Partidos brasileiros pós-modernos

O que significa dizer que se trata de partidos abertos às negociações políticas, de fato, que para tanto exigem algum resultado para grupos em consenso, sem compromisso com bandeiras sociais. Inverte-se os lugares; primeiro o partido depois uma possível representação, conforme conveniência

Política partidária – A semana movimentou a conversa social com dois assuntos  sem relação, mas que são pertinentes com as lógicas dos tempos pós-modernos. O TSE ratifica o Partido Social Democrata (PSD), cuja liderança e idealizador é Gilberto Kassab, ex-DEM/PFL/PL, agremiação que está entre os cinco maiores partidos, nos 28 existentes no Brasil, conforme aponta o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Já na esfera da justiça a disputa entre Supremo Tribunal de Federal (STF)  e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável pela punição de juízos que cometem atos falhos na defesa da sociedade, o qual está perdendo autoridade em sua nobre missão, com a regulação da entidade superior. Nos enfrentamentos, a corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, dispara crítica aos juízes brasileiros ao afirmar que há “bandidos escondidos atrás da toga”.

Movimentos políticos de um lado, instabilidade do poder de outra, e no final mudanças visíveis na estrutura de decisão das altas esferas representativas do país. O surgimento do PSD faz emergir de fato um grupo de políticos que se reúne em torno de representação sem discurso definido, portanto, sem estabelecer quais parcelas da sociedade dará voz. Torna-se, desta forma, um partido que não apresenta sua representatividade legítima, mas está entre os maiores do Congresso Nacional, com poder para inferir dos rumos políticos da nação.

Como Kassab afirma tratar-se ser um partido de centro revela que pode se movimentar nas oportunidades de decisão, tanto para a direita como para a esquerda ou lugar nenhum. Fica subentendido que haverá permanente negociação com os detendores do poder de plantão, seja na união, estados ou municípios. Assim, sendo talvez possa dizer os partidos políticos se transformaram em virtuais, ou seguindo a moda, pós-moderno – não há ideologia definida.

O que significa dizer que se trata de partidos abertos às negociações políticas, de fato, que para tanto exigem algum resultado para grupos em consenso, sem compromisso com bandeiras sociais.

Inverte-se os lugares; primeiro o partido depois uma possível representação, conforme conveniência. Se PSD cumprir esta lógica a realidade se faz inusual, lamentável, podendo ser de direita em Goiás e de esquerda no sul do país. O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), ao que parece, não está sozinho na ordem política, de partidários com diferentes visão de mundo. Não há dúvida, que o sinal amarelo ascendeu nesta batalha confortável pelo poder, também partidário.

Assim sendo, parece abrir-se o espaço da concorrência representativa muito próximo do que ocorre no mercado formal, mas relativo aos designios de uma sociedade que precisa de igualdade social, distribuição e renda e estabilidade econômica, diante da crise global iminente. Eis a profissionalização dos representantes políticos.

Deste modo, com instabilidade na estrutura da sociedade, com amplos enfrentamentos nos defensores da ordem, da justiça; partidos que reunem diferentes matizes ideológicas ou nenhuma; a nação brasileira rapidamente evolui para a pós-modernidade, à frente de novo e velho mundo. Resta saber qual o quinhão dos homens e mulheres comuns que constroem esta nação; finalmente chegou-se ao futuro. Já era sem tempo, e previsível?

Universidade pública e mercado

Em suma, na base de uma universidade pública deve estar o interesse público e suas implicações sociais, sem fugacidade e atenta com o desenvolvimento de pesquisa que vise o bem da coletividade e a qualidade de vida dos indivíduos em sociedade  

Educação e pesquisa  – A imprensa local informou esta semana que a reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG) deverá anunciar mais campi em cidades do estado, para tanto, realiza estudos para saber a realidade da região e  demanda de mercado. As informações parecem desencontradas, pois a razão de uma instituição pública de educação é exatamente valorizar os espaços universitários, primando pela qualidade da graduação, pesquisa e extensão. Como, de fato, o espaço de desenvolvimento de projeto científico não faz parte do interesse do setor privado, torna-se de responsabilidade do Estado envolver-se com a efetivação de pesquisadores com investimento. Desta forma, não se trata de simplesmente viabilizar interesses mercadológicos, como fez entender a nota jornalística.

