeito surge das bases empresariais, da construção civil ou até mesmo de ruralistas, que assume candidatura em nome do partido dos trabalhadores, ou em legenda na teoria defende uma esfera pública popular ou socialista. As filiações de conhecidos nomes de organizações empresariais, ao se filiarem a este tipo de partido, se fazem merecedores de afortunadas festas de marketing, com participação de tradicionais lideranças, que se diziam de pensamento comunista. Um paradoxo, mas nem tanto.

Logo surge a certeza, não existe mais ideologia e os partidos pouco importam, pois a população vota em nomes (de sua representação), simplesmente. Na realidade, não é assim que se resolve. Os candidatos sempre se legitimam somente através dos partidos, sendo que as agremiações se sobrepõem aos nomes – numa estratégia sistêmica. Tanto é verdade que o cargo eletivo é do partido e não do candidato eleito, como se sabe, ratificado em lei. A existência de uma liderança sem partido inexiste, o qual está submetido as suas lógicas de pensamento, seja de direita ou de esquerda – ou centro.

Efetivamente, fora das aparências há uma disputa pelo poder que não passa pela legitimação dos eleitores (social), mas dos partidos e de suas lideranças e relações de poder, o que envolve sobremaneira o econômico. A satisfação dos membros dos partidos da esquerda, na contemporaneidade, está na condição de sua inserção aos valores de uma sociedade das trocas capitalistas, e não sociais.

Assim, no Brasil (especialmente no interior), parafraseando Fukuyama (defensor do fim da história, com a globalização do capitalismo): a direita dos partidos de esquerda é cada vez mais conservadora do que a esquerda dos partidos de direita. Vale a pena a observação.

2012, chegou

Final de ano é, de fato, tempo de balanço das atividades realizadas no período, com o propósito de novos ideais e definição de caminhos. Seja na política, na comunicação, nas relações pessoais, na economia. Pensar nossas ações e participação na sociedade torna-se, assim, um ato de responsabilidade e compromisso coletivo.

Embora, haja uma pausa para descanso e observações, aproveitamos para desejar aos leitores deste espaço muita vitalidade e energia, com vistas a 2012. Uma sociedade complexa exige reflexões permanentes e com diversidade de ideias.

Assim, cumprimentos sinceros. Brevemente  retornaremos com nossos  comentários no Debate.

OBS. Desejo de mais realizações em 2012. Ainda vale lembrar que será mais um ano de políticas efetivas para os cargos de representação pública.

Pessimismo e evolução

Reflexões



Intrigante entender o sistema social capitalista, quando se observa a sociedade e o conhecimento. Nas trocas de informações há um limite de observações que não vai além das lógicas vividas localmente no cotidiano, mesmo considerando os veículos de comunicação. No rigor das análises é possível avaliar que existe uma quantidade de imagens que se vê diariamente, não sendo possíveis outros contatos que não estejam neste quadro. Seria como se a felicidade existisse (na superficialidade) em compasso com a profundidade do que se pensa.

Neste sentido, deve-se aceitar que a passividade é sinônimo de alegria, enquanto o conhecer é razão para a perplexidade e pessimismo. Uma inversão, certamente – como querem aqueles que organizam os status sociais. Usando deste conhecimento, a difusão dos usos de bens torna a vida de milhares de pessoas melhores e “evoluídas”, sensivelmente – pelo que se apresenta. O possuir passa a ser a razão da existência, mesmo que sejam apenas aparelhos que servem como meros instrumentos para se viver plenamente, deste modo, a alegria do pouco conhecer, puro regozijo.

A aceitação se revela no ter o que está altura de um nível social, cujas classes sociais se formam conforme padrão estabelecido. Assim, cada qual se realiza no modo consensualmente aceito. A novela, o filme, o fantástico se revelam efetivando modelos e elevando o sonho de outros mundos, mesmo que impossíveis, mas existentes. Como se observasse o reflexo de uma imagem no fundo de uma caverna, embora real, mas impossível de chegar a ela, concretamente.

A construção da realidade, portanto, estaria na condição de oferecer conhecimento sobre diversos lugares, que na prática são reais, não apenas ficção de um sonho. A educação, mesmo burguesa seria uma forma a permitir fugir de um quadro e alcançar a plenitude da vida, mesmo que pessimista, a qual percebe a evolução e certamente a igualdade.

As novas tecnologias transformam as gerações que chegam, sendo mais próximas da educação formal, que induz observações mais amplas. As novas formas de comunicação, menos centralizadas, também poderão levar a outros caminhos. O capitalismo deverá se renovar para atender ao conhecimento complexo, ainda que tardio.

Núcleo da notícia mundial

O repórter tornou-se uma espécie de ser virtual, mas os interesses políticos são bem centralizados e localizados, talvez diga respeito à força de grandes impérios econômicos

 















Imprensa – Nos últimos anos houve uma clara mudança na quantidade de informações de diversos países do mundo, que passaram a ser jogadores políticos e econômicos, numa sociedade globalizada. Então, se os movimentos que ocorrem em grande número de nações dizem respeito à população espalhada em diferentes lugares – como é o caso das eleições na Rússia -, a notícia sobre esses assuntos pontuais passa a ser fundamental. Entretanto, numa análise rápida vai se perceber que existe um centro para a divulgação dos acontecimentos, formado por duas cidades – ambas de língua inglesa: Washington e Londres. O que torna a confiabilidade sobre o rigor da noticia questionável.

Quem assiste o Jornal Nacional, da Rede Globo – até mesmo lê os chamados jornalões como Folha e Estadão, nas matérias internacionais -, TV de maior audiência no Brasil, pode observar que a participação ao vivo do repórter dificilmente está no local dos fatos, mesmo considerando que a crise seja na Rússia, Irã, Iraque, Afeganistão ou China. As imagens trabalhadas são de grandes veículos de comunicação do país norte americano, em grande número, já transmitidas ou disponibilizadas compulsoriamente por agências.

Embora haja tecnologia suficiente para permitir colher detalhes dos acontecimentos há interferência da política do país em que se localiza o jornalista, ou mesmo a seleção do ângulo da notícia feita pelas próprias agências. Logo, pode-se entender que há um centro gerar de informação.

O repórter tornou-se uma espécie de ser virtual, mas os interesses políticos são bem centralizados e localizados, talvez diga respeito à força de grandes impérios econômicos. O que não quer dizer que os profissionais reproduzam tudo que vem das fontes oficiais ou de agências ligadas aos governos dos Estados Unidos e Inglaterra, especialmente, mas a seleção fica precária no sentido de comparar o que diz, de fato, um e outro agente, nos diferentes governos.

Como se vê, o mundo financeiro e político interferem na definição do que se fala na mídia, sobre os assuntos de países periféricos aos grandes centros econômicos. O Brasil não ficaria fora destas interferências. Talvez até mesmo haja a intenção de um pensamento comum global. Felizmente na sua vida prática e local está o telespectador, conhecedor das estratégias de poder e conhecimento.

Jornal Nacional da família brasileira

Os programas da ainda principal TV brasileira, uma das maiores do mundo, precisam estar à altura dos novos tempos da democracia e participação de uma nação latino-americana globalizada

 

Jornalismo – A visão que a direção do Jornal Nacional da Rede Globo tem da sociedade brasileira é muito parecida como uma grande família, na qual a TV carioca se torna um ente querido, seguida por todos. Uma espécie guia espiritual, responsável por influenciar a consciência de todos. De fato, esta atitude não seria exagerada se pensada há três décadas, mas com o desenvolvimento da educação, novas formas de se comunicar, não se pode duvidar que a nação tivesse outras referências para estabelecer suas relações no espaço social. O zelo com as despedidas de Fátima Bernardes, no telejornal dos Marinhos, demonstra como seus comunicadores veem o Brasil e os brasileiros.

A influência do jornalismo sobre a vida das pessoas é notória, entretanto, não pode desconhecer a capacidade de discernimento de uma sociedade já no século XXI, que não vive dependente de governos autoritários, como ocorreu nos anos de surgimento do JN. Aliás, somente pela audiência do programa aponta para outros lugares, diferentemente da época de chumbo. Talvez o editor chefe do jornal devesse observar a notícia tendo como espelho a realidade social, não como uma grande escola que deve evitar os maus exemplos que vai  perverter os telespectadores inocentes, colaborando com o caos. Verdade que a diferença de renda dos brasileiros permanece, entretanto, numa sociedade dinâmica.

Com as novas tecnologias da informação, que permitem mais agentes no processo de informação, o que se espera de um programa como o Jornal Nacional é mais jornalismo, com interpretações dos fatos, percebendo o espaço da ética e mais objetividade e menos partidarismo político. Os programas da ainda principal TV brasileira, uma das maiores do mundo, precisam estar à altura dos novos tempos da democracia e participação de uma nação latino-americana globalizada.

Enfim, Fátima Bernardes será sempre lembrada como grande profissional que noticiou acontecimentos importantes, ao lado do marido William Bonner. O Publicitário-jornalista que será sempre lembrado como aquele que vê o brasileiro com perfil de Homer Simpson, como fez questão de afirmar em entrevista; observa o telespectador como um indivíduo de consciência mediana, inserido na massa.

Jornalismo on-line e os novos caminhos

No final, não é possível saber para onde esta estrada vai dar, mas é notório que novos caminhos se apresentam, sem deixar ninguém indiferente

Comunicação - Após muitas leituras e debates em torna das mídias sociais e jornalismo, por parte do campo acadêmico e empresas de comunicação, é possível afirmar que está em curso processo emblemático de mudanças do suporte, os canais de mídias. Não se trata de afirmações: chegou o fim do jornalismo, tudo agora é somente rede social, estamos em um mundo absolutamente líquido.

