Metáforas populares

Em resumo, entretanto, o posicionamento do presidente é simplificador de uma realidade que vai mais além do que se percebe e se pode ver.


Política - Difícil imaginar as dificuldades dos grupos líderes na ordem social de entender as "gafes" do presidente. Há vários lados que precisam ser avaliados quando Luiz Inácio Lula da Silva diz que a crise é “culpa dos brancos de olhos azuis”, a começar pelo interesse do presidente de mandar recados para as classes pobres brasileiras, que ao longo de séculos é informada que os ricos têm classe e cor de pele. Aqui se destaca a escravidão imposta a população africana e a um grande número de pessoas sem pátria – mesmo sendo brasileiros - que não participam do poder econômico. Portanto, o comentário tem endereço e audiência e, verdade, causa muito mal-estar entre os colonizadores e escravagistas, dos tempos passados e presentes.

Numa outra linha, há um choque nos detentores do poder econômico global, ao apresentar advertência em relação ao posicionamento que o governo brasileiro assume no poder. Assim, se estabelece um enfrentamento com determinados grupos nacionais, representantes de interesses financeiros globais, os quais revidam com um contra discurso. Neste sentido, cabem argumentos os mais diversos como discriminação, pobreza de espírito, incapacidade de argumentação, etc. Verdade, que, nesta luta pelo poder, ganha mais condições de se estabelecer quem tem mais competência para constranger os adversários publicamente.

A mídia repetiu a afirmativa do governo durante todo dia desta quinta-feira (27), com repercussão nas rádios e televisão, e os jornais impressos continuam com as críticas. A rigor, o posicionamento demonstra as lutas que acirram em um momento de crise. O posicionamento do presidente merece ser criticado se vai de encontro às lógicas traçadas previamente numa visão de ordem mercantilista, mesmo considerando a necessidade de avaliar que a crise é global e financeira, advinda de alguns países europeus e Estados Unidos, ou seja, de um mercado ordenador do sistema social.

Em resumo, entretanto, o posicionamento do presidente é simplificador de uma realidade que vai mais além do que se percebe e se pode ver. Mas bem perto está as chagas vivas de uma crise que mexe com a estrutura que sustenta um sistema que tem fissuras, que, entretanto, deverá sofrer mudanças abruptas ou não conforme os discursos difundidos.

Política sem realidade

A análise do governador é simplista e simplificadora demais para alguém que faz uso do poder de representação de um estado.


Política - "Só fala em candidatura neste momento quem não tem trabalho a fazer." Com esta frase o Governador Alcides Rodrigues discursa para a sociedade do estado para dizer que vai continuar indefinido – em cima do muro, acenando para todos os lados – neste momento de composição política para as eleições de 2010. Bem se sabe que política se faz todos os dias, independentemente do que se tem a fazer. Terminada uma eleição, começa-se outra imediatamente. Caso não seja assim, o melhor que se tem a fazer é exatamente buscar outro meio de sobrevivência, não o de representação social.

A análise do governador é simplista e simplificadora demais para alguém que faz uso do poder de representação de um estado. Certamente, os grupos empresários sabem bem que o discurso de Alcides não condiz com a realidade, muito menos as lideranças políticas goianas. Então qual é o propósito? A opinião pública, por sua vez, está mais politizada do que pode imaginar o governador, ainda mais considerando que as ações do estado não condiz com os interesses de transparência que se espera do timoneiro que se fez popular justamente no bojo de uma boa campanha eleitoral.

O governador Alcides Rodrigues, ainda tem um grande caminho a percorrer para convencer a sociedade sobre sua real capacidade de governar e fazer política, por isso, deveria evitar as frases prontas e sem relação com a realidade social.

Movimentos políticos em Goiás

O que fica claro é a falta de capacidade de políticos goianos de mudar seu discurso e propostas, mesmo considerando as novas perspectivas sociais e econômicas globais.


Eleições - Apesar de alguns nomes definidos para as eleições de 2010 para o governo de Goiás, o cenário continua obscuro, mas os movimentos políticos que se apresentam desenvolvem estratégias já conhecidas, envelhecidas. O processo está sendo desencadeado como princípios que remontam uma estrutura que faz parte das práticas das lideranças do estado. Os grupos econômicos goianos começam a sinalizar os apoios para campanhas políticas no sentido de resguardar seus interesses e idéias sobre o cenário social.

