A defesa dos bancos

A defesa intransigente da mídia revela qual discurso a opinião pública está submetida.

Mídia - A grande mídia brasileira, diante da crise econômica, acaba mostrando aquilo que todos já tinham consciência: as empresas de comunicação defendem os interesses dos bancos privados explicitamente. Não se pode negar que o capitalismo financeiro se volta para a especulação econômica acima da produtividade, entretanto, gerador de resultados estruturantes para o setor de notícia. Entretanto, deve-se ter em mente que a depressão em que se encontra o mundo globalizado está eminentemente ligada aos interesses escusos e concentrados das grandes agências bancárias globais. Os Estados Unidos, o eixo do bem, é o epicentro das chamadas bolhas imobiliárias, cujo capital se evaporou porque não havia recursos para bancar os milionários empréstimos. Ou seja, a concentração financeira levou ao princípio do domínio absoluto sobre um sistema, desconsiderando o bom senso e as normas burocráticas, por isso, expondo os problemas estruturais numa sociedade dinâmica.

Na realidade, as empresas de comunicação insistem em dissimular a realidade no sentido de tornar uma ordem caquética ainda possível. Por detrás das afirmações equivocadas está a preocupação de manter o controle sistêmico, mesmo considerando a desordem feita por uma minoria com resultados financeiros imensuráveis, diante de uma coletividade que tenta sobreviver em meio ao caos e incertezas. A defesa intransigente da mídia revela qual discurso a opinião pública está submetida. A indústria cultural, ao longo do tempo, perdeu a credibilidade para dirigir participar da consciência social, que, ao longo da história vai lentamente, conhecendo os caminhos por que passam. Afinal, há repetições dos mesmos discursos, mesmo diante de sua ineficácia, muitas vezes.

O pior é imaginar que o Brasil vive sob o domínio das grandes empresas de comunicação dos países centrais, ditos desenvolvidos, numa referência econômica. Assim, há uma reprodução de verdades definidas previamente conforme prerrogativas da política e economia, principalmente, advinda da Europa e Estados Unidos. Portanto, a leitura das mídias deve ser feita distanciando-se da visão de mundo definido pelos meios de comunicação, considerando sempre o espaço vivido como norte para se chegar o mais próximo da realidade que nos cerca.

Mídia que torce

Verdade, existem muitos profissionais qualificados, preocupados com a profissão, mas realmente há o interesse comercial.

Esporte - Uma enquete feita neste blog aponta que a mídia da capital não consegue tratar as equipes que participam do campeonato estadual com igualdade. Evidentemente, que imaginar o jornalismo sob o prima da isenção e imparcialidade é não considerar a relação humana na interpretação dos fatos. O jornalista tem suas preferências e não tem razão de negá-las ou esquecê-las ao construir o seu texto. Entretanto, existe o espaço da ética que não pode ser negligenciado, o que ocorre muitas vezes, também no esporte. São jornalistas que se aproximam de diretoria de clube para dar destaque a determinados times, tendo como retorno ajuda política e financeira. Profissionais que usam do meio de comunicação para promover jogadores e obter resultados econômicos com a venda de atletas. Desta forma, não se estabelece um bom jornalismo, pouco confiável e digno de crédito.

Verdade, existem muitos profissionais qualificados, preocupados com a profissão, mas realmente há a prioridade, sobretudo, pelo comercial que faz prevalecer interesses escusos que desmerece o torcedor o qual muitas vezes chega à irritação ao assistir, ler ou ouvir sobre uma partida de futebol. Mas pode se pensar que não é possível atender a todas as agremiações de maneira igual, até mesmo pela dificuldade de locomoção das equipes que fazem cobertura, afinal isto têm custos. Verdade, entretanto, não se deve deixar de lado o posicionamento do colunista, repórter, comentarista, narrador diante de equipes do interior e da capital. Em muitos casos prevalece o entusiasmo com as equipes da qual se identificam, definindo claramente as cores de preferência. Nem todos torcem pelas mesmas equipes e querem saber como está o time que acompanha.

O futebol brasileiro, realmente, é uma grande paixão, mas o jornalista teve buscar ser honesto com os diversos torcedores que fazem do esporte uma grande festa. Esta realidade, a rigor, não é goiana. O descaso com as torcidas do interior do país chega à falta de respeito e provocação. Se não queremos este posicionamento com o nosso estado, não devemos ter uma postura que condenamos. Além do que a grandiosidade de um campeonato está na quantidade de torcedores que vão ao estádio e a estrutura dos times que participam dele. A falta de incentivo e divulgação poderá tirar o brilho de uma modalidade esportiva, o que acontece com o basquete, vôlei, handebol, etc.

Obama cobra a conta dos ricos

Ninguém seria capaz de imaginar que o novo presidente fosse, em uma só taca, atingir as grandes forças políticas do país.


Economia - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, surpreende o mundo ao anunciar proposta de orçamento que retira dos ricos para beneficiar os pobres. Uma medida que no Brasil já foi cogitada, mas nunca foi à frente em função de um congresso que defende grandes empresários que, em muitos casos, são financiadores de campanha eleitoral. Mas a medida do país norte americano é no mínimo revolucionária ao considerar ser um dos países mais individualistas e centralizadores do mundo. A rigor os fortes grupos formados por milionários possuem participação efetiva na política e instrumentos para defesa de seus interesses. Se o orçamento vai ser aprovado é difícil saber, mas já é uma atitude que pode ter reflexos importantes para o resto do planeta.

Conforme o jornal Folha de S. Paulo (27) "os mais ricos pagarão mais impostos para ajudar na criação de um fundo de saúde pública de acesso universal, a verba com a diplomacia aumentará e o gasto com a Defesa desacelerará." O dinheiro virá das famílias mais ricas, pois, conforme o jornal paulista, os "Casais que ganham mais de US$ 250 mil por ano e indivíduos que ganham mais de US$ 200 mil por ano -ou 5% da população- pagarão mais (impostos), no primeiro aumento dessa fatia desde que o democrata Bill Clinton assumiu o poder, em 1993. Idem para fazendeiros com mais de US$ 500 mil de faturamento anual."

Bem verdade que neste momento haja mudanças na estrutura do sistema capitalista, mas ninguém seria capaz de imaginar que o novo presidente fosse, em uma só taca, atingir as grandes forças políticas do país: a defesa – leia-se o pentágono- e os grandes empresários. Apesar de ser ainda apenas uma proposta, o debate, sobre retirar dos ricos para beneficiar os pobres, vai gerar muito discussão. Aguardar para ver mais este reflexo de uma crise do capital.