Como há sempre mais formas de comunicação, através de novos meios, de fato haverá mais espaço para informações, o que deverá exigir mediadores qualificados para tratar questões complexas, neste sentido, o jornalismo ganha importância. A confiança da notícia está em meio à competência de observação e análise do profissional da comunicação – em qualquer canal, não somente os tradicionais.

Sem dúvida, o peso da participação maior do público influencia na forma de fazer jornalismo, de maneira que será necessário que as empresas de comunicação gerem notícias em diversos canais e ainda abra formas de ouvir e responder o leitor – muitas vezes em tempo real. O que é uma atitude fundamental para uma sociedade bem informada e ativa no processo social. Portanto, tanto empresa como jornalista devem observar os novos tempos das relações sociais.

Por outro lado, mesmo considerando que são muitas pessoas em rede, discutindo assuntos pertinentes a todos, com inclusão dos veículos de comunicação, chegamos não mundo ideal. A democracia passa por outras instâncias, dentre elas o aumento de oportunidades para comunidades obterem conhecimentos sobre a complexa do espaço em que vive, sobretudo, no campo da representação política – e evidentemente nas relações econômicas.

A rigor, os novos instrumentos da comunicação não servem somente aos cidadãos, mas também às instituições que tem grande poder de decisão em nome das pessoas – que de multidão passiva (o que se pensou) obtém condições para se apresentar como opinião pública. Portanto, não se trata de um falar, mas ter condições de participar, com esclarecimentos.

No final, não é possível saber para onde esta estrada vai dar, mas é notório que novos caminhos se apresentam, sem deixar ninguém indiferente. O controle da opinião pública será sempre uma tentativa, no sentido de manter uma ordem política que satisfaça nem sempre a todos.

Movimentos políticos sociais

Numa sociedade em movimento os desarranjos chegam a todos, de maneira muita direta 


Imagem Folha – Manifestantes fazem ato contra o governo egípcio na praça Tahrir, no centro do Cairo
Povo – As conclusões de grupos sociais, na voz da mídia brasileira, surpreendem pelas afirmações sem reflexões, apenas imbuídas de desejos de um mundo ideal, conforme cultura que se quer global. Ora, é um exagero afirmar que a população dos países árabes e norte da África, bem como do oriente médio, quando vai para as praças públicas em manifestação política, como é caso do Egito, estaria buscando a democracia ocidental. Afinal, do lado cá, os movimentos de jovens, em especial, também fazem parte da realidade de berços da civilização ocidental, como Europa e Estados Unidos. Há busca de liberdade, sobretudo.

Se as regiões em conflitos políticos passam por mudanças importantes depois de muitas lutas, pouco vistas pela mídia ocidental, esta é uma realidade global, que atinge inclusive a América Latina. Numa sociedade em movimento os desarranjos chegam a todos, de maneira muita direta. A defesa de um modo de cultura é direito de camadas da sociedade, mas não se deve imaginar que bastam afirmações para se chegar ao consentimento ou realidade.

Possível perceber que se há uma espécie embates sociais e institucionais para a ordem está em sintonia com a dinâmica da sociedade, que na atualidade convive com mais visibilidade, espaço de fala e fluxo de imagens, através de diversos instrumentos de comunicação. Os ocidentais, desenvolvidos, possivelmente não estarão a salvo dos movimentos, reagirão para fazer valer sua força no sentido de manter o seu equilíbrio como está, eternamente.

Goiás, política sem vozes

Talvez realmente, o sucesso do líder político estivesse na competência de se valer da criatividade e conhecimento da população que o elegeu, ouvindo o que tem a dizer, ao invés de importar paradigmas e fazer-se de surdo para a voz rouca da população

 
Política goiana – A política é o lugar para se construir a representação social, de maneira que, o cidadão não podendo estar presente em todas as decisões que lhe dizem respeito, elege alguém de sua confiança para decidir por ele. Nesta ordem trata-se da definição de uma maioria que faz a sua escolha, que deve ser respeitada pela minoria discordante. A democracia está longe de ser sinônimo de unanimidade, mas exige considerações com o público, o qual deve ser soberano nesta relação e não exatamente os interesses do representante. Desta forma, torna-se forçoso entender que as ações de um líder político deve ser o de estar em consonância com o representado. Isso sempre ocorre? A resposta é NÃO.

Exemplo claro ocorre em Goiás, Estado no qual pouco se vê a relação entre políticos e população, sendo que as determinações partem soberanamente do eleito, que após as urnas passa a ter condições à força, à determinações e decisões na solidão do poder constituído. Em resumo, se observado estas análises trata-se de centralização de poder, o qual evidentemente não pertence somente ao líder político, mas grupos que se beneficiam da simplicidade de eleitores que se esquecem dos seus direitos, imaginando que a realidade é exatamente essa, seja para político A ou B. De fato, o que é pior, tem razão, pois até mesmo os novos nomes que surgem não conseguem se diferenciar desta prática, mesmo considerando as propostas (partidárias) ideológicas distintas.

Sem generalizar, o que seria possível, deve-se observar o que ocorre em Goiás, pois, se fosse dado o direito à população sobre decidir sobre saúde pública ou terceirizada, muito possivelmente sua resposta seria: pública de qualidade. Afinal, como pensar a qualidade do serviço público exercido pelo privado? Os exemplos que se tem no Brasil neste quesito não são animadores.

Os motoristas que trafegam pelas rodovias goianas desejam a construção de pedágios, para uma rodovia de ótima qualidade, terceirizada? Certamente, que não, pois vai onerar o seu bolso e por consequência o da população que vive em país do transporte.

Meritocracia

Se fosse questionado sobre a qualidade da educação e serviço público goianos será mesmo que opção seria pela meritocracia, que de certo modo torna-se a individualização de um sistema, muito semelhante o que se propõe no sistema privado, no qual se tornar colaboradores concorrentes, com o objetivo de se produzir mais? Ou seja, como dizia Adam Smith (teórico do capitalismo), o garçom atende bem o seu cliente não exatamente pelo sentimento de amizade pelo bon vivant, mas pelo interesse particular em obter mais rendimentos pessoais. Uma espécie de individualização para os seus resultados. No final, formam-se grupos (de indivíduos) com interesses que servem aqueles que ditam as normas, pois se o objetivo é particular então deve-se atender o que se pede, aquele do poder. Um erro, principalmente na educação, que pressupões solidária.

Por último, será mesmo que Goiás teria condições de reproduzir modelo de política implantada em São Paulo, um Estado com forte economia Brasileira – idealizado por José Serra, Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso? São realidades econômicas, sociais e culturais completamente distintas, ainda bem. Sem contar que a educação pública paulista é uma das piores do país, embora o PSDB esteja no poder há décadas.

Talvez realmente, o sucesso do líder político estivesse na competência de se valer da criatividade e conhecimento da população que o elegeu, ouvindo o que tem a dizer, ao invés de importar paradigmas e fazer-se de surdo para a voz rouca da população. Ademais, aqueles que nascem em meio a este modelo tem uma missão: ser diferente, pois ser igual deverá torná-lo menos um na história, de uma sociedade que é dinâmica e desacredita de seus líderes, apesar da obrigação sistêmica imposta de eleger alguém. Ruim para a democracia, problema para todos.

Perspectivas do jornalismo e as redes sociais

Artigo publicado em Observatório da Imprensa

Na contemporaneidade, pensar a comunicação social é analisar a importância das redes de computadores que integram as comunidades, numa relação global. Não se trata de desclassificar ou desconsiderar a mídia tradicional, entendendo-a como sem importância para o futuro – ou o fim do jornal impresso, como alguns apregoam, ou mesmo do jornalismo como o conhecemos nos tempos atuais. Entretanto, surge um agente que vai se ampliando em diferentes países, com mais ou menos intensidade. Assim, pode-se dizer que há um grande volume de informações, impensado anteriormente, disponível para grande parte da sociedade, a qual, há bem pouco tempo, não podia acessar os meios para o conhecimento dos fatos cotidianos. Em grande proporção, o jornalismo se espalha pelos diversos veículos, tornando os cidadãos sem lugar, locais ou de todos os lugares (globalizados). Dito isso, surgem questões inevitáveis: haverá algum tipo de mudança no comportamento da sociedade? A comunicação mudará, descentralizando as hierarquias sociais?

Não há dúvida quanto à modificação global no negócio de jornalismo, pois nos principais centros econômicos, substancialmente nos Estados Unidos e países europeus, houve queda no faturamento na última década – conforme noticiado pelos próprios jornais –, e cada vez mais acessos à internet, o que implica ainda se informar também através dos tradicionais meios de comunicação, mas em grande parte sem a necessidade de pagar pela informação, sempre disponível na rede. A busca pela forma de se estabelecer no mercado passa a ser uma atividade diária das mídias comerciais, especialmente o jornal impresso, que atinge um público mais informado e com poder aquisitivo. Certamente, deverá continuar a ser atendido pela atividade jornalística, indispensável no mundo moderno, sem abrir mão da confiabilidade. Além do mais, no Brasil, como exemplo, o jornal obteve aumento de circulação nos últimos anos, mesmo considerando as novas mídias.

Participação, contestação e soluções

Resta ainda entender, no meio de tanta informação, o que implicam estas mudanças da comunicação na sociedade moderna. A rigor, a democracia está em relação com os meios e a informação. Sem dúvida, o próprio jornalista está nesta conversão, pois como os fatos não se narram, se faz necessário um mediador. Entretanto, torna-se indispensável saber qual será o seu perfil diante das novas tecnologias, que permitem a um não-jornalista propagar mensagens informativas, gerando conhecimento para outras pessoas em diversos lugares – sobremaneira, para a comunidade.

Desta forma, a relação jornalista e fontes de informação muda substancialmente, devendo ser considerado permanentemente o homem no seu cotidiano e suas necessidades enquanto agente social. Logo, vão se tornando comuns os vários movimentos que se ampliam em diversos países, como se vê hoje na região do Oriente Médio, norte da África, Europa, Estados Unidos e América Latina; nações que passam a ser agendadas pelas mídias globais.