As trocas econômicas e relações políticas fazem parte do interior do campus universitário, mas a definição de prioridades para as questões que atendam demandas privadas imediatas, somente contradiz as propostas de interesse do público, pois há uma dinâmica social que permite perceber alteração de comportamento nas áreas de conhecimentos ao longo do tempo, de maneira dinâmica. Com efeito, alguns cursos com grande demanda hoje não deverão chamar tanta atenção a médio e longo prazo, causando uma intensa corrida das faculdades particulares em torno dos alunos, em busca de adequar o seu negócio às formações da moda.

Neste momento, se assiste o fechamento de cursos tradicionais e reestruturação de outros que deixaram de ser visíveis para o mercado e população, mas que volta em função deste movimento social e político. Portanto, a filosofia, sociologia, pedagogia, etc., pouco observados pelo imediatismo moderno, não deve ser visto do mesmo modo pelo campo acadêmico público, o que não ocorre efetivamente na rede privada, que valoriza sobremaneira o resultado de seus empreendimentos, com suas razões efetivas.

Em suma, na base de uma universidade pública deve estar o interesse público e suas implicações sociais, sem fugacidade e atenta com o desenvolvimento de pesquisa que vise o bem da coletividade e a qualidade de vida dos indivíduos em sociedade. Além disso, não se pode equivocar de imaginar uma sociedade acadêmica elitista e mercadológica, simplesmente, cuja base está no limite da prática, como querem os empreendedores, visionários.

Desvios urbanos

Se a maioria está no espaço público, as resoluções urbanas se fazem democráticas e politizadas, um trabalho a mais para os líderes eleitos para a nobre função de governar  

Espaço público - Muito já se discutiu sobre o trânsito nas últimas décadas, considerando sempre a quantidade de carros que congestionam a principais vias urbanas, gerando afogamento de grandes proporções no espaço público, proporcionando como resultado acidentes com muitas vítimas, e em decorrência da poluição emergem  estresse, doenças físicas e psicológicas. A situação ainda fica mais complicada quando não há estrutura  para dar fluxo a torrente de automóveis que invadem as ruas, cada vez em maior volume. Pior ainda, se for necessário o fechamento de importantes avenidas, como é o caso de Goiânia, em função obras idealizadas para atender aos tempos modernos.

Desta forma, os governantes precisam se precaver quanto a suas estratégias ao lidar com o dia a dia das cidades, pois as construções, muitas indispensáveis, podem impor efeito contrário na proposta de dar qualidade de vida à comunidade, pois causa tantos transtornos que no final, na memória do eleitor sobra aborrecimentos e falta de compreensão para subtrair o incômodo por meses aos resultados benéficos. Como exemplo, na capital goiana, os acidentes em determinados locais do município são frequentes, cuja constatação nem precisa de pesquisas. Ademais, encontrar um agente de trânsito pela frente em horários de pico é sinal de problemas para o motorista, que deverá usar longos desvios, aumentando o tempo do deslocamento e aborrecimento diante do caos urbano.

Na realidade, se olhado de mais otimista, o aumento de automóveis nas ruas representa tempos em que todos podem ter o seu veículo, o que, faz poucas décadas, era somente privilégio de alguns, que disponham de recursos para adquirir e manter o bem dispensável – sinal de status social. Como o transporte coletivo entrou em um processo de falência, a possibilidade da democratização do carro leva igualdade a lugares que foram pensados conforme diferenças sociais seculares. Se a maioria está no espaço público, as resoluções urbanas se fazem democráticas e politizadas, um trabalho a mais para os líderes eleitos para a nobre função de governar.

