Ano Novo

Feliz Natal e prosperidade no ano novo

Na vida acadêmica, o final de ano é sempre de correrias e responsabilidades com grande número de alunos que encerram o período de estudos e concluem o seu curso, depois de muitos anos de dedicação. Desta maneira, em geral, os professores concentram suas energias, as poucas que ainda restam, na busca de atender com esmero os estudantes.

Desta maneira, a pouca participação neste espaço, o que no faz desculpar com aqueles que nos leem com certa frequência.

Aproveitando o fechamento do ano, tempo de festividades, para descanso, que entendemos merecido, mas por apenas alguns dias. Assim, sendo em janeiro estaremos atuante no debate sobre os vários temas que tentamos participar.

Nosso desejo de um Ano Novo de renovações e energia para um estado e país cada vez mais democráticos e humanos.

Agradecimentos sinceros aos importantes leitores dos textos deste blog.

Feliz Natal e prosperidade no ano novo.

Imoralidade?

Em determinados momentos, um surto de realidade assusta, afinal, o que se quer invisível aparece de maneira clara e cristalina. Não dá para esconder que o brasil precisa ser visto e tem vontade. Ponto.

POLÍTICA - O aumento nos salários dos parlamentares brasileiros criou mais uma vez um grande debate na mídia e nas ruas, o que mostra um paradoxo e talvez hipocrisia. Considerando que vivemos em uma sociedade da desigualdade absurda entre ricos e pobres, qual a razão do questionamento e da perplexidade, se de alguma forma há, de fato, uma política de hegemonia econômica entre grupos que usam o sufrágio para manter a atual conjuntura?

Se comparado ao salário mínimo, evidentemente que há excessos de rendimentos dos políticos do Congresso Nacional. Mas não se pode esquecer-se dos lobbies e "negócios" nas salas confortáveis de Brasília, na realidade mais humanitários do que os parcos e rendimentos mensais, muitas vezes desonestos.

O que gera muito desconforto é imaginar que o parlamentar que defende a estrutura financeira de mercado, cujo retorno geralmente atende a poucos, deveria zelar por uma gestão franciscana. Na realidade, o Estado tem a função importante de organizar as relações sociais a partir das lógicas capitais (pelo menos é o que está escrito tacitamente), o que pressupõe se beneficiar do que resulta da sua luta constante e diária. Se alguém resolver discordar, seria importante ouvir os argumentos, afinal, há sinais de mudanças na cena social, considerando a existência de uma sociedade mais consciente da realidade que a cerca.

Por outro lado, a imoralidade está na falta de respeito com a coisa pública, de tal ordem que seria necessário o parlamentar usar de seu cargo eletivo para obter resultados ilícitos em detrimento de preservar os interesses dos eleitores. Portanto, o salário dos senhores deputados e senadores devem ser compatíveis com o mercado, de sorte que permita uma gestão a mais próxima do cidadão.

O que falta ao Congresso Nacional brasileiro, e que não diz respeito a todos os parlamentares, é realmente defender os interesses públicos e não de empresários ou grupos políticos, com prerrogativas de manter uma ordem monárquica, considerando seus privilégios eternos, sem importância para o desenvolvimento e interesses sociais.

Deputado Tiritica

Parece imoral o excesso de visibilidade negativa que se dá ao deputado por São Paulo, pelo PR, Francisco Everardo Oliveira Silva, o artista Tiririca. Muito se falou, mas ainda não se consegue imaginar que o Congresso Nacional somente deve abrigar pessoas do alto clero, ou seja, com boa universidade, capaz de ler e entender grandes autores, de preferência defensor do status quo.

Ora, no Brasil tem brasis, com pessoas que vivem se virando para defender os seus interesses sem representação política. O ato de repúdio, se é este o pensamento preconceituoso, faz parte da política.

Infelizmente a mídia brasileira excede nos seus discursos de defensora dos bons costumes pouco republicanos. Em determinados momentos, um surto de realidade assusta, afinal, o que se quer invisível aparece de maneira clara e cristalina. Não dá para esconder que o brasil precisa ser visto e tem vontade. Ponto.

Sílvio Santos e Julian Assange

Dizer que aqui começa a era da comunicação, com indivíduos participantes, seria um exagero, mas pode ser o início de um debate importante sobre o conhecimento social da realidade, pois o sensacionalismo que vende não pode resultar em informação.

TELEVISÃO - A comunicação gerada pelas empresas de mídias merece uma ampla discussão nos dias de hoje, em função de capacidade do uso da desinformação para a desigualdade social e formação de um privilégio que, sob todos os ângulos, é injusto. Toda vez que se aborda o assunto entra em campo um pequeno número de pessoas influentes para disseminar o caos, sempre com o discurso que o mundo vai acabar ou coisa que o valha. Na realidade está o desejo de evitar fluxo maior de informação, que permita maior número de pessoas conhecer o universo em que vive, cuja rede de notícias interfere na vida de todos os cidadãos.

Os jornais trazem dois assuntos que merecem discussão neste domingo(12), se olhados pela lógica da informação: de um lado está o aniversário do apresentador de televisão Senor Abravanel, conhecido como Sílvio Santos, dono da rede de televisão SBT, que completa 80 anos, muitos deles vividos no palco televisual, fazendo rir milhares de pessoas em todo país - o reconhecimento pelo seu talento como apresentador e empresário, apesar da dificuldade financeira do banco Panamericano.

Por outro lado, está o australiano Julian Assange, que ganha notoriedade em todo o mundo em função de seu site Wikileaks, que divide as páginas policiais e de mídia, depois de fazer vazar centenas de documentos que atingem especialmente os Estados Unidos, o país líder da ordem global deste século.

Vale a pena uma reflexão, da utilidade das mídias ao longo de vários anos, sobretudo, desde a década de 50, quando do surgimento da televisão, e a realidade que se vive. Se em determinado momento os meios de comunicação serviram aos interesses dos partidos políticos no sentido de disseminação na sociedade de debates sobre as lideranças sociais, ao longo dos tempos os grandes jornais passam a assumir o papel de empresas com a única finalidade de obter altos rendimentos financeiros, levando milhares de pessoas ao prazer, cujo comportamento é sinônimo de alienação, sendo responsáveis em produzir e consumir desenfreadamente.

No que se refere à televisão brasileira, o SBT não está sozinha com a peculiaridade do espetáculo em primazia, pois a rede globo "esqueceu" de dizer para todo o país que havia, no começo dos anos 80, uma fervorosa luta pelas diretas-já, e que o governo militar no poder desde 1964 estava aos frangalhos, somente para ficar em um exemplo. Então a velha frase que marcou este tempo: o país vai mal, mas na globo vai muito bem.

A pergunta que sobressai neste instante é: com os novos meios de informação como ficará está ordem social de pequenos grupos que detem o poder de informar? A resposta está na luta fraticidade, cuja estratégia começa em afirmar que é preciso salvaguardar a liberdade de comunicação, sendo que os tradicionais meios de comunicação representam a essência de uma sociedade democrática.

Os Estados Unidos começaram a provar os efeitos do fluxo de informação imaterial, via internet. Não basta prender o seu idealizador, pois não se trata da competência de um homem, mas da potencialidade do novo meio, que surgiu paradoxalmente como instrumento de guerra.

Dizer que aqui começa a era da comunicação, com indivíduos participantes, seria um exagero, mas pode ser o início de um debate importante sobre o conhecimento social da realidade, pois o sensacionalismo que vende não pode resultar em informação.

Wikileaks

A rigor, a rede de comunicação virtual potencialmente revela realidades que não seria possível se houvesse poucos comunicando para muitos, mas há uma mudança substancial neste sentido.

Virtual - Democracia na comunicação resulta em termos vagos numa sociedade, cuja política é tornar-se público aquilo que mantém a ordem social, sem permitir nenhuma alteração nas regras e comportamento das massas. Seria assim, a informação deve estar no limite da ruptura do modelo vigente, o qual não deve sofrer qualquer abalo, sob pena de uma transformação que levaria o caos. Então, o guardiães da ordem veem nas notícias um risco à soberania das nações, as quais dizem respeito à liberdade do cidadão de escolhas pré-definidas, num quadro estabelecido. Sintomático, portanto, o caso do site Wikileaks.

Um australiano de 39 anos, Julian Assange, decidiu construir um site, cujo objetivo é vazar informações sigilosas de empresas e governos, desde o seu surgimento a política de governos dos Estados Unidos não tiveram sossego, com fatos que revelam o mundo obscuro de sua diplomacia e as próprias regras para o comando da ordem mundial. Num primeiro momento, documentos revelaram o procedimento que orientou a guerra no Afeganistão, atingindo a estrutura política externa estadunidense. Recentemente, mais 250 o vazamento diz respeito às conversas reveladoras entre a diplomacia americana nos encontros secretos realizados pelo alto escalão da nação americana.

No final, como a rede de internet foi construída como ferramenta de guerra, para evitar bloqueios nos fluxos de informações, sem condições de obstrução, não restou outra alternativa aos governos, principalmente dos Estados Unidos cassarem (ou seria caçarem) o dono do blog para que cesse a divulgação de materiais que depõem contra a imagem da política externa estadunidense e empresas internacionais.

