Fim dos Democratas?

Muito criticada pelos críticos ligados ao governo federal, Eliane Cantanhêde, que em vários artigos se posiciona a favor dos tucanos, descreve em sua análise de domingo a situação difícil do DEM se Dilma Rousseff vencer as eleições presidenciais deste ano. Sem dúvida na América Latina há movimentos no sentido de maior participação social nos desígnios políticos dos países. 

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Direitos humanos para a democracia

A discussão em torno dos direitos humanos parece, ao longo dos anos, não surtir qualquer efeito, apesar do atos gritantes contra a humanidade. No mundo, as diferenças econômicas saltam aos olhos como um crime contra a sociedade, dita moderna e tecnologizada, a qual teria condições de oferecer alimentos a todos os cidadãos globais.

As guerras provocadas pelas potências mundiais sempre em busca do domínio da hegemonia de poder responde a falta de responsabilidade com o homem em função do capital, que ganha, sobremaneira, em importância.

No Brasil, apesar do avanço econômico, a diferença entre ricos e pobres continua aviltante, o que resulta em falta de oportunidade para uma maioria, diferentemente, do que ocorre para uma minoria, geralmente com origem em estrutura financeira avantajada. Vale uma reflexão, se considerar o momento de mudanças de paradigmas e uma população mais participativa. texto publicado pela Folha de S. Paulo, domingo, 30 de maio.

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MARINA SILVA, VERDE

Entretanto, como em política não existem anjos, mesmo ela sabia de suas oportunidades e problemas, pois, a rigor, ela parece considerar que antes de vencer é fazer parte do imaginário social para o futuro. Pode ser.

ELEIÇÕES - A campanha eleitoral a presidência vai avançando a margem da lei eleitoral com candidatos definidos e em campanha, numa polarização já esperada desde o começo das discussões, entre o PSDB e PT. A dúvida era, entretanto, quais seriam os nomes que, de fato, representariam os partidos. A surpresa, entretanto, foi à presença de Marina Silva, filiada ao PV, uma guerreira do meio ambiente, petista, com cargo no atual governo, com quem se mostrava à vontade. Com a ruptura, surgiram possibilidades de uma candidatura a presidência que atenderia as propostas de um grupo social ligado à esquerda, voltado para a preservação da natureza e o homem; e da oposição que viu nisso a oportunidade de tirar votos do rival. Um misto de interesses, num sistema eleitoral, em que as pessoas individualmente têm pouco valor.

Considerando a rede de interesses, a condição para Marina Silva sair vitoriosa nas próximas eleições torna-se invariavelmente complexa, pois, está entre a esquerda e a direita do processo. Não pode apoiar o candidato tucano, afinal vai contra sua história de vida e movimentos sociais, mas o partido, o PV, com origem voltada para o social, se alia ao PSDB no Rio de Janeiro, partido apoiado pelos grandes empresários brasileiros, que de fato tem ingerência na definição no plano de governo do ex-governador paulista. O caso mais dramático foi exatamente, o ícone do partido Fernando Gabeira, em lançamento de sua campanha a governador do estado, que escandalosamente esconde o nome da candidata verde, para destacar a coligação formada por tucanos e democratas.

Nas últimas semanas, em tom ético Silva destaca que não se deve buscar a vitória eleitoral a qualquer preço, manchando a identidade da pessoa política, se referindo ao enfrentamento duro – natural diante da rivalidade que se mostra ao longo do tempo - entre PT e PSDB. No momento que reproduz o seu pensamento de não-vencedora, deixa transparecer a condição psicológica, não sem razão diante de um sistema social em que há permanentemente uma rivalidade dicotômica entre dois nomes, em função das diferenças no seio da social, que precisa vislumbrar um vencedor, e, dos interesses midiáticos em gerar mais audiência em um processo que na base se foca, portanto, em dois rivais definidos.

Marina Silva, sem dúvida não tem o mesmo espaço na mídia que tucanos e petistas, o que a arremete ao papel secundário no pleito. Entretanto, como em política não existem anjos, mesmo ela sabia de suas oportunidades e problemas, pois, a rigor, ela parece considerar que antes de vencer é fazer parte do imaginário social para o futuro. Pode ser.

INTERCOM E O DEBATE DE IDÉIAS

Em suma, nos grandes eventos acadêmicos, o que não pode faltar são as divergências, de fato salutares. Sem dúvidas, nem todos escrevem e lêem pelas mesmas cartilhas e isto torna estes momentos indispensáveis e fundamentais.

CIÊNCIA - A Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), realizada na UFG entre os dias 27 e 29, conseguiu o seu objetivo de levar conhecimento e debate científico à comunidade acadêmica (pesquisadores, professores e estudantes) do curso de comunicação social, dividido em suas habilitações: Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas. O que chamou a atenção nos três dias foi a participação dos alunos de diversas instituições, não somente de capital do estado, mas de outros municípios, o que demonstra o interesse pela ciência, apesar dos signos dizerem o contrário. Evidentemente, que o número de pessoas participantes estaria aquém do desejado, entretanto, este não é um território a ser seguido por uma maioria em tempo de mercados fortes e imediatos.

Importante notar, entretanto, a busca pela ordenação de um discurso por parte de muitos intelectuais, possivelmente uma revisão às propostas de um marxismo que insiste com definições que contrariam as prerrogativas mercadológicas desse século. O ilustre professor Marques de Melo na sua abertura não deixa dúvidas quanto à importância das atividades nos laboratórios nas faculdades de jornalismo, considerando os anseios dos estudantes em buscar rapidamente o mercado ao termino do curso, como tem ressaltado o pensador em outros momentos, nem todos serão pesquisadores. Desta vez, citou a sua experiência própria de um aluno que não teve a experiência enquanto graduando dos laboratórios que, segundo ele, aproxima o futuro profissional com as lidas práticas, eficientemente.

