AMÉRICA LATINA: CONFLITOS E INDEPENDÊNCIA

Desta maneira, a batalha de Hugo Chaves e Álvare Uribe transcende a mera aparência dos riscos proporcionados pelas guerrilhas, que invadem territórios na região amazônica, colocando em risco a população regional.

CONFLITOS - Os enfrentamentos entre Venezuela e Colômbia fazem aumentar a divisão na América Latina envolvendo países que se posicionam em torno da independência econômica e manutenção política da região que, por séculos, convive com o domínio dos Estados Unidos e Europa. Com destaque nesta guerra estão Colômbia, que recebe apoio financeiro e militar do país norte americano, Peru e Chile agrupados em torno de uma economia globalizada e dependentes das nações ricas. Desta forma, uma provável ruptura política regional acarretaria prejuízos financeiros. Diferentemente destes ideiais se posicionam Venezuela, Brasil, Argentina, Bolívia e Equador que lutam pela automia política econômica. Desta maneira, o fechamento das fronteiras entre Colômbia e Venezuela somente expõe as diferenças, tendo as Farcs como o eixo central das discussões.

Sem o reducionismo da visão meramente econômica, o desenvolvimento da região cria barreiras para as ações políticas dos países centrais que necessitam continuar com sua força política na América Latina que, a exemplo do Brasil, amplia suas relações com outras nações, como Ásia, África e regionalmente através do Mercosul. Desta maneira, a batalha de Hugo Chaves e Álvare Uribe transcende a mera aparência dos riscos proporcionados pelas guerrilhas que invadem territórios na região amazônica, colocando em risco a população regional.

Na realidade, num mundo cada vez mais globalizado a formação de blocos define o poder dos envolvidos. Como não há império que se mantenha eternamente, torna-se vital para os Estados Unidos, sobretudo, usar de suas estratégias para a influência cultural, econômica e informacional para a manutenção de uma ordem de resultados.

A propósito a China anunciou hoje (30) que já é o segundo país do mundo, ultrapassado a economia Japonesa, e trabalha com o objetivo de se transformar em primeira potência mundial em 2025, conforme matéria publicada pelo Jornal O Estado de São Paulo. Enquanto isso, o país da América no norte assiste a queda na sua economia em meio a uma crise que se alastra para os seus parceiros, afetando as nações dependentes de sua economia, como é o caso da Colômbia que recebe menos recursos para enfrentar as Forças Armadas Revolucionárias.

A rigor, como as grandes empresas de comunicação da região se posicionam em favor das políticas liberais dos Estados Unidos, evidentemente manterá suas críticas à iniciativa dos países emergentes da América Latina em buscar sua independência da Europa e Estados Unidos. A ruptura, entretanto, é inexorável, considerando a impossibilidade da região voltar ao crescimento pífio do século passado e aumento da pobreza, que assola a região desde a sua descoberta, apesar de suas riquezas naturais e culturais.

CRISE NA ANJ

A Associação Nacional de Jornais pressiona o governo federal para aplicar política de comunicação que exclui o capital estrangeiro e abre uma crise com as empresas filiadas à instituição. Em jogo a defesa dos empresários para as mídias que sofrem concorrência externa e querem promover reserva de mercado. Se na década de 90 os mesmos empreendedores lutaram para a abertura de capital externo para se livrar de dívidas contraídas em dólares, agora iniciam batalha para fechar o mercado brasileira principalmente para as telefônicas, em período de concorrência acirrada..

São regras opostas para momentos distintos, em conformidade com os interesses particulares de grandes empresários do setor. As discussões sobre políticas de comunicação para o país sofreu boicote, no caso a Confecom, com encerramento em Brasília, e não há propostas dos donos de grandes empresas de mídias do país para mudanças fundamentais para a democracia da comunicação, apesar da concentração em poucas mãos e uma legislação que impede a comunicação comunitária. 

Diferentemente das discussões internas, cujo o resultado sempre favoreceram o domínio dos grandes empreendedores, com a novas tecnologias que não tem lugar definido para se estabelecerem, o debate será intenso e sem solução a curto prazo.