Como reflexo da crise gerada na ordem hegemônica global, a Amazon, que hospedava o site, impediu que Assage continuasse a usar os seus serviços para divulgar o conteúdo constrangedor. Então, o australiano migrou o endereço virtual para a França e Suécia, entretanto, o governo parisiense já sinalizou não querer o blogueiro por lá. Se não bastasse na Suécia Assange é procurado por crime sexual, estupro e coerção ilegal.

Como na política muito pouco vem a público, pois, como disse um ministro brasileiro “o que é bom a gente mostra e o que ruim a gente esconde”, é difícil entender os procedimentos das altas esferas dos parlamentos, e saber o que motiva o blogueiro em sua busca de denuncia, que deveriam ser mantidas em segredo. Além do mais se na vida privada tem alguma relação partidária ou ilícita. O fato é que os documentos se mostram escandalosos e os governos dos Estados Unidos, em sua parte, não conseguem desmenti-los.

A rigor, a rede de comunicação virtual potencialmente revela realidades que não seria possível se houvesse poucos comunicando para muitos, mas há uma mudança substancial neste sentido. Na atualidade muitos conversam com muitos e as sombras podem ser iluminadas no subterrâneo. Portanto, necessário se preparar para os novos tempos de comunicação.

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Mídias em debate

Notório o desinteresse das praças, que reproduzem as redes, em investir em programas locais, o que cria uma situação desagradável de uma cultura sendo dirigida pelos editores paulistas e cariocas, para o resto do país.

COMUNICAÇÃO - Ao longo dos últimos meses a discussão em torno da regulamentação das mídias brasileiras se intensificou, e torna-se urgente este debate. Por séculos o país convive com meios de comunicação concentrados nas mãos de poucas empresas que tem o veículo apenas como mais um empreendimento entre tantos outros que geram riquezas para os seus proprietários.

Não se trata de promover impedimentos para resultados econômicos para os empresários do setor, mas é necessário valorizar a informação, o mais próximo da isenção, como um produto indispensável à sociedade nesta era moderna. Sem dúvida, a população depende dos meios para sobreviver num mundo cada vez mais complexo e dinâmico.

Nas últimas eleições a partidarização da grande mídia no país ficou muito evidente. Os conglomerados de jornais, TV e rádio definiram uma linha política, sob a qual não apartaram, mesmo considerando o inconveniente pela falta de ética com o espectador.

Na realidade a sensação desagradável de olhar para apenas um lado dos fatos, inundou a grande imprensa nacional. Cenas reproduzidas na imprensa e desmentidas nas redes sociais evidenciaram o grau de manipulação que ocorre quando se pretende definir interesses partidários em detrimento do público, que na maioria das vezes se torna apenas consumidor de mídia, uma espécie de intervalo comercial permanente, com programas que se reproduzem em todos os cantos do mundo, com um só discurso, mesmo o jornalístico, considerando o seu formato.

Notório o desinteresse das praças, que reproduzem as redes, em investir em programas locais, o que cria uma situação desagradável de uma cultura sendo dirigida pelos editores paulistas e cariocas, para o resto do país. As matérias da "periferia" somente encontram espaços quando se percebem apelos midiáticos, como grandes catástrofes ou mesmo acontecimentos bizarros.

Por outro lado, a inserção das novas mídias cria um novo cenário para a comunicação social, a qual deve ser pensada de forma a legitimar as mensagens que permitam a democracia da informação, e que não redunde nos interesses dos grandes conglomerados, que recebem apoio dos órgãos institucionais para a manutenção da ordem vigente. A justiça ganha contornos importantes neste momento de análise das mídias e democracia na comunicação, e o que se espera é o reconhecimento da sociedade e não os interesses particulares de grupos sistêmicos.

Um estado sem oposição

Na Assembléia Legislativa as trocas de gentilezas são visíveis, pois a união entre PSDB e PMDB, neste momento, chama a atenção para se decidir à presidência.

Assembléia - Afinal, onde está a oposição em Goiás? Se analisadas as matérias dos jornais e campanhas eleitorais recentes, não é possível visualizar quem assume o papel de oposição, mas se destaca todos na mesma linha de situação no estado, pois, nas últimas eleições as "conversas" partidárias se mostraram intensas ao ponto de deputados fazerem discursos favoráveis à legenda adversária. Ou mesmo apoios silenciosos, quando não se quer manifestar, de maneira que nos bastidores seu voto fica evidente para os eleitores favorável à oposição. No final, o que transparece é um jogo de compadres, em que os interesses da comunidade fica em segundo plano, ou nem isso.

Na Assembléia Legislativa as trocas de gentilezas são visíveis, pois a união entre PSDB e PMDB, neste momento, chama a atenção para se decidir à presidência. Sai um tucano e entra outro, sem nenhum disputa ou posicionamento de forças políticas contrárias, que mostre alternativa ao poder, mas se estabelece a centralização em grupo em que o poder troca de mão entre amigos, o comando da casa legislativa. A pergunta que surge é: Goiás constrói a política com base nos mitos, ou seja, o que importa é o nome que se mostra para a sociedade e assume liderança do estado, sem nenhuma filosofia ou idéias que se opõem? Se assim for fica demonstrada uma realidade dolorosa para um estado que se desenvolve a margem da evolução partidária e das idéias.

A disputa entre Íris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB) deverá ter capítulo finalizado a partir destas eleições. Portanto, a partir de agora nem mesmo a bipolaridade vai existir, pelo menos não há até este momento a apresentação de ninguém que assumisse a responsabilidade de abrir debate responsável sobre assuntos sociais importantes. Em essência, a oposição tem papel importante na administração de um governo que se quer sério e tem como objetivo de antecipar soluções para problemas sociais. Mito e autoritarismo andam sempre muito próximos.

Eventos da Guerra!

O que se espera é a sinalização do governo fluminense e federal para ações que levem a formação de uma estrutura permanente, e não somente circunscrita as lógicas da sazonalidade de eventos.

JUSTIÇA SOCIAL - As novas tecnologias tornam os eventos cada vez mais espetaculosos, e distantes do real, impedindo, quase sempre, uma concepção sem intervenções de imagens produzidas previamente, a custos altos e ampla audiência. O excesso de mídias e a busca de separar o bem do mal, de maneira implacável, explodem com a possibilidade de se usar a razão e, por isso, estabelecer uma visão mais profunda dos fatos descortinados. No Rio de Janeiro a realidade que se apresenta é a de uma limpeza nos morros cheios de bandidos que aterrorizam uma população ordeira e trabalhadora. Será tão simples?

Já se escreveu muito sobre o assunto, tornou-se lugar comum dizer que não basta entrar numa favela para reduzir a criminalidade das grandes cidades, pois para a opinião da maioria são estes os lugares que abrigam marginais perigosos causadores de males a uma sociedade organizada e com potencialidades futuras; em resumo, o crime reduz riquezas.

Talvez o problema seja realmente muito maior se considerarmos que não somente em determinados redutos, que abrigam pessoas humildes, moram somente bandidos. Por outro lado, possivelmente as grandes lideranças não vivam em redutos com poucos recursos tecnológicos e bem-estar. O crime contra a sociedade não tem localidade definida, importante usar a imaginação para entender a dura realidade social de muitos pobres e poucos ricos.

O exagero dos discursos da pacificação da capital fluminense leva ao sentimento que a solução foi encontrada, basta eliminar favelas nas metrópoles tecnologizadas e se estabelece a plena harmonia. Sem dúvida, a presença do Estado do bem-estar-social nestes lugares é fundamental para dar segurança e qualidade de vida às pessoas, na sua maioria trabalhadora. Pois, enquanto não há uma representação será necessária a eleição de lideranças que possam salvaguardar os interesses desta coletividade, o que no final ganha os rumos capitalistas, de concentração de poder e domínio absoluto de todos os quadrantes, em detrimento da população representada.

Como se sabe esta não foi a primeira invasão de cidades cariocas, quando muitas pessoas foram presas, retiradas da sociedade, mas logo alguém reassume o posto, na volta do Estado para os seios de um sistema que vislumbra prioritariamente os espaços econômicos, e aquilo que sirva de propaganda política, cuja eficácia atenda os anseios imaginários de uma audiência ávida por soluções rápidas. Não pode haver dúvida da diferença entre traficantes armados e o poder de uma política treinada para a área urbana e forças federais com amplo poder bélico.

A entrada da segurança estatal nos becos das grandes cidades é uma questão política, com alto custo econômico que no final atende os propósitos de milhares de pessoas que sobrevivem nos espaços marginais, diante da concentração econômica do sistema social.

No caso do Rio, diante da proximidade com grandes eventos esportivos globais, torna-se forçoso analisar que se trata de uma medida instrumentalizada para atender os anseios turísticos. Contudo, não vale a pena ser tão pessimista, talvez seja também a busca de permitir segurança as diversas cidades cariocas que convivem há séculos com a criminalidade desenfreada, a qual muitas vezes nasce no centro organizado. O que se espera é a sinalização do governo fluminense e federal para ações que levem a formação de uma estrutura permanente, e não somente circunscrita as lógicas da sazonalidade de eventos.