Paradoxos da política, também brasileiros

Se assim se mantiver nas próximas eleições haverá caciques de tradicionais partidos de direita (defensores de uma ordem conservadora), grandes empresários do setor financeiro, com discurso de aumento salarial, melhores condições para o trabalhador e menos lucros para o setor industrial internacional

MUDANÇAS IDEOLÓGICAS – O mundo político, é forçoso generalizar, realmente se mostra muito estranho, quando o assunto é poder. Neste sentido há uma indagação permanente, como estruturar um partido em um sistema, do qual liderança significa recursos para se apresentar para a sociedade e ter espaço para revelar suas propostas. O econômico, seguindo sua lógica necessita ordenar o pensamento, de tal maneira que não fuja ao controle de uma certa segurança sistêmica. Assim, sendo como pensar os partidos políticos que discursam para uma nova ordem de pensamento, com atenção ao social, como por exemplo, o Partido dos Trabalhadores? A direita neste sentido, o seu problema é de outra ordem, bem verdade. Pensar de maneira dicotômica pode ser um erro, mas aqui se torna uma maneira de entender os procedimentos eleitorais.

Nos últimos meses cenas inusitadas percorrem o país, o que geram um bom debate, não dito, pois tornou-se comum empresários e lideranças, com opção política conservadoras, apeando no reduto do partido da estrela vermelha – agremiação do poder. Como não se pode fechar em grupo para as filiações que permitem acesso a espaços sonhados pelos petistas, no final, gatos manchados se tornam pardos numa relação de quebra do discurso partidário, que mantém no poder presidentes e políticos no congresso nacional, cuja base está no voto popular, ou seja, da maioria dos trabalhadores, muitas deles longe das tradicionais fábricas paulistas.

Neste sentido, o que vale tanto para a direita brasileira quanto para a esquerda – aqui não pode generalizar, pois existem grupos radicais de ambos os lados, que formam uma minoria, a qual não recebe espaço para seu discurso – é pensar como atingir o poder, trazendo para si o maior números de líderes, com discursos diversos e proposta sem vínculo com a visão de mundo partidária, do qual fará parte. No final, sem identidade tudo vale, menos as cores das legendas.  Desta forma, se o governo é tucano ou democrata aumenta-se o número de políticos do partido, e o mesmo vem ocorrendo com o PT de Luiz Inácio Lula da Silva.

Se assim se mantiver nas próximas eleições haverá caciques de tradicionais partidos de direita (defensores de uma ordem conservadora), grandes empresários do setor financeiro, com discurso de aumento salarial, melhores condições para o trabalhador e menos lucros para o setor industrial internacional – com ampla leitura sobre socialismo e por que não comunismo – o que conta é fazer parte do poder – verdade que tradicionais líderes de esquerda migraram para partidos conservadores de uma tradição nacionalista e/ou liberal. Serão interessantes para eleitores com dúvidas sobre a política e o seu futuro, afinal sem oposição haverá mesmo somente situação, para um país mais rico economicamente e pobre de ideias, conhecimento e igualdade social.

Cidadão do mundo e as políticas globais

A rigor, o liberalismo que se deteriora no centro financeiro mundial já rendeu dividendos para muitos ricos, e fome para muitos pobres, o que torna insustentável salvaguardar somente as grandes nações

 
 ASSEMBLÉIA DA ONU – Faz pouco as pessoas de qualquer país tinham como obrigação participar das atividades políticas de sua comunidade, outras vezes de sua cidade. Na atualidade, no entanto, nos tornamos cada vez mais cidadãos globais, do mundo, o que equivale dizer mudanças substanciais em nosso comportamento e conhecimento. Desta forma, as decisões tomadas na China, nos Estados Unidos e França dizem respeito aos indivíduos localizados em países da África e Brasil, por exemplo, o que torna reuniões com a Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorre em Nova Iorque (EUA) um evento importante, que deve ser acompanhado de perto. A posição do governo brasileiro, como consequência, interfere na nossa vida particular cada vez mais amarrada as economias mundiais.

Na Abertura da ONU a presidente brasileira Dilma Rousseff (PT) demarcou, para os cerca de 190 representantes de Estados-nação, qual será a política do país da América Latina. Na oportunidade, em seu discurso, condenou o uso de recursos econômicos das principais potências para aumentar o desemprego, com política que visa aumentar suas riquezas em detrimento da população local e de outras nações, principalmente as que convivem com a miséria há séculos.

