Importância de ser José


No Brasil, o eleitor não deixa dúvida que está cada vez mais informado e quer participar, o que é muito importante para a democracia e justiça social.



ELEIÇÕES - Os meios de comunicação se mostram liberais, no sentido que "discursar" em favor da importância do avanço do mercado, o qual é fundamental para o desenvolvimento humano e social, ponto. Mas ao que parece não é a visão do eleitor, que vive no seu cotidiano as agruras de uma vida real. As poucas condições que o governo atual oferece para a sociedade brasileira - que pode ser considerando assistencialismo - torna um recurso a mais para a sua sobrevivência e dignidade. No final, o modelo com base no econômico não recebe o apoio social, na sua maioria. Uma má notícia para o PSDB e José Serra.

O candidato tucano se revela o único capaz de polarizar com possibilidade de vitória o atual governo nas próximas eleições, entretanto, o peso de história e comportamento político pesa para sua aceitação, considerando que carrega consigo a força e grandes fraquezas de um partido que rompeu, no passado, com o PMDB – peemedebistas que continuam sem unidade partidária -, mas não definiu com clareza suas bandeiras, o eterno “estar em cima do muro”.

Fernando Henrique Cardoso, um importante intelectual brasileiro, esqueceu de afirmar na política as propostas apresentadas no seu texto acadêmico sobre o desenvolvimento social. No final, se revelou competente para liderar o Plano Real, mas não desvencilhou, a princípio, de grupos atrasados, seguindo a cartilha da manutenção do status quo de uma elite. Na sequência apoiou as propostas econômicas das ricas nações mundiais, em um período de grande debate sobre a pobreza das nações periféricas e desenvolvimento dos centros financeiros mundiais. O consenso de Washington não deu certo, e em conseqüência disso, as prioridades de privatização das empresas públicas continuam arranhando sua imagem.

José Serra tem, portanto, uma missão difícil: sinalizar para a sociedade a ruptura privatista, diante de um empresariado que aposta num governo favorável apenas ao mercado, o qual participa do processo eleitoral de maneira efetiva, fonte de investimento nas campanhas. Mais uma vez o país se divide entre interesses de uma classe privilegiada e outra que acredito que é possível uma vida mais digna. Difícil equação para aquele que não definiu os rumos, assim, o que fica entendido é a manutenção do projeto anterior: o de priorizar quem já recebeu benefício demais. Além do que os empreendedores brasileiros recebem gordos dividendos neste governo, dito de esquerda.

Se assim, continuar na próxima pesquisa, a candidata de Lula, Dilma Rousseff estará na frente, nas pesquisas eleitorais, para um Serra que prefere ser visto como José. Exatamente, da forma como a sociedade o tem visto há muito tempo. No Brasil, o eleitor não deixa dúvida que está cada vez mais informado e quer participar, o que é muito importante para a democracia e justiça social.

Economia, mídia e estado

Bom senso e espírito de justiça não fazem mal a ninguém, principalmente aqueles, reles mortais, que seguem cegamente o discurso hegemônico.

ECONOMIA - Após a crise mundial, notoriamente, mais intensamente, se trava uma discussão que se arrasta há séculos: qual o papel do Estado, num sistema capitalista. Sua função seria de servir ao mercado, para que este pudesse gerar o desenvolvimento econômico, igualitário e justo? Claro, as respostas demarcam as linhas de pensamento entre os liberais e socialistas, entretanto, torna-se fundamental entender que o sistema capitalista sofre, nos últimos anos, sucessivas derrotas em função da falta de regulamentação econômica pela sociedade, o que traz graves consequências para a população e enriquecimento de grupos minoritários, que fazem apostas controladas (no sentido de transferir para o público as possíveis perdas) no mercado financeiro.