Torna-se imprescindível notar que a capital Goiânia faz parte de uma busca pela prioridade de uma ordem política e econômica para o estado, considerando que a antiga capital, Cidade de Goiás, estaria sob o poder das lógicas partidárias rurais, o que impediria o desenvolvimento capitalista apregoado por grupos econômicos brasileiros. Desta forma, seria indispensável à mudança das lideranças do estado, cujo objetivo seria a inserção do capitalismo liberal na ordem das discussões e práticas sociais. Na verdade, o estado ainda mantém sua base no agronegócio, entretanto, com a força ainda emergente do setor econômico produtivo, que movimentou o mundo principalmente na virada do século. Certamente, o governo de Fernando Henrique Cardoso representou bem este ideal quando esteve no poder. Por isso, continua sendo ouvido e apoiado por um grande número de pessoas de destaque no Brasil, inclusive em Goiás.

Pontualmente, os dois postulantes ao cargo de Governador, Íris Rezende de Marconi Perillo trabalham com perspectivas diferentes do cenário social. A visão de realizador do primeiro pode objetivar o apoio de grande número de eleitores principalmente da periferia, sendo apoiado pelos petistas, hoje com grande importância na esfera federal. Por outro lado está o tucano que se aproxima da classe empresarial que travam batalhas por um estado na ordem econômica, com uma economia liberal. Por isso, o slogan já envelhecido "tempo novo". A rigor, devido aos novos tempos de crise, com o liberalismo sendo questionado, o novo já se tornou velho. Contudo, o ideal progressista continua na mente urbana dos empresários, políticos e de um grande número de pessoas da classe média.

Nesta disputa vem outro nome, o de Henrique Meirelles, que acaba agregando dois pontos importantes dos ideais goianos: o liberalismo estrutural sonhado pelos empresários, a força da militância do PT - com lastros políticos entre os empresários - e a força de um presidente popular.

Assim, embora não haja nada definido, muito longe disso, já é possível reconhecer as diferentes táticas dos participantes do jogo político. O que fica claro é a falta de capacidade de políticos goianos de mudar seu discurso e propostas, mesmo considerando as novas perspectivas sociais e econômicas globais.

Retrocesso da globalização

Certamente outros movimentos em sentido contrário, alimentado pela estratégia de controle, devem ser lançados, a não ser que definitivamente caminhamos para uma nova realidade econômica e social, o que é pouco provável.


Sociedade - Um tema pouco analisado nestes tempos, apesar da grave crise global, é exatamente a retomada do princípio regional. Se nos anos 90 na pauta da imprensa e literatura estava a globalização social e econômica inevitável, hoje a discussão são as mudanças no comportamento do sistema, em uma aldeia global. Como as tecnologias permitiram o avanço do contato entre seres humanos dispersos no espaço, este mesmo movimento permitiu a delimitação das fronteiras, afinal, a busca de concentração de riquezas em alguns países desmereceu a capacidade de percepção do homem no seu espaço de vida.

Portanto, países tidos como centrais - algumas nações européias (como Inglaterra, França e Alemanha), Estados Unidos e Japão - vêm ao longo dos últimos anos perdendo status de grande potências que dominam de maneira absoluta o planeta, para dar espaço a novas formas de tratar o poder, sobretudo, econômico. Neste momento, diante da crise, os países em desenvolvimento conseguem ter condição financeira melhor do que países dominantes do século passado. Evidentemente, que isso não quer dizer que o Brasil passou a ser um império, longe disso. O fato é que as nações se organizam internamente na definição de seus líderes, no sentido de evitar um estado de submissão eterna.

Estes movimentos podem ser sentidos na América Latina, por exemplo, quando os presidentes eleitos fogem ao modelo desenhado pelas grandes nações hegemônicas. Na realidade não se trata de salvadores da pátria, mas grande parte da sociedade passou a ter conhecimento da realidade, mesmo que de maneira ainda pouco transparente, mas o suficiente para entender minimamente o processo de empobrecimento e angústia, diante de um quadro de servilismo. Talvez daí surja o rompimento no Brasil com forças políticas que no passado permitiam esta ligação entre uma sociedade pobre, dentro de uma estrutura, que ligasse o país às nações centrais e desenvolvidas, de maneira subserviente. De fato, é um processo que precisa ser analisado e que vem emergindo de maneira latente.

A desglobalização ocorre, indubitavelmente. Importa saber, entretanto, quais são as estratégias daqueles que acostumaram com o poder global, remanescente do século XV, para evitar a perda do controle, da ordem. Certamente outros movimentos em sentido contrário, alimentado pela estratégia de controle, devem ser lançados, a não ser que definitivamente caminhamos para uma nova realidade econômica e social, o que é pouco provável.