Nesta interação entre jornalista e “pessoas comuns” em rede, amplia-se a quantidade de informação, transformando potencialmente todos em produtores de conhecimento, o que tem reflexo na política, seja partidária ou social. A visibilidade dos líderes políticos ganha o espaço público, as transações econômicas se inserem no debate em diferentes plataformas de comunicação. As denúncias vão se tornando comuns para movimentos que se propagam nos mais importantes programas noticiosos locais e internacionais. Em resumo, as novas tecnologias tornam a sociedade cada vez mais complexa em um espaço de participação, contestação e soluções.

***
[Antonio S. Silva é jornalista, mestre em Comunicação pela PUC/SP, doutorando pela UnB e professor]

Nem tudo é caso de polícia

Se houver consumo indevido de drogas ou de álcool que possa atrapalhar a terceiros ou atividades didáticas, cabe à própria comunidade universitária adotar regras e mecanismos de fiscalização que coíbam esse tipo de prática
   
Força do Estado – Os Estudantes da USP e reitoria, em São Paulo, vivem uma questão realmente complicada: se a polícia deve ou não ter parte do campus da universidade. A questão seria de analisar se há a necessidade do Estado – com seu aparato de repressão – fazer vigilância dos alunos das diversas faculdades, o que pressupõe, na visão dos discente, impedir a liberdade e cercear o direito a crítica e decisões políticas. Afinal, os uspianos sofreram repressão pelo estado militar nos anos de chumbo. Por outro lado, a reitoria, burocratizada, muito próxima do governo paulista, vê que a segurança passa pelo oficial, com regras bem definidas e previsíveis para quem as seguem passavimente. Uma espécie de manutenção do poder, contra a resistência.

Além do mais não há unanimidade entre os estudantes, pois a outra parte entende que a segurança deve ser do Estado, que os protegeria da violência urbana que chega ao campus – ou está dentro dele. Uma realidade que pode ser analisada como se fosse indispensável se ordenar para ter liberdade, em conformidade com uma segurança, com regras definidas pelo oficial.

Bem verdade, que não é este o cotidiano de uma sociedade em todos os lugares, mesmo nos grandes centros urbanos. A proteção que deveria chegar a todos, por uma questão complexa, não chega aos diferentes rincões ou grupos sociais. A universidade (acadêmica) não está fora das lógicas sociais, mesmo considerando a lembrada USP.

Desta forma, o impasse continua, e no final as duas partes devem ceder, mas, a rigor, os alunos fazem sua parte ao questionar se a razão social passa pela força coercitiva do Estado, com repressão. Possivelmente, a solução dos problemas urbanos e acadêmicos se relaciona diretamente com o coletivo, quem cabe decidir.


Mais análises:

Folha de S. Paulo – opinião

A USP deve manter o convênio com a Polícia Militar?

NÃO

Polícia para quem precisa

HENRIQUE S. CARNEIRO

A crítica à Polícia Militar na USP se refere a sua utilização contra estudantes ou contra grevistas. Se há um agressor, estuprador ou assaltante armado, a PM será acionada como em qualquer outro crime. Mas revistar estudantes, dar buscas em centros acadêmicos ou prender jovens que fumam maconha em gramados do campus é não só dar destinação errada para a PM como extrapolar suas supostas funções de proteger a comunidade.

No que se refere ao crime na USP, pretexto para o uso da PM contra os estudantes, se sabe que a melhor proteção é a própria coletividade atenta e uma guarda bem treinada, bem equipada e com confiança comunitária. Em geral, não há crimes contra a pessoa ou contra o patrimônio à vista de todos, em lugares bem iluminados e cheios de gente. Por isso, em lugares em que há fluxo de estudantes, a vigilância ostensiva não é tão necessária, mas, sim, em lugares ermos ou nas entradas e saídas da universidade. A polícia priorizar a repressão ao uso de maconha é errado, porque isso a torna uma patrulha de costumes anti-estudantil.

Em breve, poderão prender também as fotocopiadoras ou quem vender cerveja em festas? Se o objetivo maior deve ser a manutenção da tranquilidade social, a intervenção da polícia não pode ser o agente que venha justamente provocar a ruptura dessa paz.

Se houver consumo indevido de drogas ou de álcool que possa atrapalhar a terceiros ou atividades didáticas, cabe à própria comunidade universitária adotar regras e mecanismos de fiscalização que coíbam esse tipo de prática. Até mesmo um cigarro de tabaco aceso em locais fechados é proibido e a comunidade deve, corretamente, buscar impedir quem fume um cigarro não respeitando o interesse coletivo. Ou devemos deixar a PM resolver isso também?

O uso de cigarros ao ar livre em lugar retirado, seja de tabaco, de cravo ou de maconha, não afeta ninguém além dos seus usuários. É uma conduta tipificada na teoria do direito como isenta de qualquer princípio de lesividade. O bem-estar público não é afetado. Ninguém tem ameaçados os seus direitos nem há nenhuma violência em curso. A própria legislação vigente p já entende que o uso de drogas em si não deve ser penalizado.

O uso de drogas por jovens não pode ser tratado como um caso de polícia. Menos ainda num ambiente escolar, onde o diálogo e a busca de soluções negociadas e não violentas devem ser uma parte constituinte do projeto pedagógico. A melhor segurança é uma guarda universitária modelo, bem equipada e não terceirizada.

A terceirização compactua com trabalho superexplorado e mal qualificado e afasta os serviços de segurança da relação orgânica com a comunidade. Um guarda funcionário da universidade conhece melhor a comunidade e pode melhor ajudar a dirimir problemas, assim como identificar as ameaças à segurança e constituir uma rede de inteligência, comunicação, proteção e confiança comunitária.

HENRIQUE S. CARNEIRO é professor doutor do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

Câncer de um presidente, a enunciação

O mesmo se poderia dizer de caso semelhante para um político visto como de direita clássica, as atitudes não seriam diferentes. O pensamento não se deve surgir forçosamente, mas no crivo da razão
  
Estratégias da política – A doença do ex-presidente Lula mexe nas expectativas do cenário político brasileiro, pois ao afastar-se da política um agente, enquanto está acamado, abre espaço para a oposição de tecer sua rede de relações, no sentido de interferir no atual governo, considerando a influência e participação da liderança fora de combate. De fato, neste universo não há emotividade para as enfermidades, mas tudo se soma no como obter resultado, de ambos os lados. Desta forma, o que parece ser algo temporário, vai se arregimentando rapidamente, o que exige movimentos dos agentes políticos, que passam se organizar. Evidentemente, que as lideranças são aquelas que podem se movimentar, considerando, sobretudo, que o político é um agente e não simplesmente um ser nas suas relações familiares e privadas.

Por mais que não se queira admitir em público, mas as discussões são evidentes, traçando caminhos diversos para as próximas ações. De fato, não há razão para acreditar que o ex-presidente está fora do espaço político, afinal, a medicina no seu avanço tem condições de vencer as mortais doenças do passado, permitindo vida saudável para os enfermos de diferentes classes sociais. Exemplos disso não faltam, mas não se sabe quais serão as prerrogativas do ator político posteriormente. Assim, não baste mente sã, mas o corpo é um instrumento de lutas duras, as quais exigem resistência.

Mas há que se destacarem dois pontos importantes. Primeiro, tornou-se forçoso reconhecer que os líderes que se posicionam a esquerda do sistema sofrem fisicamente na empreitada. Pois, se pode perceber a doença de Hugo Chaves na Venezuela, Fidel Castro em Cuba, Lula no Brasil, Dilma Rousseff durante a campanha presidencial – agentes atuantes em países da América Latina. Numa análise de reconhecimento, se observados os atores políticos mais evidentes não se vê enfermos do lado da defesa do sistema social atual (o establishment). Os presidentes das grandes potências se mostram sólidos e aproveitando suas aposentadorias, verdade, que no limbo.

Depois, surge a repudia, e de ambos os lados e na mídia, às críticas ao ex-presidente na rede social, como se a internet fosse um lugar de apenas um discurso. Exatamente a sua importância, faz parte do debate a fala de pessoas com visão inteiramente distintas, com participação efetiva ou não. Portanto, seria natural que houvesse satisfação por um lado, como tristeza por outro. Devemos observar a maioria, como se manifesta, pois se torna forçoso na democracia analisar o interesse das muitas vozes e não aqueles que gritam mais alto, ou tem instrumento para isso. O mesmo se poderia dizer de caso semelhante para um político visto como de direita clássica, as atitudes não seriam diferentes. O pensamento não se deve surgir forçosamente, mas no crivo da razão.

Ademais, as poucas vozes que aparecem na rede ganham ênfase na grande mídia que, mesmo que agendando como aspecto negativo, pode gerar conhecimento para a participação de uma comunidade inexistente, apresentada como maioria, que na verdade vai sendo criada. As estratégias fazem parte da enunciação.

Enem, mercado e política

Considerando se tratar de um gasto público de quase R$400 milhões para sua execução em todo o país, sendo que apenas e tão somente 639 estudantes tiveram contato com o conteúdo, que fez parte da prova aplicada



A discussão em torno do Enem, que, nos últimos dias, é pauta diariamente de notícias das grandes mídias, vem desvelando a condição da educação brasileira. Notoriamente, o ensino superior caro e seletivo sempre privilegiou uma classe social, em demasia, enquanto a maioria que vive com salários parcos não tem acesso à graduação, com qualidade. Entrar para a universidade no Brasil significa altos investimentos para concorrer com igualdade, com aqueles assistem aulas em luxuosas escolas preparatórias para o vestibular. Para os que não podem pagar para cursos chamados de elites, é estar fora da seleção para vários cursos da moda.