Finalmente, a morte de milhares de pessoas, inclusive aquelas envolvidas no crime, certamente não vá resolver a criminalidade e a violência da sociedade moderna. O sistema político e econômico também precisa passar por análises, com invasão de racionalidade, cujas armas abstratas talvez devam ser mais potentes do que aquelas usados no Rio de Janeiro. O desenvolvimento humano seria inexorável.

Pobreza em Goiás

Com discurso, propaganda e falatório solução não há de surgir, mas com ações que dependem também da consciência da população e formadores de opinião.

FOME - Para se assustar. Pode nem acreditar, mas um terço dos goianos, 2,4 milhões de pessoas vivem preocupados cotidianamente com a insegurança alimentar, conforme dados divulgados pelo IBGE. Portanto, centenas de famílias mantem a incerteza sobre as condições das refeições dos filhos, o que seria o básico. O que dirá da saúde, educação, cultura e lazer.

O Jornal O Popular destaca neste sábado (27) que os números só fizeram aumentar depois de 2004, diferentemente do que aconteceu em várias regiões pobres do Brasil. Além do que, importante lembrar, Goiânia é a 10ª cidade mais desigual do mundo, apontada pela ONU, com dados revelados no início deste ano. Não seria tão trágico se houve sensibilidade social para um fato que é invisível a nobreza do Estado, inclusive para parte dos políticos locais.

Estranho a publicidade de um estado em desenvolvimento, com superávit comércio, com prosperidade da indústria que aumenta a produção a cada ano, numa região com grande produtividade, principalmente, de bens primários. No final, a realidade é que a renda está cada vez mais concentrada nas mãos de poucos, que insistem em propagandear as vicissitudes de um território, sem analisar que a pobreza vai se disseminando.

Conforme a Wikipédia, em 2009 a população de Goiás foi estimada em 5 926 300 pessoas, e deste universo, portanto, o dobro da população da capital, convive com a insegurança alimentar, 2 400 000. Em todo país, a insegurança alimentar, conforme matéria de o Jornal do Brasil, atinge 65,6 milhões. No ano passado, 11,2 milhões de pessoas conviviam com a fome no Brasil.

Comum em conversa com populares na rua e assistir ao discurso de políticos pela mídia, a afirmação de que o estado, com ênfase na capital, não existem favelas, pois parte do pressuposto equivocado de que estes lugares somente se formam em morros. Um mito em decorrência dos territórios do tráfico que assolam principalmente cidades como o Rio de Janeiro, cuja topografia é de grandes elevações. Certamente, no caso do estado goiano não se pode afirma que impera a miséria absoluta, mas como se percebe nitidamente que a divisão está bem traçada: ricos, muito ricos e pobres, muito pobres, com reflexo no bem-estar-social.

Neste meio, um grupo bem definidos de afortunados, com grande poder político, que defende um sistema absolutamente conservador e arbitrário; e do outro, um aglomerado de pessoas, bem maior de pessoas, que sofre com a incerteza do futuro.

Diferentemente da capital carioca, não há necessidade da intervenção do exército nos “becos” goianos, mas seria no mínimo humano a política oficial olhar para os lugares escuros dos guetos da fome que marginalizam, como se vê milhares, numa terra de prosperidade. Com discurso, propaganda e falatório solução não há de surgir, mas com ações que dependem também da consciência da população e de formadores de opinião. A imprensa tem papel importante neste sentido.

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Imagem da miséria que assustou o mundo, no período da guerra do apartheid, na África do Sul, publicado por jornais dos Estados Unidos:

Foto de Kevin Carter, no Sudão (1993) que gerou polêmica

Goiás é Brasil em campo

FUTEBOL - Cetamente ainda é tempo para parabenizar a torcida e a equipe do Goiás Esporte Clube pela vitória expressiva em cima do forte Palmeiras de Felipe Scolari. Agora, será o Brasil contra os Argentinos na final do Campeonato Sul-Americano.

O olhar neste momento será para o verde do centro-oeste, representante de uma nação inteira de torcedores, que seguem com as alegrias do futebol brasileiro. Então chegou o momento de se preparar, cuidar do coração e entrar em campo.

Pensar o governo

Necessário o tempo de propaganda e outro para governar

NOVA GESTÃO - Em Goiás a troca de governo se tornou apenas um debate sem importância para o interesse público, apesar do excesso de matérias nos jornais. A falta de vontade de ambos os lados seria algo já esperado devido à falta de diálogo por longos Alcides Rodrigues e Marconi Perillo. No entanto, o marketing de campanha parece que ainda não saiu de cena, com uma discussão que deverá resultar em mais propaganda política no futuro, com páginas de jornais informando sobre uma administração que ficou em dificuldades. No final, os resultados podem não ser o que a sociedade espera, de uma administração eficiente, apesar dos problemas conhecidos e sem solução. Apenas retórica.

Os números que a nova administração encontrar devem ser apresentados para o público, no sentido de se conhecer a competência das representações políticas. Este foi repetido pelo governo Alcides Rodrigues para comprovar as dificuldades que encontraram na sua gestão. Contudo, a confusão de tantas vozes falando de diferentes lugares e com afirmações diferentes que de certo somente a incerteza. A sensação que fica é que, diante do fausto público, quem paga a conta é o contribuinte, sem ver os seus objetivos atendidos. Somente falatório a exaustão.

Mas será que este debate com argumentos contraditórios e ineficazes vai continuar enchendo páginas de jornais, sem apresentar dados que convençam a opinião pública? Por outro, lado seria importante, o governo que chega apresentar suas propostas de governo iniciais, no sentido de sinalizar para a eficácia do desenvolvimento econômico e social. Por exemplo, quais serão os investimentos na educação que no estado passa por graves dificuldades. Como a nova administração pretende resolver as contas públicas e promover investimentos nas estatais como Celg e Saneago, motivo de tantas análises políticas e econômicas. E a segurança?

Considerando, os movimentos globais, o cenário parece ser de recessão para os próximos anos, que deve atingir todos os estados brasileiros. Portanto, fazer a tarefa de casa será o começo para ampliar os horizontes e apontar saídas para uma possível depressão. Necessário o tempo de propaganda e outro para governar.

Tucanos e democratas

Os Democratas terão papel importante nesta gestão, cuja parceria se destaca nacionalmente como de sucesso entre os dois partidos.

LEGENDAS - Com o exemplo da política nos Estados Unidos a cúpula do PFL decidiu que teria chegado o momento de mudar de nome para Democratas, numa visão de mais integração com a sociedade, minimizando a visão natural de um partido voltado para a defesa intransigente da agroindústria e ruralistas, mas não conseguiu se transformar com o processo histórico brasileiro e global. Então, a aposta em estar em dois mundos tornou-se insustentável, o que vem causando uma crise que sinaliza para reorganização da legenda. Diferentemente do que ocorreu no Brasil nas últimas eleições, o partido conseguiu ampla votação em Goiás e será uma das forças na base de apoio de Marconi Perillo (PSDB).

Se analisados os discursos de parlamentares democratas há uma grande indecisão, mas é muito provável a unificação DEM e PSDB (parece que a união com o PMDB virou água), o que vai consolidar a legenda como centro-direita, muito definida no país, considerando os discursos de Serra e o grupo que o acompanhou. Em Goiás Marconi Perillo, se submetia a esta lógica, aponta para uma base política mais rígida, de tal ordem que se mostra a formação de um governo com decisões centralizadas para uma administração definida por ortodoxia na economia e social. Afinal, os Democratas terão papel importante nesta gestão, cuja parceria se destaca nacionalmente como de sucesso entre os dois partidos.

Gilberto Kassab (DEM), prefeito de São Paulo, acena mudar de barco, e sinaliza estar na agremiação peemedebista, já nas eleições de 2012, o que favorecerá os petistas que tem interesse em tirar poder dos tucanos paulistas, centro de inteligência do partido nacionalmente.

A mudança de comportamento dos eleitores com os partidos de direita brasileiros vem ocasionando transformação no cenário político nacional, o que deverá ocorrer em Goiás. Mas afinal, quais são os novos postulantes de uma nova proposta de uma política para o estado? Como será a oposição, indispensável pela democracia política.

Sem dúvida, a união partidária em torno dos interesses sociais é uma questão de respeito às comunidades, mas isso não deverá resultará em um conjunto de partidos de diferentes matizes com amizades eternas em médio prazo. Se na imprensa os acordos são de companheiros, nos bastidores devem ser de organização para 2012. As divergências são inevitáveis, arquitetadas a partir de estratégias políticas partidárias. O jogo é duro.

Desta forma, os democratas devem se decidir nos próximos meses qual será o seu futuro. Em Goiás, no entanto, há definições, terá participação importante e de destaque no novo governo, de onde deverá organizar sua representação nacional e mostrar força. Condição que causará saia justa para o PSDB local.

Proclamação da república?

Temas que, se tratados em roda de grupo, direcionam para a seguinte resposta: são questões utópicas, ou seja, a desigualdade está inerente ao espaço social.