Terceira via em Goiás


Eleições 2010
- Neste blog se fez uma pesquisa para saber em qual candidato os internautas votariam. Os nomes colocados, em ordem alfabética, foi os de Íris Rezende, Henrique Meirelles, Marconi Perillo e Ronaldo Caiado. No final, constatam-se alguns pontos importantes, que, entretanto, serve apenas para sinalizar uma tendência. Poucas participações na pesquisa, o que evidencia a dúvida de muitos sobre os candidatos postos – a ainda pouca audiência do blog - , principalmente aqueles que defendiam bandeiras e agora se mostram em dúvida sobre sua viabilidade.

Íris Rezende passa a ter mais apoio, neste momento, seguido de Henrique Meirelles. Marconi e Caiado não tem votos nesta pesquisa. O atual prefeito aparecer como destaque para 2010 não é nenhuma novidade, entretanto, a presença de Meirelles sinaliza para uma terceira via para Goiás. Afinal, Rezende está em evidência e candidato, sendo que o atual ministro de Lula aparece apenas sorridente na mídia, sem demonstrar claramente suas pretensões para o ano que vem. Então é aguardar para ver. Ficar de olho é importante, principalmente os políticos desatentos com a opinião pública.

Governo e ética

Desta forma, em meio a denúncias obscuras, um estado com pouco avanço na resolução de seus eternos problemas político e econômico, as chances de uma terceira via aparecer e ganhar o apoio popular se tornam cada vez maiores.


Política - Realmente falta transparência na Assembléia Legislativa do Estado de Goiás. Toda vez que se propõe fiscalizar, o que seria o papel da instituição, esbarra nas determinações do governo e conivência dos deputados. Isto significa dizer que o executivo tem a prerrogativa de suas ações sem o olhar atento deste poder, cujos membros foram eleitos para exercer a função que deveria ser a de representar a democracia e os interesses da sociedade. Não é exatamente o que vem ocorrendo, afinal foram várias denúncias encerradas estrategicamente, sem muito debate, entre elas os gastos com a educação e a dívida da Celg. Esta última uma negativa de CPI fílmica, porque os discursos pareceram uma a torre de babel, onde se fala de tudo e não nada – pelo menos convincente.

Por outro lado, o próprio governador deixa de usar de sua força política para enfrentar os grandes problemas do estado, evidentemente comuns, para se dedicar a apagar incêndios que iniciam a cada semana, o que ocorre desde o início deste governo. O melhor seria que as dúvidas sobre os gastos com o dinheiro público não existissem, mas como não é esta a realidade, cabe ao governador usar da transparência para dizer aos eleitores o que de fato ocorreu. Esconder não é uma boa saída nem para os políticos de plantão e menos ainda para a sociedade que sabe das conseqüências da crise econômica global com reflexos locais.

O que se apresenta, em resumo, são: um legislativo que faz gastos desproporcionais sem, no entanto, exercer a sua função de legislar e fiscalizar e um governo que repete as fórmulas falsas de um discurso que encobre os erros políticos, por isso, frágil aos olhos da opinião pública. Desta forma, em meio a denúncias obscuras, um estado com pouco avanço na resolução de seus eternos problemas político e econômico, as chances de uma terceira via aparecer e ganhar o apoio popular se tornam cada vez maiores.

Capitalismo ameaçado


Na realidade, o capitalismo vem há décadas com dificuldades para se manter. O seu erro não está na falta de interesses político em manter sua estrutura, mas advém das mudanças inevitáveis na organização social.

Economia - Os líderes globais da economia, política e cultural estão preocupados com as novas medidas tomadas pelo novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em especial, o símbolo do atual sistema. A estatização de bancos, o distanciamento dos afagos com a imprensa e com um olhar direcionado aos pobres que o elegeram são o suficiente para imaginar que o capitalismo estaria sendo ameaçado. Com a crise o grupo seleto de milionários teve perdas substanciais dos seus patrimônios, sem obter ajuda esperada pelos governos locais e em especial no país americano. Uma surpresa para quem está acostumado ao apoio e dinheiro farto emprestado de pai para filho – recursos públicos, diga-se de passagem.

Na realidade, o capitalismo vem há décadas com dificuldades para se manter. O seu erro não está na falta de interesses político em manter sua estrutura, mas advém das mudanças inevitáveis na organização social. São muitos séculos de acúmulos de capital por parte de apenas uma minoria, enquanto milhares estão descapitalizados vivendo à margem do sistema social, numa periferia em que não chega as grandes inovações tecnológicas modernas. Portanto, um mundo de recursos publicizados para uma vida melhor, mas restam apenas migalhas para milhões. Quando não a falta plena do básico, que seria garantido numa sociedade verdadeira, sem as prerrogativas do objeto, que vale mais do que o ser humano.