Articulações políticas

A cada dia fica mais evidente a reaproximação de Alcides Rodrigues com o grupo tucano, numa base que vem se articulando entre PP, PSDB e DEM.


Política - As articulações políticas começaram de fato, como se pode ver nos movimentos partidários e governamentais. No cenário nacional o senador Jarbas Vasconcelos, um peemedebista de velhos tempos, ataca o próprio partido com o objetivo afugentar adversários e atender interesses de grupos. Na revista Veja da semana passada afirmou que o PMDB "quer mesmo é corrupção", criando uma situação de desconforto para o maior partido no congresso e base de apoio do governo. O alvo do pernambucano na verdade seria Aécio Neves que poderia mudar de legenda para conseguir disputar as eleições de 2010, sem lugar no ninho tucano. Com o mineiro no páreo, José Serra (PSDB) teria não um problema, mas dois: o governo federal e o governador mineiro que tem alto índice de aceitação no estado.

Em Goiás a situação não é diferente. A cada dia fica mais evidente a reaproximação de Alcides Rodrigues com o grupo tucano, numa base que vem se articulando entre PP, PSDB e DEM. O PMDB já mostra o desconforto com os movimentos do governador e afirma que vai fazer oposição na Assembléia Legislativa. Para tanto, já coloca figuras importantes da legenda para observar o governo de Alcides, apontando para a sociedade seus erros e omissões.

O Partido dos Trabalhadores deve serrar fileiras com o PMDB no estado, um sinal disso é a dificuldade de Goiás obter empréstimo para a Celg, como vinha sendo sinalizado pelo governo federal. Mas uma questão ainda ronda os políticos goianos: Henrique Meirelles será ou não candidato? Conforme conversa de bastidores o presidente do Banco Central seria teria o apoio do presidente Lula, tendo Íris como candidato ao senado – articulação que se mostra no momento pouco provável, mas possível.
Como 2010 ainda está longe, deve-se aguardar mudanças e novos lances.

Dias de Folia













Imagem de capa do Jornal Folha de S. Paulo - 24/02/2009


Carnaval
- Alguns dias em que o brasileiro rejuvenece, troca de identidade e vive intensamente a vida. Logo a volta para o mundo real, infelizmente. A retomada com muita energia para a luta. O ano novo começa e logo teremos carnaval novamente, num ciclo de alegria, prazer e cotidiano.


Curta


Dívidas
- Depois da venda de ações da Celg, com dívidas, cujos responsáveis são desconhecidos, vem aí a Saneago, que também tem contas a pagar. Com a possibilidade de recursos no estado, com venda de partes do patrimônio público, os credores começam cobrar a parte que lhes diz respeito. Não é bom esquecer que em 2010 o Brasil terá novas eleições e muitos gastos com as caras campanhas eleitorais.

Prisões globais


A rigor, se efetiva uma determinação de um país sobre os interesses sociais do restante do mundo dito civilizado.


Justiça - Em uma sociedade de conflitos, com população que se avoluma cada vez mais, com redução de espaços naturais, com nível complexo de relações no espaço público como efetivar uma ordem eficaz que mantenha os mesmo grupos no poder, seja político ou econômico, numa escala local e global? Talvez seja esta a grande questão que se apresenta nos dias atuais, depois da sociedade estar interligada em rede de comunicação. O que se observa é que a velha máxima de uma sociedade educada e bem informada poderia levar a desordem e a conflitos sem solução. Neste sentido, medidas são tomadas em várias partes com o objetivo de buscar esta estabilidade, como por exemplo, a prisão de Guantánamo em território cubano, edificada pelos Estados Unidos, o país responsável pela ordenação do sistema social.

Como as mudanças são inevitáveis, afinal, a estrutura política precisa mudar para dar sentido de mudanças, a prisão americana começa a liberar presos de guerra que permaneceram vários anos detidos sob tortura, com uma pena sem julgamento ou sequer da presença da justiça para arbitrar os processos – de fato um regime totalitário aos moldes das sentenças nazistas. A rigor, se efetiva uma determinação de um país sobre os interesses sociais do restante do mundo dito civilizado. Os condenados fazem parte dos moradores de um país alcunhado pela pecha de "eixo do mal", como apontado pelo republicano ex-presidente George W. Bush. O que significa dizer: a condenação é anterior a existência do crime, basta estar em colisão com a linha ideológica desta ordem global. Um ato terrorista que se diz contra o terrorismo, ou seja, cria-se o medo para combater o medo. A rigor, não é esta a única prisão que se percebe na busca da estabilidade sistêmica, pois a falta de condições financeira leva milhares à prisão e sob a tortura da incapacidade de pensar e observar com liberdade o lugar de cada um dentro de uma realidade construída ordinariamente.

Infelizmente, ninguém está a salvo desta ordenação, pois no Brasil podemos conviver com realidades completamente distintas, em sociedade que se divide em grupos muito pobres ao nível de populações massacradas pelas guerras locais e uma minoria, absolutamente, rica que se assemelha as nobres famílias européias. Desta forma, as negociações no campo social tornam-se muito difíceis, considerando o aparato necessário e ao dispor dos grupos assentados no poder que serve aos interesses do “eixo do bem”. As crises, neste sentido, tem uma função importante: discutir as relações humanas e as diferenças extraordinárias e injustas. O resultado poderá ser o reforço da guerra, com a emersão das várias prisões existentes, sendo necessária sua reforma ou, em alguns casos, novas edificações. A propósito, as existentes vêm sendo questionadas, o que torna a ordem mais complexa e rigorosa.

Estados Unidos socialistas

Crise global - Pelo andar da carruagem anti-crise os Estados Unidos não têm outra alternativa a não ser rever suas propostas capitalistas seculares e dar um passo atrás, atingindo o coração do sistema: liquidar bancos e estatizar grande parte deles. Isto significa o poder público assumir responsabilidades que seriam do chamado mercado, prerrogativa que vai contra o projeto de um discurso de consenso neoliberal. O aumento do poder do estado derruba verdades repetidas décadas para manter no poder autoridades que fariam prevalecer os desígnios de uma sociedade voltada para as questões econômicas, em detrimento das relações sociais e do bem-estar-social.

Conforme matéria publicada pelo Jornal Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira (23), "A expectativa é que até 1.000 dos 8.348 bancos dos EUA sejam liquidados nos próximos três anos pela FDIC, a agência federal que supervisiona o sistema". Uma decisão que provoca a revolta da direita conservadora e pouco empreendedora. Nota-se que os Estados Unidos se tornaram símbolo do sistema econômico do capitalismo financeiro. A crise atinge em cheio as afirmações, que passam a equivocadas, de uma sociedade apenas regulada pelo mercado, sem alma e coração. A sociedade, como um todo - leiam-se todas as classes - passam a ter participação nas decisões sobre o universo financeiro que recebe dinheiro público.

