Desta forma, cada qual com suas convicções devem ir às urnas e depositar sua confiança na manutenção ou mudança política regional e nacional. Mas de fato o germe do debate sobre a injusta distribuição de renda no Brasil estará vivo, ainda depois das eleições.
ELEIÇÕES - Finalmente chegou-se o dia da decisão de quem será o futuro presidente da república e governador de alguns estados que passam indecisos para o segundo turno. No Brasil, Dilma Rousseff (PT) deverá ser eleita presidente, conforme pesquisas eleitorais. Em Goiás a indefinição persiste antes de abrir as urnas - quando este texto é escrito, pois houve na reta final da campanha crescimento de Íris Rezende (PMDB) e perda de força de Marconi Perillo (PSDB), portanto, a dúvida se sobressai.
O importante a notar que depois de vários meses de confrontos de ideias e discursos em todo país, envolvendo aliados e oposição, é que o Brasil inicia um processo de debates mais fervorosos sobre os interesses sociais. Com olhos nas pesquisas, se no sul há a manutenção de um conservadorismo social, com preocupações mais voltadas para as lógicas sociais, que vê em José Serra (PSDB), mais perspectiva de manutenção de ordem vigente, nas regiões sudeste e norte mantem-se o perfil de um embate, no qual prevalece a característica de eleitores que veem, no Estado forte, uma saída para a qualidade de vida dos brasileiros. Contudo, as lógicas de emergências econômicas estão vivas no sentido de impedir grandes avanços da esquerda menos globalizante e liberal.
O que diferencia do resto do país realmente é a região nordestina, que tem uma história de marginalidade social dentro de um país rico em economia e produtividade, mas com muita concentração de renda. Um lugar que já fez campanha para formar um estado separado do resto da nação, de tamanho descaso das políticas públicas nacionais. Com população formada por maioria longe dos prazeres do consumo por falta de recursos financeiros, aposta que o Estado deverá conseguir mudar esta realidade. Desta forma, a candidata que carrega a herança do lulismo, o qual investiu no favorecimento das classes baixas, recebe uma grande margem de aceitação. A região faz a balança pender definitivamente para as prováveis mudanças sociais.
Em essência, quem está por baixo no processo de desenvolvimento social e econômico, ou seja, não consegue participar nos benefícios de um mundo moderno e tecnológico, quer, com justiça, a mudança. Quem usufrui das lógicas de um mundo de riquezas quer a manutenção de uma ordem que os mantem com status quo. Olhado por este prisma, nada mais justo ouvir a voz de milhares de brasileiros que vivem marginalizados neste processo político, o qual se arrasta há séculos.
Desta forma, cada qual com suas convicções devem ir às urnas e depositar sua confiança na manutenção ou mudança política regional e nacional. Mas de fato o germe do debate sobre a injusta distribuição de renda no Brasil estará vivo, ainda depois das eleições. Análises feitas pelas ricas campanhas eleitorais que tentaram seduzir este grande número de cidadãos de segunda classe, os quais fazem valer o seu desejo inelutável para igualdade social.
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