Em uma análise, com ênfase na sua discussão histórica do jornalismo com a habilidade que lhe é peculiar Melo retratou a televisão, onde destacou Assis Chateaubriand (Diários Associados) e Roberto Marinho (Rede Globo), duas personalidades elogiadas pelos feitos à comunicação brasileira, mas ao mesmo tempo contestadas ante as suas maneiras pouco éticas de tratar a informação. O primeiro, durante sua existência profissional usou métodos com pouca lisura para tratar amigos e inimigos, inclusive chantageando empresários para obter recursos e formar o seu conglomerado, o maior da sua época, sem concorrência, além de seus textos que reverberavam interesses particulares, sobretudo na política, em detrimento da coletividade.

O segundo, por sua vez, é sabido a sua proximidade com os governos autoritários, a iniciar com o grande escândalo Globo Times Life, no início da década de 60, numa estratégia que deu certo de burlar as leis vigentes para obter vultosos recursos da empresa estadunidense, o que permitiu a Rede Globo torna-se o que é hoje, um grande conglomerado das comunicações. Importante destacar que não houve qualquer sanção devido ao apoio recebido pelos militares quando foi julgada pelo Congresso Nacional. Para tanto, leu pela cartilha dos governos autoritários que exterminou brasileiros contrários ao regime, inclusive jornalistas. O apoio do conglomerado aos militares durou até o último instante de sua derrocada em 1985.

O pensamento dos funcionalistas americanos, reproduzido pelo espanhol Ortega y Gasset, citado por Melo na abertura do evento, que tem uma visão de uma sociedade de massa, por vezes gera contestação e pode arremeter a imaginar a existência de indivíduos desarticulados e alienados, e para tanto se deve adequar o jornalismo, por exemplo, a esta proposta, de maneira a promover o fluxo de informação que permita a sociedade se formar conforme um sistema estabelecido. Deste modo, a mudança seria difícil e complexa diante de uma sociedade que pouco pensa e segue rumos estabelecidos pelos comunicadores, guiados por uma lógica, neste contexto, de mercado, a essência da modernidade. Conforme Gasset, no livro “A Rebelião das Massas” as minorias são indivíduos ou grupos de indivíduos especialmente qualificados. A massa é o conjunto de pessoas não especialmente qualificadas. Não se entenda, pois, por massas só nem principalmente "as massas operárias". Massa é "o homem médio".

Em suma, nos grandes eventos acadêmicos, o que não pode faltar são as divergências, de fato salutares. Sem dúvidas, nem todos escrevem e lêem pelas mesmas cartilhas e isto torna estes momentos indispensáveis e fundamentais.

VICE DE SERRA

Numa análise rápida, Aécio Neves que sonha em ser presidente da república não quer arriscar quatro anos longe da visibilidade do poder, afinal, com a popularidade que tem no Estado, sua eleição para o senado seria garantida.

POLÍTICA - A situação do pré-candidato do PSDB a presidência não é fácil neste momento, diante da indefinição do vice em sua chapa e das sucessivas recusas de aliados. Perdendo terreno em popularidade, conforme apontam pesquisas de maio, empresário e apoiadores do tucano têm a convicção que é fundamentais estímulos para a campanha crescer ou reduzir queda. O mineiro Aécio Neves teoricamente seria uma injeção de ânimo na corrida eleitoral neste momento, pois o colégio eleitoral mineiro é o segundo maior do Brasil, onde o neto de Tancredo Neves tem ampla aprovação. A rigor, para muitos especialistas políticos as eleições podem ser definidas no Estado. Mas o ex-governador se recusa a abrir mão de sua candidatura ao senado, apesar da pressão constante do partido.

O cearense Tasso Jereissati, aliado de primeira hora, também declina do convite, embora se diga feliz por ter sido lembrado pelo amigo. Afinal, qual a razão de tantas dificuldades para encontrar um vice? Evidentemente, que as pesquisas eleitorais que apontam queda de Serra atrapalham a sua negociação para formar chapa. No entanto, parecem estranhas as sucessivas recusas de aliados, o que vai ao longo da campanha criando uma situação de descrédito. A rigor, pode pensar o eleitor, se os parceiros não querem uma relação direta, certamente têm dúvidas sobre a potencialidade do tucano de se eleger a presidência.

Numa análise rápida, Aécio Neves que sonha em ser presidente não quer arriscar quatro anos longe da visibilidade do poder, afinal, com a popularidade que tem no Estado, sua eleição para o senado seria garantida, o que o tornaria conhecido no Brasil inteiro e poderia reunir condições para uma campanha nacional daqui a quatro ou oito anos, o que não ocorre na atualidade, sendo conhecido apenas no seu estado. Certamente, sendo vice-presidente teria talvez mais notoriedade do que somente senador, entretanto, a falta de perspectiva de vitória para um pleito duro como este assusta o mineiro, tendo de enfrentar a candidata apoiada por um presidente com 76% de aprovação popular.

Além do mais, a figura de Fernando Henrique Cardoso desapareceu do cenário político, logo após o lançamento da campanha de Serra. Com baixo índice de popularidade o ex-presidente se afasta da campanha como estratégia de retirar a pecha de discurso liberal do tucanato, como é lembrado FHC, um dos apostadores no fracassado consenso de Washington na década de 90. Assim, a desarticulação dos amigos vem criando dificuldades para o experiente político José Serra que, entretanto, possui forte apoio da classe empresarial brasileira, o que não é pouco, num cenário de campanhas de alto custo.

TERRA PARA BOIS

A política por mais terras continua sendo uma das formas de expansão de latifundiários brasileiros, que ao longo do tempo veem aumentando suas posses em detrimento dos interesses sociais e até mesmo da preservação da natureza. O mais grave, promovem a expulsão de pequeno agricultores e culturas nativas que cada vez mais assistem a invasão dos chamados grandes produtores, que na prática travam verdadeiras batalhas por grandes áreas para a criação de bois. Neste sentido nem sequer a Amazônica escapa da sede de aumento de divisas dos fazendeiros. Talvez fosse o caso da justiça interceder em favor das famílias do campo e dos interesses do país e não somente de manter a propriedade privada, que neste caso, muitas vezes grilada. 
 
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O MERCADO DA FOLHA

Talvez, como é aposta da tradicional empresa de comunicação, esta é a era da aldeia global, sem política e debate, mas substancialmente do consumo de mercadorias que se avolumam com as notícias.