Certamente, deve-se pensar que as ações do governo norte-americano se direcionam no sentido de beneficiar, estrategicamente, uma minoria poderosa. Entretanto, também se trata de uma abertura para cobranças e mudanças de rumos para o atual sistema social. A reboque a lei, o status quo, as minorias, que serão observadas por um número maior de pessoas. No governo do símbolo do poder econômico atingido e em transformação Barack Obama, o qual carrega a genética de comunidades pobres penalizadas pela crise global que existe há séculos.

Rousseff ou Serra?

Política - A política brasileira sofre pela falta de liderança política e a sociedade tem dúvida sobre a os reais interesses de seus representantes. Como consequência, efetiva-se um jogo de enfrentamento, considerando as grandes forças sociais: de um lado a elite conservadora e de outro a população carente que, hoje, exige mudanças na ordem de funcionamento do sistema, dirigido pelo econômico e as prerrogativas do status quo. Neste ínterim surge o candidato a presidência da república para as eleições de 2010, cargo postulado pela ex-militante de esquerda Dilma Rousseff e o paulista, de centro, José Serra. Neste embate entram em jogo os tucanos, que tem entre suas lideranças o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e, de outro lado, o PT, cuja figura proeminente é Luiz Inácio Lula da Silva, com popularidade histórica. Desta forma, se prevalecer o desejo pela mudança, aumenta-se a chance da candidata do governo. Caso haja interesse pela manutenção de uma ordem conservadora e previsível, será, finalmente, a vez do prefeito de São Paulo.

Uma situação que põem dois lados em confronto, cada qual carregando suas responsabilidades quanto aos grupos que representam. Por fora está o mineiro Aécio Neves, que sempre é lembrado pelo avô e ex-presidente Tancredo Neves, que, de alguma forma, representa o fim do governo militar em 1985, que participou na mudança política brasileira.

Ainda jovem para ser presidente, o atual governador mineiro, sustenta alta popularidade no terceiro estado em importância econômica no Brasil. Entretanto, desconhecido no resto do país, apesar de um bom freqüentador das páginas das grandes revistas brasileiras ao lado de mulheres bonitas, sem contar suas viagens freqüentes às praias cariocas. Aparentemente diferente dos demais, de plumagem tucana, de centro, que se apresenta sem grandes responsabilidades por modelos nem conservador e nem de esquerda. Na verdade sem definição a princípio. Uma dúvida, que tanto pode estar do lado dos grandes grupos econômicos, como pode abraçar as causas das classes sociais, devido a sua necessidade pelo reconhecimento popular. Ou como em Minas Gerais se aproximar de todas as classes e principalmente da mídia. Entretanto, neste momento sem o apoio do partido para sua candidatura. A rigor, esta deverá ser novamente a vez de Serra, que tem a prioridade no partido.

Se avaliado os movimentos da sociedade brasileira e global as mudanças parecem ter primazia em relação aos atos conservadores, que levaram países de destaque no cenário econômico à crise, com ela milhares de pessoas ficaram sem emprego e renda – o momento é de instabilidade. Porém, com o advento tecnológico, com uma sociedade mais bem informada, a mudanças no sistema político parece inevitável. Lula soube explorar bem o este momento de lutas sociais.
Para quem dava como certa a facilidade do candidato paulista, parece rever suas análises para 2010, mesmo porque o PSDB não apresenta nos seus discursos um novo modelo de pensamento social, capaz de atender ao grande de número de eleitores que sinaliza para a necessidade de mudanças. Contudo, discursos mudanças de ambos os lados.

Capitalismo tem fome

Economia - Charge publicada pelo Jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (19) define de, alguma forma, a realidade da crise mundial. Com a depressão em tempos globais, ao que parece, a "fome" por capital pelo mundo está mais evidente, considerando, sobretudo, a atitude das grandes e gordas empresas que fazem pressão em todos os cantos do planeta. Com a palavra o presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

Charge

Justiça irrelevante

Caso Celg - Lastimável a posição do governador do estado de Goiás, Alcides Rodrigues, sobre apuração de responsabilidade sobre os gastos sem controle da Celg. Para ele é "irrelevante" no momento se discutir os culpados pela situação do órgão, que deve R$ 1,3 bilhão. A transparência deveria ser uma tônica de qualquer governo, entretanto, o que ocorre são somente palavras sem ações. No final, os interesses políticos e econômicos de grupos que perpetuam no poder, usufruindo das benesses dos cofres públicos, continuam. À comunidade sobra somente o sentimento de impunidade e farra com o dinheiro público, ou seja, com o meu o seu, o nosso suado dinheiro.

Desde a gestão de vice-governador, Alcides é criticado pela falta de atitude e determinação para enfrentar os problemas. Um político estratégico para quem não quer ter problemas, atuando como apenas coadjuvante no cenário político. Contudo, quando eleito para o cargo de chefe do executivo estadual, a discussão era quem seria de fato o governador: Alcides ou Marconi Perillo. Pensou-se numa estratégia dos tucanos comandados pelo ex-governador para se manter no poder, mas o que se viu foi o distanciamento do pepebista de sua base e aproximação do prefeito Íris Rezende e governo federal. No entanto, apesar de contrariar Perillo em alguns momentos, o governador se posicionou de maneira dúbia no cenário político. Acena para todos, e faz um jogo perigoso de estar em vários barcos ao mesmo tempo, evitando confrontos com a oposição e aliados, mesmo considerando a necessidade de resolver graves problemas deixados pelas gestões anteriores, como é o caso da Celg. Inevitavelmente, pelo andar da carruagem, a conta será mesmo paga pela sociedade goiana que não participou dos gastos, sabe lá com qual critério.

A política goiana ao que parece ainda resguarda resquício de um passado do coronelismo, sobre os quais nada poderá acontecer, pois tem o direito divino de tomar qualquer tipo de decisão, contemplando interesses particulares, mesmo considerando o atraso e falta de transparência. No final, sobram problemas os mais diversos para serem resolvidos na educação, na segurança pública, no trânsito. Se é fato, mudanças na percepção da sociedade da informação, certamente tal quadro não deve durar por mais tanto tempo. Acreditar talvez seja uma forma de ação.