SOCIEDADE - Quando se propõe participar do debate, mesmo quando há pressão de prioridades não dá para furtar de assuntos importantes. Mesmo sendo agendado pelos meios de comunicação três temas saltam aos olhos nesta segunda-feira (15), a proclamação da República que não se materializa no Brasil, cujo governo emana do povo, ou da maioria. Como exemplo disso, o segundo assunto, a universidade brasileira é elitista, de acordo com O Popular de Goiás, e “não encontra meios” para a inclusão de pessoas pobres ao ensino superior público, gratuito; e finalmente, no país de Monteiro Lobato, 30 milhões de brasileiros ganham R$140 por mês, conforme matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.

Em reportagem da jornalista Patrícia Drummond do diário goiano, o prof. João Ferreira da faculdade de Educação da UFG destaca que "O sistema de acesso à universidade é muito elitizado socialmente. A desigualdade é de origem econômica, social e cultural e se reflete no ensino superior". Mais adiante afirma o educador: "Hoje, 85% dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos estão matriculados na rede pública e só 15% na rede privada. O ideal seria manter, nos sistemas de cotas, essa mesma proporção, o que acabaria gerando uma grande e polêmica discussão".

O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), sem dúvida é uma boa saída, mas há uma grande resistência de grupos elitizados que exigem a manutenção do status quo publicamente. O que não está equivocado, se olhado do prisma de uma minoria em detrimento da justiça social, que se inicia na educação. Ponto. Neste contexto, as universidades e faculdades particulares são fundamentais para a formação e conhecimento acadêmico.

Ademais, como conviver com uma sociedade que marginaliza, no espectro econômico, milhões de pessoas, colocando-as à margem do sistema social, cultural, educacional, ao receberem apenas R$140 ao mês? O colunista da Folha de S. Paulo, Fernando Barros da Silva, embora muitas vezes se mostra conservador em seus textos, diz: "Um tanque de gasolina. O preço de dois ou três livros. Um jantar razoável para duas pessoas. Tudo isso pode custar R$ 140. Pense no quanto você gastou nesses dias de feriado. Mais de 30 milhões de pessoas (15,5% da população) ainda vivem com menos de R$ 140 por mês no Brasil".

Não se pode esquecer também daqueles que ganham menos do que este valor. A rigor, ao todo quantos são? Ora. Sem dúvida, por outro lado, deve se comemorar a melhoria da qualidade de vida de outras tantas que conseguiram ascender da classe "D" para "C", pois há dez anos o número chegava a 57 milhões.

Como avaliar a República, que nasce com a proposta de levar em conta a participação popular. Certamente, considerando à marginalidade forçada social, os governos que sucedem no país reproduzem os interesses específicos e deixam de avaliar a importância da igualdade e democracia social. Temas que, se tratados em roda de grupo, direcionam para a seguinte resposta: são questões utópicas, ou seja, a desigualdade está inerente ao espaço social. O forte vencerá o fraco eternamente, como se vê no mundo selvagem.

Possivelmente, a diferença entre o animal e homem está na sua capacidade latente, de racionalmente ir se construindo. Nem tudo que apresenta, manifesta uma realidade eterna, caso contrário não existiria a república e suas potencialidades. O feudalismo faria parte de nossa realidade.

União histórica entre MDB e PFL

Todavia, nada pode ocorrer, mas para a existência do partido, os democratas precisam pensar o momento histórico.

Em debate a reestruturação do DEM
PARTIDOS - Normalmente os assuntos tratados pelos meios de comunicação momentaneamente carecem de análises históricas, as quais permitiriam conhecer melhor os agentes políticos. Neste contexto a junção entre DEM e PMDB, no mínimo, exigiria entender o processo de existência dos dois partidos e suas diferenças. Afinal, os democratas tem uma ramificação da Arena, partido oficial dos governos militares. O PMDB, por sua vez, seria a oposição à ditadura, ou uma forma que tinham os oficiais de, aparentemente, demonstrarem interesse no bipartidarismo. Na atualidade, a união das duas siglas levaria os DEM (ex-PFL) para o apoio ao governo petista, partido que, conforme o presidente Lula, deveria ser retirado da cena política brasileira - o desejo contrário também seria verdadeiro.

Numa pesquisa sobre as eleições de Fernando Henrique Cardoso para o seu primeiro mandado, o professor de política da UnB, Luis Felipe Miguel, em seu livro "Mito e Discurso Político", ressalta que: "o principal aliado de Fernando Henrique, o PFL, possuía uma trajetória oposta. Suas raízes estavam na Arena e no PDS, do qual se separou para apoiar a Aliança Democrática que elegeu Tancredo Neves no Colégio Eleitoral da ditadura. Forte nas regiões mais atrasadas do país, experiente no uso dos instrumentos da política tradicional (a troca de favores, o clientelismo, o empreguismo, o mandonismo local), o PFL comemorava, em 1994, trinta anos ininterruptos de governo: foi situação na ditadura, ainda dentro da Arena; foi um dos pilares do governo Sarney; apoiou Collor do início ao fim e logo integrou também o governo de Itamar Franco".

Evidente que são muitos pontos a serem entendidos desta análise, entretanto, cabe destacar o fato de o partido encontrar sua força nas regiões mais atrasadas do Brasil. Se a visão é econômica, o que resvala nos interesses políticos, geralmente com votos nos chamados currais eleitorais, seria interessante pensar qual a razão da perda de poder do partido nestes locais. Afinal, Dilma Rousseff conseguiu se distanciar de José Serra (PSDB) com o apoio da população que antes vivia sobre o cabresto eleitoral. O que teria permitido este fenômeno, a perda de força do partido conservador de direita no nordeste brasileiro e a participação popular nas votações para candidatos de esquerda?

Não basta apenas avaliar o fim ou transformação dos partidos no espectro à direita, conservadores e voltados para a lógica "ordem e progresso", mas torna-se importante saber o que tem levado comunidades inteiras selarem o fim de uma era de dominação política forçada. Evidentemente, que na tentativa de apontar alguns rumos seria importante ressaltar o fluxo de comunicação, que agora chega às diversas famílias de regiões, antes distanciadas da realidade social, e passa a conhecer o Brasil que parecia uma miragem. Desta forma, mais do que nunca discutir as novas mídias é fundamental para a consolidação destes movimentos de mudanças e participação popular. As frases raivosas nas redes sociais, talvez tenham sua explicação nesta reflexão, pois há perda de poder de grupos criados para eternizar com poder econômico e político.

Um segundo ponto, seria o entendimento dos moradores destas regiões da obrigação do Estado de cuidar de seu bem-estar, o que os livrariam dos coronéis, mal-intencionados, e “salvadores”. Com exemplo, a perda de hegemonia de Antônio Carlos Magalhães (nome inesquecível, liderança forte do PFL na Bahia) que não conseguiu manter sua herança no estado, hoje comandado por Jaques Wagner (PT). Desta forma, a assistência do governo desperta a população para a concretização de seus interesses de qualidade vida, exigindo de Brasília intervenções que resultem na democracia política na região. Esta é a proposta do Partido dos Trabalhadores?

Todavia, nada pode ocorrer, mas para a existência do partido, os democratas precisam pensar o momento histórico.

Outro ponto a destacar: caso os integrantes do DEM se associem ao PMDB, qual seria sua relação com o governo de Dilma Rousseff, que terá o PSDB como oposição? Uma situação que teve ter reflexo em Goiás, pois Marconi Perillo (PSDB) tem em sua base de apoio os democratas.

Decoreba e o Enem

A escola é fundamental para a justiça social, em que todos tenham condições de acesso à educação de qualidade.

EDUCAÇÃO - Não é nova a análise, segundo a qual a classe com poder aquisitivo brasileira quando se vê diante de perda de status quo logo sai a campo, numa guerra para manter os tradicionais privilégios. Exatamente o que ocorre com o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) neste momento, pois, como há uma divisão social no Brasil que coloca de um lado quem estuda em caros cursinhos preparatórios, uma minoria, e aqueles, a maioria, que fazem sua preparação para as provas de ingresso nas universidades em combalidas escolas públicas brasileiras, em cursos de destaque como medicina, odontologia, engenharias.

Como o exame não parte do decoreba, tanto criticado pelos pedagogos, mas sim a memorização de textos acadêmicos, torna-se desnecessário as aulas sofríveis de caras escolas particulares, cujo resultado serve apenas para a aprovação nas cobiçadas instituições públicas do ensino superior.

Não se deve minimizar a responsabilidade do MEC em realizar provas sem falhas, mas por trás de tanta discussão está à busca de manutenção de um modelo de ensino que ofereça privilégio para castas em detrimento da igualdade social, que inicia na educação inclusiva. Não é possível admitir que a qualidade do ensino universitário brasileira perca qualidade no momento em que o acesso à sala de aula seja para todas as classes. Difícil imaginar que ainda se pensa na diferença das pessoas pela cor sanguínea, como ocorria no período das monarquias, que hoje apenas representam um período da história, que redunda apenas em símbolo sem representação, de fato.

Sem dúvida, as escolas públicas brasileiras precisam passar por mudanças que privilegie a qualidade e deem condições à formação estruturada de jovens deste país, que carecem de boa formação. Se o decoreba dispensável perder espaço, certamente haverá avanços importantes para estudantes que se preparam em busca do conhecimento, daí a formação de pessoas críticas, capazes de participar de uma sociedade cada vez mais complexa, em que a guerra que se estabelece, na contemporaneidade, no campo simbólico, das idéias.