JORNALISMO - A Folha de S. Paulo finalmente está com nova diagramação que pode ser vista no jornal que circulou no domingo (24), depois, conforme a direção da empresa Folha da Manhã, de um ano de trabalho, com sucessivas reuniões de diretores e jornalistas. No final, o que a família Frias deixa transparecer com o novo formato é um discurso mais voltado para as lógicas globais e afinada com o mercado internacional. Esta seria somente mais uma etapa do meio de comunicação paulista que iniciou esta mudança na década de 80, quando dispensou parte de seu corpo de jornalista que tinha visão à esquerda e moldou uma redação que atendesse aos novos tempos mercadológicos.

Notoriamente, a Folha fez parte do debate sobre as diretas já ocorrido no final da década de 80, que culminou com a abertura política brasileira em 1985, com a eleição de Tancredo Neves, período em que a juventude brasileira entendeu ser o veículo que mais se identificava, diante do teor crítico contra um sistema absolutamente cerceador das lutas democráticas. Entretanto, com o início da abertura e o crescimento dos mercados internacionais que chegavam a países subdesenvolvidos como o Brasil e claramente se mostrava a única alternativa de sociedade, a empresa paulista mudou os seus rumos, de um jornal politizado para a busca incessante pelo discurso liberal globalizante, reproduzido como único pelos Estados Unidos. O reflexo no seu quadro de profissional veio rapidamente com demissão de jornalistas tradicionais e importantes.

Embora, hoje não seja evidente que o princípio de sociedade dos anos 90 seja o ideal, os Frias apostam suas fichas na certeza de um mundo em que a primazia é para o mercado global, e os enunciados que o justifica, sobretudo no campo político e econômico.

Diante de tantas críticas de intelectuais e dos formadores de opinião no passado e na atualidade, a direção prefere apostar na própria consciência em meio a uma geração das novas tecnologias, com inúmeros meios de comunicação que cada vez mais atende públicos específicos. Pressupõe que, estrategicamente, a empresa vai ao encontro do seu segmento das classes A e B, com alto poder aquisitivo, capaz de melhorar a sua performance publicitária em tempos de perda de audiência. Logo, é apenas um projeto econômico e não exatamente jornalístico, afinal, se reconhece que a notícia é o produto a ser vendida como quaisquer bens em um supermercado.

No que se refere à diagramação, o leitor se depara primeiramente com opinião do jornal e logo após com as notícias de mundo - sobressai a aposta na força da globalização, todos assuntos internacionais vêem primeiro. A editoria de política passa a se chamar "poder" e está nas páginas finais, logo após "mercado", a antiga editoria de economia. Em linhas gerais, o seu público inicia absorvendo a opinião do jornal (os editoriais) e seu debate - evidentemente que passa por seleção de assuntos pertinentes com sua linha de pensamento, neste contexto mercadológico, depois por assuntos como cotidiano, ilustrada, saúde. O esporte ganha um suplemente em formato que permite a leitura rapidamente, que pode ser retirado do corpo do jornalão.

A Convergência das mídias é outra aposta da empresa, pois o departamento de jornalismo trabalhará 24 por dia para abastecer as diferentes mídias comercializadas, desde o segmento de telefones celulares que recebem informações até a agência Folha. Assim, o jornalista que produz matéria para a Folha estará com o material publicado em diferentes mídias – difícil saber se isto implica em majoração também dos salários, o que parece pouco provável. Acresce-se assim, o poder de formador de opinião do jornal, que ao mesmo tempo acredita aumentará suas receitas.

No final, o que sobressai em meio a uma sociedade da informação é a busca de estruturar a opinião pública a partir das propostas globalizantes, despolitizada e com olhos voltados integralmente para o mundo das finanças e mercado. Talvez, como é aposta da tradicional empresa de comunicação, esta é a era da aldeia global, sem política e debate, mas substancialmente do consumo de mercadorias que se avolumam com as notícias.

IMPÉRIO E TERROR

POLÍTICA GLOBAL - Não é possível a existência de uma sociedade global sem diferenças que levem a discussões. A busca pela guerra com objetivos econômicos ou políticos é nefasta para a construção de uma humanidade em que a democracia e direitos humanos sejam respeitados. Afinal, não há possibilidade de viver em um mesmo planeta sem haver diálogo entre nações, trocas de informações e acordos em várias áreas. A rigor, o imperialismo não poderá se perpetuar num espaço que é comum a todos, ademais, onde as  comunidades cada vez mais se avizinham com as novas tecnologias.

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EMPATE NO DATAFOLHA

Não tem mágica, trata-se de uma escolha que vem apontando para os desejos dos muitos pobres, que enxergam a presença do Estado.

POLÍTICA - Os principais institutos de pesquisa, desta vez, ao contrário do que ocorreu mês passado, o que gerou processos na justiça envolvendo partidos e empresas, aponta empate técnico entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra. Ambos, conforme o Datafolha publicado hoje (22) tem 37%, sendo que Marina Silva continua com os seus 12%, seguida por um público fiel, que resiste a mudança de comportamento. Entretanto, na espontânea, em que o pesquisador não oferece o nome do candidato ao entrevistado, a pré-candidata do PT abre vantagem em relação ao seu concorrente, com 19% contra 14% do ex-governador paulista. A pergunta que sobressai é o que levaria uma senhora desconhecida desafiar um político de tantos anos na política brasileira? Talvez a resposta fosse às circunstâncias sociais.

De fato, história política de José Serra é longa, iniciando pela liderança estudantil, passando pelo ministério da saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, além de governador de São Paulo, principal cidade brasileira, em termos de orçamento. Dilma Rousseff, além de ser conhecida pela sua luta pela esquerda durante o regime militar, quando diz ter sido torturada, foi ministra do atual governo e apoiada pelo carismático e ex-operário Lula, com popularidade de 76% de ótimo e bom. Comparando a biografia, o tucano leva enorme vantagem, entretanto, por isso mesmo carrega uma herança maldita vinda das propostas do governo de FHC que passou a faixa presidencial desprestigiado pelo eleitor, diante da privatização das principais estatais estratégicas brasileiras, feito pelo qual sempre será lembrado. Nem mesmo a telefonia, a qual por muito tempo defendeu, dizendo ser um bem que deveria estar ao alcance de todos resultou em ganhos sociais, de fato, pois nas mãos da iniciativa privada houve mais concentração de renda, pois os valores cobrados pelas ligações brasileiras estão entre os mais caros do mundo.