Democracia e América Latina

Política - A democracia é sempre um termo empregado pela mídia como a concretização de um mundo de igualdades e liberdades. Difícil pensar em uma sociedade livre, considerando as milhares de amarras econômicas, políticas e culturais existentes. Na América Latina a vitória de líderes, tidos como de esquerda e socialistas, gera o debate sobre a formação política de uma região que caminha para o autoritarismo. Mas quando é que por aqui se houve, de fato, esta democracia que tanto se discute e defende nas páginas de jornais e nos palanques eleitorais? Infelizmente ao longo da história, os países latinos conviveram com a escravidão, a espoliação de suas culturas e riquezas. O resultado foi pobreza, marginalidade e corrupção. Verdade é que se o sistema democrático existisse como se apregoa, dificilmente haveria necessidade de surgimento de novas lideranças em meio a uma guerra de estímulo para a manutenção de uma estrutura milenar e conservadora.

A vitória de Evo Morales, na Bolívia; Rafael Correia, no Equador; Fernando Lugo, no Paraguai; Hugo Chaves, na Venezuela e ainda o presidente operário Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil representa a necessidade da tomada de um quinhão do poder político e econômico pela população, sem recursos e marginalizada ao longo de vários séculos. Os Latino-americanos na década de 80 se viram tão preocupados com o domínio dos meios de comunicação de massa, defensores da democracia de mercado, na região que se reuniram apressadamente no sentido de promover a busca de uma nova ordem que preservasse a cultura dos países à mercê da indústria do entretenimento e futilidades.

Como se vê na contemporaneidade, os países dominantes não tinham razão sobre seu modelo de democracia, pois, em pleno século das tecnologias da informação, são responsáveis por uma crise que leva o caos a diversas economias mundiais , muitas vezes obrigadas ao remédio amargo das receitas prontas de nações centrais. O consenso de Washington foi um desastre pouco discutido, seus reflexos podem ser sentidos literalmente. Assim, afortunados de um lado, mesmo diante da crise, e países na periferia econômica, obrigados a medidas duras para se livrarem do pesadelo do desemprego e empobrecimento da população. Alguma coisa, então, sempre esteve fora do lugar, e há muitos séculos. A tomada de decisão de alternativas no poder, mesmo considerando, um discurso radical torna-se uma saída para a sobrevivência. Desta forma, o alto índice de aceitação destes líderes não-democráticos advém da capacidade exagerada de grupos minoritários da ordem em centralizar recursos e capital.

Na berlinda ficam muitos líderes que repetem as fórmulas já desgastadas de uma democracia de mercado, redução do estado, fim da história. No Brasil, existem muitos parlamentares desta linha de pensamento que tentam mudar o discurso para manter tal ordenamento. Alinhados com esta determinação reacionária vêm veículos de comunicação de massa e intelectuais que não apearam do poder centralizado, que espera conscientizar a massa, vista como ignorante. Eis o começo de uma outra história.

E a Celg?

Economia - Pelo que sinaliza o governo terá mesmo parte da estatal vendida para o governo federal, única forma encontrada para sair das dívidas e obter condições de sair das amarras burocráticas, que a impedem de receber dinheiro da união e promover aumento nos valores cobrados nas tarifas. Nesta negociação Goiás perderá 41% de suas ações e que serão negociadas em momento de pouca valorização. Devido ao endividamento que aumenta diariamente não pode mais adiar os gastos com juros e falta de recursos para investimentos. Contudo, cabe uma pergunta: quem vai pagar a conta da falta de responsabilidade com o bem público e de zelo com o dinheiro dos cofres do estado? Com certeza, o trabalhador, mais uma vez.

O governo estadual anuncia medidas para evitar gastos mal planejados com a operadora de energia, mas o rombo já foi feito. Portanto, a tentativa de remendo do buraco chega, somente depois do estrago já concretizado. A preocupação deveria ter surgido há algum tempo, talvez em décadas anteriores. Será que ninguém sabia da dívida que foi aumentando? Os deputados estaduais, o governador, secretários o que fizeram para tentar minimizar, ou resolver o estrago neste período? Dívida feita, simplesmente vende parte da empresa do estado para a união. Há necessidade, sim, um levantamento para dar satisfação à sociedade sobre como foram feitas tais dívidas, que superam um bilhão de reais.

Administradores públicos jogam a culpa um no outro, mas sem na verdade definição dos responsáveis. Não seria justo, a comunidade ficar com a conta, enquanto que alguns ficam com os bônus. A escolha de representantes públicos passa pela definição da publicização de suas ações.

Sem dúvida é preciso mais responsabilidade com a coisa pública, mas não se pode esquecer simplesmente do passado, como se tudo fossem desígnios da política, ou seja, parte do jogo.

Os bares e a opinião pública

Polícia - Neste blog foi feita uma enquete para se conhecer o apoio dos internautas sobre o fechamento dos bares em Goiás. A maioria dos participantes marcou a alternativa a qual afirma a confiança no ato da polícia para a redução da criminalidade no estado. Esta nem demandaria uma pesquisa, mas é uma percepção que se pode notar pelas conversas informações e cartas enviadas para as redações da imprensa local. Entretanto, importante ressaltar que se trata de uma medida que não cabe a polícia, mas à prefeitura, pois este é o poder responsável pela liberação ou não de funcionamento destes estabelecimentos. O que não ocorre, já que a medida de fechamento é determinada pelo governo do estado, sendo a polícia responsável pela execução da medida. Ainda há a dúvida sobre a redução da criminalidade a longo prazo, pois o crime, a rigor, não se relaciona apenas com bares, e da periferia.

A necessidade da ordem não pode ser tomada a qualquer custo. A violência não vem somente em função de locais onde há bebidas, festas. A base da violência está na própria definição de poderes, na desigualdade de condições de sobrevivência. Ou seja, a ordem pode definir um ato de violência, quando determinados grupos privilegiados decidem o futuro da maioria, sem dar voz para uma discussão ampla sobre o assunto. No final, se forma uma opinião pública pela ausência estratégica de análise dos fatos. No afã do estabelecer da ordem uma maioria define por medidas que posteriormente será vítima.

O Brasil se viu mergulhado em grandes erros judiciais e políticos, considerando a falta de informação – inclusive cometidos pela própria imprensa - e necessidade de qualquer custo pela retomada rapidamente da tranqüila ordem. A ditadura militar se estabeleceu no país com apoio da classe média com movimentos que sinalizava a necessidade de manutenção de um sistema conhecido, de uma política sem mudanças, que naquele momento, de instabilidade, poderia promover transformações sociais. Neste contexto, o debate é imprescindível para não se perder no irracional e manter a desordem.