Esta discussão, afinal, deverá nortear as discussões eleitorais no Brasil este ano, entre Dilma Rousseff, que propõe um Estado forte e regulador, e José Serra, que sinaliza para a liberdade de mercado, a exemplo do que fez o seu amigo de partido e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi responsável, durante os seus dois governos, por privatização de grandes estatais, seguindo consenso de agências econômicas globais.

Sobre este assunto, em resumo, a decisão será da sociedade, entretanto, cabem algumas análises, pois é comum ler, ouvir ou assistir na grande mídia brasileira a defesa intransigente de um mercado, o qual de fato, não trouxe a igualdade e democracia tão sonhada pelo homem comum, desde a revolução capitalista. O fim do estado não se materializou, pois se tornou fundamental até mesmo para as grandes empresas que necessitam de regulamentação em diferentes países para funcionar. Caso contrário, não haveria a segurança de uma instituição que resguarda o direito à propriedade, mesmo considerando as aviltantes diferenças econômicas, entre os que possuem e aqueles marginalizados neste processo, seja localmente ou globalmente.

Desta maneira, a existência do Estado torna-se fundamental para os donos de conglomerados, e para a sociedade que se quer estabelecer níveis de igualdades entre os atores sociais. No entanto, cabe uma ressalva, este Estado precisa ser estruturado de maneira a fazer prevalecer os interesses públicos, numa perspectiva da formação de instituições que regulamente a partir do público, e não simplesmente ser uma instituição pública com interesse privado. Há diferenças. Pois, neste contexto estão Estados Unidos, com um presidente que tenta, esporadicamente, fazer valer o poder do Estado público democrático que sofre as intervenções dos falcões da economia, que o obriga a recuar de suas atitudes pontuais voltadas para o interesse público.

Em síntese, fica claro que o Estado interessa ao mercado, e faz sua defesa, entretanto, com a ressalva de estar submetido às leis que resguardam de maneira intransigente liberdade financeira, o que de fato não promove a igualdade e reduz a marginalidade de uma sociedade distante da capacidade de ser cidadã. A rigor, a cada dia, grande parte das mídias defende interesses liberais, com um discurso que menos esclarece e mais define um jogo que mantém uma estrutura que serve de base para crises em todo mundo. Bom senso e espírito de justiça não fazem mal a ninguém, principalmente aqueles, reles mortais, que seguem cegamente o discurso hegemônico.

Política e democracia


Charge publicada pelo jornal Folha de S. Paulo - 25/2/2010

O que está em tela nem sempre retrata a realidade e o jogo de interesses, afinal, num sistema social complexo há disputas que não são conhecidas nas aparências.


POLÍTICA - Com os últimos escândalos a sensação popular é de que a política se tornou (se é que já foi um lugar sério, atestado por muitos) um espaço de corrupção e roubos contra os cofres públicos. Não é para menos o sentimento de falta de representatividade, diante das informações constantes dos diversos acontecimentos, envolvendo figuras históricas, principalmente nas Câmaras Legislativas, Congresso Nacional e Poder Executivo. Entretanto, cabe uma análise: como pensar uma sociedade democrática sem representação em nação capitalista?
Possivelmente, o descrédito dos eleitos resulte em decisões tomadas por aqueles que se apresentem com representativos, mesmo sem receber o voto da sociedade. No final, perpetuará a falta de democracia para uma sociedade com grandes injustiças e diferenças sociais, que se fazem eternas.

A defesa da política em tempos atuais torna-se uma missão difícil diante do cenário que se descortina, em meio a prática de corrupção, formação de caixa dois, dinheiro que viaja em lugares os mais exóticos possíveis. Contudo, a representação da sociedade se materializa através da representação por eleições, na qual a população pode fazer suas escolhas, e depois manifestas seu descontentamento e cobrança. Evidentemente, que em muitos momentos os eleitores se enganam pelo excesso de propaganda que, posteriormente, se mostra enganosa e serve aos propósitos de grupos que permanecem com as chaves dos cofres públicos.

