Capitalismo ameaçado


Na realidade, o capitalismo vem há décadas com dificuldades para se manter. O seu erro não está na falta de interesses político em manter sua estrutura, mas advém das mudanças inevitáveis na organização social.

Economia - Os líderes globais da economia, política e cultural estão preocupados com as novas medidas tomadas pelo novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em especial, o símbolo do atual sistema. A estatização de bancos, o distanciamento dos afagos com a imprensa e com um olhar direcionado aos pobres que o elegeram são o suficiente para imaginar que o capitalismo estaria sendo ameaçado. Com a crise o grupo seleto de milionários teve perdas substanciais dos seus patrimônios, sem obter ajuda esperada pelos governos locais e em especial no país americano. Uma surpresa para quem está acostumado ao apoio e dinheiro farto emprestado de pai para filho – recursos públicos, diga-se de passagem.

Na realidade, o capitalismo vem há décadas com dificuldades para se manter. O seu erro não está na falta de interesses político em manter sua estrutura, mas advém das mudanças inevitáveis na organização social. São muitos séculos de acúmulos de capital por parte de apenas uma minoria, enquanto milhares estão descapitalizados vivendo à margem do sistema social, numa periferia em que não chega as grandes inovações tecnológicas modernas. Portanto, um mundo de recursos publicizados para uma vida melhor, mas restam apenas migalhas para milhões. Quando não a falta plena do básico, que seria garantido numa sociedade verdadeira, sem as prerrogativas do objeto, que vale mais do que o ser humano.

A própria vitória de Obama está nesta direção, ou seja, culmina com o interesse não-alienado da população em participar das benesses que o sistema que produz, mas exclui demasiadamente. Não é possível imaginar a vitória de alguém de perfil - considerando a origem do presidente estadunidense, que agrega os valores dos marginalizados - sendo simplesmente o desejo de uma elite econômica. Trata-se, a rigor, de um movimento social – porque não dizer global - que num primeiro momento se mostrou pouco provável.

Contudo, o capitalismo está longe de seu fim. A gritaria faz parte de um jogo de cena que serve para as lideranças demonstrarem sua capacidade de aglutinação e luta em prol de seus grandes interesses. O sistema continua, mas mudanças passam a ser inevitáveis, seja a curto ou a longo prazo. De fato, entretanto, há tensões que levam a rupturas importantes para menos exclusão e mais igualdade social. Neste campo muitas lutas devem ocorrer.

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