Crise da política global

Política - Diante da atual crise, parece estranha a discussão sôfrega que se efetiva na mídia sobre quando haverá o começo de uma retomada da estabilidade. Ora, o descontrole da economia não começou ontem, o capitalismo viveu de depressões, portanto, esta também não será a última. Entretanto, ocorre numa condição social distinta das demais. Há, de fato, um espaço de atrito entre os interesses do homem comum, trabalhador e os interesses do mercado. Uma luta pela sobrevivência e qualidade de vida, possível em uma sociedade mais consciente de seu espaço, em meio a uma rede de comunicação que a perpassa a todos insistentemente. O mercado, por sua vez, inicia uma guerra, diante da condição de instabilidade financeira, no sentido de manter o seu status quo que perdura deste o erguimento deste sistema de poder – com uso da pressão política. Assim, as medidas tomadas pelos governos serão criticadas por agentes econômicos na mídia, devido a sua timidez no sentido do esperado alívio financeiro de um mercado em apuros.

Não é possível imaginar que o popular governo dos Estados Unidos, liderado por Barack Obama, iria, no dia seguinte a sua posse, resolver os problemas da principal potencia mundial, mesmo considerando a sua relação com as comunidades de classe média e marginalizadas, o que o permitiria tomar medidas impopulares. A resolução do problema financeiro não irá se resolver com a simples derrama de dólares no mercado financeiro, antes é preciso resolver os estragos causados ao longo do tempo no próprio sistema, que, de fato, foi e continuará sendo centralizador político e economicamente. Evidentemente que o excesso de desemprego pode causar crises que vai atingir o lugar comum da política, a reboque dos interesses financistas. Possivelmente devido o olhar atento dos movimentos sociais, certamente mais conscientes. Neste sentido, a preocupação do governo estadunidense e de outros países, inclusive no Brasil – e a perda de poder de partidos chamados de neoliberais ou de direita.

No fundo, a crise econômica é também uma crise na estrutura da própria sociedade, e, por isso, os resultados não está efetivamente na resolução das questões meramente econômicas, efetivamente importantes, mas na condução das crises das relações de poder e interesses. As lideranças mundiais devem reconhecer que guerras sempre existiram, mas desta vez, se trata de uma que está na esfera global.

Imprensa que torce

Futebol - Infelizmente, no Brasil vivemos sob o domínio cultural e midiático do que vem dos centros, São Paulo e Rio de janeiro, onde estão as matrizes das principais redes de comunicação de massa do país. Desta forma, o que passa na periferia não tem tanto importância, a não ser quando se trata de um fato catastrófico e envolve vidas de um grande número de pessoas. O mesmo ocorre no futebol, pois é comum encontrar em diversos lugares brasileiros pessoas com camisas de times cariocas e paulistas. Desta forma, o torcedor possui dois amores: um local, em segundo plano, muitas vezes, e outro do referido centro. Em Goiás a mesma onda da torcida que caminha junto com os interesses das redes comunicação. No campeonato regional, há, de fato, uma clara distinção para as transmissões futebolísticas.

Os profissionais do esporte não escondem o desejos pela boa atuação do time que leva o nome do estado e outras tradicionais, considerando as outras equipes como de segunda classe, mesmo diante das atuações e resultados dos times do interior e alguns da capital que vencem campeonatos e têm boa atuação em partidas nacionais. Preciso, no entanto, ressaltar que o avanço do futebol em qualquer região depende da empolgação do torcedor e o trabalho da mídia, entretanto, torna-se desconfortável o envolvimento explicitamente dos profissionais de imprensa na torcida pelo seu time preferido, mesmo considerando que há outras equipes que tem torcedores e sociedade que representam. A ligação entre empresa de comunicação e diretoria de grandes clubes torna-se um mal que atinge as quadra linhas e o respeito ao torcedor.

Não é possível imaginar um profissional do esporte sem suas preferências, no entanto, precisa ter a clara idéia do número da audiência e os interesses dos espectadores-torcedores. Afinal, grandes equipes se tornaram pequenas numa sucessão de erros e excessos.

Dívida, quem paga?

Economia - O governo federal e o governador do estado de Goiás realizam negociações para livrar a Celg de dívida o que parece resultar numa parceria política. O valor do empréstimo é acima de R$ 1 bilhão de Reais, cujo pagamento certamente será facilitado pelo governo, que espera o apoio de Alcides para as eleições de 2010. No que se refere ao âmbito partidário, nada mais justo o acordo, entretanto, sobre a dívida cabe análise. Conforme informações do jornal O Popular, Rodrigues afirma que a conta aumentou ao longo de 10 anos, maior parte deste período sob a administração do Senador Marconi Perillo, tendo o pepista como vice, embora pouco atuante, mais um figurante político.

Mas resta uma dúvida, como uma instituição pública como a Celg - e também Saneago – possui dívidas tão altas, considerando a sua rentabilidade? Afinal, é um setor que tem pouca inadimplência, com faturamento alto em função do alto consumo de energia, cada vez mais necessário devido às novas tecnologias e em um país carente de investimento no setor elétrico.

Com a lei de responsabilidade fiscal, os administradores públicos, que gastam sem ter onde buscar recursos para pagar as despesas, deveriam ser chamados a responder ao processo de endividamento do setor. Pelo que se vê não ocorre, e, muitas vezes, passam incólume pela opinião pública, passiva e, exatamente, quem paga a conta, no final.

Um dos pontos difíceis de serem analisados em qualquer administração pública são os gastos com agências de publicidade. No Brasil, inclusive no governo federal, algumas instituições servem aos propósitos do homem político no sentido de repassar verbas para os meios de comunicação, com o objetivo de manter boa vizinhança e obter apoio das empresas midiáticas. Um instrumento no trato com a opinião pública.

Assim, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Celg, Saneago aparecem na mídia com vultuosas peças publicitárias, muitas vezes, desnecessárias. O dinheiro gastos pela estatal deverá ser pago em algum momento. Certamente, no próximo governo com dinheiro dos cofres públicos, cada vez mais minguados, a custa das dificuldades de milhares de trabalhadores, que lutam pela sobrevivência em uma sociedade da desigualdade e oportunidades.

Poítica e império com castelo

Política - Se não bastasse a condição do Brasil de pior país em distribuição de renda, nesta semana surgiu um castelo encravado no congresso nacional - Claro que alguns parlamentares, nem todos, não se preocupam com uma mínima igualdade social. O Deputado Mineiro, Edmar Moreira (DEM), como um monarca do século XXI decidiu construir um castelo, mesmo considerando que é um homem público e como tal deveria zelar pelo bem da sociedade. Construir um castelo já significa ostentação exagerada, ainda mais em um lugar que nem sequer a família real conseguir edificar o seu e, quando permaneceu no Brasil, foi obrigada a viver em espaços apertados, o que não diferia muito de uma casa, ainda assim, doada por traficantes de escravos.
O parlamentar que faz parte da nobreza atual, cheio de dívidas, tomando dinheiro de agências públicas, como o Banco do Brasil, sem pagá-las posteriormente, mora numa ampla área dos sonhos imperiais, no interior do Estado de Minas Gerais.