O Exame Nacional do Ensino Médio torna-se uma fórmula que permite estudantes de todo o país participe das provas de seleção, preenchendo vagas em instituições que muitas vezes ficam com lugares ociosos por falta alunos e outras com excessos. Desta forma, realizar apenas uma prova e concorrer em todos os estados é uma forma inteligente e democrática de permitir o funcionamento do sistema de ensino público universitário. Ainda, não há a necessidade de se fazer vários provas, em diversas faculdades, mas basta um exame, o que reduz gastos e oferece isonomia para aqueles que não podem bancar viagens e inscrições em diferentes regiões.

Sobretudo, evita-se o carimbo de ingresso nas universidades com o chamado decoreba, quando o aluno passa meses memorizando fórmulas que no final não servirá para nada, pois os conteúdos são sistemáticos, ou seja, não se efetiva fora das lógicas empíricas. Como resultado se paga para decorar, com professores cantando “musiquinhas” para alunos esgotados, que desenvolvem a aptidão para reproduzir normas, estritamente.

Mas há que avaliar que o exame mexe com um negócio rentável, os cursinhos pré-vestibulares espalhados pelos municípios brasileiros, com preços de mensalidade, para os “tops”, proibitivos para milhares de famílias brasileiras. A concorrência entre as empresas de educação é voraz, cada qual tem necessidade de expor o rosto dos alunos bem colocados nos exames, a cada semestre e estar na mídia cotidianamente. Cada aprovado tem peso nesta soma para obter mais alunos, o que torna explicado o fato de o Colégio Christus, de Fortaleza, disponibilizar de forma questionável, as questões de pré-teste do Enem.

Mas ainda é estranho que a justiça dê como racional anular as 13 questões em todo o país – ventilou-se anular o concurso, mas voltaram atrás, na última hora -, com clara proposta de macular o exame, considerando se tratar de um gasto público de quase R$400 milhões para sua execução em todo o país, sendo que apenas e tão somente 639 estudantes tiveram contato com o conteúdo, que fez parte da prova aplicada.

Bem verdade que o ministro da Educação, Fernando Haddad, será candidato pelo PT à prefeitura de São Paulo ano que vem, mas seria um excesso e falta de responsabilidade com o país inteiro a tentativa de desmoralizar um projeto que atende milhões de brasileiros, a um custo que pesa no bolso de todos. A política deve ser o campo das falas, das ideias, não simplesmente das artimanhas midiáticas e de classe.

Imagem de uma realidade moderna

A imagem gera estranhamento, mas talvez seja sempre um bom momento para reflexão – com olhos para a solidariedade, humanidade e espaço de vida. No mundo moderno não há somente guerras, mas reflexos de exageros de batalhas insanas pelo poder e falta de política para a liberdade. 

Desta forma, uma lembrança da realidade vivida por muitos, na África e no Brasil, no mundo, longe das luzes da grande mídia. Imagem com autoria, mas falta identificar o iluminado autor. Mundo da internet. Se verdadeira, não importa, pois há mais estórias do que histórias em nossas vidas. A amizade, solidariedade e pobreza, por outro lado, podem ser vista com frequência, empiricamente.

Política e poder: Talvez seja mesmo, o mesmo do mesmo

Desta forma, se persistir a política que se descortina, muitos líderes farão parte de cenas com ações irracionais nos principais canais de comunicação, neste universo que encurta distâncias, devido as novas tecnologias – a rigor, os movimentos sociais estão vivos e se apresentam com vozes e em vários lugares

Conflitos globais – Os assuntos cansam pela repetição, não há dúvida, mas tornam-se, por isso, temas que chamam a atenção pela realidade que incomoda e exige análise constante – por séculos, a vida inteira. Fora disso seria como se entregar à passividade e o “respeito” às atitudes dos outros, contra o bem estar e vontades da maioria. Isso para dizer que, apesar da comunicação, se vive num mundo, muitas vezes, das aparências, no qual os fatos revelam verdades mascaradas por palavras publicadas em jornais, em vídeos; Mas  longe de enganar substancialmente.

A guerra pelo poder, seja pelo econômico ou político, parece evidente se espalhar, e das formas mais variadas. O interessante é que toda vez que uma autoridade diz alguma coisa, sempre se atenta para o que não deve dizer, uma espécie de autocontrole. Caso claro está no ato de invasão dos pequenos países, numa repetição nos últimos anos – perde-se a voz, ganha-se prestígio.

Muamar Kadafi, que se imortalizou no poder da Líbia por 42 anos, não sai de cena somente pelo fato de haver uma revolução de cidadãos inconformados com a política autoritária, afinal, neste sentido os gritos podem ser ouvidos por vários lugares mundo afora, no velho e novo mundo; mas de fato, porque a história sinaliza para a centralidade política e arroxo da ordem mundial.

Como os agentes, que representam determinado pensamento, vão perdendo poder , ou sentem instabilidade no sistema, natural mostrar força, o que deve ser de maneira direta, ou seja, imediata, que sirva de exemplo pelos diversos jogadores políticos. Daí a frase de Barack Obama para que os chefes de governos não democráticos que se cuidem. Necessário entender o conceito de democracia, pois pode trazer no seu enunciado abertura comercial, alinhamento político, “diálogo” com as chamadas nações ricas – dependência, enfim.

Certamente o mundo não ficará melhor com a morte de nomes da política mundial, se não houver uma visão do que seja democracia, a qual venha como sinônimo de liberdade social, considerando importante que todo cidadão tenha direito de comer, dormir, entreter, estar saudável e consciente de suas ações e razão de estar no mundo – e morrer. Fora disso, troca-se lideres autoritários por novos na mesma condição anterior, se considerado como referência a população, mas com diferencial: leais ao sistema vigente, que ainda não se mostrou como saída para a igualdade de condições, com justiça.

Desta forma, se persistir a política que se descortina, muitos líderes farão parte de cenas com ações irracionais nos principais canais de comunicação, neste universo que encurta distâncias, devido as novas tecnologias – a rigor, os movimentos sociais estão vivos e se apresentam com vozes e em vários lugares. Contudo, as últimas notícias se analisadas de maneira detida, realmente, talvez seja mesmo, o mesmo do mesmo.

O universo do Professor


Apesar de todos os problemas da educação, o professor deve comemorar a ruptura que promove a cada dia ao permitir que milhares de pessoas, com direito ao conhecimento, passem a aumentar sua condição de cidadão, com criticidade e mais participação. Não há sofrimento em ser mestre

 

















Educação - Neste dia do professor, comemorado no sábado de descanso, certamente sem muitas festas, vem a tona sempre uma discussão que não se encerra: afinal, qual a razão da pouca valorizado do docente – ou menos do que deveria, de fato ser – no sistema social, pois sempre foi considerado fundamental para a formação de jovens para um país desenvolvido e democrático? As confraternizações mais corriqueiras nas faculdades e universidades do país, nesta data, se resumem, na maioria das vezes, a uma razoável mesa de café, com alguma mensagem ilustrativa no final da sala, cujo otimismo esconde o debate sobre o ensino e seus caminhos. Sempre há uma visível ceia de guloseimas pela frente.

Em fragmentos de textos de sociólogos, não exatamente das faculdades de educação, é possível notar algumas posições que se mostram críveis, as quais analisam a funcionalidade da escola, que se insere nas lógicas de mercado, não diferente de uma grande fábrica de produtos quaisquer. Assim, haverá sempre a necessidade de se evitar o excesso de conhecimento, o qual deve estar dentro dos padrões estabelecidos, pois a crítica às alturas desmobilizaria a ordem social vigente, o que não seria razoável. Há, portanto, um nível de ensino aceitável, acima deste se estabelece riscos desnecessários, diante da possibilidade de desestabilização pela crítica e posições exacerbadas.

Evidenciam as conjecturas, que vem à sombra de um lugar que se tem pouco conhecimento no Brasil, ou não se revela adequadamente, resultando visivelmente no uso político do espaço escolar, como forma de obter votos ou clientes dispostos a fazer parte da massa de trabalhadores bem remunerados. Em essência, a educação é um lugar politizado e serve aos interesses políticos partidários, com pouco investimento e muito discurso de eterno futuro de qualidade.

Ainda, no que se refere à pesquisa, a qual permite a formação do docente, está longe de uma realidade que agrade aqueles que decidem por este caminho. As agências de fomento nunca oferecem o suficiente para o aprimoramento e busca estruturada dos experimentos, cuja seleção de projetos está em sintonia com as demandas circunstancias – difícil análise!

Apesar de todos os problemas da educação, o professor deve comemorar a ruptura que promove a cada dia ao permitir que milhares de pessoas, com direito ao conhecimento, passem a aumentar sua condição de cidadão, com criticidade e mais participação. Não há sofrimento em ser mestre, a relação com os alunos ocorre de maneira dialógica (o que se espera), apesar dos reflexos vividos no campo em decorrência da fragilidade de um sistema fechado e excludente, a começar pelo conhecer, e se encerra no econômico.

Parabéns a todos os professores brasileiros. Possivelmente a riqueza está na materialização do conhecimento de si, do universo (o conhecer a ti-mesmo) e para o outro (na alteridade), capaz de selecionar ideias e ideais, para uma sociedade de riquezas.

Política, pedras pelo caminho


Neste quesito pode surgir a segurança de que não passe de acontecimento efêmero, e deve ser, mas permite imaginar deformações da estrutura, pouco aparentes ainda – ou não, mesmo que se veja – a ponta do iceberg


Movimentos sociais – Não há dúvida que os movimentos sociais, promovidos substancialmente pelos jovens mundo a fora, hoje, representam um momento importante da sociedade moderna. A rigor, são vozes que surgem em favor de um sistema econômico que está – e permanentemente – na contramão de uma globalização que sirva aos interesses do grande número de populares, mas que permite apenas uma porcentagem mínima de cidadãos, de fato, trafegarem pelo globo terrestre, como se o encurtamento das distancias territoriais formasse fisicamente uma aldeia global, na geração de domínio em todas as instancias sociais – poder eficiente. Ao seu alcance todas as novidades e desfrutes de produtividade em ritmo acelerado, enfim um paraíso, o qual seleciona de maneira feroz os iluminados e os produtores.