Na política as artimanhas e estratégias para a vitória passa pelo eficiente uso de intelectuais e pessoas competentes para a construção de imagens, diante de uma mídia que está longe da isenção na difusão de conhecimento sobre os espaços sociais. Todavia, é possível dizer que há pessoas sérias e honestas ocupando cargos públicos, e que habilmente representam o interesse público. Não se deve imaginar que com a desmoralização da política, como ocorre na atualidade, teremos um Brasil melhor no futuro. O que está em tela nem sempre retrata a realidade e o jogo de interesses, afinal, num sistema social complexo há disputas que não são conhecidas nas aparências.

A rigor, o Estado continua tendo importância na condução de uma sociedade com potencialidade para a democracia, com sinônimo de igualdade e justiça. Todavia, há pedras no meio do caminho.

Fim do jornal impresso?



A Folha de S. Paulo vai dar continuidade a um processo inevitável de mudanças que ocorre em todo mundo, sem, contudo, haver segurança quanto ao futuro do jornal impresso.

JORNALISMO - A direção do jornal Folha de S. Paulo, anunciou em sua edição desta quarta-feira (24) que vai mudar seu projeto visual, tornando-se um veículo mais próximo da população, com texto mais coloquial e próximo do leitor. Na realidade, trata-se, no fundo, de se adequar aos novos tempos de novas tecnologias da informação, com jornalismo on-line, com grande fluxo de informação e com preço acessível e geralmente mais atualização mais rápida.

A rigor, em tempos de concorrência acirrada, os meios impressos vêm perdendo lucratividade, sendo que muitas empresas fecharam suas redações ou migram para a internet, como anuncia o jornal estadunidense New York Times, o qual tem milhares de acessos em sua página na internet e quedas freqüentes de audiência em seu veículo impresso. Afinal, o que ocorre com os tradicionais meios de comunicação? Numa análise apressada! Perdem espaço na concorrência com as novas mídias, entretanto, deve-se avaliar as mudanças de comportamento da própria sociedade moderna, que a cada dia faz uso do tempo momentâneo ou da falta dele.

Outros pontos precisam também ser analisados: a informação se faz um artigo importante o suficiente para sinalizar os fatos que dizem respeito a vida do usuário, para que ele faça parte de uma sociedade complexa. Em segundo lugar, os jornais impressos continuam com a comunicação de mão-única e pesada (material), ou seja, não oferece condições das trocas de informações, com participação do leitor, diferentemente do que ocorrem nos leves (imateriais) jornais on-line. Finalmente, há uma grande falta de identidade e credibilidade dos grandes jornais (grandes empresas de comunicação para as massas), que ainda continuam insistindo na competência acima dos mortais. A rigor, as novas tecnologias impingiram mudanças de hábitos na sociedade, o debate está mais próximo da comunidade e a sociedade descobriu que pode ser mais participativa.

Nem mesmo do diretor do jornal paulista deixa dúvidas: Frias Filho afirma que, "o esforço para didatizar o noticiário, decodificar os assuntos em linguagem corrente e se fazer compreender significa, paradoxalmente, elevar o nível do jornal - e é isso o que estamos buscando". O novo editor-executivo da Folha, jornalista Sérgio Dávila, diz que o novo projeto é um "instrumento para caminhar na direção da síntese analítica e da opção por textos mais curtos e, ao mesmo tempo, mais interpretativos".

A Folha de S. Paulo vai dar continuidade a um processo inevitável de mudanças que ocorre em todo mundo, sem, contudo, haver segurança quanto ao futuro do jornal impresso. Ações que devem chegar aos cursos de jornalismo, sendo que os acadêmicos desta área de conhecimento devem acompanhar atentamente as mudanças no jornalismo "pós-moderno", sob pena de se tornar arcaico e pesado, diante da imaterialidade.

Escândalos democratas

A política, de uma forma ou de outra, reverbera os anseios de uma opinião pública, mesmo considerando sua forma instável para apontar rumos.


