Concursados ou contratados?

As pessoas que participaram do concurso público não devem ser responsabilizadas e penalizadas por decisões administrativas que ferem a ordem da lei

CONCURSO - A discussão em torno da legalidade dos concursos públicos no estado de Goiás é absolutamente complexa, a qual precisa apontar para soluções rapidamente, sob pena de a justiça e governo ficarem maculados diante do olhar social com o argumento de que há interesses políticos de grupos centralizados. As pessoas que participaram do certame não devem ser responsabilizadas e penalizadas por decisões administrativas que ferem a ordem da lei, sendo que a justiça, na busca de salvaguardar o interesse público deveria observar os procedimentos das provas e processo legal antes da feitura dos exames.

O estranho, entretanto, é o anuncio no diário oficial do estado dos nomes dos aprovados para tomarem posse, mas que na transição política o processo é interrompido. Seria um excesso imaginar que o novo governo tenha interesses na instrumentalização de cargos públicos em favor de interesses eleitoreiros, ou seja, quanto mais funcionários dependentes dos favores dos políticos no poder, mas votos em benefício daqueles que estão no comando.

Infelizmente essa ainda é uma prática comum no Brasil, os chamados currais eleitorais, em que os líderes políticos usam do quantitativo de pessoas atreladas às benesses que o poder oferece para a permanência em cargos eletivos.

Portanto, esta situação é constrangedora para os funcionários que convivem com a dúvida sobre o direito do emprego obtido através de prova, no qual atingiram a nota necessária. Em essência, estado, por seu lado, não deve favorecer contratos em detrimento dos funcionários concursados, portanto, livres das amarras políticas dos governos em transição.

Um ponto que deve ser considerado em relação à gestão de Marconi Perillo (PSDB) é que não se trata de um novo governo, pois esteve no comando do Palácio das Esmeraldas por dois mandatos consecutivos, e Alcides Rodrigues (PP) fez parte de estratégia política do atual gestão de manutenção do grupo no estado. Neste sentido trabalhou intensamente para eleição do então vice-governador que conseguiu mudar os rumos de uma campanha a princípio sem visibilidade.

A rigor, Rodrigues contou na maior parte de sua administração com quadros pertencentes aos tucanos, como se pode imaginar, em resposta as estratégias definidas anteriormente. O rompimento, de fato, ocorreu já no final da gestão pepista. Portanto, se há problemas em Goiás, que de fato são muitos, são de responsabilidade de muitos que estão na atual política.

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