Uma narrativa de filme, ficcional, mas que no final descortina uma realidade ressurgindo milhares de pessoas nas ruas, numa condição que não atinge apenas seres marginalizados, do submundo, dos guetos periféricos. A principal rua do mercado financeiro tornou-se o cenário para as revoltas, que envolve ficção e realidade em tempos de tecnologia.

A crise mundial não é de hoje, e os movimentos sociais também não surgiram neste século, sempre houve contestações que geraram constrangimentos e depois acomodação – razão pela qual muitos articulistas definem seu posicionamento, diante dos exemplos imediatos. Entretanto, não se pode afirmar que estes foram em vão, além do que fazem parte de um movimento natural, no terreno da prática de relações econômicas – a pobreza é visível para quem vive nela, ou poderá encontra-la pela frente.

Ademais, os tempos atuais se diferenciam do passado, considerando, então, que o estar no mundo é uma realidade vivida por muitos, na marginalidade de um sistema regulador, aqueles do lado de fora, que sempre quiseram participar da festa do desenvolvimento econômico. A tecnologia da informação apresenta a união de desafortunados em diferentes quadrantes para um só lugar de raciocínio. Algo deverá resultar dos movimentos atuais, mesmo que haja tentativa de esvaziá-los politicamente, logo se mostrando-se apenas como fagulhas – a fumaça demonstra índice para fogo.

Vale lembrar que são multidões nas ruas desde o Egito até Wall Street (EUA), passando por países europeus, como Portugal, Espanha, França. São bandeiras que servem as demandas do momento, as quais se relacionam com algo simples: o desejo de um mundo em que, na realidade, haja quinhão na modernidade para comunidades singulares, inteiras, atualmente vivendo papel de coadjuvante, incluída a classe média.

Talvez seja importante a retomada das instituições, no sentido de se adaptarem aos novos tempos de comunicação rápida, numa interação que gera constrangimentos e exigências. Sem dúvida já era sem tempo, afinal foram séculos de pensamento visto como correto de sociedade passiva, vivendo a reboque das decisões centralizadas. Neste quesito pode surgir a segurança de que não passe de acontecimento efêmero, e deve ser, mas permite imaginar deformações da estrutura, pouco aparentes ainda – ou não mesmo que se veja – a ponta do iceberg.

Como estamos no território de negociações duras, difícil saber de antemão as estratégias para a manutenção da ordem. Talvez um remendo aqui e outro acolá, mas fica no ar a substancialidade das vozes que podem falar. A política da economia moderna tem uma pedra pelo caminho.

Político profissional

Assim, o que seria um lugar de diálogo passa a ser de posse, de quem foi eleito “democraticamente”, num sistema que tem vícios previsíveis. Neste sentido, basta ouvir do homem-da-política a frase que não sofrerá punição, pois está rigorosamente dentro da lei. O que, de fato, é verdade

Representações – Mais evidente a cada dia que o mundo político não leva em consideração o pobre do cidadão comum, as pessoas que no dia a dia buscam dar sentido a uma vida em sociedade confusa e difícil para se ordenar e entender. Desta maneira as representações, como os partidos políticos, tornam-se espaços privilegiados para fazer valer os interesses de diferentes grupos, os quais se sentem no direito de expressar suas palavras, defender suas bandeiras, mas é assustador imaginar o descaso com os anseios da população no seu conjunto.

Exemplo disso é o uso da máquina pública em favor de grúpusculos, cuja existência está à milhas de distancia de um trabalhador tradicional. Assim, o que seria um lugar de diálogo passa a ser de posse, de quem foi eleito “democraticamente”, num sistema que tem vícios previsíveis. Neste sentido, basta ouvir do homem-da-política a frase que não sofrerá punição, pois está rigorosamente dentro da lei. O que, de fato, é verdade.

Neste sistema, usar bens públicos, contratar assessores particulares nas suas cidades onde tem base eleitoral, pagar pensão a amantes, etc. se transformam em algo natural, em um mundo no qual existem os que elegem e os eleitos. Há uma verdade que se faz sólida, que a própria comunidade convive e aceita, pois as hierarquias definem seu lugar no espaço público – é mesmo paradoxal. Aqueles atrelados às representações tudo podem, os representados apenas a condição de pagar impostos, manter o erário. Uma realidade clara e transparente no mundo moderno, cuja educação, muitas vezes, tende para manter as lógicas visíveis, distanciando daquilo que teima a se evidenciar na penumbra.

No final, a política se transforma num lugar de profissionais, que usam os meios de comunicação, máquinas públicas e discursos “verdadeiros”, naturalizados para manter o tradicional, que perpassa o coronelismo e logo chega ao moderno, sem desviar das condições de representação – de maneira peculiar -, de fato. O mundo político se volta para si mesmo, sendo que até mesmo as intrigas significam a busca permanente de poder, trocando apenas a ordem dos personagens. Mas é bem verdade, que mesmo os atores sociais, nesta questão não tem sofrido mudanças.

Talvez em essência falte comunicação, cujas informações dependem de negociações que vão além das aparências.

Esperança de Obama

Possível pensar que voz de importantes administradores serve para expressar ideais que não de uma nação, mas de negociadores

Sucessão presidencial - As informações sobre a sucessão presidencial nos Estados Unidos não são favoráveis às pretensões de Barack Obama permanecer no poder. Embora, por se tratar de previsões políticas, nada confiáveis, o novo, a esperança não se materializou na Casa Branca. Entretanto, o que sobressai desta análise é que o governo não é formado de apenas um homem (ou mulher). Por trás da administração pública, a rigor, há interesses os mais diversos, que se tornam insustentável a manutenção no poder, caso as demandas de grupos seletos de uma nação não sejam contempladas, efetivamente.

A negociação de paz significa, também, valiosos resultados econômicos e mais aumento de poder; o discurso proferido em circunstâncias de crise devem atender argumentos já velhos e carcomidos, como estar do lado de países que servem aos propósitos de determinada nação – fora disso é perder visibilidade positiva, com demonstração de fragilidade. Na política as palavras nem sempre são aquilo que normalmente deveriam ser: como no caso de democracia que pode significar a manutenção de um modelo de vida, o qual nem sempre deve oferecer privilégio a todos.

A realidade do mundo moderno sinaliza para transformações sucessivas em outras regiões do mundo, que não apenas os países desenvolvidos, que estão assentados no poder, administrando estrategicamente movimentos externos. A política global vem se acirrando com mudanças inclusive no sistema financeiro, que atualmente se mostra mais favoráveis aos países que produzem também bens de primeira necessidade, matérias vindas da natureza. Possível pensar que voz de importantes administradores serve para expressar ideais que não de uma nação, mas de negociadores que não aparecem diretamente na política do chefe do executivo, mas representa senhores que são a estrutura de governo. Portanto, o mundo é mais complexo do que imaginamos, simplesmente, aqui e acolá.

Partidos brasileiros pós-modernos

O que significa dizer que se trata de partidos abertos às negociações políticas, de fato, que para tanto exigem algum resultado para grupos em consenso, sem compromisso com bandeiras sociais. Inverte-se os lugares; primeiro o partido depois uma possível representação, conforme conveniência

Política partidária – A semana movimentou a conversa social com dois assuntos  sem relação, mas que são pertinentes com as lógicas dos tempos pós-modernos. O TSE ratifica o Partido Social Democrata (PSD), cuja liderança e idealizador é Gilberto Kassab, ex-DEM/PFL/PL, agremiação que está entre os cinco maiores partidos, nos 28 existentes no Brasil, conforme aponta o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Já na esfera da justiça a disputa entre Supremo Tribunal de Federal (STF)  e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável pela punição de juízos que cometem atos falhos na defesa da sociedade, o qual está perdendo autoridade em sua nobre missão, com a regulação da entidade superior. Nos enfrentamentos, a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, dispara crítica aos juízes brasileiros ao afirmar que há “bandidos escondidos atrás da toga”.

Movimentos políticos de um lado, instabilidade do poder de outra, e no final mudanças visíveis na estrutura de decisão das altas esferas representativas do país. O surgimento do PSD faz emergir de fato um grupo de políticos que se reúne em torno de representação sem discurso definido, portanto, sem estabelecer quais parcelas da sociedade dará voz. Torna-se, desta forma, um partido que não apresenta sua representatividade legítima, mas está entre os maiores do Congresso Nacional, com poder para inferir dos rumos políticos da nação.

Como Kassab afirma tratar-se ser um partido de centro revela que pode se movimentar nas oportunidades de decisão, tanto para a direita como para a esquerda ou lugar nenhum. Fica subentendido que haverá permanente negociação com os detendores do poder de plantão, seja na união, estados ou municípios. Assim, sendo talvez possa dizer os partidos políticos se transformaram em virtuais, ou seguindo a moda, pós-moderno – não há ideologia definida.

O que significa dizer que se trata de partidos abertos às negociações políticas, de fato, que para tanto exigem algum resultado para grupos em consenso, sem compromisso com bandeiras sociais.

Inverte-se os lugares; primeiro o partido depois uma possível representação, conforme conveniência. Se PSD cumprir esta lógica a realidade se faz inusual, lamentável, podendo ser de direita em Goiás e de esquerda no sul do país. O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), ao que parece, não está sozinho na ordem política, de partidários com diferentes visão de mundo. Não há dúvida, que o sinal amarelo ascendeu nesta batalha confortável pelo poder, também partidário.

Assim sendo, parece abrir-se o espaço da concorrência representativa muito próximo do que ocorre no mercado formal, mas relativo aos designios de uma sociedade que precisa de igualdade social, distribuição e renda e estabilidade econômica, diante da crise global iminente. Eis a profissionalização dos representantes políticos.