Não se pode analisar a sociedade simplesmente pelo privilégio, economia e capacidade intelectual a altura de alguns. A escola é fundamental para a justiça social, em que todos tenham condições de acesso à educação de qualidade.

Erros e acertos

Contudo, as eleições de 2010 já envelheceram. Agora o que conta são os movimentos para 2012, que já começou.

PESQUISAS - Após as eleições inicia-se a discussão sobre as pesquisas, na tentativa de avaliar quem mais acertou no processo eleitoral. Se analisar a partir do candidato eleito não será difícil apontar aqueles que foram mais eficientes, afinal, mantemos a cultura dos vencedores, desconsiderando a importância dos perdedores. A rigor, os benefícios virão de quem estará no poder, e no final é isto o que conta.

Entretanto, o que não se pode fazer, numa análise de qualquer assunto, é simplesmente observar atentamente o que se mostra mais visível. Assim, se alarga o campo de visualização alguns institutos de pesquisa realmente não conseguiram expressar o sentimento dos eleitores, com números muito distantes da realidade, o que certamente foi visto pelo eleitor. Caso contrário, Marconi Perillo (PSDB) teria vencido as eleições ainda no primeiro turno. Não foi o que ocorreu. Desta maneira, o Ibope foi mais eficiente neste momento ao apontar a virada para uma segunda etapa das eleições, embora com larga vantagem tucana. O Serpes, no geral apontava grande margem para a conclusão das eleições em Goiás em 3 de outubro.

No segundo turno, os analistas políticos já imaginavam embate tenso e difícil para Perillo que enfrentaria as duas máquinas públicas, Estado e União, daí se avaliar o crescimento de Íris Rezende (PMDB) e aproximação do adversário, e foi exatamente o que ocorreu. No entanto, as pesquisas se mostram diferentes nos números, pois o Serpes continuou descrevendo reduzida queda de Perillo e o Ibope crescimento e empate de Rezende. Nesta perspectivas o Serpes foi mais eficiente, contudo, em todos os momentos indicou vantagens para os tucanos, considerando a margem de erro, mas favoravelmente, se atentar para a diferença de 5,98% do resultado final das urnas.

O instituto goiano apresentou na última rodada de pesquisa uma diferença entre os candidatos de 8,3%, no geral. Sendo que, relativo aos votos válidos, foram apresentados 54,3% para o tucano e 45,4% para o peemedebista. Ou seja, no final, Perillo teve menos e Rezende mais votos que apontou a empresa de pesquisa – claro, não se esquecendo a margem de erro em torno de 3%, o que é muito alta.

A questão nem é seriedade, pois são empresas reconhecidas, o que sobressai inicialmente é a condição isenta de se observar os anseios populares e, muitas vezes, o posicionamento político que, de alguma forma, faz parte do trabalho do profissional de mídia. Além do que há a necessidade do eleitor de perceber que nem sempre as pesquisas conseguem registrar a sensibilidade da população. Trata-se, portanto, da aferição de um momento, que pode ter sido mudado e "não visto" pelos pesquisadores ao longo das disputas.

Contudo, as eleições de 2010 já envelheceram. Agora o que conta são os movimentos para 2012, que já começou.

Finalmente os vencedores

No final, a sinalização de que a sociedade está mobilizada pelos interesses sociais, e que há diferenças de interesses nas regiões, conforme a percepção das diversas comunidades.

ELEIÇÕES - Os resultados das eleições, com as novas tecnologias, permitiram se conhecer os vencedores quase em tempo real, como se viu nestas eleições que se encerradas ontem(31). Com disputas acirradas na maioria dos estados, naqueles que tiveram segundo turno e para a presidência da república. Conforme já se vinha desenhando o quadro, a petista Dilma Rousseff (PT) se tornou a primeira presidente do Brasil, com 56% dos votos contra 44% de José Serra (PSDB), o que de alguma forma muda o perfil do chefe do executivo, permitindo a quebra do paradigma do preconceito contra a mulher na política.

Em Goiás Marconi Perillo (PSDB), não foi surpreendido por Íris Rezende (PMDB), apesar dos muitos e expressivos apoios à campanha do ex-prefeito de Goiânia. No final Perillo chega ao terceiro mandato de governador, com 1.551.132 votos, com 52,99%, contra 47,01% de Iris Rezende, que recebeu 1.376.188 votos. Embora houvesse a indicação de vitória ainda no primeiro turno, apontada por institutos de pesquisa, foi necessário uma segunda etapa para confirmar a sua eleição, a qual foi obtida com diferença 5,98%, suficiente para organizar em torno de si apoios e uma estrutura de governo com plena capacidade de gestão.

Entretanto, terá que negociar com o governo federal que lhe fez oposição durante a campanha. Sem dúvida, não há razão para o jogo político ser punitivo com os cidadãos por diferenças políticas no processo eleitoral. Além do mais, mesmo que o Perillo tenha maioria na Assembléia deverá contar com oposição de algumas prefeituras de cidades importantes do estado, que não fazem parte de partidos aliados. As conversas em torno da governabilidade deverão se iniciadas, e o que se espera são acordos, os quais girem em torno do interesses da sociedade goiana.

Em essência, a política brasileira mostrou maturidade, com participação dos eleitores que fizeram suas escolhas, e definiram seus representantes, muitas vezes, independentemente das pressões de discursos calorosos de parte dos meios de comunicação de massa partidarizados e grupos de poder eternos no poder. No final, a sinalização de que a sociedade está mobilizada pelos interesses sociais, e que há diferenças de interesses nas regiões, conforme a percepção das diversas comunidades. Neste pleito os nordestinos receberam grande atenção e apresentaram sua visão de Brasil.

Voto pela igualdade

Desta forma, cada qual com suas convicções devem ir às urnas e depositar sua confiança na manutenção ou mudança política regional e nacional. Mas de fato o germe do debate sobre a injusta distribuição de renda no Brasil estará vivo, ainda depois das eleições.

ELEIÇÕES - Finalmente chegou-se o dia da decisão de quem será o futuro presidente da república e governador de alguns estados que passam indecisos para o segundo turno. No Brasil, Dilma Rousseff (PT) deverá ser eleita presidente, conforme pesquisas eleitorais. Em Goiás a indefinição persiste antes de abrir as urnas - quando este texto é escrito, pois houve na reta final da campanha crescimento de Íris Rezende (PMDB) e perda de força de Marconi Perillo (PSDB), portanto, a dúvida se sobressai.

O importante a notar que depois de vários meses de confrontos de ideias e discursos em todo país, envolvendo aliados e oposição, é que o Brasil inicia um processo de debates mais fervorosos sobre os interesses sociais. Com olhos nas pesquisas, se no sul há a manutenção de um conservadorismo social, com preocupações mais voltadas para as lógicas sociais, que vê em José Serra (PSDB), mais perspectiva de manutenção de ordem vigente, nas regiões sudeste e norte mantem-se o perfil de um embate, no qual prevalece a característica de eleitores que veem, no Estado forte, uma saída para a qualidade de vida dos brasileiros. Contudo, as lógicas de emergências econômicas estão vivas no sentido de impedir grandes avanços da esquerda menos globalizante e liberal.

O que diferencia do resto do país realmente é a região nordestina, que tem uma história de marginalidade social dentro de um país rico em economia e produtividade, mas com muita concentração de renda. Um lugar que já fez campanha para formar um estado separado do resto da nação, de tamanho descaso das políticas públicas nacionais. Com população formada por maioria longe dos prazeres do consumo por falta de recursos financeiros, aposta que o Estado deverá conseguir mudar esta realidade. Desta forma, a candidata que carrega a herança do lulismo, o qual investiu no favorecimento das classes baixas, recebe uma grande margem de aceitação. A região faz a balança pender definitivamente para as prováveis mudanças sociais.

Em essência, quem está por baixo no processo de desenvolvimento social e econômico, ou seja, não consegue participar nos benefícios de um mundo moderno e tecnológico, quer, com justiça, a mudança. Quem usufrui das lógicas de um mundo de riquezas quer a manutenção de uma ordem que os mantem com status quo. Olhado por este prisma, nada mais justo ouvir a voz de milhares de brasileiros que vivem marginalizados neste processo político, o qual se arrasta há séculos.

Desta forma, cada qual com suas convicções devem ir às urnas e depositar sua confiança na manutenção ou mudança política regional e nacional. Mas de fato o germe do debate sobre a injusta distribuição de renda no Brasil estará vivo, ainda depois das eleições. Análises feitas pelas ricas campanhas eleitorais que tentaram seduzir este grande número de cidadãos de segunda classe, os quais fazem valer o seu desejo inelutável para igualdade social.

Pesquisas em questão

Devemos pontuar que ao longo destas eleições as pesquisas apresentaram resultados muito estranhos numa análise objetiva, pois não é possível empresas chegarem a números tão díspares, considerando o mesmo lugar de amostras, mesmo avaliando as metodologias de cada empresa.

