A política não é um lugar de compadres, há os embates e os discursos construídos de parte a parte, cujo objetivo de determinados acenos, muitas vezes, é de obter resultados, mesmo que no final haja perdas de ideias e valores de partidos e pessoas.
ELEIÇÕES - O anúncio de independência de Marina Silva e o PV, oficializado hoje (18) já era esperado pelos analistas políticos e imprensa de todo o país, pois a senadora encontrou abrigo em um partido, cuja cúpula construiu nestas eleições relações fortes com o PSDB, afinal, um dos símbolos do partido o ex-petista Fernando Gabeira disputou o governo do Rio de Janeiro com apoio também de José Serra (PSDB). Aliás, uma situação desconfortável para a base que carrega ideologias partidárias, com visão de um partido que defende a preservação do meio ambiente, que não tem uma simbiose perfeita com o liberalismo tucano, colocando no mesmo espaço capitalismo, consumo e recursos naturais.
Numa análise simples é possível chegar à conclusão que os votos da candidata do PV, com quase 20 milhões, na sua maioria foram transferidos para os tucanos neste segundo turno, que saiu dos 30% para mais de 40%. Como neste contexto a imagem de Marina teria importância como representatividade, sua ausência no palco manterá os índices de Serra. Uma estratégia pensada pelo "novo" Gabeira, que saiu da campanha fluminense com reprovação dos eleitores, já no primeiro turno, o qual apóia publicamente a decisão do partido e ratifica parceria com os tucanos.
A política não é um lugar de compadres, há os embates e os discursos construídos de parte a parte, cujo objetivo de determinados acenos, muitas vezes, é de obter resultados, mesmo que no final haja perdas de ideias e valores de partidos e pessoas. O que não deve ser tratado como regra geral, mas as simulações e propostas absolutamente vazias estão na boca de grupos políticas no cotidiano, sem consistência. Neste sentido, Marina Silva pode ter errado na sua decisão, pois o que a mantém com condições de enfrentar uma nova eleição com condições de vitória seria o seu posicionamento em defesa da ética e ideais que resultem no bem-estar da sociedade, ou seja, resguardar sua força de liderança, perante um público de competência intelectual e religiosa.
Por outro lado, o crescimento inesperado da senadora no final do primeiro turno, deve-se fortemente à campanha religiosa que gerou incertezas sobre a posição de Dilma Rousseff (PT) no que se referem a suas crenças, o que se soma as críticas da oposição insistente de partes dos meios de comunicação brasileiros em rede fomentados pela mídia paulista. O maior beneficiado foi José Serra que conseguiu um segundo tempo, mesmo sem avançar nos números já percebidos pelas pesquisas.
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