Além do mais, o governo que Serra fez parte é lembrado pelas propostas do chamado consenso de Washington dos anos 90, que reunia os maiores bancos mundiais com o objetivo de definir caminhos para a economia mundial, mas as bases eram a política das nações capitalistas, muitas delas com problemas econômicos. Assim, a crise do ano passado não deixou dúvida que as regras seriam não somente perigosas para os subdesenvolvidos, como foi um desastre onde foram empregadas com prioridade. Ademais, a própria América Latina sinaliza para uma formação política sem apreço pelos países ditos centrais, os quais Serra parece representar. O agendamento do candidato tucano na mídia com insistência o coloca como o representado do liberalismo econômico, difundido pelo centro e reproduzido nos grandes veículos de comunicação brasileiros e do exterior.

No final, as explicações para uma ilustre desconhecida de a política empatar, com possibilidades de vencer o já conhecido, está exatamente na falta de opção política e, talvez do capital de confiança de muitos nomes que aparecem. Além do mais o momento vivido pelo governo é peculiar, que, afinal, consegue fazer migrar a classe E do país para a C, com direito a realizar mais de uma refeição por dia e ainda educar os filhos em escolas públicas e privadas, num ensino que se expandiu nos últimos anos e recebe investimentos e financiamento público. Não tem mágica, trata-se de uma escolha que vem apontando para os desejos dos muitos pobres, que enxergam a presença do Estado.

INOCENTE ÚTIL

Talvez fosse razoável uma discussão mais ampla, inclusive questionar os acordos globais a partir dos países desenvolvidos e negar o enriquecimento de urânio pelo mundo, inclusive no Irã.


POLÍTICA GLOBAL - No mínimo é estranha a afirmação da imprensa mundial e brasileira sobre a carta branca dada por Barack Obama ao presidente brasileiro para negociar com o Irã, sobre energia nuclear. Nos comentários e notícias publicados sobressai a afirmação de que o governo Lula foi inocentemente usado pelos Estados Unidos, com a proposta de tornar evidente o desafio dos persas a ordem do mundo. Por seu turno, os jornais repetem com insistência o interesse de Ahmadinejad em usar o carisma de Lula para ganhar tempo e construir sua bomba destruidora.

Parece uma trama bem feita, na qual o líder brasileiro sai em desvantagem, apesar do esforço e competência diplomática. Mas a grande questão no momento é a saia justa imposto ao presidente dos Estados Unidos que se vê cada vez mais questionado pelos países periféricos e de inúmeros de seus eleitores que exige sua sinalização para uma administração democrática e solidária localmente e com o resto do mundo, onde seu capital de confiança sofre déficit a cada ano. Todavia, uma equação muito complica, em função dos grandes falcões americanos que não conseguem abrir mão do poder absoluto sobre a política global – em primeiro lugar está o item econômico. Desta forma, vale admitir a fraca presença de um líder que depende do consentimento para uma liderança econômica, popular e democrática.

Na realidade, o Brasil, com as ações diplomática do governo, ganha destaque no cenário global, não como um país perdido na América Latina, considerado quintal dos Estados Unidos, mas capaz de negociar diante da crise de identidade de um mundo polarizado entre ricos e pobres. Infelizmente, esse poder brasileiro sempre existiu, no entanto, as elites locais sempre preferiram o uso do pires a contestar os critérios da política econômica, sobretudo em tempos não exatamente globais, como hoje – com a palavra os liberais.

Talvez fosse importante, contar a nossa história a partir dos discursos nacionais a repetir estratégias discursivas de países centrais que já possui toda uma Hollywood e inúmeros meios de convencimento ideológicos. Afinal, armas nucleares possivelmente não seja apenas o desejo do Irã, e materialmente resolvida nos países do eixo do bem. Talvez fosse razoável uma discussão mais ampla, inclusive questionar os acordos globais a partir dos países desenvolvidos e negar o enriquecimento de urânio pelo mundo, inclusive no Irã.

FICHA LIMPA E O MITO

Muitos brasileiros ainda continuam sem voz, sem vez e sem internet. De fato, o futuro das comunicações é promissor, mas está longe de um ideal. Difícil imaginar se o projeto atingisse muitos parlamentares brasileiros seria aprovado tão rapidamente, ou até mesmo quais seriam os participantes da política brasileira se a força da população fosse efetiva.













JUSTIÇA - O Projeto Ficha Limpa vem gerando ampla discussão e muita publicidade sobre a preocupação com a moral e o respeito no que concerne aos interesses públicos. Normalmente em tempos de desconfiança da sociedade sobre o comportamento das instituições representativas é comum propostas de mudanças no sentido de manter a aparente organização do sistema. Caso contrário, com a efetivação das transformações haveria comprometimento do núcleo duro do poder, possivelmente com a definição de uma democracia popular. Muitas vezes a própria manifestação social serve de referência para discursos acalorados, para no final perpetuar as artimanhas e o simulacro.

No caso deste projeto de moralização do espaço político brasileiro, a proposta é extirpar dos quadros eleitorais líderes que cometeram crimes contra a população e, portanto, devem ser condenados pela justiça. A pergunta que sobressai: será que esta é uma medida que vai gerar resultados para a coletividade ou apenas visa à maquilagem de uma realidade que não se quer mudar? Por que os partidos de direita, muitos reacionários defendem o projeto em tempos de movimentos sociais na América latina e crises globais? Não se deve esquecer que sobre o Brasil pesa a representação de uma região que se mostra estratégica num mundo globalizado, devido ao seu crescimento econômico e riquezas naturais.
 
