O príncipe e o palhaço

Necessário ressaltar a hipocrisia da defesa do mundo formal, alfabetizado que resulte num país moderno, considerando que boa parte de grandes empresários brasileiros e mundiais não concluíram um curso superior

EDUCAÇÃO - A discussão nesta semana é a participação do humorista e deputado Tiririca na comissão de Educação na Câmara dos Deputados. Desde sua eleição não sai dos noticiários, sempre na condição de ridicularizado, sendo que na realidade sobressai o temor que a sociedade tem pela invasão das mazelas da falta de respeito aos brasileiros que conviveram, muitos deles, na pobreza e na falta de conhecimento formal. Se analisado desta forma, o nobre deputado ganha ares de vitorioso, pois conseguiu superar todos os obstáculos e chegou à representação popular, mesmo fora das lógicas econômicas, excludente, muitas vezes.

De outro lado, chama a atenção do excesso de exposição do príncipe de Gales, Willian Arthur, da família real britânica, o qual aparece ao lado da futura princesa em todos os jornais e redes de televisão mundo afora. No Brasil, para a nossa sociedade tupiniquim qual a importância da família real da Inglaterra para tantas aparições e estímulo ao modelo monárquico? 

A sensação, no final, que é preciso valorizar o luxo e depreciar o lixo, mesmo considerando que o mundo vivo brasileiro é formado por problemas, os mais diversos que atacam principalmente as pessoas que vivem à margem deste processo formal, sobretudo, da ciência, que está muito longe de definir a verdade para a democracia e igualdade.

Necessário ressaltar a hipocrisia da defesa do mundo formal, alfabetizado que resulte num país moderno, considerando que boa parte dos grandes empresários brasileiros e mundiais não concluiu um curso superior, e estão na base da riqueza nacional e global. Muitos deles atingiram o rol dos mais ricos sem a necessidade de esquentar os bancos da escola, exemplo é o que não falta. Possível que cada um que lê este artigo conhece um destes ícones.

Desta forma, o deputado Tiririca já deu sua contribuição deixa claro que o rei está nu, sobretudo no que diz respeito à educação.

Globo não quer concorrência no Futebol

O melhor mesmo é o torcedor ter opção de escolha, na definição de qual televisão quer assistir os jogos de sua preferência

MÍDIA - A Rede Globo reclama da forma como está sendo conduzida a definição das transmissões do campeonato brasileiro para o triênio 2012-2014, e não participará da licitação dos direitos de transmissão. Entre os argumentos: o formato estabelecido pelo grupo dos 13  inviabiliza "assim qualquer perspectiva de um retorno compatível com os investimentos na compra dos direitos". Ou seja, somente interessa à emissora se houver exclusividades nas transmissões sem concorrência com as outras redes.

Mais adianta que vai negociar com os clubes separadamente (quebrando o acordo que a favorecia anteriormente, de fazer a oferta final depois de definidos os preços), pois, "chegarmos a um formato para a disputa pelos direitos de transmissão que privilegie a parte mais importante desse evento: o torcedor."
 
Dois pontos duas idéias: sua preocupação é com a viabilidade financeira (publicidade) e de outra o torcedor. Ao longo destes anos não foi exatamente o que ocorreu: a preocupação com o público, que muitas vezes foi obrigado a assistir jogos de disputas do  Rio Janeiro ou São Paulo, ou não assistir nenhuma partida em função da programação da rede. 

Tornou-se comum a reclamação das emissoras de rádio nas transmissões que precisam aguardar o término das novelas da globo para iniciar os jogos, sempre altas horas da noite, e para iniciar a transmissão. Desta forma, em primeiro lugar, estão os interesses financeiros, o que requer qualidade, indispensável no mundo digital. 

O melhor mesmo é o torcedor ter opção de escolha, na definição de qual televisão quer assistir os jogos de sua preferência.