Leia mais 

OS SEGREDOS DA GUERRA


Os Estados Unidos que assumiram a missão de ser o império e promover a ordem mundial vem naufragando na seu objetivo de promover a paz aos moldes de um sistema centralizador, com uso da força bélica e militar ostensiva, que se ramifica para todos as regiões do planeta. No Afeganistão e Iraque os conflitos continuam, sem perspectivas de pacificação, com mortes de milhares de civis e fortalecimento das forças contrárias, Taliban e Al-Qaeda.

Como o país da américa do norte e seus aliados estão em crise financeira para manter o status de força beligerante, a busca é tentar uma saída honrosa, cujo discurso aparente é de missão cumprida e um mundo melhor. Entretanto, a realidade é absolutamente outra. O império retira suas tropas após a perda de muitos soldados, populações civis dizimadas e mais conflitos culturais na região. 

Se antes da guerra esses os países vivam em conflitos e com problemas de diversas ordem, após os conflitos a situação ainda se tornou pior, e sem solução diante da atual política adotada, sob o domínio externo. Entretanto, após a destruição das bases sociais, formada a partir de uma cultura não-ocidental, chega-se a conclusão obvia: uma nação deve resolver os seus próprios problemas, sem intervenção em seus valores e sob domínio externo.

Leia mais 

PESQUISAS E PESQUISAS

Necessário considerar que faltam ainda alguns dias para a propaganda eleitoral e os números podem e devem mudar. Há possibilidade de definição ainda no primeiro turno, diante de uma disputa muito polarizada entre apenas dois candidatos.

ELEIÇÕES - A tão sonhada objetividade no jornalismo jamais foi possível, ainda bem, pois ninguém quer ler uma matéria, cujo texto se mostra insípido, não sai dos lugares comuns ou do apenas visível. Entretanto, ao observar diariamente a editorialização de alguns jornais se percebe que a falta de ética é lugar comum, para tristeza daqueles que buscam os meios de comunicação no sentido de se orientar diante do oceano de acontecimentos. As pesquisas eleitorais tanto para a presidência quanto para os estados não são, de fato, confiáveis, sendo que muitas não são publicadas, mesmo com registro no Tribunal Superior Eleitoral, pois a recomendação fica a gosto da linha política das empresas de notícias.

Neste sábado (24) eis a dúvida: como os eleitores se posicionam sobre os candidatos a presidência? Para o Vox Populi Dilma esta à frente com 41% dos votos, Serra 33% e Marina Silva 8%. Já no Datafolha há um empate técnico entre o tucano com 37%, a petista 36%. A senadora do partido verde aparece com 10% na intenção dos eleitores.

Embora sem muito destaque, o que repete nas pesquisas é a intenção de votos dos eleitores em Dilma Rousseff na chamada pesquisa espontânea, quando o entrevistado responde em quem votar sem ver a lista de candidatos. No Vox Populi a Rousseff tem vantagem de 28%, Serra 21% e Marina Silva 5%. No Datafolha respectivamente os números são: 21%, 16% e 4%. Desta maneira, a petista leva vantagem com 7% no Vox Populi e 5% no Datafolha, indicando que a imagem Dilma aparece com mais freqüência no pensamento do eleitor brasileiro. Necessário considerar que faltam ainda alguns dias para a propaganda eleitoral e os números podem e devem mudar. Há possibilidade de definição ainda no primeiro turno, diante de uma disputa muito polarizada entre apenas dois candidatos.

Para quem acompanha a guerra dos institutos já percebeu que são empresas que se mostram mais próximas de cada candidato, sendo que Vox Populi de Belo Horizonte demonstra afinidade com a petista e o Datafolha, empresa ligada ao grupo Folha da Manhã que publica a Folha de S. Paulo, não esconde suas preferências políticas pela política tucana em seus editoriais, cotidianamente.

Seguindo uma tendência global, os grandes jornais, enquanto empresas que dependem do mercado para sobreviver, e sofre impacto nas oscilações financeiras, entram de corpo e alma na luta para a manutenção do modelo econômico vigente liberal. Não se preocupam muitas vezes com o interesse social, mesmo considerando a complexidade do sistema capitalista que arremete muitas pessoas à marginalidade em decorrência de não reunir condições para participar de uma economia permanentemente oscilante.