POLÍTICA - Se analisadas as mudanças ocorridas no cenário político brasileiro, chega-se a conclusão que os partidos de direita, conservadores e resistentes às mudanças na ordem social, com manutenção do status quo, vêm perdendo terreno ano após ano. Como exemplo, o DEM, ex-PFL (que teve origem na antiga Arena - Aliança Renovadora Nacional, base de o governo militar), com sucessiva perda de nomes de seus quadros partidários, é o resultado do desinteresse dos eleitores da formação de uma política hermética para uma sociedade que convive com maior fluxo de informação, e participação na esfera pública.

O escândalo de Brasília, envolvendo o único governador eleito pelo partido, José Roberto Arruda, nessa gestão, e as ameaças de cassação de Gilberto Kassab, prefeito da cidade de São Paulo, somente atesta um momento de decadência dos políticos, que mantêm pensamento reacionário para as inevitáveis mudanças nas relações sociais, principalmente na emergência de uma democracia, a qual tornam uma maioria marginalizada em cidadãos participativos na esfera pública.

A política, de uma forma ou de outra, reverbera os anseios de uma opinião pública, mesmo considerando sua forma instável para apontar rumos. Entretanto, nas últimas décadas o homem comum surpreende aqueles que acreditavam em uma sociedade apenas massificada, uma multidão, que se movimentaria por estímulo e não pela capacidade de escolha.

Em tempos de mudanças sociais, apesar da busca da modernidade, os democratas ainda não conseguiram modificar a sua essência, e ainda parecem não esconder a imagem dos velhos coronéis.

Um elefante branco!

CULTURA - A situação do Centro Cultural Oscar Niemeyer, apresentada pela Revista Carta Capital (edição 16/2), realmente traz preocupações pelos valores gastos na obra, sem, no entanto, oferecer qualquer benefício para a comunidade, executada com dinheiro público.
O projeto em si é importante para a população goianiense, entretanto, torna-se indispensável avaliar as prioridades do estado e município, antes dos interesses eleitorais, que de fato, não ocorre somente em Goiás, infelizmente.

O mais estranho neste imbróglio é o fato da tematização do assunto, apesar do conhecimento da opinião pública local, feita pelos meios de comunicação fora do estado. O que se percebe em vários momentos é que assuntos polêmicos sobre a política goiana aparecem na mídia carioca e paulista, para somente depois, de maneira muito rápida, ser agendados nos veículos locais.

Sem apontar o dedo para qualquer um dos responsáveis pelo dinheiro gasto para a construção abandonada, portanto, até agora de um elefante branco, cabe apurar os problemas apresentados, solucioná-los e punir os culpas, sem excluir personalidade política. Caso contrário, surgirão outras obras públicas sem função social, com recursos da população, contudo, a mesma que escolhe os seus representantes.

Link - matéria publicada pela Revista Carta Capital:
Um Monumento ao desperdício

EUA em crise!

A condição de império mundial dos Estados Unidos vem sendo questionada nos últimos anos devido à crise que atormenta o país. Desta forma, torna-se casa vez mais importante Barack Obama apresentar força e discurso de poder, no sentido de evitar a perda de controle.

A pressão dos falcões americanos deve ser grande, dada a possibilidade de perda de visibilidade para a China, Comunista. Em matéria publica nesta terça-feira de carnaval(16), o jornal Folha de S. Paulo, em seu editorial, destaca a preocupação com o nação que detém a ordem mundial.

Desafio americano

POR QUANTO tempo o maior devedor do mundo poderá continuar sendo a maior potência do mundo? Esta pergunta direta, formulada há algum tempo pelo assessor da Casa Branca Lawrence Summers resume os desafios que enfrentarão os EUA nos próximos anos.
Até antes da crise de 2008, a deterioração das contas externas -o deficit em conta corrente atingiu 6% do PIB em 2007- era o grande fator de preocupação entre as autoridades americanas. Não poderia ser diferente, pois a relação entre dívida externa crescente e perda de status internacional é clara, ainda mais quando o grande credor é o principal rival estratégico, a China.