  • O comunicado da emissora, divulgado nesta sexta feira:
Os dirigentes efetivamente preocupados com os legítimos interesses dos seus clubes e, acima de tudo, os torcedores são testemunhas dos volumosos investimentos que a Rede Globo tem feito ao longo desses anos, numa parceria pelo aprimoramento do nosso futebol, na busca de um espetáculo emocionante, com profissionalismo e qualidade.

Essa contribuição tem se traduzido no crescimento das receitas dos clubes, não só através das receitas obtidas com a venda dos direitos de transmissão, bem como com a comercialização de outros direitos, incluindo propaganda nos uniformes e publicidade nos estádios.

As exigências e modificações nos conteúdos das plataformas implicam na desestruturação de um produto complexo, que foi construído ao longo dos últimos 13 anos, inviabilizando assim qualquer perspectiva de um retorno compatível com os investimentos na compra dos direitos.

As condições impostas na carta-convite não se coadunam com nossos formatos de conteúdo e de comercialização, que se baseiam exclusivamente em audiência e na receita publicitária, sendo incompatíveis com a vocação da televisão aberta que, por ser abrangente e gratuita, é a principal fonte de informação e entretenimento para a maioria dos brasileiros.

Assim é, em respeito ao interesse do público, que a Rede Globo se sente impedida de participar desta licitação e pretende manter diálogo com cada um dos clubes para chegarmos a um formato para a disputa pelos direitos de transmissão que privilegie a parte mais importante desse evento: o torcedor.

Heródoto Barbeiro troca CBN e Cultura por Record News

Ele será o principal âncora do canal de notícias da rede, o Record News, que passará por grandes reformulações.

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O universo da TV em transformação

Uma centralização de poder econômico em detrimento do esporte e respeito ao telespectador. Neste sentido, a concorrência se torna importante para atender, em momento, os interesses da sociedade

MÍDIAS - As mudanças nos espaços comunicativos atingem globalmente os países, de modo que, as novas tecnologias e a inserção de mais empresas de comunicação no universo da informação, geram transformações no universo comunicativo, na informação. Dois fatos importantes que merecem destaque nos últimos dias: a "briga" entre Rede Globo e Rede Record pela transmissão do campeonato brasileiro de futebol para os próximos anos; e, a presença da Telesur, um canal de TV dirigida por sete países da América Latina, sem participação de direta do Brasil, a qual faz cobertura do movimento na Líbia e incomoda as grandes redes de televisão mundiais.

A inserção da rede religiosa Record vem ao longo dos últimos anos tomando importantes fatias de audiência da principal emissora brasileira, a Rede Globo, que está na liderança no segmento desde a década de 70, quando consegue melhorar sua qualidade de programas, cuja fundação se dá 1965, com rendimentos deficitários, mantida pelo sistema globo.

De fato, no final da década de 60, a empresa sofreu duras críticas ao receber verbas e ter como participante do empreendimento a Time Life, de origem estadunidense, parceria impedida por lei federal, mas que permitiu a sua estruturação e agradou o governo militar, o qual necessitava de um canal de comunicação que atingisse todas as regiões do país, a chamada integração nacional, com informações dos centros do poder. Desde então, a família marinho sofre com a pecha de seguidora fiel dos interesses da ditadura, a quem acompanha editorialmente até o encerramento da política linha dura, em 1985.

A Globo por muitos momentos foi criticada por participações em momentos decisivos da política brasileira, como as eleições de 1989, quando no final do segundo turno a TV de Marinho permitiu 30 segundo a mais para o candidato do PRN, Collor de Melo, em detrimento do petista Luiz Inácio Lula da Silva. Sendo que o Alagoano saiu vencedor do pleito. As brigas permanentes com o opositor Leonel Brizola no Rio de Janeiro, desafeto da empresa carioca. Além da famosa cobertura desastrosa das diretas já no início da década de 80, quando interpretou que os movimentos populares em prol da abertura política pela festividade do aniversário de São Paulo.