Sem dúvida, o movimento é legítimo, pois em sua liderança há pessoas absolutamente sérias e preocupadas com as injustiças sociais, causadas por políticos desonestos e perdulários, preocupados com grupos econômicos, em detrimento da sociedade, com uso de dinheiro que serviriam aos interesses da coletividade. Entretanto, não se deve esquecer que a justiça é definida por homens políticos, os quais têm seus interesses e determinam a ordem numa visão sistêmica dominante. No senso comum, o qual não deve ser desprezado, é recorrente a afirmação: “aos amigos tudo e aos inimigos a lei”. Talvez fosse importante lembrar aos intelectuais a "Microfísica do Poder" de Michel Foucault. Os ficha limpas da justiça podem ser os ficha sujas da sociedade para a continuidade de um processo que se perpetua. 

Alguns pontos precisam ser analisados no processo de aprovação do projeto. Os grandes meios de comunicação dão publicidade de modo efusivo ao tema e exige a aprovação da lei. Qual a razão deste apoio exagerado? Seria o interesse pela busca de uma sociedade mais humana, mais democrática e igual? Em poucos momentos a direita brasileira falou tanto em moralidade, e até mesmo partidos que foram responsáveis por torturas no passado e que modificaram o nome da sigla partidária, agora se arvoram de nobres representantes da legitimidade, da transparência pública e severidade para os maus e foras da lei. 

Como analisar a força da sociedade? A internet já pode servir como instrumento de participação popular no espaço da esfera pública? Os quase dois milhões de internautas que enviaram emails para os congressistas certamente não representam a coletividade formada por cerca de 180 milhões de brasileiros. Muitos destes ainda continuam sem voz, sem vez e sem internet. De fato, o futuro das comunicações é promissor, mas está longe de um ideal. Difícil imaginar, mas se o projeto atingisse muitos parlamentares brasileiros realmente seria aprovado tão rapidamente? Ou ainda, quais seriam os participantes da política brasileira se a força da população fosse efetiva? 

Em essência, ainda cabe uma pergunta: quem vai defender os ficha limpas da coletividade para não se tornarem ficha sujas da justiça? A rigor, há políticos sérios neste país que lutam pelo desenvolvimento, democracia coletiva e igualdade social, que certamente reconhecem o poder hegemônico em uma sociedade desigual econômica, educacional e culturalmente, mas que, apesar de muitas vezes silenciosa, se mostra participativa.

TELES, GUERRA E PODER

Tanto as teles quanto o governo dos Estados Unidos querem manter um domínio econômico sobre uma sociedade desprotegida diante do poder das grandes nações, que, em crise, lutam desesperadamente para manter sua hegemonia.

EONOMIA - Os jornais destacam hoje dois assuntos importantes e complexos e que levam a uma única discussão: mercado e poder. No primeiro, as empresas de telefônicas estão preocupadas com a participação do governo na ampliação da banda larga no Brasil, com a recuperação da Telebrás, já tida como morta e enterrada pelos liberais. O prejuízo apresentado pelas companhias seria de 20 bilhões de Reais. O outro diz respeito à determinação do governo Estadunidense em impor sanções econômicas ao Irã, apesar do país aceitar acordo proposto pelos governos brasileiro e da Turquia, para o enriquecimento de urânio. Para evitar perdas econômicas e divisas, os iranianos decidiram aceitar a proposta de depositar e processar o mineral no país turco, além e permitir a inspeção sobre a sua produção de energia atômica.

Mas afinal qual a ligação de um assunto com o outro? Tanto as teles quanto o governo dos Estados Unidos querem manter um domínio econômico sobre uma sociedade desprotegida diante do poder das grandes nações, que em crise lutam desesperadamente para manter sua hegemonia. As empresas telefônicas em nenhum país do mundo conseguiriam condições melhor de enriquecimento do que no Brasil tupiniquim e de política conivente com as propostas financistas, cobrando preços exorbitantes pelas ligações telefônicas, sejam móveis ou fixas. A Internet brasileira é uma das mais caras do mundo e também de pior qualidade. A velocidade cobrada do usuário, quase sempre está aquém daquela descriminada em contrato, em vários casos se paga um valor e recebe a metade do combinado. Venhamos e convenhamos isto é um absurdo, pois tratam os brasileiros como idiotas, colonizados.

Com a proposta do governo de levar banda larga para todo o país, evidentemente, que obriga as empresas a baixarem os seus preços, melhor qualidade e perder fatias de serviços prestados aos órgãos públicos, daí a perda de 20 bilhões de Reais. Uma situação insustentável e que deveria ter sido resolvida há muito mais tempo. Além do que as teles são praticamente quase todas as empresas globalizadas com raízes em seus países de origem, portanto, representa interesses de conglomerados de comunicação, e faz parte de uma política econômica liga aos grandes centros mundiais, dominadores.

Se a comunicação faz parte de uma estratégia política e econômica que chega ao Brasil e ao mundo, a determinação dos Estados Unidos em aplicar sanções ao Irã vai nesta mesma direção: manter o domínio e a manutenção de um império que dá sustentação a uma ordem que vem sendo questionada por diversos países periféricos globais, afinal as crises por lá não cessam. Sinal claro destas intenções do país norte-americano, diz respeito ao seu posicionamento, acompanhado pela grande mídia, inclusive brasileira, em desqualificar a negociação, mesmo da possibilidade de sair algum resultado positivo. Evidentemente, que isto que não esperavam: um acordo. Veja o que diz a Folha de S. Paulo em seu editorial desta quarta-feira (19): “A visita de Lula ao Irã, que esta Folha viu com profundo ceticismo, considerando-a desaconselhável, não engendrou a solução final para a crise - algo que nem mesmo os otimistas acreditavam possível.”

Não é de hoje que as grandes potências, principalmente, os Estados Unidos, vivem da guerra e vendas de armas. Como exemplo o Iran - contras e as guerras do golfo que permitiu o vizinho do norte desovar estoques enferrujados e cobrar altos valores dos perdedores. Contudo, ao que parece não conseguiu o seu intento, mas não pode perder seu discurso de poder e o mito sobre sua força que destrói e ordenada.

Pesquisa mostra Dilma com vantagem na corrida eleitoral

ELEIÇÃO - Em pequisa eleitoral do Instituto Vox Populi Dilma Rousseff aparece pela primeira vez em primeiro lugar na corrida à presidência da república. A petista teria 38% e José Serra 35%, sendo que Marina Silva pontua em terceiro lugar com 8%, agora sem a presença de Ciro Gomes. Como a margem de é erro é de 2,2 pontos percentuais há um empate técnico entre a Ex-ministra e o tucano.