O pior, o nobre deputado assumiria a cadeira de corregedor da Câmara, numa parceria com Michel Temer (PMDB), eleito mais uma vez para presidência da casa de leis. Moreira seria o responsável pelo acompanhamento dos parlamentares no se refere a cumprimento da ética. Seria o mesmo que o lobo tomar conta do galinheiro. No primeiro ato no cargo afirmou categoricamente que os pares não podem punir os seus companheiros que saem da linha, o que seria uma missão para a polícia. Contudo, uma ressalva: o democrata foi eleito, ou seja, recebeu apoio para "vigiar" o bem público por uma parcela da sociedade. Sem dúvida, uma pergunta: a sociedade tem dificuldades para conhecer os candidatos que muitas vezes investem milhões em campanhas?
Afinal, Moreira somente se tornou conhecido pela mídia depois que foi indicado para assumir um cargo importante no Congresso, caso contrário seria um nobre deputado responsável também pela aprovação de leis no Brasil. Este não é o primeiro escândalo e nem será o último na política brasileira.

Entretanto, não se deve acreditar que o congresso brasileiro seja formado de pessoas sem caráter e ética. Há, de fato, deputados e senadores com plena capacidade de participar da construção de uma democracia, que inclua a todos com igualdade social. Verdade, que há aqueles que usam o parlamento como um lugar apenas de privilégios e resultados econômicos.

Por que Lula é popular?

Política - A crise econômica global vem sendo alardeada há muito tempo. Sempre um perigo que ronda os países periféricos - numa visão das principais potências econômicas - que de fato não chega com a intensidade divulgada, geralmente por economistas. A cada dia a mídia traz várias informações que o Brasil está na rota do tsunami, com queda de emprego, fechamento de empresas e, por isso, inevitável perda de popularidade do atual governo brasileiro. Mas as pesquisas sucessivas apontam o contrário, cada vez mais há aumento nos índices de aceitação do chefe do executivo, o petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Afinal, qual é o segredo? Deve ser a pergunta de vários analistas econômicos, políticos e adversários do petista.

A princípio o Brasil a crise não surgiu por aqui, portanto, o causador são os países ricos que sempre exploraram os mais pobres, e continuamente contaram com o apoio dos diversos presidentes brasileiros, mesmo considerando as perdas para a população na margem. Num primeiro momento, Lula afirmou que a crise seria apenas uma marolinha e não teria a força apregoada, depois mudou de idéia e disse que a solução para a quebradeira global seria do governo Bush, de onde emergiu o tsunami, então no poder. Ou seja, a crise não é nossa, fizeram resolva, afirma o presidente brasileiro, espertamente. Numa clara demonstração de enfrentamento e resistência ao presidente do império global, com baixa popularidade, e elite européia.

Evidentemente, que os investimentos do governo em obras que atendam a classe popular resultam em apoio, principalmente numa região, como o nordeste, que sempre esteve à margem dos avanços econômicos brasileiros. A imprensa repetiu muitas vezes a migração dos nordestinos para o sudeste em busca de emprego, sendo que as mulheres ficavam sem o chefe da casa por muitos meses, numa situação de sofrimento. As ações de ajuda de assistência social, com os diversos programas estatais, minimizam esta condição de marginalidade. Além do que, o nordeste está em todo Brasil, com pessoas mergulhadas na pobreza, resultado de uma economia que sempre foi perversa com milhares de cidadãos.

Outro ponto, fundamental, para a popularidade do governo está, exatamente, na sua linguagem, ou seja, a comunicação do presidente vai ao encontro do espaço simbólico da população de baixa renda, que, com facilidade pode entender o seu discurso, eivado de exemplos que envolvem o futebol, a família, a vida no campo. Diferente do que ocorria com os diversos governos militares, sem comunicação com o público, dependente da mídia para um possível diálogo, criticada muitas vezes pela dissimulação de acontecimentos e falência do país. Sarney com jeito de literato, Collor desacreditado e fanfarrão, Itamar com topete alto e Fernando Henrique Cardoso, com distanciamento intelectual do brasileiro médio, servem como exemplo de falta de contato com mundo exterior ao poder.

Apesar da crise, o governo continua popular e, mesmo deixando o seu partido de lado, vem trabalhando para fazer o seu sucessor. Dilma Rousseff poderá ser a agraciada com esta popularidade, para a tristeza do amigo de FHC, o tucano José Serra.

Política e amizade

Eleições - A história política do estado de Goiás tem entre os seus personagens o Senador Marconi Perillo que, ainda jovem, esteve no PMDB de Íris Resende e, hoje, é tucano de alta plumagem, adversário do peemedebista, e com transito na cúpula do partido em Brasília. Na vice-presidência do Senado, inicia sua jornada eleitoral no sentido de se cacifar para as eleições de 2010, sendo candidato ao governo do estado desde que deixou o governo para entrada de Alcides Rodrigues (PP). No entanto, ao longo destes dois últimos anos, o goiano viu o seu espaço político reduzido na região, e com dúvidas sobre o apoio do atual governador, cada vez mais próximo do governo federal e do PMDB goiano, além da oposição ferrenha do governo federal.

Diante do quadro, Perillo começa o seu caminho de retomada do poder político em Goiás, neste momento em desvantagem sobre os seus adversários PT, PMDB. Também não possui o apoio de parte da cúpula do DEM (ex-aliado), liderado por Ronaldo Caiado. A aproximação do ex-governador dos adversários, demonstra, além de amadurecimento, sua condição de dificuldade de organizar uma base que lhe dê sustentação efetiva para o pleito de 2010.

Com uma aprovação de mais de 70% quando deixou o governo estadual, com forte apelo midiático, devido a investimento de sua gestão nos meios de comunicação, o tucano tem a sua frente o crescimento do PMDB no estado. Sendo que Íris Resende não esconde o seu desejo de encerrar a carreira política como governador goiano e superar a derrota de 1998 para o desconhecido Marconi Perillo. O PT que hoje tem a vice-prefeitura, portanto, deverá estar com Resende no próximo ano e contra o tucano. Há ainda outro caminho para os petistas goianos: apoiar Henrique Meirelles que também se apresenta como candidato ao estado, que poderá ser o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no estado, conforme negociação do Íris Resende.

As eleições de 2010 começa a ser decidida agora, haverá muitas discussões, mas de alguma forma os competidores já estão em campo. Os acertos de apoio tornam-se fundamentais. Embora em política não há nada certo, os relacionamentos do passado podem representar muito no presente.