A Rede Record uma das mais antigas televisões brasileiras, pertencente ao bispo da Igreja Universal, Edir Macedo, sempre criticado pelas tradicionais empresas de comunicação, fez vultuosos investimentos no setor, cuja finalidade é se integrar a grande audiência do meio, e dos inúmeros fiéis. Pelo fato de serem duas empresas de grande capacidade financeira, com a melhoria da qualidade da programação de Macedo, há de fato, uma divisão da audiência nestes canais que também são ameaçados pelas novas mídias.

Sem dúvida, ao longo dos anos a Globo monopolizou o esporte brasileiro para suas transmissões, sendo que em muitos momentos não permitir ao público acesso aos jogos de suas equipes preferidas e nem possibilidade de outros canais de comunicação realizar a veiculação das partidas de futebol. Uma centralização de poder econômico em detrimento do esporte e respeito ao telespectador. Neste sentido, a concorrência se torna importante para atender, em momento, os interesses da sociedade.

Por sua vez a Telesur que surgiu em 2005, por uma iniciativa do presidente Venezuelano Hugo Chaves, consegue chamar a atenção das grandes redes de comunicação mundial, ao dar fluxo a informações que tem origem em vários países, inclusive dos Estados Unidos, cujo governo chegou a ventilar a possibilidade de boicotar suas imagens disponíveis na internet e canais fechados. Embora Chaves seja visto como utópico em seus socialismo e ditador pelos opositores, que são muitos, consegue com o apoio dos vizinhos da América Latina, inclusive do Brasil, incomodar as nações centrais. Afinal, a informação no século XXI ganha destaque nos espaços ideológicos, globais instáveis, e de mercado, em crise.

Estado empresa

Eis um processo de disciplina dos funcionários públicos, os quais atenderão, depois de formados, a determinados referenciais de empreendimentos - a empresa enquanto modelo. O trabalho já começou

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - O governador Marconi Perillo vem seguindo à risca a cartilha do tradicional PSDB, tornar o estado um sinônimo de atividade empresarial, mesmo considerando a característica da instituição de ser um órgão público, cuja essência está em atender as exigências sociais, a partir de formação de um quadro de funcionários estáveis. 

Assim, o objetivo é não deixar que os movimentos políticos, com alternâncias de cargos a cada quatro anos, afetem o desempenho dos interesses da sociedade. A meritocracia, ao contrário, significa que o funcionário público será escolhido a partir de um (outro) exame, mas cujos critérios foram estabelecidos pelos políticos empreendedores. 

Neste princípio de gestão, o governador sinalizou para a privatização de alguns órgãos estatais, proposta pela qual recebeu muitas críticas; os jornais destacaram ontem (19) a parceria entre a administração estadual e o Movimento Brasil Competitivo (MBC), cujo objetivo, fundamentalmente, é atender os anseios do sistema meritocrático empresarial. 

No site da instituição (http://www.mbc.org.br/mbc/novo/) pode-se ler: "o Programa Modernizando a Gestão Pública auxilia o Setor Público a aumentar a capacidade de investimento por meio de ações como treinamento do corpo gerencial e colaboradores." Dois pontos: Goiás será avaliado por administração externa ao espaço cultural regional; neste sentido será necessário o treinamento do corpo gerencial e colaboradores. 

Eis um processo de disciplina dos funcionários públicos, os quais atenderão, depois da formação, a determinados referenciais de empreendimentos - a empresa enquanto modelo. O trabalho já começou.

Necessário avaliar que o Brasil tem más lembranças de ingerência externa. No período da febre das administrações que acreditavam que os resultados primorosos viriam de autoridades competentes dos grandes centros desenvolvidos, não de funcionário tupiniquins. Fernando Henrique Cardoso, do mesmo partido do governador, viu sua popularidade cair quando a apostas do FMI no país afetou negativamente a economia brasileira. Até hoje o ex-presidente e a cúpula do partido evitam os temas privatização e envolvimento externo. 