A rigor, a opinião pública faz parte do jogo que leva a resultados financeiros que diz respeito ao aumento de rendimentos também das mídias. Nesta linha de raciocínio, o consumidor deve levar vantagem sobre o cidadão pensante. Contudo, a comunicação também está mais complexa e permite a participação do publico neste processo que se mostrou ao longo da história linear emissor-receptor, bem definido, nesta ordem.

Leia mais
Jornal Estado de S. Paulo - Vox Populi
Folha Online - Datafolha

O SOM E O SOTAQUE

O verdadeiro jornalismo significa questionar assuntos de interesse da sociedade, e não estar condizente com o marketing político do candidato, que almeja a Presidência da República.

JORNALISMO - Na sociedade moderna é bem possível acreditar que um dia seremos todos iguais, falando do mesmo modo e com a mesma linguagem. Todos se transformarão, de fato, em massa sem distinção, pensando do mesmo modo, desejando as mesmas coisas e frequentando os mesmo lugares. Uma civilização inteira com pessoas idênticas, o que seria no mínimo muito estranho e inumano. Mas na atualidade, sobretudo, em países como o Brasil de grandes dimensões territoriais, isso na atualidade não é possível.

Desta forma torna-se redundante dizer que há sotaques em diferentes regiões do país, não somente no centro-oeste. Em essência, nos diversos estados brasileiros os desejos são diferentes, com pensamentos diferentes e, principalmente, realidades diferentes. Apesar do lugar comum, o candidato José Serra (PSDB) não conseguiu enxergar esta complexidade humana pré-histórica.

Na visita a Goiânia, nesta terça-feira (20), o ex-governador de São Paulo fez questão de frisar que o sotaque da Jornalista que o entrevistava seria um dos motivos para não conseguir entendê-la. A experiência do postulante a presidência não o ajudou neste momento de contato com pessoas de diferentes regiões brasileiras, longe da cultura paulista. Além do mais, determinadas frases mal colocadas podem servir, por outro lado, para admoestar o interlocutor, como que a dizer: "tome cuidado" e "não estou gostando de sua postura".

Desta maneira, o discurso em favor da apregoada liberdade de imprensa, tanto discutida pela por alguns jornais paulistas que nos seus editoriais defendem o candidato conterrâneo, parece não fazer sentido. Afinal, o verdadeiro jornalismo significa questionar assuntos de interesse da sociedade, e não condizente estar com o marketing político do candidato, que almeja a Presidência da República.

A jornalista cumpriu com ética a sua missão profissional, entretanto, o candidato como em outros momentos, não sobre distinguir identidade cultural, democracia e direito a informação. Para quem deseja ser o representante de uma nação inteira estas não são características aceitáveis.

EDUCAÇÃO PÚBLICA E O ESPAÇO SOCIAL

O discurso de um Estado ineficiente é uma forma de manutenção do status quo e defesa da perenidade de uma ordem injusta. Educação, igualdade e justiça somente existem juntas.

EDUCAÇÃO - A diferença que persiste entre a escola pública e particular, conforme dados públicas pelo Inep, das avaliações realizadas no Enem, não deveria assustar pessoas conscientes, pois apenas atesta a realidade vivida por uma sociedade desigual, de fato injusta, em que alguns conseguem obter qualidade de vida e outros nem tanto. Se olhados detidamente os números chega-se a conclusão de que as instituições onde estudam pessoas com poder aquisitivo acima da média tem maior proveito educacional, numa soma entre família com melhores rendimentos e estrutura educacional condizente com o poder econômico. O contrario também é verdadeiro, ou seja, menos condições de vida, mais dificuldades de acesso ao ensino de qualidade e pior rendimento escolar.

Para uma análise próxima da realidade é preciso avaliar a estrutura social, a rigor, deste modo é possível chegar a algum resultado satisfatório para uma sociedade com mais igualdade, pois a distancia entre as classes sociais no Brasil é abissal, o que pressupõe capacidade de articulação de grupos em detrimento de outros, no uso das verbas públicas e manutenção da ordem social. A mudança no sistema social certamente é o caminho para a estruturação de um ensino de qualidade, com professores qualificados, com educação inclusiva. Afinal, seria impossível imaginar democracia em um universo de indivíduos economicamente desiguais, de modo aviltante.