A própria vitória de Obama está nesta direção, ou seja, culmina com o interesse não-alienado da população em participar das benesses que o sistema que produz, mas exclui demasiadamente. Não é possível imaginar a vitória de alguém de perfil - considerando a origem do presidente estadunidense, que agrega os valores dos marginalizados - sendo simplesmente o desejo de uma elite econômica. Trata-se, a rigor, de um movimento social – porque não dizer global - que num primeiro momento se mostrou pouco provável.

Contudo, o capitalismo está longe de seu fim. A gritaria faz parte de um jogo de cena que serve para as lideranças demonstrarem sua capacidade de aglutinação e luta em prol de seus grandes interesses. O sistema continua, mas mudanças passam a ser inevitáveis, seja a curto ou a longo prazo. De fato, entretanto, há tensões que levam a rupturas importantes para menos exclusão e mais igualdade social. Neste campo muitas lutas devem ocorrer.

Miragem política


As negociações perpassam todos os matizes de pensamento, cujo resultado é a falta da lógica para o desenvolvimento social.


Política - Definitivamente o espaço política perdeu a lógica da realidade em que vive a sociedade. A esfera pública está cada vez mais secundária nas definições que se estabelecem no espaço representativo. No governo federal e no estado goiano o pensamento reinante está em desacordo com as lógicas do homem social. Os partidos deixaram de significar idéias para se tornar interesses de grupos hegemônicos, e, em determinados casos, sobressai o comando de um único líder, em torno do qual gravita um grande número de autoridades eleitas. Por conseguinte, milhares de pessoas não atingem os fins que deveriam o voto democraticamente deveria proporcionar.

No que se refere à Brasília, o Partido dos Trabalhadores acompanha a figura do presidente da república na definição de estratégias nas relações políticas, sem, no entanto, se valer das da consciência dos integrantes partidários que deveria seguir ideologia publicizada. No final, escondem-se os ideais para manter o pensamento focado no poder. As negociações perpassam todos os matizes de pensamento, cujo resultado é a falta da lógica para o desenvolvimento social. Neste contexto, a todo instante, o partido do presidente, sem se resignar, abre mão de cargos importantes no congresso para as estratégias de governabilidade, a qual parecer exigir a imersão no mundo das trocas políticas. Muitas vezes tem-se a impressão do teatro das marionetes.
Embora não seja a primeira vez, mas o congresso hoje é dirigido pelo PMDB, sendo os timoneiros José Sarney e Michel Temer, portanto, uma grande força que, de alguma forma, está na contramão dos votos dos brasileiros que entenderam ser o momento da “esperança vencer o medo”. Neste jogo entra em campo Jarbas Vasconcelos para dizer que o seu partido, o PMDB, é uma organização que se preocupa com as negociatas. Em resumo um partido de grupos que se volta para práticas escusas. Evidentemente, que por trás da gritaria estão as eleições de 2010 numa rede de envolvimento que terá reflexo futuros – o PSDB de José Serra interessa pelo bate-boca e mais divisões do maior partido no poder.

A rigor, independentemente das negociações, o que se tem é um congresso com grandes figuras que perenizam em Brasília. As mudanças tentadas pela sociedade não tem reflexo no congresso nacional, que marotamente vai construindo sua trama. Um filme que todos conhecem o final, afinal se repete há séculos.

Em Goiás também se torna emblemático a situação da Assembléia Legislativa que se esquiva de colocar a pública, o que seria no mínimo sensato, os desvios dos recursos da Celg, o que resultou numa dívida impagável. Conforme o Secretário da Fazenda Jorcelino Braga, as cifras chegam a 5,7 bilhões de Reais. Sem dúvida, a despesa será bancada pela sociedade. Portanto, os representantes do estado deveriam deixar transparentes os reais motivos de tantos gastos para um estado sem economias, e sendo escusas, os responsáveis devem ser conhecidos. Pois, quando se acoberta os erros políticos, certamente, alguém ganha, e não será o responsável pela conta, de fato. E o que é pior, continua com suas tramas partidárias em busca do poder libertador.

A posição do governador, sem dúvida é de desconforto, pois, sem dinheiro em caixa precisa negociar com os diversos partidos, buscar apoio na oposição e acenar para o governo federal. Na verdade uma saia justa, pois terá que acomodar em um único lugar interesses e ideologias as mais diversas. Muitas vezes fazer vistas grossas as reivindicações da população para atender exigências paroquiais. Ao final, torna-se um governo fragilizado sem linha ideológica imaginada pelo eleitor, este notoriamente secundário no processo de poder política e econômico, também no estado. Somente ganha destaque na hora de quitar as dívidas que, geralmente, têm altos custos, cujo reflexo se pode notar na saúde, educação, segurança, no trânsito, etc.