A queda da demanda privada de consumo e investimento decorrente da crise financeira permitiu alguma redução nestes desequilíbrios externos. Mas, como contrapartida, ampliou o outro grande furo: o das contas públicas, que fecharam 2009 com um deficit de US$ 1,4 trilhão, valor equivalente a 10% do PIB.

Neste mês, o governo Obama apresentou o Orçamento para 2010, e os números não são melhores. As projeções apontam para um buraco de US$ 1,5 trilhão em 2010, 11% do PIB. São cifras assustadoras, que comprometem seriamente a capacidade financeira dos EUA.
Para piorar, o Orçamento americano é cada vez mais engessado. A parte discricionária já equivale a menos de 15% do total. O presidente Obama afirmou que a prosperidade é a base da posição e da influência dos EUA no mundo. A questão orçamentária é hoje o grande desafio para mantê-las nas décadas vindouras.

Em breve, os americanos serão confrontados com a realidade de cortes drásticos no Orçamento e com a necessidade de reformas ainda mais profundas na área da saúde. O aperto fiscal complicará ainda mais o cenário de crescimento para os próximos anos.

MASSA PENSANTE

A rigor, não é possível dizer que a maioria é uma massa homogênia, e que alienada não conhece seus interesses e necessidades.

POLÍTICA - Por muito tempo se defendeu a tese de que a massa formada por pessoas alienadas na engrenagem do sistema social, apenas acompanha os interesses de uma elite responsável pela formação cultural, numa realidade disseminada por todo mundo, cujo domínio estaria a cargo dos países com grande poder econômico. Na atualidade o comportamento dos atores se faz outra, pois a concorrência pela busca da audiência nos diferentes meios de comunicação parece acirrada. O discurso de uma elite midiática não parece gerar resultados no se refere ao convencimento da opinião de uma maioria, cada vez mais enigmática.

Podia se imaginar que qualquer veículo de comunicação seria essencial na definição de uma campanha eleitoral, pois quanto mais mensagens favoráveis a um candidato, mais chance este teria para vencer as eleições. No caso brasileiro, o sonho dos conglomerados de mídias seria um governo à semelhança do intelectual e sociólogo Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República. Além da competência com os verbos, se apresenta como um liberal que acredita no desenvolvimento globalizado a partir do consenso das grandes potências mundiais, como foi o caso, da experiência abraçada pelo seu governo das definições do chamado consenso de Washington, que resultou em empobrecimento dos eternos periféricos, então mais endividados, agora até a medula.

O crescimento nas pesquisas de Dilma Rousseff não significa a capacidade da candidata desconhecida do público de enfrentar políticos como Serra, e com chances de vitória. O que está por detrás disso são, exatamente, os interesses particulares dos brasileiros, em sua maioria alijada deste processo econômicos, em escolher alguém que possa apresentar algum retorno para os seus propósitos de sobrevivência. Neste contexto, o posicionamento de um único discurso – o do consenso - em torno de interesses econômicos, reverberados por lógicas políticas conservadoras e da ordem, não conseguem demover uma maioria distante da ficção midiática.

A rigor, não é possível dizer que a maioria é uma massa homogênia, e que alienada não conhece seus interesses e necessidades. As novas tecnologias interferem nestas mudanças? Sem dúvidas, a sociedade recebe informações rapidamente e em mais quantidade a todo instante.

Brasileiros globais.

A rigor, matéria-prima não eleva ganhos, mas sim, tecnologia.