A questão palestina mereceu atenção de Rousseff que deixou claro que o Brasil apoia a luta do país Árabe de ingressar na ONU, com direito a voto e participar de decisões políticas globais, condição em que está desfavorável diante dos israelenses que tem o apoio explícito dos Estados Unidos.

A presidente também reivindica lugar no conselho permanente de segurança da ONU, com direito a veto, hoje nas mãos de Estados Unidos, França, Reino Unido – que se mostram aliados nas decisões globais – e Rússia e China. Esta certamente é a agência mais importante da entidade, pois o é órgão definidor de intervenções em países que atuam contra os direitos humanos, definindo a ordem global, que atinge as políticas sócias dos Estados, etc. No final, é dele a responsabilidade pela intervenção na Líbia, por exemplo, e na decisão de guerra contra países como Iraque e Afeganistão.

Em resumo, a crise que atinge as nações ricas, sem posicionamento de países como o Brasil, a conta virá para ser socializada com a população fora dos grandes centros exportador e rico, mantendo estrutura econômica de séculos. A rigor, o liberalismo que se deteriora no centro financeiro mundial já rendeu dividendos para muitos ricos e fome para muitos pobres, o que torna insustentável salvaguardar somente as grandes nações.

Assim, cada qual assuma suas responsabilidades, com a observação do cidadão global.

Intervenção na UEG

Educação – Não há dúvida a importância da Universidade Estadual de Goiás (UEG) para o desenvolvimento do estado, capaz de formar uma comunidade para enfrentar seus problemas, seja econômico, social e permitir mais qualidade de vida. A medida do governo estadual, em anos anteriores, em fortalecer a instituição foi acertada e vista pela população com otimismo, numa proposta de reunir faculdades isoladas para, em conjunto, cacifar-se para a pesquisa e melhoria na graduação. Mas a mão de ferro dos governos torna-a apenas mais um espaço burocrático estadual.

Notoriamente que a eleição sucessiva da reitoria enfraquece a igualdade e liberdade dos professores e alunos, pois como o número de contratados é maior do que os efetivos, o processo não ocorre de maneira a zelar tão somente pela instituição. A rigor, uma universidade deve ter o maior peso das decisões no grupo pensante, aquele que está na base educacional. Fora disso a UEG torna-se um órgão público, mais um.

Talvez seja mesmo a hora de definir os rumos a serem seguidos, mas com orientação acadêmica, sem desprezar as prerrogativas políticas que fazem parte do campo de pesquisa, mas de  maneira que haja diálogo e não imposições. Não há dúvida que a conta, no final, é paga pela população que pode ter benefícios e muitos, ou prejuízos, com dinheiro sendo gasto equivocamente. Não há outros caminhos.

Política e tecnologia


Uma ressalva, a defesa daqueles que encontram numa condição de privilégio é natural, mas os representantes políticos que dizem desconhecer a história e seus discursos estão disfarçados, na condição de líder. Lamentável

Tecnologias da comunicação – Acompanhar o desenvolvimento social não é uma tarefa fácil, chegamos às vezes a imaginar que a sociedade, com todas as suas mazelas existe desde a sua origem, no instante que o primeiro homem descobriu sua razão de ser. Não é verdade, há um processo político, econômico e social que vai se desenrolando, no qual todos fazemos parte, seja enquanto memória ou como agentes. Perder de vistas o passado, e suas implicações, é reproduzir ideias que se tornaram verdades pela força de interesses que se materializaram hegemônicos.

Neste sentido vale entender as implicações das tecnologias que pertencem à sociedade e dela faz parte. A rigor, instrumentos que permitam o conhecimento podem significar liberdade, questionamentos e igualdade.



Se analisada a história, de maneira sistêmica, as tecnologias representaram momentos importantes para mudanças do comportamento dos indivíduos que segue cada vez mais urbano e produtivo, deixando de lado suas tradições e legado de vida em comunidade. A comunicação efetivamente passa a ser um lugar, ao mesmo tempo de domínio de mentes e corações, mas abre caminho para as trocas de mensagens entre pessoas distantes. Formam-se a memória local e global, que permite o contato com os registros de determinado momento, seja de crise ou negociações. Como resultado, as transformações religiosas, das relações de produção, de pensamento, comportamento, os quais valem analisar se em favor de toda a humanidade. Mas nem sempre.