Na realidade o Consenso de Washington, na década de 90 representou a aceitação de um processo imperialista, o que culminou com o esgotamento das propostas tucanas. Confirmado depois, pela imprensa e opinião pública, que os países que aderiram ao movimento econômico norte americano tiveram os piores resultados em suas economias.

De fato, não quer dizer que as ações de Perillo levarão ao mesmo fim de FHC, poderá ter resultados positivos, entretanto, os exemplos anteriores não são mesmo de otimismo. Afinal, "prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém", diz o provérbio.

Violência e poder

A violência não significa apenas ações diretas contra pessoas – que deve ser condenadas em uma sociedade organizada socialmente-, mas que retira perspectivas de milhares, que são marginalizadas forçosamente. Assim, atos violentos se disseminam, muitas vezes a partir do próprio centro de poder

VIOLÊNCIA - A semana foi marcada por três assuntos importantes e que merecem análise, sob pena de se tornarem apenas como registro. Com destaque pelo jornal O Popular o recebimento dos deputados estaduais de 15 salários, além de outros benefícios, que passam longe da realidade do trabalhador; Depois, a manutenção do poder tucano na Assembléia Legislativa de Goiás, que visivelmente se revela sem alternância, a oposição não se articula – ou não deseja se articular-, num processo que se centralizado em um só partido; Ainda, a prisão pela polícia federal de policiais que serão julgados por promover extermínio no estado. Apesar de assuntos distantes, nem tudo está solto como parece.

Imaginar a violência isoladamente é um grande erro da mídia e sociedade, pois não é possível entender que o homem tem na sua natureza o desejo pelo caos e desordem. Na realidade na sua essência as esferas públicas se ligam na formação do sistema social, de tal maneira que a política também é responsável pelas lógicas da violência, bem como o envolvimento centralizado do poder econômico.

Desta forma, a centralização política pode resultar em um processo viciado, que ao invés de governos republicanos tenhamos poderes autocráticos, de tal ordem que o espaço democrático se torna um somente simulacro.

As fotografias, diferentemente dos textos reproduzem com insistência os homens do poder que se repetem nas páginas dos jornais – muitas vezes em excesso de assujeitamento do homem da “informação”. Por parte do espectador, nem sempre com olhar de elogios, mas de resistência pelo excesso de poder, cujos resultados atendem, no final, grupos já definidos e conhecidos pela população. Desta forma, numa questão de lógica pode-se pensar que a democracia significa estar ao lado deste ou daquele personagem social.

A violência não significa apenas ações diretas contra pessoas – que deve ser condenadas em uma sociedade organizada socialmente-, mas que retira perspectivas de milhares, que são marginalizadas forçosamente. Assim, atos violentos se disseminam, muitas vezes a partir do próprio centro de poder.

Notoriamente, a democracia e o sistema social correm riscos no momento em que um "representante" do povo destaca que todos os salários que recebe são honestos, o que nos leva a pensar no legal que é imoral, uma extensão da violência que arremete ao permitido, mesmo fora da lei.

Nem tudo está solto, mas é verdade que tudo que é sólido se desmancha no ar.

O Mundo mudou!!

Na Alemanha, na França os presidentes se revezam no discurso de um mundo melhor depois que o povo sai às ruas clamando por liberdade política e igualdade, e, com efeito, atinge momentaneamente o seu objetivo – tudo resolvido a contento

Imagem de capa do jornal Folha de S. Paulo - sábado
GLOBALIZAÇÃO - O Jornal Nacional não deixou dúvida em sua edição de sexta-feira(12): o mundo agora efetiva a democracia, com a saída do presidente egípicio Hosni Mubarak. Em todos os países desenvolvidos vozes que afirmam a conquista das massas frente a um mal que está no poder há 30 anos, uma espécie de representante do mal extirpado do sistema. A população agora respira aliviado, pois todos os caminhos se direcionam para a igualdade e liberdade política.

Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama traz a mensagem de comemoração da saída do chefe da nação do Egito, que enquanto esteve no poder foi aliado dos norte americano e europeu, numa estratégia clara de manutenção do domínio sobre uma região, a qual convive com as diferenças e as guerras, um lugar que pode explodir a qualquer momento. Afinal trata-se de um território em que o petróleo jorra pela força da natureza e interessa ao mundo ocidental, capaz de vender a alma para manter a estrutura feudal, num capitalismo que dá sinal de cansaço e resistência.

Antes perder os anéis do que os dedos, todavia é necessário dizer isso em rede de televisão para não deixar dúvida sobre de qual lado o centro do pode econômico está, o do bem, ou seja, do povo, da massa – aqui já há contradição no discurso, pois como a massa pode ascender ao poder?

Na Alemanha, na França os presidentes se revezam no discurso de um mundo melhor depois que o povo sai às ruas clamando por liberdade política e igualdade, e, com efeito, atinge momentaneamente o seu objetivo – tudo resolvido a contento. Um teatro em que a platéia precisa acredita nas palavras de seus atores, que no instante seguinte faz as contas do que perdeu, como evitar mais problemas nos caixas e dar a volta por cima. Sem dúvida um momento delicado, pois neste contexto os movimentos demonstram potencialidade para mais levantes, e em qualquer lugar, agora ou depois. O poder está em alerta nesta fase de pessoas na rua aos gritos, aos milhões.

Difícil entender os lugares dos repórteres da televisão e as palavras usadas para ratificar uma verdade sempre conhecida: a democracia é o lugar mais precioso que deve ser conquistado. Em Jerusalém o alerta de que se esperam boas relações com o vizinho em mudança política. Os Estados Unidos nunca foram tão favoráveis as massas sublevadas, embora tenha depositado ao longo de décadas milhares de dólares para a manutenção da ordem egípcia, dinheiro que chega aos militares. Os países europeus acreditam que agora reina a paz em um mundo de relações complexas. Não haveria outro discurso.

Na verdade, Mubarak passou a representar, em alto e bom som o mal para permitir ao centro do poder econômico manter a ordem como antes. Paradoxalmente, na transformação nada se muda. A democracia deve ser a mesma desde o feudalismo, ou seja, de quem comanda a ordem mundial. As pessoas, e não as massas como repetem os atores, é que devem dizer. A rigor sinaliza mais uma vez potencial para exigir transformações no poder.

Concursados ou contratados?

As pessoas que participaram do concurso público não devem ser responsabilizadas e penalizadas por decisões administrativas que ferem a ordem da lei

CONCURSO - A discussão em torno da legalidade dos concursos públicos no estado de Goiás é absolutamente complexa, a qual precisa apontar para soluções rapidamente, sob pena de a justiça e governo ficarem maculados diante do olhar social com o argumento de que há interesses políticos de grupos centralizados. As pessoas que participaram do certame não devem ser responsabilizadas e penalizadas por decisões administrativas que ferem a ordem da lei, sendo que a justiça, na busca de salvaguardar o interesse público deveria observar os procedimentos das provas e processo legal antes da feitura dos exames.

O estranho, entretanto, é o anuncio no diário oficial do estado dos nomes dos aprovados para tomarem posse, mas que na transição política o processo é interrompido. Seria um excesso imaginar que o novo governo tenha interesses na instrumentalização de cargos públicos em favor de interesses eleitoreiros, ou seja, quanto mais funcionários dependentes dos favores dos políticos no poder, mas votos em benefício daqueles que estão no comando.

Infelizmente essa ainda é uma prática comum no Brasil, os chamados currais eleitorais, em que os líderes políticos usam do quantitativo de pessoas atreladas às benesses que o poder oferece para a permanência em cargos eletivos.