ECONOMIA - A cada dia aumenta a reprovação da imprensa paulista e carioca com as iniciativas do governo federal em defender seus interesses brasileiros na esfera global. A compra dos aviões franceses é um exemplo, pois afinal na contemporaneidade as questões políticas contam muito neste jogo de hegemonia. O econômico, embora seja prioridade, na busca pelo poder, as estratégias políticas e econômicas, em muitos momentos, contam mais que os resultados financeiros, apenas imediato. Assim, tecnologia é mais importante do que simplesmente ter o produto final, a independência nos projetos define ganhos futuros e crescimento econômico. A rigor, matéria-prima não eleva ganhos, mas sim, a tecnologia.

O que chama a atenção nos enunciados midiáticos é sempre o discurso negativo sobre a aproximação do país das nações periféricas ao centro global (leia-se Inglaterra e Estados Unidos), como, por exemplo, à China, à África e países da América Latina, como Venezuela, Equador, Argentina e Bolívia. Ora, as relações econômicas com os Estados Unidos são, de fato, importantes, mas por que não explorar outras potencialidades externas que, notoriamente, fazem uso o país Norte-americano?

Sendo que uma nação é feita por pessoas, significa que os brasileiros também merecem se desenvolver, se relacionar com diversos países, os quais permitam além de trocas econômicas, relações culturais e parcerias. A submissão não teve persistir eternamente, mesmo que este seja o gosto de uma minoria globalizada, que usufrui de sua condição privilegiada no atual território das fronteiras que atingem a maioria e não o capital.

Discurso e ordem Global

No fundo, as medidas resultam em mais discurso mídiático, numa guerra simbólica para a estabilidade sistêmica, do que exatamente, medidas que visem à democracia.

ORDEM GLOBAL - O ano de 2010 começa com uma retomada do discurso imperialista e financista no sentido de impedir os avanços da convicção de um mundo sem ordem global, mas dirigido pelos países independentes. A consequência seria o enfraquecimento do capitalismo globalizado em base apenas monetária, distante da realidade social. A retomada dos enunciados positivos sobre a economia, ainda em crise, evidencia o status dos países centrais e detrimento da força tímida dos países emergentes, que defendem a importância da solidez do estado do bem-estar.

Além da exposição maior dos temas relativos à Casa Branca, pela mídia, no que concerne a determinação de retomar o estado de guerra contra "o eixo do mal", as críticas são duras contra nações com discursos desestabilizadores do sistema monetário mundial. Como não é possível viver um lugar de liderança, os Estados Unidos representa bem o papel com movimentos publicizados, como por exemplo, suas ações em Honduras, no Haiti, na Ásia e no Golfo Pérsico.

Os Haitianos que esperavam ajuda humanitária, na verdade recebeu receberam os soldados estadunidenses que têm como prioridade a estabilidade, ou seja, a manutenção da passividade diante do caos, mesmo considerando a exploração que a população do país sempre foi submetida, desde sua busca pela independência.

Na Ásia, com a China nos calcanhares, o mundo financeiro global contra-ataca, com enfrentamentos mediatizado, envolvendo a bilionária empresa Google e o governo comunista - que apresenta uma nova ordem – com direito a participação do discurso de repúdio dos Estados Unidos, que defendem a "democracia" capitalista. Até mesmo a ilha de Taiwan, com domínio reclamado pelos chineses, entra no espaço de contenda e mais mídia, pois com venda de armas pelos norte-americanos à ilha, a China se vê obrigada a entrar no discurso mundial, de maneira agressiva.

Com a instalação de mísseis de defesa dos Estados Unidos, enunciados pelos meios de comunicação, retoma mais um ponto de "democracia" e defesa dos interesses globais, pois o objetivo da medida é impedir que o Irã ataque os o mundo com armas nucleares.

No fundo, as medidas resultam em mais discurso midiático, numa guerra simbólica para a estabilidade sistêmica, do que exatamente, medidas que visem à democracia. O que está em jogo é a ordem global, com base financeira, e não exatamente o bem estar de um mundo sempre em conflitos, cujos resultados não chegam a todos democraticamente. Exemplos não faltam. Qual será o final?