Deste modo, com instabilidade na estrutura da sociedade, com amplos enfrentamentos nos defensores da ordem, da justiça; partidos que reunem diferentes matizes ideológicas ou nenhuma; a nação brasileira rapidamente evolui para a pós-modernidade, à frente de novo e velho mundo. Resta saber qual o quinhão dos homens e mulheres comuns que constroem esta nação; finalmente chegou-se ao futuro. Já era sem tempo, e previsível?

Universidade pública e mercado

Em suma, na base de uma universidade pública deve estar o interesse público e suas implicações sociais, sem fugacidade e atenta com o desenvolvimento de pesquisa que vise o bem da coletividade e a qualidade de vida dos indivíduos em sociedade  

Educação e pesquisa  – A imprensa local informou esta semana que a reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG) deverá anunciar mais campi em cidades do estado, para tanto, realiza estudos para saber a realidade da região e  demanda de mercado. As informações parecem desencontradas, pois a razão de uma instituição pública de educação é exatamente valorizar os espaços universitários, primando pela qualidade da graduação, pesquisa e extensão. Como, de fato, o espaço de desenvolvimento de projeto científico não faz parte do interesse do setor privado, torna-se de responsabilidade do Estado envolver-se com a efetivação de pesquisadores com investimento. Desta forma, não se trata de simplesmente viabilizar interesses mercadológicos, como fez entender a nota jornalística.

As trocas econômicas e relações políticas fazem parte do interior do campus universitário, mas a definição de prioridades para as questões que atendam demandas privadas imediatas, somente contradiz as propostas de interesse do público, pois há uma dinâmica social que permite perceber alteração de comportamento nas áreas de conhecimentos ao longo do tempo, de maneira dinâmica. Com efeito, alguns cursos com grande demanda hoje não deverão chamar tanta atenção a médio e longo prazo, causando uma intensa corrida das faculdades particulares em torno dos alunos, em busca de adequar o seu negócio às formações da moda.

Neste momento, se assiste o fechamento de cursos tradicionais e reestruturação de outros que deixaram de ser visíveis para o mercado e população, mas que volta em função deste movimento social e político. Portanto, a filosofia, sociologia, pedagogia, etc., pouco observados pelo imediatismo moderno, não deve ser visto do mesmo modo pelo campo acadêmico público, o que não ocorre efetivamente na rede privada, que valoriza sobremaneira o resultado de seus empreendimentos, com suas razões efetivas.

Em suma, na base de uma universidade pública deve estar o interesse público e suas implicações sociais, sem fugacidade e atenta com o desenvolvimento de pesquisa que vise o bem da coletividade e a qualidade de vida dos indivíduos em sociedade. Além disso, não se pode equivocar de imaginar uma sociedade acadêmica elitista e mercadológica, simplesmente, cuja base está no limite da prática, como querem os empreendedores, visionários.

Desvios urbanos

Se a maioria está no espaço público, as resoluções urbanas se fazem democráticas e politizadas, um trabalho a mais para os líderes eleitos para a nobre função de governar  

Espaço público - Muito já se discutiu sobre o trânsito nas últimas décadas, considerando sempre a quantidade de carros que congestionam a principais vias urbanas, gerando afogamento de grandes proporções no espaço público, proporcionando como resultado acidentes com muitas vítimas, e em decorrência da poluição emergem  estresse, doenças físicas e psicológicas. A situação ainda fica mais complicada quando não há estrutura  para dar fluxo a torrente de automóveis que invadem as ruas, cada vez em maior volume. Pior ainda, se for necessário o fechamento de importantes avenidas, como é o caso de Goiânia, em função obras idealizadas para atender aos tempos modernos.

Desta forma, os governantes precisam se precaver quanto a suas estratégias ao lidar com o dia a dia das cidades, pois as construções, muitas indispensáveis, podem impor efeito contrário na proposta de dar qualidade de vida à comunidade, pois causa tantos transtornos que no final, na memória do eleitor sobra aborrecimentos e falta de compreensão para subtrair o incômodo por meses aos resultados benéficos. Como exemplo, na capital goiana, os acidentes em determinados locais do município são frequentes, cuja constatação nem precisa de pesquisas. Ademais, encontrar um agente de trânsito pela frente em horários de pico é sinal de problemas para o motorista, que deverá usar longos desvios, aumentando o tempo do deslocamento e aborrecimento diante do caos urbano.

Na realidade, se olhado de mais otimista, o aumento de automóveis nas ruas representa tempos em que todos podem ter o seu veículo, o que, faz poucas décadas, era somente privilégio de alguns, que disponham de recursos para adquirir e manter o bem dispensável – sinal de status social. Como o transporte coletivo entrou em um processo de falência, a possibilidade da democratização do carro leva igualdade a lugares que foram pensados conforme diferenças sociais seculares. Se a maioria está no espaço público, as resoluções urbanas se fazem democráticas e politizadas, um trabalho a mais para os líderes eleitos para a nobre função de governar.

Paradoxos da política, também brasileiros

Se assim se mantiver nas próximas eleições haverá caciques de tradicionais partidos de direita (defensores de uma ordem conservadora), grandes empresários do setor financeiro, com discurso de aumento salarial, melhores condições para o trabalhador e menos lucros para o setor industrial internacional

MUDANÇAS IDEOLÓGICAS – O mundo político, é forçoso generalizar, realmente se mostra muito estranho, quando o assunto é poder. Neste sentido há uma indagação permanente, como estruturar um partido em um sistema, do qual liderança significa recursos para se apresentar para a sociedade e ter espaço para revelar suas propostas. O econômico, seguindo sua lógica necessita ordenar o pensamento, de tal maneira que não fuja ao controle de uma certa segurança sistêmica. Assim, sendo como pensar os partidos políticos que discursam para uma nova ordem de pensamento, com atenção ao social, como por exemplo, o Partido dos Trabalhadores? A direita neste sentido, o seu problema é de outra ordem, bem verdade. Pensar de maneira dicotômica pode ser um erro, mas aqui se torna uma maneira de entender os procedimentos eleitorais.

Nos últimos meses cenas inusitadas percorrem o país, o que geram um bom debate, não dito, pois tornou-se comum empresários e lideranças, com opção política conservadoras, apeando no reduto do partido da estrela vermelha – agremiação do poder. Como não se pode fechar em grupo para as filiações que permitem acesso a espaços sonhados pelos petistas, no final, gatos manchados se tornam pardos numa relação de quebra do discurso partidário, que mantém no poder presidentes e políticos no congresso nacional, cuja base está no voto popular, ou seja, da maioria dos trabalhadores, muitas deles longe das tradicionais fábricas paulistas.

Neste sentido, o que vale tanto para a direita brasileira quanto para a esquerda – aqui não pode generalizar, pois existem grupos radicais de ambos os lados, que formam uma minoria, a qual não recebe espaço para seu discurso – é pensar como atingir o poder, trazendo para si o maior números de líderes, com discursos diversos e proposta sem vínculo com a visão de mundo partidária, do qual fará parte. No final, sem identidade tudo vale, menos as cores das legendas.  Desta forma, se o governo é tucano ou democrata aumenta-se o número de políticos do partido, e o mesmo vem ocorrendo com o PT de Luiz Inácio Lula da Silva.

Se assim se mantiver nas próximas eleições haverá caciques de tradicionais partidos de direita (defensores de uma ordem conservadora), grandes empresários do setor financeiro, com discurso de aumento salarial, melhores condições para o trabalhador e menos lucros para o setor industrial internacional – com ampla leitura sobre socialismo e por que não comunismo – o que conta é fazer parte do poder – verdade que tradicionais líderes de esquerda migraram para partidos conservadores de uma tradição nacionalista e/ou liberal. Serão interessantes para eleitores com dúvidas sobre a política e o seu futuro, afinal sem oposição haverá mesmo somente situação, para um país mais rico economicamente e pobre de ideias, conhecimento e igualdade social.

Cidadão do mundo e as políticas globais

A rigor, o liberalismo que se deteriora no centro financeiro mundial já rendeu dividendos para muitos ricos, e fome para muitos pobres, o que torna insustentável salvaguardar somente as grandes nações

 
 ASSEMBLÉIA DA ONU – Faz pouco as pessoas de qualquer país tinham como obrigação participar das atividades políticas de sua comunidade, outras vezes de sua cidade. Na atualidade, no entanto, nos tornamos cada vez mais cidadãos globais, do mundo, o que equivale dizer mudanças substanciais em nosso comportamento e conhecimento. Desta forma, as decisões tomadas na China, nos Estados Unidos e França dizem respeito aos indivíduos localizados em países da África e Brasil, por exemplo, o que torna reuniões com a Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorre em Nova Iorque (EUA) um evento importante, que deve ser acompanhado de perto. A posição do governo brasileiro, como consequência, interfere na nossa vida particular cada vez mais amarrada as economias mundiais.

Na Abertura da ONU a presidente brasileira Dilma Rousseff (PT) demarcou, para os cerca de 190 representantes de Estados-nação, qual será a política do país da América Latina. Na oportunidade, em seu discurso, condenou o uso de recursos econômicos das principais potências para aumentar o desemprego, com política que visa aumentar suas riquezas em detrimento da população local e de outras nações, principalmente as que convivem com a miséria há séculos.

A questão palestina mereceu atenção de Rousseff que deixou claro que o Brasil apoia a luta do país Árabe de ingressar na ONU, com direito a voto e participar de decisões políticas globais, condição em que está desfavorável diante dos israelenses que tem o apoio explícito dos Estados Unidos.