No mundo pós-moderno houve uma transformação dos lugares, as mudanças urgentes levam a pura miragem sem haver tempo para formar identidades, portanto a mercê das lógicas do simulacro de uma realidade que não pode ser vista estruturalmente, mas apenas miragens que se parecem com o real. Num universo como este vale tudo, até mesmo não valer nada.

Realidade política


A atitude dos parlamentares somente deixa obscura a condição política do estado que trata o dinheiro público como de ninguém, saído de máquina mágica.



Economia - 5,7 bilhões. Finalmente se tem o valor da dívida da Celg depois de muitas informações estrategicamente desencontradas. A divulgação dos números foi feita pelo Secretário de Fazenda do Estado Jorcelino Braga em entrevista ao jornal O Popular na edição de domingo (08). Um rombo para ninguém botar defeito e que demonstra a necessária apuração para saber para onde foi parar este dinheiro todo que saiu do bolso dos contribuintes goianos. Mas nesta terça-feira (10) a Assembléia Legislativa sinalizou recuo na implantação da urgente CPI para analisar o caso. A atitude dos parlamentares somente deixa obscura a condição política do estado que trata o dinheiro público como de ninguém, saído de máquina mágica.

Ora, dizer que o governador Alcides Rodrigues está preocupado em resolver o rombo da estatal e não quer discussões políticas que pode inviabilizar a empresa seria uma falta de bom senso no trato com a inteligência da opinião pública. A Celg está numa situação insustentável e precisa sanar suas contas o mais breve possível. O colapso no fornecimento de energia eficiência é iminente, a queda de energia se revela uma constante. Não será com cumplicidade e desonestidade que Goiás vem caminhar para frente. Se não houver informações claras sobre a estatal qual será a percepção da sociedade sobre os políticos que deveriam cuidar do bem público e que fez um rombo estratosférico? A rigor, qual é a posição das lideranças sociais, dos empresários, dos intelectuais?

Ao que parece, mais uma vez, os políticos goianos perdem a chance de serem transparentes, e o que é pior, aparecem com discursos vazios, que não resolvem o problema e ainda por cima faz aumentar a dúvida sobre a seriedade e sensatez da categoria na representação com ética da população. Caso não seja aprovada a CPI, o que parece o mais provável, não resta dúvida que a discussão social vai continuar, exatamente pela falta de estrutura da estatal que atinge a todos. No final haverá muitos políticos com sua biografia manchada com ou sem razão. As eleições de 2010 estão próximas, portanto, o caso deverá perdurar por mais tempo. Para muitos esconder a realidade debaixo do tapete parece não ser uma boa estratégia.

Movimentos radicais


No Brasil, são milhares de anos de proprietários espoliadores de terras públicas, grileiros e tomadores de glebas que legalmente foram aquinhoadas, mas imoralmente.


Política Agrária
- Novamente o Movimento dos Sem-Terra está nas páginas dos jornais brasileiros que surge sempre com o olhar contestador do formador de opinião midiático. Na realidade, todos os movimentos sociais, que nascem do espaço social, deverão sofrer o repúdio daqueles que perdem pequenas partes do poder político e econômico. Os enfrentamentos são indispensáveis no sentido de permitir a igualdade social. A sociedade não pode ser apenas o lugar de uma ordem determinada, sem questionamentos que permite mudanças para certa igualdade e democracia.

Nada justifica as mortes no campo, numa luta que geralmente atinge pessoas desafortunadas. Se há radicalidades no MST não se deve esquecer que existe violência do outro lado, defensores do latifúndio, no que se refere a manutenção da hegemonia. No Brasil, são milhares de anos de proprietários espoliadores de terras públicas, grileiros e tomadores de glebas que legalmente foram aquinhoadas, mas imoralmente. Difícil imaginar que o congresso nacional, dirigido por várias autoridades que mantém grandes latifúndios, pudesse defender a redução das grandes propriedades. A rigor, questão que precisa ser discutida, pois a terra precisa atender o seu fim, não de capital, mas de produção. Mesmo que as plantações, que devem ocupar pequenas extensões, sirvam apenas para a subsistência de uma família, sem a lucratividade sacrossanta.

Há radicalidades nos movimentos sociais, sem dúvida, mas os atos reacionários vão além da simples razão, e que infelizmente estão fora das discussões das grandes mídias. Assim caminha a humanidade e o Brasil.

O Barco Brasileiro


Uma leitura rápida da atual conjunta deixa transparecer uma perenidade de alguns nomes no comando dos interesses da nação, nem sempre populares.