Sem dúvida o ensino fundamental e médio tanto público quanto privado precisa ser pensado numa ordem que permita a formação para se exercer a cidadania e não exatamente a formação para o mercado, o qual exerce o seu poder de concentração de rendas, na maioria das vezes. No espaço público a busca de estratégias para o conhecimento de transformação social é necessário e urgente. Não adianta seguir modelos estabelecidos em outras comunidades, outros países, mas entender os graves problemas brasileiros, a participação das pessoas na decisão de seu futuro é uma exigência indispensável.

A privatização do ensino superior público não resolve a questão educacional, mas a conscientização dos intelectuais do seu papel na sociedade se torna fundamental. Não se trata de um emprego vitalício pago pelo cidadão, mas tem função social, de inclusão.

A mídia, ao debater o tema traz a certeza de que as escolas particulares são eficientes e as públicas não servem aos propósitos de uma sociedade moderna, o que não tem solidez na realidade. O discurso de um Estado ineficiente é uma forma de manutenção do status quo e defesa da perenidade de uma ordem injusta. Educação, igualdade e justiça somente existem juntas.

EDUCAÇÃO, HIPOCRISIA E POLÍTICA

Ora, convenhamos. A educação pública brasileira tem muito a avançar para que haja democracia e capacidade da população de perceber as diferenças gritantes de renda e os movimentos políticos, que formam grandes feudos, que monopolizam a economia e política deste país.

EDUCAÇÃO - A educação realmente continuará em segundo plano, se depender da preocupação e debate em torno do tema. Conforme último levantamento do Ideb, numa escala de 0 a 10 o ensino público brasileiro está longe de chegar a uma nota média 6, com índice aquém para algum estudante que tenha pretensão de ser bem sucedido. Sem dúvida é de deixar perplexo qualquer pessoa de conhecimento mediano os números apresentados, pois na primeira etapa do ensino fundamental (do primeiro ao quinto ano), o resultado médio das escolas brasileiras é de 4,6. A nota dos anos finais do ciclo fundamental é 4,0; no ensino médio, 3,6. Pais de famílias atentos sabem que esta nota reprova o seu filho em qualquer escola deste país, mas não é essa a visão de muitos burocratas do ensino desta nação do futebol.

Em entrevista concedida ao jornal Diário da Manhã de Goiânia hoje (9), a secretária de educação estadual, Milca Severino, destaca que "nós fomos o Estado que mais cresceu no ensino médio, perdendo apenas para o norte do país. As demais regiões aumentaram apenas 0,1 ponto. Enquanto que nós chegamos a 0,3". Esta análise atesta a crise educacional e a pouca importância que os governos dão ao setor. Imagine numa sala de aula o aluno numa primeira avaliação consegue uma nota 3,5 pontos, e depois na segunda prova obtêm 3,8. Evidentemente, que ele sabe que foi reprovado, então, reclama ao professor a sua condição e as dificuldades para explicar para os pais. O professor muito solícito responde: "não precisa ficar triste, a sua nota foi ótima, veja o seu crescimento da primeira nota para esta, você melhorou muito em 0,3 ponto, os seus colegas conseguiram apenas melhorar 0,1. Explica isto para sua mãe, ela vai entender".

Ora, convenhamos. A educação pública brasileira tem muito a avançar para que haja democracia e capacidade da população de perceber as diferenças gritantes de renda e os movimentos políticos, que formam grandes feudos, que monopolizam a economia e política deste país. Sobretudo, uma educação que permita as pessoas conhecerem a publicidade avassaladora sobre o consumidor, o transforma ser em coisa diante deste mercado ávido por gerar riquezas para grandes conglomerados empresariais. Ademais a propaganda política torna candidato em mercadoria vendável, nas mesmas características dos produtos que são lançados a cada dia nas prateleiras dos supermercados. O que vale é o slogan não exatamente as idéias e programas de governo, como ocorreu com candidato que reuniu discursos apresentados em palanques e os apresentou como sendo metas para governabilidade do país. Atitude que evidencia o descaso com as propostas e a preocupação desrespeitosa apenas com o marketing político.