Na pesquisa anterior, realizada em abril, Serra aparecia com 34%, portanto, obteve aumento de 1%, e Rousseff com 31%, consegue crescimento de 7%. A candidata do PV sai de 7% para 8%, sem angariar eleitores do então candidato do PSB, que deixa a corrida eleitoral em função de negociação de seu partido com o PT de Lula.
A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 13 de maio, sendo entrevistados dois mil eleitores.

Como a disputa não se restringe apenas aos candidatos, mas ela participam as diversas instituições sociais, nem mesmo os institutos se salvam pela imparcialidade, o que torna-se fundamental observação atenta dos críticos políticos, entretanto, não cabe a seleção de um instituto em detrimento de outro na divulgação do número, como vem ocorrendo em alguns meios de comunicação brasileiros. Pois, em breve outras empresas de pesquisa devem divulgar números que certamente são divergentes do instituto de Belo Horizonte. Seria no mínimo estranho um veículo noticioso dar a informação favorável a um candidato no rodapé do jornal ou nem publicar e em outro momento destacar pesquisa favorável aos tucanos. O agendamento pode ser tendencioso pelo que publica e até mesmo pelo que não divulga.

Importante lembrar que todas as empresas de pesquisas são obrigadas a registrar a pesquisa com sua metodologia no TSE.

LEIA MAIS:
Jornal o Estado de São Paulo - Pesquisa Vox Populi

DIREITOS À COMUNICAÇÃO

A importância da imprensa é indiscutível, ainda mais numa sociedade moderna, com acontecimentos de reflexo globalizado. Mas efetivamente é preciso pensar os direitos da sociedade em se comunicar.


MÍDIA - A comunicação está longe de ser apenas direito de uma elite social, como fazem crer as empresas midiáticas. Nos últimos anos toda vez que se pretendeu discutir a regulamentação da imprensa sempre surge à mesma discussão, como se os veículos existentes no Brasil fossem um bastião de ética e respeito ao direito de informação. Não se deve pensar que os fatos são narrados por si mesmos, ou o jornalista está acima do bem e do mal. A importância do jornalismo é indiscutível, ainda mais numa sociedade moderna, com acontecimentos de reflexo globalizado. Mas efetivamente é preciso pensar os direitos da sociedade em se comunicar.

As empresas de comunicação têm os seus interesses econômicos, ideológicos e políticos e para tanto usam sua capacidade de influência e persuasão para a formação da opinião pública, principalmente na momentaneidade dos fatos. Afinal ao longo do tempo as pessoas passam a saber com mais detalhe sobre os ocorridos, quando têm mais condições de formar seus conceitos e tomar decisões, apesar do agendamento permanente.

Não se deve ser ingênuo de acreditar na isenção e imparcialidade da imprensa, principalmente em momentos de tensão social, provocado pela mudança de comando nos cargos executivos e legislativo de um país, a qual provoca alterações na forma de condução do sistema social e diz respeito a todos, inclusive aos interesses particulares de grandes conglomerados de comunicação. O enfrentamento no campo de luta existe, e neste contexto os grandes jornais, dirigidos pelas famílias Mesquita, Frias, Marinho, Câmara tem seus projetos, os quais têm em mente a ordem social que coadune com sua visão de mundo. Inevitavelmente esta proposta está ligada a política, numa escolha que será feita pela maioria da população, daí a preocupação com a difusão do simbólico.

A liberdade de comunicação, em definitivo, não significa liberdade de expressão das grandes empresas de comunicação, mas o direito do cidadão em se informar e comunicar. Como o sistema exige regulamentação para se evitar o caos, talvez até numa visão positivista, torna-se fundamental que todos estejam nesta ordem, inclusive a mídia. Outra forma seria o império daqueles que tem voz contra os milhões de cidadãos, num processo de feudalismo da expressão. Não é possível negar o processo de mediação vem sofrendo mudanças constantes com as novas tecnologias da informação, por isso, a necessidade do diálogo com base na igualdade e não no uso da hegemonia e domínio.

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CONSERVADORES DE VOLTA AO VELHO MUNDO

A globalização não perdoa o velho e sábio mundo Europeu, se salva os tupiniquins que ainda preservam o Estado regulador apesar do som retumbante de grupos minoritários que exigem abertura econômica para a “democracia” da política dos mercados.

POLÍTICA - O sistema liberal continua deixando sua marca onde foi adotado como forma de governo, prioritariamente. Os Britânicos agora resolveram abrir mão de um governo trabalhista, centro-esquerda, para um primeiro ministro conservador, em parceria com enfraquecido partido liberal. A sociedade, sem condições de decidir seu próprio rumo diante de um mundo globalizado e submetido às ordens econômicas dos grandes mercados, decide por uma estrutura baseada na ordem e progresso.

Com a imigração cada vez mais crescente e os vizinhos se desfalecendo diante do capital volátil e bolhas que se espalham não se vê alternativa: mudar o comando da nação, mudar os rumos rapidamente. Talvez o problema esteja nos condutores do sistema mundial e não simplesmente em um governo, seja ele qual for. Possivelmente imaginar o teatro de bonecos reproduz uma imagem da realidade política pós-moderna – no palco as marionetes.

O inglês John Thompson afirma que os escândalos sucessivos geram a falta de confiança da população sobre os políticos, o que criaria uma comunidade que preferiria representantes éticos (de caráter), mesmo não sendo competentes – mesmo diante das dificuldades do descontrole mundial e a submissão a lógica global. Possível, afirmar nesta hora, acompanhando o raciocínio do pensador que uma população sem informações precisas, a mercê dos meios de comunicação - que aumenta a visibilidade para os acontecimentos, num agendamento que privilegia o agendamento favorável ao sistema liberal - buscam formas de defesa que nem sempre é a mais acertada.

A propósito, mesmo não recebendo o apoio popular, os liberais participam do governo interferindo nas decisões importantes. Entretanto, eles mesmos já definiram que os bancos devem ser tachados, algo que não poderia ser pensado há mais ou menos uma década. Contudo, cabe uma ressalva, a opção ocorre diante de um país próximo da quebradeira econômica, e uma população preocupada que pressiona.