Começa 2010

Política - Definitivamente as tramas para as eleições de 2010 começaram. As eleições do presidente da Câmara Michel Temer e do senado José Sarney sinalizam como serão as articulações partidárias para o pleito que se aproxima. Afinal, a política está em movimento contínuo, mas há momentos em que se percebe como se desenvolve as artimanhas dos partidos e políticos. De fato, o PMDB será o grande partido enamorado por todos, neste contexto PSDB e PT, para a Presidência da República. Nesta última jogada o governo conseguiu o seu propósito que é o de fortalecer suas parcerias, principalmente no senado, onde sempre esteve em situação delicada, muitas vezes sofrendo derrotas. Sarney – político experiente -, parceiro do atual governo e que não transita no ninho tucano, será importante para o popular presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais que Tião Viana, o qual na última hora recebeu apoio da oposição ao governo.

No Brasil a política se mostra um emaranhado de interesses e poucos destaques, pois, hoje a figura notória é o próprio presidente que dispara na aceitação popular com mais de 80% de aprovação, o que é histórico, a rigor, trata-se de um presidente com características diferentes dos interesses de uma elite conservadora e reacionária brasileira. O Adversário dos petistas, José Serra (PSDB), apesar da experiência, continua um incógnita para 2010, num partido que não tem a mesmas forças de alguns anos atrás. O atual prefeito paulista, nas campanhas nacionais em que participou não se mostrou "íntimo" da sociedade brasileira, sem muito sucesso, principalmente na região nordestina. Num possível enfrentamento com Dilma Rousseff ninguém apostaria efetivamente em grandes vantagens para o tucano, considerando o perfil e a estrutura a disposição de cada um, apesar dos números das últimas pesquisas. A política é o acaso das circunstâncias, muitas vezes políticos inexperientes ganharam eleições no Brasil.

O atual presidente do Banco central, Henrique Meirelles também sinaliza que deixará o cargo burocrático em Brasília para ser candidato ao governo do Estado de Goiás, enfrentando Íris Resende (PMDB) - que tem o PT em sua base de apoio - e Marconi Perillo (PSDB). O presidente do BC que, na última terça-feira (4), esteve em Goiânia para um ato público - leia-se ato político -, quando a comunidade esteve sensibilizada para trazer jogos da copa do mundo de 2014 para a capital.

Conforme tem sido dito nos bastidores o ideal do governo federal é uma chapa com Meirelles como candidato ao governo do estado e Íris Senador da República. Perillo não faz parte dos planos dos petistas, afinal, tornou-se um grande adversário, mas deverá estar no páreo.

Indubitavelmente, muitas negociações ainda serão feitas. Certamente, haverá muitos lances neste emblemático jogo pelo poder. Importante acompanhar.

Ensino dos números

Educação - O início do ano sempre é um bom momento para discutir a educação brasileira, pois passa a ser um tema recorrente. Entretanto, com pouca análise que mereça muita atenção. Comumente, as informações são de quantidade de alunos que ingressam no ensino superior, o número de estudantes iniciantes nas escolas de ensino infantil. Aparecem diretores-políticos para darem informações sobre o interesse do estado em investir no ensino de qualidade. Sobre as faculdades os reitores se arvoram de possuir um grande volume de pessoas em suas salas de aula. No entanto, deve haver mais a se discutir sobre o tema, que vai da formação e remuneração do professor, estrutura física das salas de aula, pesquisa, etc.

De fato, as faculdades e universidades privadas permitiram a partir dos anos 80 aumento considerável de estudantes no ensino de graduação, o que era possível somente para filhos de famílias com alto poder aquisitivo, a chamada elite brasileira. Em essência, a classe privilegiada continua com status quo, como por exemplo, ocupando as melhores vagas nas universidades públicas brasileiras, como nos cursos de medicina e engenharia. Pois, tem condições financeiras pagar escolas particulares no ensino básico e médio, embora também com qualidade de educação criticável, mas com mais condições de formação do estudante do que as precárias, salvo exceção, das instituições públicas tanto municipais como estaduais.

O governo federal, cujo presidente é criticado pela falta de formação educacional, vem, ao longo dos últimos anos, investindo no aumento do número de alunos nas universidades públicas. Mas, a cada dia fica mais visível a falta de incentivo à pesquisa que perpassam todos os governos, inclusive ex-professores e intelectuais, como Fernando Henrique Cardoso. Nas últimas semanas oportunamente emergiu a grande discussão nacional, envolvendo os poucos pesquisadores brasileiros, sobre a redução da verba para pesquisa, cortada pelos parlamentares brasileiros, sem muito destaque pela mídia.

As universidades públicas que, teoricamente deveria ser responsável pelo trabalho em pesquisa, base para a qualidade da educação - pois levariam os alunos ao contato com o espaço empírico das descobertas - muitas delas estão muito enroladas com grupos de intelectuais que defendem com intransigências, em lutas políticas, suas castas e pouco se dedicam a pesquisa - e até mesmo em mudanças internas necessárias. Verdade que, não se pode generalizar, há instituições públicas de ensino superior no Brasil com avanços importantes na área da pesquisa. Mas infelizmente, os bastiões de egoísmo particulares existem, o que faz emperrar o avanço no conhecimento científico, a base para o desenvolvimento de uma sociedade que se acredita moderna.

As faculdades privadas, notoriamente, também com exceções, vêem somente o grande número e desconhece a qualidade como norte imprescindível para a área da educação brasileira. Neste sentido, há necessidades urgentes no país de um debate sério e honesto sobre a nossa educação. Sobremaneira, a quantidade de estudantes deve ser um avanço para uma nação que foi colonizada por uma metrópole pouca afeita à educação, e submersa a burocracia e privilégios.

A Arte da Guerra Midiática

Mídia - Nesta semana, discussões paralelas sobre um mesmo tema colocou em lados opostos duas formas de avaliar o futuro do capitalismo. De um lado as autoridades do mercado financeiro em Davos (Suíça) e de outro o Fórum Social Mundial (FSM) em Belém do Pára. Na Europa o pessimismo sobre uma economia em frangalhos e sem solução, pelo menos a curto prazo. Portanto, há a incerteza quanto à forma de tratar o mercado sempre onipresente em todos os debates mundiais, indiferente ao assunto abordado - afinal, a Indústria Cultural esteve sempre presente nas últimas décadas, sem dar descanso. Na região amazônica as afirmações comuns são a de que o capitalismo precisa passar por mudanças, visão peculiar aos intelectuais de esquerda que ao longo dos anos vêem perdendo terreno para a "verdade" do mercado global. Neste ínterim a cobertura da mídia, que evidentemente dá fluxo as informações e afirmações advindas da região européia, com ênfase.