No mesmo dia em que a secretária apresenta o crescimento da educação no Estado de Goiás, os principais jornais destacam o debate em torno dos empréstimos para pagamento de dívidas da Celg, agendando assunto que põe o atual governo de Alcides Rodrigues (PP) em saia justa para explicar como honrar os compromissos posteriores com o governo federal. Ninguém assumiu a culpa do endividamento da estatal e nem disse para onde foi o dinheiro gasto a mais, o qual não beneficiou a população, mas ao contrário privatizou os dividendos e socializou as despesas aviltantes. Mas sobre a educação? Nenhuma vírgula para avaliar as propostas de mudanças na estrutura do Estado, e estratégias futuras para a formação de uma comunidade que carece ser mais participativa, sobretudo no sentido de reivindicar seriedade pública e democracia política para que ocorra desenvolvimento econômico sem hipocrisia.

O MITO DOS FICHA LIMPAS

Caso seja lesiva a sociedade esta “autoridade” deve ser punida, como qualquer um, a exemplo daqueles que não têm condições de contratar bons advogados, recursos que apenas mantém o controle do poder econômico e, neste caso político, sobre a democracia.

JUSTIÇA - Não demorou muito tempo se entender que a Lei do ficha limpa não seria razoável diante de uma sociedade complexa, em que o poder político e econômico se posiciona acima dos interesses da coletividade. A democracia passa pela busca incessante pela justiça e igualdade social, mas esta não é uma tarefa fácil exercida pela coletividade diante da liderança forte e decisiva de pequenos grupos que se posicionam na liderança do pensamento das pessoas a princípio, e com a coerção em última instância. No caso, a medida proposta deveria ser aplicada com igualdade para todos, o que parece não ser o procedimento.

Na possibilidade de os ministros do Supremo Tribunal Federal optarem pela impugnação de uma candidatura e permitir outras resume a dificuldade de se definir critérios, e o que sobressai é apenas o entendimento subjetivo que levará a injustiça social, retirando a escolha da sociedade para a decisão eleitoral para alguns membros da justiça. Não é possível afirmar que um tribunal seja formado por pessoas apolíticas, pois, têm ligações partidárias e interesses particulares, notoriamente – como exemplo Gilmar Mendes enquanto presidente do STF recebeu apoio da grande mídia paulista, merecedor inclusive de editorial elogioso do jornal Folha de S. Paulo por sua atuação, depois criticada pelo seu sucesso, Cezar Peluso. Desta maneira, o crivo da seleção de quem pode ou não ser eleito se distancia da verdadeira instância legítima, que é o cidadão, o qual vive muito longe da realidade dos chamados operadores do direito.

Os defensores da lei – com legitimidade - podem questionar se é justo alguém com falta de ética e por cima criminoso reunir condição para representar uma comunidade inteira. A resposta evidentemente é um sonoro não, entretanto, com separar os éticos dos não-éticos. Qual crime que se cometeu? Caso seja lesiva a sociedade esta “autoridade” deve ser punida, como qualquer um, a exemplo daqueles que não têm condições de contratar bons advogados, recursos que apenas mantém o controle do poder econômico e, neste caso político, sobre a democracia.

Entretanto, a realidade que se apresenta é de fato outra, muitos crimes políticos contra o público continua sem punição, mesmo considerando indícios fortes sobre os danos principalmente ao erário público. Até mesmo o relator do projeto, o deputado, agora o candidato a vice-presidente de Serra, conforme noticiou a mídia, Índio da Costa (DEM), é apontado como suspeito de desvio de verbas em merenda escolar no Rio de Janeiro. Sem provas contra ele, e com o direito, se apresenta para se tornar o vice-presidente do Brasil, se vai ser eleito é uma outra história, cabe aos brasileiros decidirem sua narrativa.

ERA DO FUTEBOL

Desta maneira, se equivocou o treinador, que assinou contrato que reza ser também um personagem da milionária trama, que mistura ficção e real, ao sabor do sonho de uma audiência aberta e desejosa de grandes emoções, oníricas.