Política - No Brasil as movimentações políticas se mostram efervescente, como é de se esperar na sociedade que se quer democrática e participativa, entretanto, apesar dos enfrentamentos que se percebe, por trás se solidifica uma enorme hegemonia de alguns grupos que usam de diversos mecanismos, nem sempre legais, para se manterem no poder. A cada dia o dinheiro público se torna um recurso de ninguém, ou melhor, apropriado por alguns iluminados homens de castas sociais que perpetuam no poder. Uma leitura rápida da atual conjunta deixa transparecer uma perenidade de alguns nomes no comando dos interesses da nação, nem sempre populares. Parece que não há liberdade de escolhas, aceitar é a única saída, conforme as jogatinas entre paredes.

Ainda há as questões ideológicas que parecem nem existir. O que importa é a habilidade que resulta na arte de transparecer honestidade, a qual, a cada dia, se mostra menos real. Neste jogo, entra até mesmo o governo federal, que põe o pé em todas as canoas que trafegam os rios caudalosos de Brasília e se esquece que não definir rumos certos pode levar a lugar algum, mesmo considerando o desespero de uma sociedade sem saída. Difícil imaginar, por exemplo, um presidente que está acima de seu partido.

Afinal, a formação – ou viabilidade - de um homem político requer a união de várias mentes pensantes, no sentido de construir um consenso sobre a realidade defendida, ou projeto a tratar. Neste quesito o PT está fora das lógicas governamentais. Lula sozinho é o partido, situação que vem se materializando na América Latina. Entretanto, no Brasil há especificidades que não podem ser esquecidas, como, por exemplo, sua longa realidade de coronéis e as leis que servem a metrópole, ou o poder econômico.

O partido de oposição, o PSDB, sequer tem uma figura representativa que demonstre viabilidade política. José Serra é uma incógnita e Fernando Henrique Cardoso não tem notoriedade para enfrentar uma eleição, mesmo que quisesse. Aécio Neves não conta com o apoio partidário e não tem maturidade para estar na Presidência da República.

Neste ínterim, resta o crescimento do PMDB que joga no sentido de ser o partido que viabiliza o poder e, para tanto, exige o seu quinhão, independentemente de quem esteja no trono. O Brasil partidário e dominador, neste sentido, caminha, com o olhar nas massas, cujo princípio é alegrar os ignorantes. Entretanto, cabe destacar, o homem moderno – a maioria marginalizada - está a cada dia menos passivo e mais participativo.

Resposta - DONOS DA CIDADE

Publicado aqui no dia 4 de março - uma quarta-feira - o texto "donos da cidade" mereceu da estudante de Comunicação Social Laila Milhomem a seguinte consideração, a qual publicamos na íntegra nesta página. O objetivo é ampliar o debate.

"Qualquer pessoa que já tenha viajado para outras capitais de Estado constata: temos em Goiás os piores motoristas do país, inclusive somos assim tachados em todo território nacional.
Embora muitos tentem argumentar que o trânsito está caótico em função do excesso de veículos nas ruas, eu atribuo nossas péssimas condições de trânsito aos péssimos motoristas que somos. Em Goiânia muitos reclamam que existem muitos locais de trânsito engarrafado, porém ninguém pensa em deixar o carro em casa...porque é necessidade imperiosa em nosso cotidiano moderno.
Não conheço local em Goiânia onde se fique absolutamente parado em engarrafamento por mais de cinco minutos, a menos que tenha havido no local algum problema como os comuns acidentes em via urbana, causados por nós mesmos, péssimos motoristas.
Se deixássemos de ser bairristas, procuraríamos ver que engarrafado é o trânsito em SP, RJ e BH. Aqui há muitos carros, o trânsito é lento, mas flui. E só não flui melhor porque temos uma construção de vias de concepção igualmente bairrista, onde há excesso de permissão de conversões à esquerda e muitos, muitos cruzamentos. Nas cidades mais modernas, há que se andar um pouco mais e fazer o retorno, contornando a quadra. Só não flui melhor ainda pelo excesso de motoristas donos das vias, sem noções mínimas de prudência, perícia, e ainda de cidadania, respeito, ética e demais valores humanos.
Em suma, o problema do trânsito não são os carros, nossos objetos, e nem a pouca fiscalização, mas nossa própria ignorância. E que permaneçam os veículos mas sejam banidos de vez os maus condutores."

5 de Março de 2009 08:26

Humor
















Uma charge que, com humor, retrata momentos vividos por alguns poucos políticos, bem verdade, não somente brasileiros. Publicado pelo Jornal Folha de S. Paulo sábado (07/03/2009).