Não parece complicado entender as razões das grandes dívidas dos velhos países. A busca desenfreada pelos resultados econômicos a qualquer custo dos grandes especuladores que normatizam o Estado, numa auto-regulação, sempre a margem dos interesses do público, geram, no final, a pobreza da maioria que se vê obrigada a bancar a dívida contraída, enquanto os empreendedores do mercado ficam com os lucros, então privados. Os Estados Unidos ainda não conseguiram resolver esta equação que tende a perdurar: implementar mudanças na estrutura da nação comandada pelas grandes empresas e especuladores sempre ávidos por resultados fáceis e desonestos.

A Grécia caiu diante da crise, junto com ela possivelmente vem Portugal e Espanha, com dívidas crescentes e poucas condições de pagamento. A socialização da dívida será inevitável. A globalização não perdoa o velho e sábio mundo Europeu, se salva os tupiniquins que ainda preservam o Estado regulador apesar do som retumbante de grupos minoritários que exigem abertura econômica para a “democracia” da política dos mercados.

Disso tudo, apesar de trágico em função dos milhares de pessoas que sofrem com a perda de qualidade de vida, geralmente os mais pobres, o império está perdendo a nobreza em conseqüência do próprio individualismo e sem limites. Os conservadores britânicos se seguirem o modelo de Margaret Hilda Thatcher, o final não deverá ser feliz para todos. Verdade que não tem mais o que privatizar.

MÍDIA BRASILEIRA QUER SER NACIONAL

Sem dúvida, o espectador, nós, não entramos no rol das preocupações dos conglomerados nacionais, mas a sua rentabilidade é que está em jogo.

MÍDIA - Os meios de comunicação sempre tiveram importante papel para a formação da sociedade, desde a era de Gutenberg, nos século XV, entretanto, ao se tornar grandes empresas 300 anos depois, o sensacionalismo passou a imperar no sentido de obter mais audiência e retorno econômico, tais quais as grandes indústrias da época, sendo conduzida pelas mesmas leis de mercado; a notícia o seu produto. Neste sentido, o sistema liberal formaria a base para expansão do mercado de informação além fronteiras, com grandes ganhos numa associação com empreendedores de todo mundo, bastando ter condições de investimento. Na atualidade, entretanto, o liberalismo pregou uma peça nos homem de negócio da imprensa brasileira. A comunicação globalizou-se, não há território limite para as trocas de notícias.

Estranho imaginar que as empresas de comunicação em seus editoriais defendem, intransigentemente, o liberalismo e a economia globalizada, mas quer que o Estado – um órgão público - defenda os seus interesses nacionais – a defesa não é por um Estado mínimo? Num passado não muito distante, conglomerados midiáticos falidos exigiram do governo brasileiro a abertura de investimento para estrangeiros, com o objetivo de aumentar sua condição de competição ante seu endividamento. Este seria o princípio de um grande problema a ser enfrentados pelos empresários do setor, que sempre pensou a notícia como qualquer produto que se encontre no supermercado. Ademais, como é sabido, o capitalismo é fortemente concorrencial e pouco interessa pela cultura local, pois o objetivo é o resultado financeiro e em escala.

Nos últimos meses os donos das grandes empresas de mídia começaram a gritar em socorro diante da invasão de estrangeiros, principalmente, das teles que lançaram suas raízes no Brasil, oferecendo diversos tipos de serviço, inclusive de transmissão de programas televisuais e jornalismo de qualidade – afinal, é notória a perda de audiência das mídias locais.


Com as novas tecnologias os suportes de transmissão se transformaram, pois não há necessidade simplesmente de uma antena para que o sinal chegue aos lares brasileiros, o satélite se torna o mecanismo mais eficiente, e pode transmitir de qualquer parte do mundo para qualquer localidade sem perdas, ao contrário sempre com mais eficiência e qualidade.

O que os empresários nacionais reclamam é pela fatia de mercado que estão perdendo, com isso, a hegemonia de condução do imaginário social. Não pode esquecer que as grandes empresas do país sempre reproduziram os principais programas dos países centrais, principalmente Estados Unidos e Europa. Portanto, não seriam efetivamente os conteúdos que preocupam, mas o direito de transmitir e a condição de definir o que será visto, lido e ouvido.

Sem dúvida, o espectador, nós, não entramos no rol das preocupações dos conglomerados nacionais, mas a sua rentabilidade que está em jogo. Em foco a possibilidade iminente de grandes perdas econômicas e de status quo. Uma pergunta, entretanto: o público tem direitos de escolha?

POLÍTICA: FAZER E SER

Certamente, este não será o tempo novo e sequer o tempo velho. Em jogo a capacidade de fazer e principalmente ser.

POLÍTICA - O universo da política está sempre em movimento, quando se termina uma eleição a preparação para a próxima já começa. Desta forma, as estratégias são permanentes com vistas no que deverá ser no futuro. Em função disso as ligações partidárias, a aproximação com grupos formadores de opinião e classe empresarial são fundamentais num processo de negociação permanente. Além do que há homens políticos que não desistem nunca da vida pública, mesmo diante da insistência do tempo e das fragilidades da alma. Em Goiânia, a rigor, despontam dois nomes que, com braço de ferro, controlam a emergência de novos nomes no imaginário social. No final, a disputa se torna polarizada, com refrão que se repete insistentemente. Como tudo que persiste envelhece com o tempo, a novidade não mais existe.

O que surge neste espaço da redundância é exatamente a reputação com a conquista de capital simbólico, o qual pode se perder ou aumentar conforme as circunstâncias e causas sociais. Afinal, a roda não para nunca e nada está no mesmo lugar por muito tempo. Neste sentido, Marconi Perillo e Íris Rezende não tem muitas novidades a apresentar a não ser a afirmação do caráter e competência, condizente com a percepção da sociedade, formada ao longo dos anos. Se no final houver desgaste de ambos os critérios uma terceira via ganha notoriedade e passa a ter condições de vitória, mesmo considerando a midiatização favorável a polarização entre dois candidatos, o que assegura mais audiência.