FUTEBOL - O sonho brasileiro, de festejar mais uma vitória do futebol na copa do mundo, não se materializou como muitos propagandearam, apesar dos signos dizerem o contrário, pois, desde o princípio estava evidente a falta de atletas que pudessem atuar como criadores, para uma equipe que avançasse contra os adversários. A culpa, evidentemente que não é do técnico e menos ainda de algum jogador em particular. A questão a analisar é o tempo vivido pelo futebol brasileiro, que não é mais simplesmente uma paixão a se comemorar, perdendo ou ganhando, mas se tornou um meio de especulações financeiras, que necessita de formar astros, mitos, como numa fábrica, em detrimento da qualidade moleque das jogadas em campo. Uma pena!

A tentativa de distanciar os jogadores dos assédios da imprensa, dos lobbies e torcedores em busca de heróis fez com que o técnico Dunga se tornasse o mais antipático dos treinadores, cuja saída é comemorada pela grande mídia brasileira, que não pôde mostrar as esperadas entrevistas coletivas, ou projetar as preferência consumistas dos grandes ídolos. Isto interferiu na produção de muitos programas de péssima qualidade, e no ritmo normal do espetáculo televisual de alguns gêneros. Desta maneira, se equivocou o treinador, que assinou contrato que reza ser também um personagem da milionária trama que mistura ficção e real, ao sabor do sonho de uma audiência aberta e desejosa de grandes emoções, oníricas.

A própria CBF, destacada pela mídia – e não nega - está queixosa como a atitude de Dunga, pois havia um contrato, mesmo que tácito, o qual estabelecia a informação-show do selecionado, circunstância muito apreciada pelos jogadores que querem o brilho da vitrine mundial, que faz a alegria e sobrevivência dos ricos empresários também dos atletas, que mal conseguem esperar o final da copa para conhecer os resultados das negociações entre as grandes empresas do futebol global. Nesta arena, além do desejo do jogador de estar diante das inúmeras câmaras há a pressão extra-campo feita por homens que vivem dos personagens do futebol. Portanto, o problema de um técnico começa fora do campo muito antes de copa e movimenta um rico comércio, às vezes distante da arte do drible e toques de bola.

Como resultado, a rapidez do mercado de jogadores não tem tempo o suficiente para conhecer novos atletas, que não passam nas finas peneiras dos clubes-empresas, onde possivelmente são retidos meninos que poderiam oferecer alegria e prazer aos brasileiros amantes do esporte. Com isso, como se vê torna-se fundamental a necessidade de formar ídolos com imagens, sem a resposta no campo, durante uma copa do mundo. O mundo passa substancialmente pelo entretenimento, mas o negócio não pode matar a arte e o sonho dos torcedores que comparecem aos estádios, se vestem de verde amarelo, destacando as cores de uma nação inteira, e desfilam com as cores dos times preferidos.

Demissão - Carta de Dunga à CBF

REGULAÇÃO DAS MÍDIAS

COMUNICAÇÃO - O governo federal pretende levar avante as propostas discutidas e aprovadas na Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que reuniu segmentos da sociedade, profissionais e empresários, realizada em 2009.

Apesar da oposição severa das grandes mídias, a busca de regulamentação do setor é fundamental para a democracia política dos meios de comunicação, substancialmente das mídias tradicionais, mas efetivamente das novas tecnologias da informação, após o surgimento da internet.

A rigor, a democracia na modernidade passa fundamentalmente pelas mídias que formam opinião e consciência coletiva - opinião pública -, o contrário disso seria pensamento de massa e incapacidade de conhecer, como resultado o domínio de pequenos grupos.

Leia em Publicado

FATOS DA POLÍTICA

Os democratas, que continuam indecisos sobre qual caminho seguir em Goiás, se definiram nas eleições do Distrito Federal, irão apoiar Joaquim Roriz.