De maneira crítica, permanecemos na estrutura de pessoas que pensam e outras que fazem, sem refletir, portanto submetidas ao domínio de um conhecer que se torna verdade. Podemos acrescentar que na realidade econômica do sistema atual há divisão está entre aqueles que produzem e outros poucos que usufruem, considerando as inúmeras possibilidades das invenções permanentes. No entanto, as tecnologias, ao longo, dos tempos vão conduzindo as relações sociais para lugares mais complexos. Ou seja, a interação permanente permite as trocas de mensagens que fazem emergir momentos históricos importantes, e percepção do homem de sua realidade.

Embora esta seja uma visão otimista, não se deve esquecer-se das lutas que ocorrem no campo social, em que há aqueles que interessam pela manutenção desta ordem. Entretanto, existem outros que acreditam que uma sociedade bem informada seja o caminho para a democracia, com usos de novas técnicas – talvez este seja o momento propício para o fluxo de conhecimento, na imaterialidade virtual. Não entender estas relações é defender o raciocínio de indivíduos que apostam da incapacidade da maioria. As transformações existem e para cada passo surgem possibilidades e resistências de ambos os lados. Portanto, os instrumentos da comunicação podem ser uma saída para desconstruir verdades para uma nova ordem de pensamento e de sobrevivência.

Neste sentido, uma ressalva, a defesa daqueles que encontram numa condição de privilégio é natural, mas os representantes políticos que diz desconhecer a história e seus discursos estão disfarçados, na condição de líder. Lamentável. Deve-se abrir ao diálogo, reconhecer o papel que assumem. Há outros caminhos, menos alienantes, ou não.

Mais um 11 de setembro

Um dos fatores que trazem complicações para o momento atual da política em particular, que sustenta a ordem econômica, são a potencialidade das informações que percorrem o mundo com menos limites que nos séculos passados
Estados Unidos relembram os atentados que transformaram o mundo em apenas um dia (REUTERS/Brad Rickerby ) »Imagem Correio Braziliense
ACONTECIMENTOS – Numa análise é difícil entender as razões de tantas imagens sobre o 11 de setembro, nesta época do ano, quando as torres gêmeas, o símbolo do capitalismo dos Estados Unidos, foram “bombardeadas”, tendo como arma aviões convencionais de transporte. Mas é possível imaginar que o sistema econômico e político estejam ameaçados por forças “terroristas” – portanto, capaz de gerar terror intensamente, que desestabiliza – , causadoras do caos no mundo moderno.

A rigor, compreende-se que a nação atingida representa a ordem global para um mundo civilizado, democrático, com igualdade de oportunidade aos indivíduos da sociedade complexa.

Vários especiais no rádio, nos jornais e na televisão durante a semana, chamam a atenção para os conflitos que percorrem o mundo neste momento, descortinando para os motivos de atentados que instabiliza o mundo, eternamente em tensão. Deixa claros os erros cometidos pelo governo George Bush ao entrar numa guerra como imperialista, colocando em questionamento a condição financeira do seu país para enfrentar anos de gastos enormes.

Ao mesmo tempo em que advertências para a manutenção de um regime econômico é possível ver na mídia as diferenças sociais, que atingem a sociedade global, havendo em muitos lugares comunidades sem perspectivas, literalmente vivendo de um caos que se eterniza.

A ordem global certamente não passa simplesmente pelo econômico, pois o mundo vive das lógicas sociais que dizem respeito à cultura, religião, costumes. Mas se a base das práticas sociais passa pelos movimentos financeiros, a concentração de rendas poderá levar a queda de impérios – hoje mais lentamente que antes – apesar da força de comunicação do poder institucional.

Um dos fatores que trazem complicações para o momento atual da política em particular, que sustenta a ordem econômica, são a potencialidade das informações que percorrem o mundo com menos limites que nos séculos passados.