Política do esquecimento

Economia - O caso Celg vai a cada dia sendo esquecido, apesar da oposição insistir no assunto. Os meios de comunicação goianos preferem se afastarem do caso, causando somente algumas poucas explicações de maneira a não aprofundar o assunto. Evidentemente, que é possível fazer um levantamento sobre o período de maiores gastos, realizarem entrevistas com os principais responsáveis pelo dinheiro retirado dos cofres da estatal, com o objetivo de informar a sociedade sobre o desvio de verba.

Certamente este será um dos motes da oposição, leia-se PMDB, para atacar a gestão tucana de Marconi Perillo, mas o importante realmente é conhecer os responsáveis para o ressarcimento da verba público para então haver uma melhor qualidade na prestação de serviço da instituição. Neste contexto, a punição deverá emergir sociedade maneira direta os seus representantes inábeis ou espoliadores, pois ao conhecer os fatos e suas intenções no que se refere à esfera pública, a eleições ganha status de liberdade e democracia. Assim, que se dá a renovação, caso contrário apenas se estabelece o domínio.

Como se avalia nos bastidores, mesmo com a venda de partes da Celg para o governo federal, ainda ficarão dívidas contabilizadas em 4 bilhões de Reais. Sem contar a dívida, que ainda não se sabe o valor, da Saneago. Outra estatal importante que tem comprometida sua capacidade de cumprir sua obrigação que é a de levar saneamento básico e água tratada às famílias goianas, com qualidade.

Será que a sociedade pagará mais uma conta, sem sequer saber da verdade para onde foi o dinheiro que não caiu do céu?

AS MULHERES

Viva as mulheres, de todas as raças e crenças, hoje, e sempre.


Social - Este domingo é um dia importante para lembrar participação da mulher na luta social. Não somente do seu papel de mãe, mas um ser com igualdade de direitos, que ao longo dos séculos conquistou espaços numa sociedade crivada pelo machismo e discriminação social. Embora, ainda sofre com as diferenças e estereótipos das publicidades, novelas, cinema e na rua, na atualidade sua participação no espaço público se efetiva como nunca.
Notória sua busca pelo conhecimento, pois nas salas de aula elas são a maioria, portanto, forma-se em número maior do que os homens que ainda percorrem o caminho do resultado rápido e momentâneo – reflexo de uma sociedade organizada apenas para o trabalho.

Um ponto importante a refletir é a necessidade de as mulheres serem diferentes do que os homens no modo de agir e pensar as relações sociais, afinal não devem ser iguais e nem diferentes, mas precisam agir socialmente com comportamento que resulte em um mundo melhor e não seguir as metas questionáveis desta modelo social, simplesmente pós-moderno, certamente período de sofrimento para muitos mais do que eras anteriores, apesar do avanço tecnológico, da comunicação.

Assim, há a necessidade de acreditar nelas com o propósito de uma sociedade melhor, mais humana e fraterna. Esta parceria entre homens e mulheres num espaço de igualdade poderá culminar na segurança e harmonia sempre imaginada e nunca conseguida por todos.
Viva as mulheres, de todas as raças e crenças, hoje, e sempre.

Lei de Imprensa em julgamento

Mídia - Neste mês de março o Supremo Tribunal Federal deve julgar o processo que alega inconstitucionalidade da Lei de Imprensa em vigor, que é de 1967. Verdade, que vivemos em outros tempos, com novas tecnologias da comunicação, com governos que se apresentam como democráticos. Entretanto, torna-se indispensável ressaltar que a liberdade de comunicação não deve ser confundida com liberdade de empresa de comunicação. A esfera pública depende das diversas mídias para se conectar com os movimentos sociais, entretanto, os discursos em fluxos formam a opinião social que vai refletir na estrutura social.

Infelizmente, nesta luta, muitas vezes tenaz que chega a sustentação do injusto, a hegemonia da comunicação mediada por interesses escusos sem uma legislação clara, conforme interesse social, levará a péssimos resultados. A liberdade de comunicação deve-se nortear pela discussão aberta, mas não no sentido de ratificar privilegiar de grandes empresas de comunicação em detrimento de uma sociedade sem voz. As responsabilidades e os limites devem ser transparentes, considerando que não devem ser os jornalistas, no final os grandes penalizados pelas arbitrariedades promovidas por administradores que almejam resultados independentemente da ética.

Donos da cidade

A cidade tem seus proprietários, com a conivência daqueles que, eleitos, deveriam ser os representantes da comunidade.