ELEIÇÕES - A escolha de José Serra, de não perder o apoio dos democratas, de fato, o levou a suportar a dor de perder os anéis e manter os dedos. Se com o DEM terá o peso das imposições de um partido fragilizado no processo de mudanças sociais contemporâneas, sem ele perderia mais tempo na propaganda eleitoral. Sem dúvida, a imagem do ex-governador, conservador e liberal, ao lado de um jovem desconhecido, Índio da Costa (DEM), pelo Brasil e sem experiência política, a altura do tucano, trará evidentemente uma condição de saia justa para o paulista.

A razão da falta de opções e disposição política de homens-políticos de peso que acompanham PSDB e DEM para estar ao lado de Serra tornou-se uma das questões mais enigmática e constrangedora para o tucanato. Afinal, por que os aliados não querem associar a imagem ao ex-governador de São Paulo? Fazer política significa ter mandato, ou seja, manter a caneta na mão, em condições de obter vantagens com o dinheiro público? A política já foi uma arte da capacidade de liderança, articulação e retórica. A representação pode ser, na atualidade, apenas um bom negócio.

Para a política goiana, há notícia importante divulgada hoje (01), publicada pelo jornal Correio Braziliense: o Partido Social Cristão deixou José Serra e caiu nas amarras dos petistas, com isso, de Alguma forma, Joaquim Roriz, pré-candidato ao governo do DF, do partido terá uma relação com a campanha de Dilma Rousseff, que declaradamente faz oposição a Marconi Perillo, o que pode favorecer o PMDB de Íris Rezende ao governo do Estado.

Os cristãos teriam mudado sua preferência na campanha à presidência em função dos revezes da decisão dos tucanos em se decidir pelo vice. O vice-presidente do PSC, pastor Everaldo, disse que a decisão não foi influenciada pela recente liderança da candidata petista nas pesquisas eleitorais. “Na hipótese do vice ser o Aécio, nós fecharíamos com o PSDB, já que o Aécio é uma figura incontestável”, afirmou.

Os democratas, que continuam indecisos sobre qual caminho seguir em Goiás, se definiram nas eleições do Distrito Federal, irão apoiar Joaquim Roriz, conforme o jornal de Brasília. As decisões se direcionam para a busca de resultados, numa rede política que visa a estar no poder, mesmo considerando a diferenças ideológicas e independentemente dos escândalos políticos e a proposta que mostra incontestável do ficha limpa.

A acomodação partidária não beneficia a campanha de Marconi Perillo, como se pode notar, pois perdeu apoio dos principais agentes políticos capazes de influenciar nos números eleitorais. Desta forma, ao que transparece o tucano aposta na sua força individual e em sua capacidade de agendamento da mídia, em busca da visibilidade para conquista do eleitor. A rigor, o peessedebista tem grande apoio das empresas de comunicação regional, o que pressupõe uma boa relação no período em que esteve no governo, e sinaliza que o procedimento futuro será o mesmo, diferentemente do que se imagina do Peemedebista que trata os órgãos de imprensa distantes dos fartos recursos públicos.

Notório que, nesta trama política, ainda não está certo quem vai para o segundo turno, o qual se mostra inevitável. Na atual conjuntura, entretanto, Alcides Rodrigues (PP) e o seu candidato, Vanderlan Cardoso (PR), estará no palanque de oposição a Perillo, ao lado de Íris Rezende, do atual prefeito Paulo Garcia (PT) e de representantes do governo federal petista. O ex-governador, portanto, precisará de disposição e muitas vozes para se defender dos muitos adversários e demonstrar ao eleitor sua competência e modernidade política.

MÍDIA E JUSTIÇA

As novas mídias exercem papel importante na democracia política. Entretanto, é apenas um começo diante do poder econômico e político de grande empresas de comunicação, que tratam a informação simplesmente como negócio, sem entender a importância de uma sociedade bem informada e participativa. 

Para evitar mudanças no sistema midiático conservador que ainda impera também no Brasil é necessário a eficácia da justiça, que muitas vezes está sintonizada com as lógicas de manutenção do sistema anti-democrático e injusto. 

Pensadores, que se debruçam nesta discussão, acreditam que chegamos a uma nova fase das comunicação com a internet, mas é preciso ações para romper o modelo vigente de monopólio das empresas do setor. 


Saiba mais