Portanto, esta situação é constrangedora para os funcionários que convivem com a dúvida sobre o direito do emprego obtido através de prova, no qual atingiram a nota necessária. Em essência, estado, por seu lado, não deve favorecer contratos em detrimento dos funcionários concursados, portanto, livres das amarras políticas dos governos em transição.

Um ponto que deve ser considerado em relação à gestão de Marconi Perillo (PSDB) é que não se trata de um novo governo, pois esteve no comando do Palácio das Esmeraldas por dois mandatos consecutivos, e Alcides Rodrigues (PP) fez parte de estratégia política do atual gestão de manutenção do grupo no estado. Neste sentido trabalhou intensamente para eleição do então vice-governador que conseguiu mudar os rumos de uma campanha a princípio sem visibilidade.

A rigor, Rodrigues contou na maior parte de sua administração com quadros pertencentes aos tucanos, como se pode imaginar, em resposta as estratégias definidas anteriormente. O rompimento, de fato, ocorreu já no final da gestão pepista. Portanto, se há problemas em Goiás, que de fato são muitos, são de responsabilidade de muitos que estão na atual política.

Heróis e vencedores

Segundo alguns liberais da imprensa, a nação asiática não chegaria à segunda potência econômica mundial se os pais aliviassem os filhos da rigidez nos estudos para uma boa formação, que resultará num profissional integralmente dedicado à produção

DISCURSO - Embora seja um contra senso imaginar que são necessários heróis para as grandes transformações, mas é notória a busca pelos meios de comunicação pelos líderes que fizeram movimentos de mudanças importantes. Seria uma forma de esvaziar a participação social nos processos de alternâncias econômicas e políticas no espaço social local e global. O exemplo recente vem do Egito, onde milhares de manifestantes pedem a saída de Hosni Mubarak, que está há 30 no poder que, estrategicamente, mistura sistema republicano com ditadura política.

Um dos responsáveis pela a insurgência política no país, tem nome, é Wael Ghonim, de 30 anos, diretor de marketing do Google para o norte da África e o Oriente Médio, quem usou as redes sociais para insuflar a juventude contra o atual governo. Um discurso vazio se analisado a partir do tempo que a população do Egito convive com uma política submetida aos interesses dos Estados Unidos e um sistema rígido e autoritário.

Não se trata de heróis, mas de um processo que vem se acelerando ao longo dos anos, que culminou na ação de milhares de insatisfeitos, inclusive como reflexo de enfrentamentos em outras nações vizinhas, cuja região nem sempre foi um lugar estabilidade política.

No final se trata de uma forma de deixar claro que não há racionalidade do público, o que não passa de um amontoado de pessoas respondendo ao comando de líderes bem intencionados. Seria insensato se não fosse uma maneira de formar opinião equivocada sobre o poder das pessoas de resistir ao domínio de grupos econômicos e políticos. Neste sentido, prevalece o ideal das minorias resistente em abrir mão das conquistas, mesmo que com o uso da força, apesar do movimento real no espaço público.

Se não bastasse, nos últimos meses com a inevitável ascensão da China no campo econômico global, os articulistas começam a analisar os modos dos de vida dos chineses que precisam ser seguidos. Dentre eles a determinação ao trabalho e a disciplina com os afazeres econômicos.

Os exemplos da educação e trabalho saltam os olhos. Segundo alguns liberais da imprensa, a nação asiática não chegaria à segunda potência econômica mundial se os pais aliviassem os filhos da rigidez nos estudos para uma boa formação que resultará num profissional integralmente dedicado à produção. Este mesmo discurso foi empregado para destacar a disciplina, em determinado intervalo de tempo, dos japoneses, americanos e ingleses.

O homem permanece sendo tratado como massa de manobra, com o uso do discurso do poder simbólico, ou seja, das palavras para a manutenção de sistemas que se transformam, cujas causas não podem ser vistas claramente.