Charge publicada hoje pelo jornal FSP
ELEIÇÕES - Faltando um dia para as eleições, o instituto goiano, em matéria publicada pelo Jornal O Popular, aponta grande vantagem de Marconi Perillo (51,9%) contra Íris Rezende (43,6%), ou seja, uma margem de 8,3% à frente quase na hora do voto. Mas o que chama a atenção é que a pesquisa não consegue motivação para análises interna do diário, sequer os jornalistas da empresa faz qualquer menção aos números que são, teoricamente, definidores de quem será o governador do Estado. Chega-se a pensar que há confusão entre editores e jornalistas que não querem se arriscar em abarcar dados que não corresponderiam a realidade eleitoral.

No jornalismo existe um termo que define bem propostas mirabolantes de determinadas pessoas na política, o chamado balão de ensaio. Assim, quando alguém quer entender ou mudar as convicções da sociedade, sobre algum tema, faz algum jornalista amigo publicar uma matéria, que tenha repercussão e agende as outras mídias. Ou seja, coloca em debate um assunto. No caso da pesquisa, pode levar, aqueles que têm um pensamento formado na definição de seu voto, a ficar em dúvida sobre a diferença que separam dois postulantes a um cargo público. Em muitas circunstâncias alguns eleitores podem se decidir em acompanhar o consenso, ou seja a maioria, o chamado efeito do voto útil. Considerando a seriedade do Serpes este último levantamento não retrata esta análise aqui aventada.

Entretanto, numa comparação com os demais institutos, os números se mostram destoantes, pois na quarta-feira o Jornal O Popular publicou pesquisa do IBOPE que apresentava literalmente empate técnico: 46% Marconi e 45% Íris. Como as amostras são de apenas três dias de diferença os levantamentos apontam para posicionamentos diferenciados. Em essência o IBOPE percebeu crescimento de Rezende e queda de Perillo, enquanto que no Serpes a queda do tucano está na margem de erro, que é 3,1 pontos percentuais. É preciso cautela nestas horas, principalmente para aqueles que são formadores de opinião.

Devemos pontuar que ao longo destas eleições as pesquisas apresentaram resultados muito estranhos numa análise objetiva, pois não é possível empresas chegarem a números tão díspares, considerando o mesmo lugar de amostras, com atenção nas metodologias de cada empresa. No final, depois da apuração das urnas, a realidade aparecerá, com o devido questionamento, e a população saberá qual instituto tratou a opinião pública com respeito. Talvez a credibilidade valha mais do que interesses ideológicos e financeiros.

Mídia em debate

Volta o debate social sobre a formação dos conselhos de comunicação que será responsável pela acompanhamento dos meios de comunicação, com iniciativa de alguns estados brasileiros. A idéia não é nova, pois apesar da resistência da empresas, a discussão está em voga por longo período, entretanto, sempre impedido de tramitar no congresso nacional.

A conferência de Nacional de Comunicação (Confecom), a qual em reuniu pessoas ligadas a sociedade civil, profissionais e empresas entenderam a necessidade trabalhar para a qualidade da informação do país, concentrada nas mãos de poucos empresários que mantém conglomerado de mídias.

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Valor do voto dos pobres

Com muito tempo de atraso. Mas um bom texto deve ser preservado por tempo suficiente para fazer lembrar determinados debates que são importantes na sociedade. Ainda mais que os casos de injustiça no Brasil perduram por séculos e precisam ser, no mínimo, discutidos.

Abaixo o artigo da Psicanalista Maria Rita Khel, que faz dura crítica a exclusão social, o qual rendeu-lhe demissão do Jornal Estado de São Paulo que, em editorial, defendeu apoio da empresa ao candidato do PSDB José Serra, ainda no primeiro turno.

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SERPES OPONTA DIFERENÇA TUCANA

Na realidade, a publicação de pesquisas deve ocorrer nos próximos dias, quando será possível aferir com mais precisão a condição dos dois candidatos.

PESQUISA ELEITORAL - As pesquisas eleitorais geram enormes desconfianças entre os eleitores e críticas as mais diversas entre os postulantes ao governo do estado. Em Goiás o mais tradicional instituto de pesquisa, o Serpes, vem sendo alvejado por denuncias da campanha de Íris Rezende (PMDB), por afirmar que a empresa presta serviços a Marconi Perillo (PSDB) e, por isso, não teria isenção o suficiente para realizar e divulgar intenção de votos neste segundo turno. Por outro lado, os tucanos a cada rodada, comemoram os números publicados pelo jornal O Popular, com diferença que se mantém, com vantagem para o senador.

Na publicação deste sábado, com amostras colhidas entre os dias 19 e 22, mais uma vez Perillo permanece na dianteira na corrida ao governo do estado com 9,9% dos votos, faltando apenas nove dias para as eleições. Contudo, o resultado indica crescimento do peemedebista e queda do tucano. A diferença na pesquisa anterior era de 11,5%, portanto, uma redução de 1,6%, com margem de erro de 3,1%.

Os números são divergentes dos institutos de pesquisa IBOPE e Vox Populis que asseguram uma diferença de 4%, com empate técnico, sendo todas divulgadas na semana passada. O que demonstrava transferência de votos de Vanderlan Cardoso (PR) para Rezende, com reflexo na campanha presidencial. Como o Serpes é mais "conservador" em sua metodologia é possível que a medição destas empresas também demonstrem uma redução ainda maior, nas próximas publicações.

Conforme a empresa de pesquisa goiana, o peemedebista avançou na capital, aumentando sua diferença de 4% para 9,9%; e no entorno de Brasília Rezende consegue reduzir a distância de Perillo, caindo pela metade, de 30% para 17,6%. Lugares com grande densidade eleitoral. Com exceção de Goiânia, o tucano leva vantagem em todas as regiões, conforme o Serpes, embora com oscilações.

Na realidade, a publicação de pesquisas deve ocorrer nos próximos dias, quando será possível aferir com mais precisão a condição dos dois candidatos neste momento crucial para se decidir qual será o próximo governo dos goianos.

Despedida

A semana esteve movimentada com o caso Paulo Beringhs e TBC, cuja despedida ao vivo do jornalista de seu programa de entrevistas, se espalhou por todo país, sendo reproduzido pelas novas mídias e tradicionais, capitalizado pela campanha de Marconi Perillo. Um jogada arriscada do apresentador que afirma ter dignidade diante do interesse do colega de empresa que prefere manter o emprego.

A disposição para a integridade de um profissional de imprensa deve ser preservada, mas não deve atingir a honra de outro jornalista, sem direito ao uso da palavra, com resposta inaudível e ausência de imagem.

Sobre o fato da censura da entrevista de Perillo vale questionamento e discussão, mas a despedida tão radical, ao lado de Demóstenes Torres (DEM), pode levar a desconfiança da população e imprensa dos interesses reais de Beringhs ao ser informado pelo Jornal Folha de S. Paulo, como membro do PSDB.

SEMANAS DECISIVAS EM GOIÁS

O que se deve fazer é esperar ou agir. O jogo não terminou e somente se encerra depois do fechamento das urnas.

POLÍTICA - As eleições em Goiás entram nas últimas semanas com acentuada indefinição de quem será o próximo governador, pois conforme apontam os institutos de pesquisas, neste momento, há uma redução da diferença entre Marconi Perillo (PSDB) e Íris Rezende (PMDB). Hoje a diferença pode estar entre 12% a 4% em favor do tucano, dependendo da metodologia trabalhada pelos pesquisadores, o que indica, de qualquer forma, crescimento do ex-prefeito e queda do senador, se verificada a tendência dos números do primeiro turno.

Importante ressaltar que as pesquisas registram um momento de posicionamento social, sem descartar a sinalização política de cada levantamento, conforme aproximação com determinado partido. Não há, de fato, isenção neste território da política. Feitas as ressalvas dois pontos a serem analisados. Primeiro que a campanha a presidência deverá ter reflexos no estado.

Desta forma, o crescimento de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) poderá fazer oscilar os números das pesquisas em Goiás. Afinal, o eleitor sabe que muitos recursos que chegam aos municípios vêm da União. Os projetos propalados podem não sair do papel caso ( como metrô, por exemplo) não consiga passar pelos trâmites políticos de Brasília.

Em segundo, para alguns analistas políticos seria impensada a transferência de votos tanto do governo federal, quanto de Vanderlan Cardoso (PR), terceiro colocado no primeiro turno. Será? A rigor, o olhar sobre a sociedade carece de fórmula menos simples, como se os reflexos se repetissem a cada eleição.

Em essência, o Brasil não conheceu um presidente com tanto carisma e com grande aceitação entre a maioria da população de baixo poder aquisitivo como Lula, além do mais, qual seria a aposta em Dilma Rousseff sem o apoio do presidente? Alguns tucanos de altas plumagens imaginaram, antes do início da campanha que o teto para a petista com os símbolos do governo seria de 40%. Faz muito tempo que ultrapassou este patamar.

O discurso (em tom de crítica) de Alcides Rodrigues, sendo vice governador e parceiro de Perillo por dois mandatos, não pode ser descartado. Afinal, o candidato apoiado por ele conseguiu fazer pesar a balança para a realização de segundo turno. Simbolicamente Cardoso pode carrear votos.