A propaganda no período eleitoral não é suficiente para resolver as demandas sociais conforme causas e circunstâncias, ou seja, o que pensa a sociedade não se efetiva a partir de apenas um momento, depende das forças políticas vigentes. Neste quesito Perillo leva enorme desvantagem em relação a Rezende, pelo simples fato de romper abruptamente com o governo federal, o que desencadeou a perda, por influência do planalto, do ex-amigo e governador Alcides Rodrigues. O ex-prefeito, certamente, nunca este tão bem em sua história neste critério: apoios.

O slogan do PSDB de oposição não gera o efeito desejado, pois quem esteve no poder e elegeu o seu sucesso, que foi o seu vice por dois mandatos, para o comando do executivo, não pode se dizer claramente de oposição, afinal na base está a própria obra. Nem sequer pensar em mudanças, pois como a reputação de caráter é fundamental neste momento, a denúncia exagerada pode inviabilizar as afirmações de novos rumos, tempo novo. Evidentemente, que o PMDB tem pontos fracos e que devem ser explorados pela oposição, o que no final levará a luta para o campo das denúncias, apoios e recursos.

A rigor, neste momento a situação é mais complicada para os tucanos que precisam se preocupar com o capital de confiança da população, sem contar com amigos importantes que os acompanharam em longas jornadas, e agora faz críticas duras de um lugar privilegiado capazes de sensibilizar a população. Certamente, este não será o tempo novo e sequer o tempo velho. Em jogo a capacidade de fazer e principalmente ser.

DISCURSO EVIDENTE

O enfrentamento envolve a maioria versus a minoria, e no meio a velha e perigosa palavra globalizante.

POLÍTICA - As eleições que começam oficialmente em junho, apesar das campanhas já estarem em pleno vapor, será atípica no que se refere aos candidatos, pois entre os principais nomes sobressai José Serra (PSDB), um veterano nos pleitos eleitorais; Dilma Rousseff (PT), novata neste processo; e Marina Silva (PV), com experiência no legislativo, fora do seu ninho de origem o PT. Duas candidatas que se apresentam carregando a bandeira da esquerda, e o tucano que sinaliza representar uma proposta liberal, com a formação de um Estado que abre espaços para as grandes empresas e economia global. Mesmo com a presença de uma terceira via haverá um plebiscito, conforme pleitea estrategicamente o presidente.

Será, de fato, uma decisão da sociedade em definir os caminhos da política e estrutura social brasileira. A aposta está, portanto, entre um país aberto para o mundo, cujo princípio que nortea a realidade será o sistema financeiro e as grandes conglomerados empresariais. Por outro lado, Rousseff se apresenta aparentemente bem relacionada com interesses do grande empresário que quer ver seus empreendimentos livres, com menos controle estatal, inclusive partícipe de primeira hora dos desígnios sociais – menos liberal. No universo intelectual, hoje mais que no passado e não muito distante, o capitalismo em expansão e sem controle atrai muitos pensadores, que de alguma forma estão silenciosos em função da falta de coerência de sua história. Em resumo, analisam a globalização (mercadológica) como sem retorno, mesmo considerando a perda de identidade e características culturais de inúmeras comunidades, e atrasos daqueles que não podem competir na roleta russa econômica.

A crise global, entretanto, demonstrou que a liberdade plena para os empresários inescrupulosos significa a falta de lisura e honestidade com a coisa pública. O resultado é a crítica veemente contra o governo de Fernando Henrique Cardoso, que se mostrou muito próximos dos democratas estadunidenses, em especial a família Clinton, durante seu governo. Neste imbróglio, de consenso de bancos mundiais pouco divulgados, as grandes nações movidas pelos monopólios, que movem a economia mundial, perderam recursos e se viram perdidos em meio a um mar de dívidas em apostas perigosas. Evidentemente, que o Estado norte-americano saiu a campo na defesa dos interesses das instituições econômicas, a rigor, fundamentais para manter a estrutura financeira em pé. Neste espaço nem mesmo o novo presidente conseguiu se impor, conforme os interesses populares. Sobressaem os falcões.

O Brasil, segue a sua caminhada de crescimento numa sociedade global em que há grupos ávidos por transformações, embaladas pelo mercado sem fronteiras. Entretanto, do outro lado a grande maioria da sociedade convive com os novos tempos, apesar da aparência de complexidade, conhecedora na prática de sua realidade, mas entretanto, em meio aos discursos eloquentes, de candidatos que reproduzem palavras em discurso ensaiados. Neste momento, não estará em jogo à competência ou experiência, simplesmente, mas quem é quem e qual a representatividade que propõe. Evidentemente, que numa campanha eleitoral os discursos nem sempre são inteiramente ocultos. O que não se sabe quais são os lances de convencimentos que serão apresentados.

Em suma, sem dúvida um país precisa ser pensado a partir da sociedade, com inclusão e igualdade social. Difícil saber o que pensa o homem das finanças globais sobre os humildes homens locais. O enfrentamento envolve a maioria versus a minoria, e no meio a velha e perigosa palavra globalizante.

FUTEBOL DE PRIMEIRA


Com a vitória do Atlético Goianiense contra o Palmeiras, com placar de 1 a 0 no tempo normal e 2 a 1 nas penalidades, o Estado passa, de fato, a ter mais uma equipe para representar suas cores no Brasil. Como sempre à mídia define com único lugar de prestígio o centro brasileiro: São Paulo e Rio de Janeiro. Desta vez, entretanto, a propaganda se mostrou falsa, apesar de uma partida tensa e com momentos de apreensão.

A convicção é de que a equipe rubro negra continue brilhando na copa do Brasil na semi-final, quem sabe chegar a final com boas perspectivas para ser campeão. Ademais, um fato fica comprovado, a apresentação de futebol que convence, o público comparece ao estádio para prestigiar ou até mesmo para torcer contra.

Como neste final semana vai começar os campeonatos brasileiros importantes é torcer pelas demais equipes goianas, como Vila Nova e Goiás que estréiam.
Apesar do bombardeio das imagens das grandes equipes do centro do país, Talvez seja este um bom momento para o torcedor de Goiás defender as cores do Estado, afinal comprovadamente tem grandes representantes no futebol.