Seria simplicidade imaginar uma atitude diferente da grande mídia que chega em todos os rincões brasileiros. Entretanto, fica claro a dificuldade dos meios de comunicação de tratar com os problemas que se apresentam, quando se trata de mudar um discurso que se mostra caquético e repetitivo. Há diversos problemas com os intelectuais na contemporaneidade, pois muitos deles, seguem a cartilha do socialista, tratado por Karl Marx, há muito fora da realidade tecnológica e complexa atual, mas não se joga idéias na lata de lixo como se nunca existiram. Ainda mais considerando que há uma repetição dos acontecimentos, discutidos ao longo da história.

Indubitavelmente, que os meios de comunicação globalizados, com informações difundidas pelos grandes centros de poder políticos e econômico, deveriam ser vistos pela mídia brasileira, por exemplo, com desconfiança sobre a sua possível isenção e espírito ético. Na realidade a comunicação se apresenta com uma grande arma de domínio econômico e cultural. Reproduzir idéias, neste contexto, significa simplesmente manter um as verdades que trouxeram prejuízos e instabilidade para várias nações que vivem - e se assim continuar viverá - na periferia desta aldeia global.

Governo do PT elege PMDB?

Política - A eleição do Senado e da Câmara marcada para esta segunda-feira (2) se mostra um jogo político inusitado, pois, o apoio do PSDB - e vários políticos que mostram diferenças com o governo - ao Candidato petista Tião Viana para o Senado, torna a vitória do peemedebista José Sarney importante para a presidência da república. Embora, seja consenso a vantagem do candidato do PMDB, as últimas jogadas tornam a eleição indefinida antes do pleito, as quais, de fato, iniciam as negociações partidárias para 2010.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ao longo do último mandato, se apresenta cada vez mais distante das prerrogativas do partido e com certa independência nas suas decisões políticas e administrativas. Desta forma, resta saber qual é o peso da legenda para suporte e eleição de candidatos no Brasil. Há de fatos pontos complexos que envolvem a política, entretanto, a militância ainda tem seu peso em qualquer agremiação. O PMDB sairá fortalecido da disputa no congresso com Michel Temer e José Sarney, e o governo submetido ao revigorado partido das divisões internas.

Crise particular de todos

Economia - A crise mundial continua alarmando as principais organizações mundiais, como o FMI, que fazem previsões pessimistas quanto ao futuro do mercado. Na verdade os países desenvolvidos são, teoricamente, os que mais deverão sofrer com a redução da atividade econômica, sendo que as nações em desenvolvimento terão drástica redução na economia, analisam. A rigor, no final, quem vai ser penalizado é o homem comum, que no seu dia-a-dia vive distante das grandes aventuras financeira. Resta a ele o sofrimento para se adequar as retrações no seu poder de compra, com a perda de emprego rondando sua vida, diariamente. Os projetos familiares precisam ser refeitos. Mas há que questionar, quais são os responsáveis por essa avassaladora crise? A sociedade (todos nós), alguns aventureiros do mercado financeiro, ou o próprio capitalismo, cuja liderança tenta manter estrategicamente o seu conservadorismo?

Não há dúvidas que a conta será socializada, enquanto que os ganhos em grande volume tornaram pessoas pobres em mais pobres, que continuará na penúria, mesmo depois da crise – não se sabe quando. O rendimento particular deveria gerar prejuízos particulares e não ser diferente. O Estado quando assume as dívidas do mercado estaria somente socializando o pagamento de uma conta, que não beneficiou a todos em nos momentos de rendimentos fartos.

A mídia que todos os dias destaca nas páginas dos jornais um ano acinzentado esquece de informar, com mais detalhes, os problemas estruturais que a base para a grande depressão econômica, como se uma crise viesse dos céus. Como vai atingir a todos, então, cabe a sociedade apresentar solução. Ao governo caber a responsabilidade de liberar linhas de créditos subsidiadas e outras soluções que vão direto aos cofres públicos. Uma prática que remonta o governo do português D. João VI, ainda na primeira década dos anos de 1800.

A rigor, o capitalismo está em crise, não somente o mercado, e é exatamente desta questão é que precisa ser discutida para que soluções sejam tomadas na sua base. Análise esta que ficou esclarecida na dúvida das grandes autoridades financeiras que estiveram em Davos (Suíça). Possível que o capitalismo vive de crise, mas que os responsáveis pelas aventuras assumam responsabilidade e não somente tenham lucros.

OS BANQUEIROS DA CRISE

Economia - No Brasil algumas questões continuam sem soluções, sendo que muitas delas atingem diretamente os brasileiros, vivendo na marginalização do poder político, o qual deveria se posicionar quanto às relações econômicas desonestas. Uma delas, que já é senso comum é o spread (diferença entre os juros pagos pelos bancos na captação de recursos e a taxa aplicada por eles nos empréstimos que concedem) bancário que explora os tomadores de empréstimo e, evidentemente, os poupadores que recebem muito menos do que deveria pelo capital deixado nas agências.

Conforme matéria publicada pelo Jornal Folha de S. Paulo “o spread no Brasil é o maior do mundo e 11 vezes o dos países desenvolvidos", e complementa: "O abismo [em relação aos demais países] é tão grande que, mesmo considerando eventuais disparidades de cálculo, a conclusão não muda: nossos juros são altos demais", afirma Rogério César Souza, economista do instituto (Iedi -Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial)."

Não é por acaso o interesse por grandes bancos pelo país, afinal aqui é o paraíso para este tipo de negócio, mais rentável do que a produção industrial que exige a mão-de-obra, investimento em tecnologia, matéria prima, etc. Um retorno que ocorre, geralmente, a médio e longo prazo.
Desta forma, discutir e chegar a um termo sobre a atitude dos bancos é inevitável, entretanto, há um ponto que não pode ser esquecido: muitos de nossos representantes – há exceções, sem dúvida - dependem do dinheiro para campanha captado bondosamente nas agências bancárias.

Por seu lado, o governo também tem responsabilidade pelas altas taxas cobradas pelos bancos, pois detém o comando de duas grandes agências: o Banco do Brasil e Caixa Econômica - e se pretende ações neste sentido, por que tanta demora? Na concorrência, a redução do spread nas estatais vai obrigar os grandes bancos privados a tomar a atitude honesta de avaliar o seu comportamento de usura. Evidentemente, que há amarras as mais diversas quando se trata de enfrentar lobistas e financiadores de campanha e grandes investidores na mídia, mas de fato há caminhos para se resolver a questão. Afinal, quem paga a conta é uma sociedade acomodada ao vários séculos de exploração.