Assim, importante observar com atenção o que não é dito, mais do que está explícito nos tradicionais meios de comunicação, importantes para a existência da modernidade

Torres para prefeito ou presidente?

Neste momento estão sendo feitas as apostas. Então é aguardar o desenrolar dos personagens desta trama intrincada, a qual não se resume à vitória para a prefeitura de Goiânia
 
SUCESSÃO MUNICIPAL – Na política qualquer análise que se faça dias antes das eleições é precipitada – ainda mais se considerados meses – diante da complexidade dos interesses e diferentes cenários que se montam com pequenas mudanças das peças do jogo. Ao longe é mais difícil ter uma visão detalhada do que ocorre no centro do poder político, mas há articulações difíceis da atual oposição ao paço municipal, que enfrentará o prefeito Paulo Garcia (PT).

A expectativa é a candidatura do senador Demóstenes Torres (DEM),  hoje com grande visibilidade nacional, em decorrência de seu discurso efetivo de oposição à presidente Dilma Rousseff (PT), administração que gera certo receio da classe empresarial e establishment. Como resultado, tornam-se indispensáveis personalidades com retórica e comportamento capazes de sensibilizar a opinião pública (parte dela conservadora), e com conhecimento do sistema social. O senador goiano encaixa nas características desta liderança almejada, que vem perdendo terreno nas últimas campanhas, exatamente pela falta de discursos coerentes com suas bandeiras e circunstâncias sociais, com eleitor mais exigente e participativo.

Caso Torres decida se candidatar contará com o apoio de Marconi Perillo (PSDB) parceiro na última campanha, quando obteve êxito, no segundo turno contra Íris Rezende (PMDB) – candidato que recebeu apoio do partido dos trabalhadores -, tendo como vice um Democrata, José Éliton. PSDB e DEM que não tem nomes capazes de altas apostas no atual cenário eleitoral, resultado das estratégias políticas de manter status em poucos elegíveis e evitar disseminação de poder. Contudo, um provável sucesso do senador emergirá dois políticos em disputa por espaços apertados.

Com experiência no Legislativo, bom de retórica e disposto a enfrentar os governistas, apoiando-se no sistema jurídico, a todo o momento Torres poderá estar na mídia, como vem ocorrendo, participando com eficiência do imaginário social, o que é fundamental para alguém buscar lugares mais altos na política brasileira. A prefeitura de Goiânia seria o novo, se distanciando dos movimentos de Brasília, o conhecido. Neste ponto de vista perdendo espaços preciosos para membros do próprio partido, conquistados ao longo de vários anos, com êxito em função do momento em que vive a direita no Brasil. Neste momento, o senador, como estratégia, deixará que seu nome esteja em especulação, pois mantém visível nas mídia goiana e nacional.

Neste sentido, podem-se observar as sucessivas viagens pelo mundo de Marconi Perillo que mais busca visibilidade nacional, uma liderança cosmopolita, do que exatamente se apresentar para a população regional, que quer ver resolvidas questões mais pontuais, como o saneamento da Celg, reparo de rodovias e economia sustentável. Não há dúvida que, também, Perillo acredita em espaço tucano para uma campanha presidencial com seu nome na cédula eleitoral.

Neste momento estão sendo feitas as apostas. Então é aguardar o desenrolar dos personagens desta trama intrincada, a qual não se resume à vitória para a prefeitura de Goiânia. Aguardar para ver.

11 de setembro para a eternidade

Finalmente, as guerras não fazem um país de vítima, mas atingem nações em outros lugares, que somadas levariam a exaustão uma audiência pouco interessada ao sensacionalismo

GUERRA – A cada ano,  quando se aproxima o 11 de setembro no mundo inteiro, com destaque para o Brasil, há uma grande comoção midiática para relembrar a data fatídica que vitimou milhares de pessoas nos Estados Unidos, quando ato terrorista levou abaixo o símbolo do capital mundial, às torres gêmeas.

De fato, entretanto, que os enfrentamentos, sobretudo, muitos deles com uso de sofisticados equipamentos bélicos, na história mais recente, não deixaram de existir em algum lugar do planeta, que envolve a morte de dezenas de centenas de pessoas, na sua maioria desconhecidos pela opinião pública, ou mesmo esquecidos. Os relatos são sempre de grande sofrimento, também no Haiti, na África, na Alemanha, em países do oriente médio, Ásia, etc.