A presidente também reivindica lugar no conselho permanente de segurança da ONU, com direito a veto, hoje nas mãos de Estados Unidos, França, Reino Unido – que se mostram aliados nas decisões globais – e Rússia e China. Esta certamente é a agência mais importante da entidade, pois o é órgão definidor de intervenções em países que atuam contra os direitos humanos, definindo a ordem global, que atinge as políticas sócias dos Estados, etc. No final, é dele a responsabilidade pela intervenção na Líbia, por exemplo, e na decisão de guerra contra países como Iraque e Afeganistão.

Em resumo, a crise que atinge as nações ricas, sem posicionamento de países como o Brasil, a conta virá para ser socializada com a população fora dos grandes centros exportador e rico, mantendo estrutura econômica de séculos. A rigor, o liberalismo que se deteriora no centro financeiro mundial já rendeu dividendos para muitos ricos e fome para muitos pobres, o que torna insustentável salvaguardar somente as grandes nações.

Assim, cada qual assuma suas responsabilidades, com a observação do cidadão global.

Intervenção na UEG

Educação – Não há dúvida a importância da Universidade Estadual de Goiás (UEG) para o desenvolvimento do estado, capaz de formar uma comunidade para enfrentar seus problemas, seja econômico, social e permitir mais qualidade de vida. A medida do governo estadual, em anos anteriores, em fortalecer a instituição foi acertada e vista pela população com otimismo, numa proposta de reunir faculdades isoladas para, em conjunto, cacifar-se para a pesquisa e melhoria na graduação. Mas a mão de ferro dos governos torna-a apenas mais um espaço burocrático estadual.

Notoriamente que a eleição sucessiva da reitoria enfraquece a igualdade e liberdade dos professores e alunos, pois como o número de contratados é maior do que os efetivos, o processo não ocorre de maneira a zelar tão somente pela instituição. A rigor, uma universidade deve ter o maior peso das decisões no grupo pensante, aquele que está na base educacional. Fora disso a UEG torna-se um órgão público, mais um.

Talvez seja mesmo a hora de definir os rumos a serem seguidos, mas com orientação acadêmica, sem desprezar as prerrogativas políticas que fazem parte do campo de pesquisa, mas de  maneira que haja diálogo e não imposições. Não há dúvida que a conta, no final, é paga pela população que pode ter benefícios e muitos, ou prejuízos, com dinheiro sendo gasto equivocamente. Não há outros caminhos.

Política e tecnologia


Uma ressalva, a defesa daqueles que encontram numa condição de privilégio é natural, mas os representantes políticos que dizem desconhecer a história e seus discursos estão disfarçados, na condição de líder. Lamentável

Tecnologias da comunicação – Acompanhar o desenvolvimento social não é uma tarefa fácil, chegamos às vezes a imaginar que a sociedade, com todas as suas mazelas existe desde a sua origem, no instante que o primeiro homem descobriu sua razão de ser. Não é verdade, há um processo político, econômico e social que vai se desenrolando, no qual todos fazemos parte, seja enquanto memória ou como agentes. Perder de vistas o passado, e suas implicações, é reproduzir ideias que se tornaram verdades pela força de interesses que se materializaram hegemônicos.

Neste sentido vale entender as implicações das tecnologias que pertencem à sociedade e dela faz parte. A rigor, instrumentos que permitam o conhecimento podem significar liberdade, questionamentos e igualdade.



Se analisada a história, de maneira sistêmica, as tecnologias representaram momentos importantes para mudanças do comportamento dos indivíduos que segue cada vez mais urbano e produtivo, deixando de lado suas tradições e legado de vida em comunidade. A comunicação efetivamente passa a ser um lugar, ao mesmo tempo de domínio de mentes e corações, mas abre caminho para as trocas de mensagens entre pessoas distantes. Formam-se a memória local e global, que permite o contato com os registros de determinado momento, seja de crise ou negociações. Como resultado, as transformações religiosas, das relações de produção, de pensamento, comportamento, os quais valem analisar se em favor de toda a humanidade. Mas nem sempre.

De maneira crítica, permanecemos na estrutura de pessoas que pensam e outras que fazem, sem refletir, portanto submetidas ao domínio de um conhecer que se torna verdade. Podemos acrescentar que na realidade econômica do sistema atual há divisão está entre aqueles que produzem e outros poucos que usufruem, considerando as inúmeras possibilidades das invenções permanentes. No entanto, as tecnologias, ao longo, dos tempos vão conduzindo as relações sociais para lugares mais complexos. Ou seja, a interação permanente permite as trocas de mensagens que fazem emergir momentos históricos importantes, e percepção do homem de sua realidade.

Embora esta seja uma visão otimista, não se deve esquecer-se das lutas que ocorrem no campo social, em que há aqueles que interessam pela manutenção desta ordem. Entretanto, existem outros que acreditam que uma sociedade bem informada seja o caminho para a democracia, com usos de novas técnicas – talvez este seja o momento propício para o fluxo de conhecimento, na imaterialidade virtual. Não entender estas relações é defender o raciocínio de indivíduos que apostam da incapacidade da maioria. As transformações existem e para cada passo surgem possibilidades e resistências de ambos os lados. Portanto, os instrumentos da comunicação podem ser uma saída para desconstruir verdades para uma nova ordem de pensamento e de sobrevivência.

Neste sentido, uma ressalva, a defesa daqueles que encontram numa condição de privilégio é natural, mas os representantes políticos que diz desconhecer a história e seus discursos estão disfarçados, na condição de líder. Lamentável. Deve-se abrir ao diálogo, reconhecer o papel que assumem. Há outros caminhos, menos alienantes, ou não.

Mais um 11 de setembro

Um dos fatores que trazem complicações para o momento atual da política em particular, que sustenta a ordem econômica, são a potencialidade das informações que percorrem o mundo com menos limites que nos séculos passados
Estados Unidos relembram os atentados que transformaram o mundo em apenas um dia (REUTERS/Brad Rickerby ) »Imagem Correio Braziliense
ACONTECIMENTOS – Numa análise é difícil entender as razões de tantas imagens sobre o 11 de setembro, nesta época do ano, quando as torres gêmeas, o símbolo do capitalismo dos Estados Unidos, foram “bombardeadas”, tendo como arma aviões convencionais de transporte. Mas é possível imaginar que o sistema econômico e político estejam ameaçados por forças “terroristas” – portanto, capaz de gerar terror intensamente, que desestabiliza – , causadoras do caos no mundo moderno.

A rigor, compreende-se que a nação atingida representa a ordem global para um mundo civilizado, democrático, com igualdade de oportunidade aos indivíduos da sociedade complexa.

Vários especiais no rádio, nos jornais e na televisão durante a semana, chamam a atenção para os conflitos que percorrem o mundo neste momento, descortinando para os motivos de atentados que instabiliza o mundo, eternamente em tensão. Deixa claros os erros cometidos pelo governo George Bush ao entrar numa guerra como imperialista, colocando em questionamento a condição financeira do seu país para enfrentar anos de gastos enormes.

Ao mesmo tempo em que advertências para a manutenção de um regime econômico é possível ver na mídia as diferenças sociais, que atingem a sociedade global, havendo em muitos lugares comunidades sem perspectivas, literalmente vivendo de um caos que se eterniza.

A ordem global certamente não passa simplesmente pelo econômico, pois o mundo vive das lógicas sociais que dizem respeito à cultura, religião, costumes. Mas se a base das práticas sociais passa pelos movimentos financeiros, a concentração de rendas poderá levar a queda de impérios – hoje mais lentamente que antes – apesar da força de comunicação do poder institucional.

Um dos fatores que trazem complicações para o momento atual da política em particular, que sustenta a ordem econômica, são a potencialidade das informações que percorrem o mundo com menos limites que nos séculos passados.

Assim, importante observar com atenção o que não é dito, mais do que está explícito nos tradicionais meios de comunicação, importantes para a existência da modernidade

Torres para prefeito ou presidente?

Neste momento estão sendo feitas as apostas. Então é aguardar o desenrolar dos personagens desta trama intrincada, a qual não se resume à vitória para a prefeitura de Goiânia
 
SUCESSÃO MUNICIPAL – Na política qualquer análise que se faça dias antes das eleições é precipitada – ainda mais se considerados meses – diante da complexidade dos interesses e diferentes cenários que se montam com pequenas mudanças das peças do jogo. Ao longe é mais difícil ter uma visão detalhada do que ocorre no centro do poder político, mas há articulações difíceis da atual oposição ao paço municipal, que enfrentará o prefeito Paulo Garcia (PT).

A expectativa é a candidatura do senador Demóstenes Torres (DEM),  hoje com grande visibilidade nacional, em decorrência de seu discurso efetivo de oposição à presidente Dilma Rousseff (PT), administração que gera certo receio da classe empresarial e establishment. Como resultado, tornam-se indispensáveis personalidades com retórica e comportamento capazes de sensibilizar a opinião pública (parte dela conservadora), e com conhecimento do sistema social. O senador goiano encaixa nas características desta liderança almejada, que vem perdendo terreno nas últimas campanhas, exatamente pela falta de discursos coerentes com suas bandeiras e circunstâncias sociais, com eleitor mais exigente e participativo.

Caso Torres decida se candidatar contará com o apoio de Marconi Perillo (PSDB) parceiro na última campanha, quando obteve êxito, no segundo turno contra Íris Rezende (PMDB) – candidato que recebeu apoio do partido dos trabalhadores -, tendo como vice um Democrata, José Éliton. PSDB e DEM que não tem nomes capazes de altas apostas no atual cenário eleitoral, resultado das estratégias políticas de manter status em poucos elegíveis e evitar disseminação de poder. Contudo, um provável sucesso do senador emergirá dois políticos em disputa por espaços apertados.

Com experiência no Legislativo, bom de retórica e disposto a enfrentar os governistas, apoiando-se no sistema jurídico, a todo o momento Torres poderá estar na mídia, como vem ocorrendo, participando com eficiência do imaginário social, o que é fundamental para alguém buscar lugares mais altos na política brasileira. A prefeitura de Goiânia seria o novo, se distanciando dos movimentos de Brasília, o conhecido. Neste ponto de vista perdendo espaços preciosos para membros do próprio partido, conquistados ao longo de vários anos, com êxito em função do momento em que vive a direita no Brasil. Neste momento, o senador, como estratégia, deixará que seu nome esteja em especulação, pois mantém visível nas mídia goiana e nacional.

