Desvios urbanos

Se a maioria está no espaço público, as resoluções urbanas se fazem democráticas e politizadas, um trabalho a mais para os líderes eleitos para a nobre função de governar  

Espaço público - Muito já se discutiu sobre o trânsito nas últimas décadas, considerando sempre a quantidade de carros que congestionam a principais vias urbanas, gerando afogamento de grandes proporções no espaço público, proporcionando como resultado acidentes com muitas vítimas, e em decorrência da poluição emergem  estresse, doenças físicas e psicológicas. A situação ainda fica mais complicada quando não há estrutura  para dar fluxo a torrente de automóveis que invadem as ruas, cada vez em maior volume. Pior ainda, se for necessário o fechamento de importantes avenidas, como é o caso de Goiânia, em função obras idealizadas para atender aos tempos modernos.

Desta forma, os governantes precisam se precaver quanto a suas estratégias ao lidar com o dia a dia das cidades, pois as construções, muitas indispensáveis, podem impor efeito contrário na proposta de dar qualidade de vida à comunidade, pois causa tantos transtornos que no final, na memória do eleitor sobra aborrecimentos e falta de compreensão para subtrair o incômodo por meses aos resultados benéficos. Como exemplo, na capital goiana, os acidentes em determinados locais do município são frequentes, cuja constatação nem precisa de pesquisas. Ademais, encontrar um agente de trânsito pela frente em horários de pico é sinal de problemas para o motorista, que deverá usar longos desvios, aumentando o tempo do deslocamento e aborrecimento diante do caos urbano.

Na realidade, se olhado de mais otimista, o aumento de automóveis nas ruas representa tempos em que todos podem ter o seu veículo, o que, faz poucas décadas, era somente privilégio de alguns, que disponham de recursos para adquirir e manter o bem dispensável – sinal de status social. Como o transporte coletivo entrou em um processo de falência, a possibilidade da democratização do carro leva igualdade a lugares que foram pensados conforme diferenças sociais seculares. Se a maioria está no espaço público, as resoluções urbanas se fazem democráticas e politizadas, um trabalho a mais para os líderes eleitos para a nobre função de governar.

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