Na percepção da sociedade global estão as cenas dos aviões, atingindo as colunas do fausto prédio e os gritos de pessoas em desespero, sem saberem exatamente o que ocorria. Todos tentando se proteger, uns obtém mais sorte, outros nem tanto. Irracional.

Num corte de cenário, a catástrofe natural que atingiu o Haiti, além das guerras civis, nas quais morreram pessoas soterradas em meio aos entulhos. Na África as cenas de horror de pessoas fugindo das armas potentes de grupos em disputa por poder, numa batalha sem fim, que tem como epicentro interesses internacionais (com ramificação das grandes potências), que fazem surgir crianças esquálidas,  com ossos a mostra, desnutridas, na Somália, na Etiópia, as quais não tem presente e o futuro se torna apenas uma miragem.

Em outra cena, no Brasil, na Argentina e Chile também são comoventes as mortes de pessoas que lutaram por liberdade, enquanto o Estado (entidade pública) atingiam indivíduos que reagiam ao autoritarismo nacional, com tentáculos da ordem mundial – na busca por poder. Com menos vítimas no Brasil, entretanto, motivo de repulsa, mas com milhares de torturados nos dois países latino-americanos, que ainda tentam levar aos tribunais seus algozes.

Finalmente, as guerras não fazem um país de vítima, mas atingem nações em outros lugares, que somadas levariam a exaustão uma audiência pouco interessada ao sensacionalismo. Contudo, o excesso de imagem em apenas um símbolo deixa à mostra realidade que chama a atenção para apenas alguns ícones da guerra. Privilegiando imagens que não chegam a todos, sensibilizando para os acontecimentos fatídicos, com justiça.

Hipocrisia da guerra

INTERESSES INTERNACIONAIS – A guerra na Líbia se mostra um lugar importante para entender as diversas afirmações dos países centrais, como Inglaterra, França e Estados Unidos. Num primeiro momento, a informação era de que havia um descontrole político do governo de Muamar Kadafi, portanto, o tornava a revolução promovida por insurgentes inevitável.

Diante da dificuldade de vencer o exército líbio, o mundo ficou sabendo que milhares de civis estavam morrendo – o que parece não ser novidade nas guerras, que tem como base o econômico -, como resultado do conflito, portanto, seria fundamental a presença de um órgão externo, neste caso a ONU.

Depois de algum tempo, além de fechar os espaços aéreos do país norte africano para evitar o uso de aviões, as nações internacionais passaram a liberar armas para os chamados insurgentes e explodir pontos estratégicos, onde poderia haver focos de artilharia do país. Com isso se estabelece uma guerra que não insurge a partir da política local, diante de um chefe de governo que está há mais de 40 anos, portanto, uma ditadura.

Com o avanço das tropas “revolucionárias”, as informações são da vitória da democracia ocidental, pois não haveria ingerência externa. Mas hoje o presidente francês Nicolas Sarkozy informa que a guerra continua até encontrar Kadafi, ainda uma ameaça. Conforme matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo,  “A guerra ainda não acabou. Ainda há confrontos. Por isso a OTAN está pronta para continuar nossas operações o quanto for necessário”, disse o secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen. Operações significa uso de armas estrangeiras “com fins pacíficos”.

Afinal, trata-se de uma luta interna, com interesses democráticos que interessam aos líbios ou a invasão é externa? Se assim for, o mundo corre perigo diante dos chefões internacionais. Agora, quem será governo? A democracia não pode representar interesses apenas ocidentais.