Neste sentido, podem-se observar as sucessivas viagens pelo mundo de Marconi Perillo que mais busca visibilidade nacional, uma liderança cosmopolita, do que exatamente se apresentar para a população regional, que quer ver resolvidas questões mais pontuais, como o saneamento da Celg, reparo de rodovias e economia sustentável. Não há dúvida que, também, Perillo acredita em espaço tucano para uma campanha presidencial com seu nome na cédula eleitoral.

Neste momento estão sendo feitas as apostas. Então é aguardar o desenrolar dos personagens desta trama intrincada, a qual não se resume à vitória para a prefeitura de Goiânia. Aguardar para ver.

11 de setembro para a eternidade

Finalmente, as guerras não fazem um país de vítima, mas atingem nações em outros lugares, que somadas levariam a exaustão uma audiência pouco interessada ao sensacionalismo

GUERRA – A cada ano,  quando se aproxima o 11 de setembro no mundo inteiro, com destaque para o Brasil, há uma grande comoção midiática para relembrar a data fatídica que vitimou milhares de pessoas nos Estados Unidos, quando ato terrorista levou abaixo o símbolo do capital mundial, às torres gêmeas.

De fato, entretanto, que os enfrentamentos, sobretudo, muitos deles com uso de sofisticados equipamentos bélicos, na história mais recente, não deixaram de existir em algum lugar do planeta, que envolve a morte de dezenas de centenas de pessoas, na sua maioria desconhecidos pela opinião pública, ou mesmo esquecidos. Os relatos são sempre de grande sofrimento, também no Haiti, na África, na Alemanha, em países do oriente médio, Ásia, etc.

Na percepção da sociedade global estão as cenas dos aviões, atingindo as colunas do fausto prédio e os gritos de pessoas em desespero, sem saberem exatamente o que ocorria. Todos tentando se proteger, uns obtém mais sorte, outros nem tanto. Irracional.

Num corte de cenário, a catástrofe natural que atingiu o Haiti, além das guerras civis, nas quais morreram pessoas soterradas em meio aos entulhos. Na África as cenas de horror de pessoas fugindo das armas potentes de grupos em disputa por poder, numa batalha sem fim, que tem como epicentro interesses internacionais (com ramificação das grandes potências), que fazem surgir crianças esquálidas,  com ossos a mostra, desnutridas, na Somália, na Etiópia, as quais não tem presente e o futuro se torna apenas uma miragem.

Em outra cena, no Brasil, na Argentina e Chile também são comoventes as mortes de pessoas que lutaram por liberdade, enquanto o Estado (entidade pública) atingiam indivíduos que reagiam ao autoritarismo nacional, com tentáculos da ordem mundial – na busca por poder. Com menos vítimas no Brasil, entretanto, motivo de repulsa, mas com milhares de torturados nos dois países latino-americanos, que ainda tentam levar aos tribunais seus algozes.

Finalmente, as guerras não fazem um país de vítima, mas atingem nações em outros lugares, que somadas levariam a exaustão uma audiência pouco interessada ao sensacionalismo. Contudo, o excesso de imagem em apenas um símbolo deixa à mostra realidade que chama a atenção para apenas alguns ícones da guerra. Privilegiando imagens que não chegam a todos, sensibilizando para os acontecimentos fatídicos, com justiça.

Hipocrisia da guerra

INTERESSES INTERNACIONAIS – A guerra na Líbia se mostra um lugar importante para entender as diversas afirmações dos países centrais, como Inglaterra, França e Estados Unidos. Num primeiro momento, a informação era de que havia um descontrole político do governo de Muamar Kadafi, portanto, o tornava a revolução promovida por insurgentes inevitável.

Diante da dificuldade de vencer o exército líbio, o mundo ficou sabendo que milhares de civis estavam morrendo – o que parece não ser novidade nas guerras, que tem como base o econômico -, como resultado do conflito, portanto, seria fundamental a presença de um órgão externo, neste caso a ONU.

Depois de algum tempo, além de fechar os espaços aéreos do país norte africano para evitar o uso de aviões, as nações internacionais passaram a liberar armas para os chamados insurgentes e explodir pontos estratégicos, onde poderia haver focos de artilharia do país. Com isso se estabelece uma guerra que não insurge a partir da política local, diante de um chefe de governo que está há mais de 40 anos, portanto, uma ditadura.

Com o avanço das tropas “revolucionárias”, as informações são da vitória da democracia ocidental, pois não haveria ingerência externa. Mas hoje o presidente francês Nicolas Sarkozy informa que a guerra continua até encontrar Kadafi, ainda uma ameaça. Conforme matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo,  “A guerra ainda não acabou. Ainda há confrontos. Por isso a OTAN está pronta para continuar nossas operações o quanto for necessário”, disse o secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen. Operações significa uso de armas estrangeiras “com fins pacíficos”.

Afinal, trata-se de uma luta interna, com interesses democráticos que interessam aos líbios ou a invasão é externa? Se assim for, o mundo corre perigo diante dos chefões internacionais. Agora, quem será governo? A democracia não pode representar interesses apenas ocidentais.

O “poderoso chefão” da política

De fato, a revista veja é importante no campo da comunicação, como são os meios de comunicação para a informação da sociedade – não há como duvidar. Entretanto, neste campo movediço, o governo busca sua defesa e ataques, assim, como a oposição tem seus mecanismo de fazer política e melindrar os opositores. Este é o mundo da política

MEIOS DE INFORMAÇÃO – A matéria de capa da Revista Veja da semana (foto ao lado) movimentou os demais meios de comunicação, sobre as denúncias contra o petista e ex-ministro de Lula José Dirceu, o qual estaria conspirando no governo em prol de interesse de seu grupo político. Com imagens ao lado de importantes ministros da administração Dilma Rousseff (PT), nas páginas internas, permite o semanário paulista afirmar que o ex-chefe da Casa Civil é “O poderoso chefão”, diante das negociações escusas, definindo quem fica e sai do governo. Em essência, estratégias discursivas que estabelecem disputas na montagem do cenário político nacional.

Veja sempre contestada por parte de intelectuais brasileira, políticos e movimentos de esquerda obtém apoio de importantes alas do setor econômico brasileiro, pois defende um Estado menor, ou seja, responsável pelos serviços essenciais, como saúde, educação, etc., ficando para o mercado a regulação social, que deverá ser de responsabilidade do mercado – eis a proposta da chamada corrente neoliberal. Desta forma, a privatização é o caminho para uma sociedade desenvolvida e do futuro, assim, como ocorre nos países desenvolvidos – a exemplo dos Estados Unidos. Talvez seja uma aposta que está na contramão do chamado mundo moderno, pois as nações ditas liberais, com as crises, passaram também a valorizar o Estado como ente fundamental, para evitar os interesses insaciáveis de grandes “empreendedores”, principalmente do setor financeiro.

Na própria origem o veículo define o seu lugar de fala, pois a família Civita vem dos Estados Unidos para cá, e a revista foi pensada tendo como modelo a Times, Nova Iorquina. Nada demais, deve haver espaço para as várias linhas de pensamento para o debate sobre os rumos políticos e econômicos. Criticar a revista paulista faz parte do processo de disputas na definição de ideias, as quais tem reflexos na sociedade, e deverá influenciar a opinião pública. De fato, muitas vezes há excessos que vai além da informação pelo semanário, que se torna partido político, faz justiça e se alinha a apenas uma visão de mundo, a conservadora – por vez ultradireita.

O radicalismo nem de direita ou de esquerda não leva a resultados democráticos, porque retira a capacidade de decisão da sociedade, tornando as pessoas somente como massa de manobra, a qual tomaria decisão depois que os seus líderes, no campo de batalha, definissem o vitorioso. Evidentemente, que esta não é a realidade.

As denuncias contra o ex-ministro não traz muitas novidades, a não ser pela sensação de denuncia. Pois, não há dúvidas que as articulações políticas existem permanentemente, e Dirceu não parece ter poder extremado, como retrata a revista, sobre a administração de Rousseff. Caso estejam ocorre sobreposições dentro do governo, torna-se grave, pois o ex-ministro não tem cargo administrativo ou  exerce função pública no Congresso Nacional. Mas não se pode condenar o jogo político, feito pela direita e esquerda e o centro político, sendo nacional e internacional. Não há santos neste mundo.

Possivelmente Antônio Palocci (PT) tenha mesmo saído do governo em função de ações internas do partido, não tem como provar, mas pode especular que nesta missão política, o ministro não recebia apoio de toda a liderança do seu partido, e veio a sofrer derrota. No governo Palocci se comportou como mediador entre governo e empresários, uma espécie de negociador privilegiado, que exigiria movimentos políticos. Mas o seu enriquecimento e posições tenha melindrado as relações na cúpula do PT. Portanto, o ex-deputado teria deixado o seu cargo, não em função de denúncias da oposição, mas de diferenças partidárias internas.

De fato, a revista veja é importante no campo da comunicação, como são todos os meios de comunicação para a informação da sociedade – não há como duvidar. Entretanto, neste campo movediço, o governo busca sua defesa e ataques, assim, como a oposição tem seus mecanismo de fazer política e melindrar os opositores. Este é o mundo da política.

Mas deve-se esclarecer que o leitor é capaz de saber “onde o calo aperta” e definir qual partido tomar. Pois, a rigor, se dependesse das alas conservadoras, o país seria “Os Estados Unidos do Brasil”. Já a esquerda tem uma dura missão, mostrar seu valor na ruptura de modelos eternos, num intrincado processo de negociação.