Neste momento, José Serra admite que sua campanha está sem fôlego (e discurso), não consegue fatos novos que o mantenham no imaginário coletivo. Por outro lado, pode-se perceber crescimento de Rousseff, a qual passou por momentos difíceis para desvencilhar da agenda aborto, que vai rondá-la até o último dia das eleições. Quem ganha com o avanço da candidata de Lula é Íris Rezende que aparece ao lado da petista desde o primeiro turno. Marconi Perillo, por seu turno, depois de esconder Serra, agora usa sua imagem para sucesso e insucesso, conforme o desenrolar das eleições.

Se por um lado pesa contra Íris Rezende a sua idade já avançada e a imagem de indiferente ao moderno, Marconi Perillo não conseguiu mudar a pecha de autoritário e concentrador, o que de alguma forma assusta lideranças políticas e eleitores. Nas entrevistas nos veículos audiovisuais deixa transparecer dificuldade de diálogo com jornalistas. Talvez seja um problema, em especial, dos tucanos e democratas ao lidar com a imprensa, apesar do forte apoio que recebem dos donos das empresas de comunicação, em grande parte.

A rigor, chegou a hora de os eleitores se posicionarem, apesar das incertezas. Mesmo aqueles que já se decidiram, podem na última hora mudar de comportamento, como ocorreu no primeiro turno para governo de Goiás e presidência. Desta maneira, o que se deve fazer é esperar ou agir. O jogo não terminou e somente se encerra depois do fechamento das urnas.

No Vox Populis Dilma Aumenta Vantagem

Pesquisa do instituto Vox Populis publicada pelo jornal O Estado de Minas aponta que Dilma Rousseff (PT) aumentou sua vantagem na corrida eleitoral em 12% em relação a José Serra (PSDB). Agora a petista tem 51% contra 39% do tucano.

Considerados apenas os votos válidos, ou seja, sem os brancos, nulos e indecisos, a petista, que tinha 54% alcançou 57% neste novo levantamento, ao passo que Serra caiu de 46% para 43%. A margem de erro é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos.

Na última pesquisa, realizada nos dias 10 e 11 de outubro, a vantagem era de oito pontos: Dilma tinha 48% e Serra 40%. Os votos brancos e nulos permaneceram em 6% e os indecisos passaram de 6% para 4%.

DECISÃO POLÍTICA DOS VERDES

A política não é um lugar de compadres, há os embates e os discursos construídos de parte a parte, cujo objetivo de determinados acenos, muitas vezes, é de obter resultados, mesmo que no final haja perdas de ideias e valores de partidos e pessoas.

ELEIÇÕES - O anúncio de independência de Marina Silva e o PV, oficializado hoje (18) já era esperado pelos analistas políticos e imprensa de todo o país, pois a senadora encontrou abrigo em um partido, cuja cúpula construiu nestas eleições relações fortes com o PSDB, afinal, um dos símbolos do partido o ex-petista Fernando Gabeira disputou o governo do Rio de Janeiro com apoio também de José Serra (PSDB). Aliás, uma situação desconfortável para a base que carrega ideologias partidárias, com visão de um partido que defende a preservação do meio ambiente, que não tem uma simbiose perfeita com o liberalismo tucano, colocando no mesmo espaço capitalismo, consumo e recursos naturais.

Numa análise simples é possível chegar à conclusão que os votos da candidata do PV, com quase 20 milhões, na sua maioria foram transferidos para os tucanos neste segundo turno, que saiu dos 30% para mais de 40%. Como neste contexto a imagem de Marina teria importância como representatividade, sua ausência no palco manterá os índices de Serra. Uma estratégia pensada pelo "novo" Gabeira, que saiu da campanha fluminense com reprovação dos eleitores, já no primeiro turno, o qual apóia publicamente a decisão do partido e ratifica parceria com os tucanos.

A política não é um lugar de compadres, há os embates e os discursos construídos de parte a parte, cujo objetivo de determinados acenos, muitas vezes, é de obter resultados, mesmo que no final haja perdas de ideias e valores de partidos e pessoas. O que não deve ser tratado como regra geral, mas as simulações e propostas absolutamente vazias estão na boca de grupos políticas no cotidiano, sem consistência. Neste sentido, Marina Silva pode ter errado na sua decisão, pois o que a mantém com condições de enfrentar uma nova eleição com condições de vitória seria o seu posicionamento em defesa da ética e ideais que resultem no bem-estar da sociedade, ou seja, resguardar sua força de liderança, perante um público de competência intelectual e religiosa.

Por outro lado, o crescimento inesperado da senadora no final do primeiro turno, deve-se fortemente à campanha religiosa que gerou incertezas sobre a posição de Dilma Rousseff (PT) no que se referem a suas crenças, o que se soma as críticas da oposição insistente de partes dos meios de comunicação brasileiros em rede fomentados pela mídia paulista. O maior beneficiado foi José Serra que conseguiu um segundo tempo, mesmo sem avançar nos números já percebidos pelas pesquisas.

CURTAS

Política em rede

POLÍTICA - Na política a semana começo quente na rede on-line, são milhares de emails enviados para eleitores plugados na internet. Há, entretanto, aumento considerável do número de mensagens de partidários, que apoia Dilma Rosseff (PT) inclusive com participação de intelectuais.

No que se refere ao movimento religioso, nos últimos dias os textos enviados muitos são desfavorável ao candidato José Serra (PSDB), em virtude da tomada de posição de partes de igreja que se posiciona contra ala religiosa que tentam não deixar sair do imaginário social o tema descriminalização do aborto.

A semana deverá render na internet, em especial, meio do qual não deve ser marginalizado neste processo, com o discurso de atender apenas uma pequena classe social. Não se pode esquecer que a informação é sistêmica e além de sugerir pautas para a grande mídia tem difusão na sociedade. Então é acompanhar e saber separar informação de denúncias infundadas.


Dois pesos e duas medidas

ESPORTE- A vitória do Atlético-GO o credencia a primeira página de esportes, com destaques nos jornais locais. Pois, diante de uma grande equipe brasileira, o Vasco da Gama, hoje (17) o time goiano não se intimidou e venceu por 2 a 0, no Serra Dourada, deixando a zona de rebaixamento.

Diferentemente, o Goiás não conseguiu o mesmo intento contra o Atlético-PR na sábado, quando foi derrotado por 2 a 1, fora de casa. Resultado que torna sua permanência na série A comprometida.

Sem dúvida o bairrismo no esporte - na defesa dos clubes e atletas regionais- seria uma maneira de valorizar os interesses da população do estado. Desta forma, cabe aos veículos a valorização das equipes de maneira equânime, entretanto, há editores que conseguem focar apenas uma equipe da capital, quando não times "estrangeiros".

INDEFINIÇÃO EM GOIÁS

Portanto, não há dúvida que é necessário esperar novas pesquisas e fatos que possam interferir no quadro de Goiás, mas longe de estar definido, como aponta a pesquisa Serpes.


 ELEIÇÃO REGIONAL - Em Goiás, conforme os números apresentados pelo instituto Serpes, publicados pelo jornal O Popular neste sábado (16) aponta vitória do candidato tucano Marconi Perillo com 56,1% dos votos válidos contra 43,9% de Íris Rezende. Entretanto, diante dos números do primeiro turno, é necessário ter cautela e esperar novos levantamentos para análise do processo eleitoral com mais clareza - importante resguardar a seriedade do instituto, mas as eleições levam suspeição a todos os quadrantes. Outro fato, que se deve considerar é o que se percebe na capital, com tendência para o peemedebista, talvez maior do que os dados mostrados pela empresa, entretanto, no interior tornam-se difícil a observação por falta de instrumentos.

Nesta reta final do processo, simbolicamente a adesão de Vanderlan Cardoso (PR) e Alcides Rodrigues (PP) à campanha de Rezende pode render uma melhor performance para os peemedebistas, entretanto, como se vê a base dos partidos Republica e Progressista, não na totalidade, aderiram à base tucana. Evidente que no Brasil a agremiação em si não tem grande importância na decisão do voto, mas sim o candidato. Se assim for Cardoso poderá fazer a balança pesar para Rezende. Mas será o suficiente para mudar os números? Tudo vai depender dos reais dados das pesquisas.

Notório, entretanto, avaliar que o candidato do PMDB tem como tendência movimentar grandes números de eleitores de menor poder aquisitivo e pessoas de mais idade, mas longe do ideal. Isso demonstra que a visibilidade que apresenta Rezende não ataca pontos específicos, os chamados grupos focais. Um erro.

Marconi Perillo tem favoravelmente o acirramento da campanha presidencial, com crescimento de José Serra e imagem de estadista, aquele capaz de mudar o perfil de um estado conservador político e economicamente. Entretanto, nesta briga com o atual governador não atingiu os objetivos traçados no final da campanha passada. Sua imagem foi arranhada e pesa sobre ele a pecha de autoritário e de pouco diálogo nos embates políticos, observação demonstrada até por aliados.

A percepção das empresas de comunicação de um político forte e um homem de marketing, entretanto, leva consigo o apoio estratégico de partes importantes da imprensa local e do interior. Uma ressalva, a imprensa é um espaço que deve ser valorizado com ética pelos governantes, contudo.