O “poderoso chefão” da política

De fato, a revista veja é importante no campo da comunicação, como são os meios de comunicação para a informação da sociedade – não há como duvidar. Entretanto, neste campo movediço, o governo busca sua defesa e ataques, assim, como a oposição tem seus mecanismo de fazer política e melindrar os opositores. Este é o mundo da política

MEIOS DE INFORMAÇÃO – A matéria de capa da Revista Veja da semana (foto ao lado) movimentou os demais meios de comunicação, sobre as denúncias contra o petista e ex-ministro de Lula José Dirceu, o qual estaria conspirando no governo em prol de interesse de seu grupo político. Com imagens ao lado de importantes ministros da administração Dilma Rousseff (PT), nas páginas internas, permite o semanário paulista afirmar que o ex-chefe da Casa Civil é “O poderoso chefão”, diante das negociações escusas, definindo quem fica e sai do governo. Em essência, estratégias discursivas que estabelecem disputas na montagem do cenário político nacional.

Veja sempre contestada por parte de intelectuais brasileira, políticos e movimentos de esquerda obtém apoio de importantes alas do setor econômico brasileiro, pois defende um Estado menor, ou seja, responsável pelos serviços essenciais, como saúde, educação, etc., ficando para o mercado a regulação social, que deverá ser de responsabilidade do mercado – eis a proposta da chamada corrente neoliberal. Desta forma, a privatização é o caminho para uma sociedade desenvolvida e do futuro, assim, como ocorre nos países desenvolvidos – a exemplo dos Estados Unidos. Talvez seja uma aposta que está na contramão do chamado mundo moderno, pois as nações ditas liberais, com as crises, passaram também a valorizar o Estado como ente fundamental, para evitar os interesses insaciáveis de grandes “empreendedores”, principalmente do setor financeiro.

Na própria origem o veículo define o seu lugar de fala, pois a família Civita vem dos Estados Unidos para cá, e a revista foi pensada tendo como modelo a Times, Nova Iorquina. Nada demais, deve haver espaço para as várias linhas de pensamento para o debate sobre os rumos políticos e econômicos. Criticar a revista paulista faz parte do processo de disputas na definição de ideias, as quais tem reflexos na sociedade, e deverá influenciar a opinião pública. De fato, muitas vezes há excessos que vai além da informação pelo semanário, que se torna partido político, faz justiça e se alinha a apenas uma visão de mundo, a conservadora – por vez ultradireita.

O radicalismo nem de direita ou de esquerda não leva a resultados democráticos, porque retira a capacidade de decisão da sociedade, tornando as pessoas somente como massa de manobra, a qual tomaria decisão depois que os seus líderes, no campo de batalha, definissem o vitorioso. Evidentemente, que esta não é a realidade.

As denuncias contra o ex-ministro não traz muitas novidades, a não ser pela sensação de denuncia. Pois, não há dúvidas que as articulações políticas existem permanentemente, e Dirceu não parece ter poder extremado, como retrata a revista, sobre a administração de Rousseff. Caso estejam ocorre sobreposições dentro do governo, torna-se grave, pois o ex-ministro não tem cargo administrativo ou  exerce função pública no Congresso Nacional. Mas não se pode condenar o jogo político, feito pela direita e esquerda e o centro político, sendo nacional e internacional. Não há santos neste mundo.

Possivelmente Antônio Palocci (PT) tenha mesmo saído do governo em função de ações internas do partido, não tem como provar, mas pode especular que nesta missão política, o ministro não recebia apoio de toda a liderança do seu partido, e veio a sofrer derrota. No governo Palocci se comportou como mediador entre governo e empresários, uma espécie de negociador privilegiado, que exigiria movimentos políticos. Mas o seu enriquecimento e posições tenha melindrado as relações na cúpula do PT. Portanto, o ex-deputado teria deixado o seu cargo, não em função de denúncias da oposição, mas de diferenças partidárias internas.

De fato, a revista veja é importante no campo da comunicação, como são todos os meios de comunicação para a informação da sociedade – não há como duvidar. Entretanto, neste campo movediço, o governo busca sua defesa e ataques, assim, como a oposição tem seus mecanismo de fazer política e melindrar os opositores. Este é o mundo da política.

Mas deve-se esclarecer que o leitor é capaz de saber “onde o calo aperta” e definir qual partido tomar. Pois, a rigor, se dependesse das alas conservadoras, o país seria “Os Estados Unidos do Brasil”. Já a esquerda tem uma dura missão, mostrar seu valor na ruptura de modelos eternos, num intrincado processo de negociação.