Comum os meios de comunicação apresentarem uma grande discussão sobre o trânsito, mas o fato é: a cidade prioriza os carros em detrimento dos pedestres, dos cidadãos. Esta não é uma questão absolutamente cultural, simplesmente, como se apregoa. A questão é mais simples, trata-se de uma sociedade que valoriza os objetos, quem tem mais recursos econômicos obtém privilégio em um espaço que teoricamente deveria ser de todos, do público. Se há alguma dúvida, basta observar quais são os modelos de carros que invadem as calçadas, furam sinal de trânsito, estacionam em local proibido. São efetivamente carros de luxo, cujo dono tem status social. Isto significa dizer que não é por falta de conhecimento das relações humanas que se cometem infrações no trânsito. Há uma inversão de valores, o que é particular deve ser preservado, o que é do público não é de ninguém, ou melhor, de quem tem mais condições política e econômica.

Recentemente, o próprio órgão que deveria cuidar pelo bom desempenho do trânsito mantinha a cultura de livrar determinadas personalidades de pagar multas por infrações. Ou seja, a prefeitura, através de seus agentes, denomina quem paga e quem não paga por erros cometidos contra o público. Desta forma, o dono de um carrinho deve tomar cuidado, mas o proprietário do carrão não tem porque se preocupar. A cidade tem seus proprietários, com a conivência daqueles que, eleitos, deveriam ser os representantes da comunidade. Daí a falta de guardas para ordenar o tráfico de automóveis, pois este não é, de fato, o objetivo. Estranho.

Nas escolas particulares chega ao ridículo de uma senhora elegante estacionar o seu automóvel de última geração no meio da rua para o filho, mesmo consciente da enorme fila de cidadãos que se formou ao longo da via. Todos esperando a boa vontade da infratora, em pouco tempo começa a buzinação, o que gera outro problema a poluição sonora. Não quer dizer que homens não cometem os mesmo erros, a repetição é constante, independentemente do sexo. A diferença está na condição econômica e participação na estrutura política.

A rigor, a falta de escolaridade não é inteiramente a questão, mas a estrutura em que se forma um país. A classe média não deve entender que tem status para criar o caos, afinal, será vítima dele como ocorre com a segurança, a má educação, a injustiça social que a atinge com prioridade.

Políticos em movimento

Em Goiás aparece mais um candidato. Ronaldo Caiado (DEM) se lança para a disputa das eleições para o governo estadual, realizadas no ano que vem.



Política - As eleições de 2010 surpreendem pela disputa acirrada que começa com quase dois anos de antecedência, envolvendo líderes regionais e os grandes partidos políticos. Para a presidência a disputa mexeu com os diferentes grupos partidários, com envolvimento de lideranças econômicas, caciques políticos e ministério público. Em Goiás aparece mais um candidato. Ronaldo Caiado (DEM) se lança para a disputa das eleições para o governo estadual, realizadas no ano que vem. Por trás das candidaturas há sempre uma jogada que envolve estratégias diversas para atingir os adversários e objetivos propostos.

Conforme o Jornal Diário da Manhã (3) o Caiado se apresenta para ser mais uma via para as eleições que tem nomes certos para a disputa: o tucano Marconi Perillo e o peemedebista Íris Rezende. Ainda é dúvida, mas não está fora do páreo, Henrique Meirelles, sem partido, atual presidente do Banco Central. Deputado da bancada ruralista na Câmara, o pretenso candidato, inclusive, conhece o terreno, afinal foi postulante pelo PSD a cadeira de Presidente da República em 1989, oportunidade em que o emblemático Fernando Collor de Melo saiu vitorioso na disputa com Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, o líder do DEM postulou o cargo de governador em 1994, eleição vencida por Maguito Vilela (PMDB).

Com caiado na disputa, a base partidária idealiza por Marconi Perillo ficaria fragilizada, tendo apoio, entre os grandes partidos, do PP de Alcides Rodrigues, que mesmo seja aliado do tucano deve favores ao governo federal, que ao longo dos últimos anos privilegia o governo do pepista e libera grande quantidade de recursos para o estado. Portanto, não estará plenamente à vontade para uma campanha acirrada na oposição. Por outro lado, a atitude dos caiadistas pode aumentar o preço do apoio do DEM aos tucanos em Goiás. Evidentemente, com valores que vai de cargo num possível do PSDB, além de recursos para os candidatos do partido.

No final, trata-se, mais uma vez, de apenas mais uma jogada política, que ao longo do tempo ficará mais claro os objetivo verdadeiros, o que ainda não é possível. Como análise, na atual conjuntura Ronaldo Caiado somente usa de sua estrutura política para fazer especulações. Se pegar será mesmo mais uma via na campanha de 2010, se não tiver apoio popular terá vendido mais caro o seu apoio partidário, além e participar efetivamente do debate político. A rigor, um político não pode ficar fora da mídia.