Portanto, não há dúvida que é necessário esperar novas pesquisas e fatos que possam interferir no quadro de Goiás, mas longe de estar definido, como aponta a pesquisa Serpes.

ESTABILIDADE PARA A PRESIDÊNCIA

A próxima semana será decisiva, contudo, o sentimento de êxito na campanha entre os populares é maior para Rousseff do que para Serra.

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL - A pesquisa do Datafolha publicado neste sábado (16) desenha um quadro de estabilidade para a campanha presidencial, o que indica vitória de Dilma Rousseff (PT) neste segundo turno, com 47% contra 41% do tucano José Serra - importante, entretanto, cuidado com as pesquisas. Apesar de haver eleitores sem saber em quem votar - 8% antes eram 7%, representativo diante do acirramento -, e possibilidade óbvia de mudança de comportamento do eleitorado, mas não há sinal de oscilação significativo.

A rigor, mais uma vez deverá haver muitas abstenções e votos nulos, o que não deveria assustar os analistas políticos. Não havendo empatia com um ou outro candidatado é direito de cidadania não votar em ninguém, um sinal da insatisfação com os nomes postos. Natural e até necessário numa sociedade heterogênea.

Desta forma, a semana será movimentada com fatos novos, certamente, como ocorre numa campanha absolutamente partidarizada pelas empresas de comunicação, agora com a inserção de parte de religiosos, pertencentes aos redutos eleitores de Serra, principalmente São Paulo e região de Minas Gerais, de Aécio Neves (PSDB) – religião tem participação política, bom que se diga. Evidentemente, que os meios de comunicação têm importância neste processo, entretanto, como demonstrou seus interesses abertamente, sua força se reduz neste final de decisão, ficando a mercê de escândalos a serem publicizados e gerar incertezas.

Não há dúvida do intenso trabalho de jornalistas em busca de material a ser veiculado, capaz de vender jornais e jogar foco nas eleições, tanto melhor para as grandes empresas se for contra petistas, o que se mostra a tendência.

Sobre a religiosidade, apesar da valorização da mídia sobre os casos veiculados sobre escândalos, a fé religiosa sempre foi um ponto a ser observado pelos homens e mulheres da política, o que de alguma forma já deu tempo para a população entender o que está por detrás da discussão, os interesses políticos apenas.

A leitura que se faz é que José Serra não tem perfil de um exímio religioso e busca o tema apenas como forma de atrair o eleitor – a rigor Fernando Henrique Cardoso caiu nesta armadilha em 1985 em campanha para a prefeitura paulista, se mostrando cético quanto ao tema – qual seria de fato a posição de Serra na sua vida privada? Exemplo disso está na mudança de comportamento dos grupos de pessoas de alto poder aquisitivo que migrou para Dilma Rousseff, pois houve excessos do tucano no trato com os símbolos sociais, o que deixa perpassar falta de objetividade e discurso vazio.

A próxima semana será decisiva, contudo, o sentimento de êxito na campanha entre os populares é maior para Rousseff do que para Serra. Contudo, atenção será importante nesta reta final do processo eleitoral para a presidência.

PERGUNTAS RELIGIOSAS

Neste momento está em jogo, não exatamente a fé cristã, mas de fato a ordem sistêmica de modelo capitalista que passa pelo processo eleitoral. Não seria este um ato de desinformação?


ELEIÇÕES - A religião ganhou destaque neste momento eleitoral, talvez fazendo relembrar momentos históricos, em que o mundo recebia os primeiros lampejos da ciência derrubando mitos, os quais sustentavam crenças as mais diversas e pouco racionais. As rupturas nem sempre são simples, pois as estruturas assentam comportamentos e pessoas que por milhares de anos repetem os mesmos discursos. Neste momento, porém, a defesa religiosa da não-descriminalização do aborto é legítima e honesta, afinal, a discussão gira em torno da vida. Mas não estaria com o olhar somente para a ponta do iceberg, sendo o problema mais profundo, o qual não se vê com clareza?

Para os autores sistêmicos, a religião foi importante na consolidação do capitalismo, que afinal não pode sobreviver fora da ordem, a rigor, a segurança faz parte da estabilidade econômica, apesar do capitalismo mesmo estar sempre em crise, no sentido de atender as novas necessidades sociais, muitas delas criadas artificialmente. Uma sociedade alegre e feliz, portanto, passiva poderia ser um lugar tranquilo para o desenvolvimento econômico e manutenção da ordem vigente – sem dúvida excludente.

Embora, os homens e mulheres vivem em torno dos mitos, pois fazem parte da nossa realidade, não estão plenamente ordenados, o que gera sempre tensão, e deve ser controlada. Não seria o caso, então de possibilitar mais informações para que se possa, coletivamente, chegar a um posicionamento?

As imagens eleitorais são no mínimo irônicas, pois se tornou comum se deparar com fotografias dos tucanos José Serra, nos grandes jornais, e Marconi Perillo na imprensa local com ar de religiosos, ao lado de símbolos da Igreja. Por outro lado, Dilma Rousseff (PT) distante da crença, com olhar fixo no horizonte, enquanto que Íris Rezende (PMDB), se apresenta preocupado apenas com os movimentos políticos.

A mídia constrói o seu discurso sem trazer informações sobre a estrutura abaixo da superfície (do iceberg), o que poderá ocorrer depois das eleições. Neste momento está em jogo, não exatamente a fé cristã, mas de fato a ordem sistêmica de modelo capitalista que passa pelo processo eleitoral. Não seria este um ato de desinformação? O aborto e casamento gay necessariamente estão ligados as lógicas simplesmente religiosas? E o governo de um país se resume a apenas a estes temas? Não seria o caso de pensar que outros assuntos tem relação com os interesses religiosos, como por exemplo, a exclusão social, a fome, a miséria?

O grande risco que se corre é a valorização do símbolo em função apenas das lógicas de capitalismo que vão contra até mesmo a imagem de um mundo de inclusão. Sobre as questões apresentadas são realmente para serem pensadas e discutidas.

CAMPANHA ACIRRADA EM GOIÁS

Há dois caminhos para o ex-prefeito de Senador Canedo: apoiar Íris Rezende ou Marconi Perillo; ou ainda a alternativa da neutralidade. Sem dúvida, a última opção pode ser arriscada, estar em cima do muro nem sempre é a melhor saída, e os tucanos sabem disso.

POLÍTICA REGIONAL - As eleições em Goiás serão, neste segundo turno, pela imagem que se apresenta, acirrada, pois no final da fase anterior Marconi Perillo (PSDB) visivelmente perdeu fôlego e empolgação, por isso, não conseguiu avançar o suficiente para decidir o pleito antecipadamente. Num processo longo como é uma campanha eleitoral, em que as propostas muito se assemelham, ou seja, todos estão dispostos à bondade, sobressai aquele que apresenta condições para materialização das propostas de convencimento do eleitor. Neste caso os apoios políticos passam a ser fundamentais.

Nesse espaço, Íris Rezende (PMDB) leva vantagens, pois tem o apoio de três prefeituras importantes (Goiânia, Aparecida e Anápolis); mesmo que indiretamente, devido a pressões partidárias, terá o aceno de Alcides Rodrigues (PP) e o governo federal deverá aumentar sua presença no estado, afinal, agora Dilma Rousseff (PT) vai sair a campo em busca de visibilidade para o seu discurso, em todos os estados.

Marconi Perillo não está só evidentemente, a sua campanha terá o peso de boa parte das prefeituras de Goiás e José Serra se fortaleceu ao chegar ao segundo turno. O crescimento nas pesquisas (que continuaram sob as dúvidas do primeiro turno, em que fazem parte de uma estratégia comunicacional) do ex-governador paulista poderá beneficiar o senador, mas conforme o embate federal.

No que se refere à comunicação das campanhas, a vantagem vem sendo do PSDB no estado, e deveria ser uma preocupação dos peemedebistas se desejam sucesso nesta fase de muito embate. Não se comunica na contemporaneidade como se fazia na época das cartas e telégrafo. Informação tem tempo e data de vencimento, as pessoas se acostumaram às mensagens quase em tempo real, isto significa que quem informa primeiro tem mais retorno. Neste caso entram as respostas as acusações e denúncias.

Apoios no estado

Vanderlan Cardoso neste momento faz as contas para saber quais os reflexos de sua decisão agora terão no futuro. O que é uma análise legítima, pois conseguiu atingir o objetivo de se projetar no cenário político regional. Se Perillo é centralizador, Rezende não fez herdeiros políticos, além do que o PT deverá lutar duramente para a reeleição de Paulo Garcia em 2012. Então para que lado vai o PR? O governador Alcides Rodrigues deverá ter peso nesta decisão, afinal, Cardoso se destacou politicamente como resultado da disputa entre Rodrigues e Perillo. As relações partidárias com grupos são fundamentais para existência de um nome viável.

Dito isso, há dois caminhos para o ex-prefeito de Senador Canedo: apoiar Íris Rezende ou Marconi Perillo; ou ainda a alternativa da neutralidade. Sem dúvida, a última opção pode ser arriscada, estar em cima do muro nem sempre é a melhor saída, e os tucanos sabem disso.