Política da Hipocrisia

Charge Pública pela Folha de S. Paulo - 31/07/2009

Na tentativa de evitar a Guerra Mundial, um seu general disse que era chegada a hora da política e ele respondeu: "abomino a política". O ser autoritário é sempre amargurado com a política: o move a força como solução e, para alcançá-la, veste-se do ressentimento, da inveja, do puritanismo, como uma máscara para esconder a hipocrisia.

José Sarney em artigo publicado pela Folha de São Paulo - 31/07/2009

Guerra na América Latina

Embora não esteja claro, há apenas rumores, mas parece evidente que a maior proximidade da Colômbia com os Estados Unidos poderá resultar em militarização da América Latina. A informação partiu do próprio presidente Lula em reunião com empresários em São Paulo Sobre a logística bélica do país da América do Norte na região, o que cria um grande desconforto. Afinal, plano do governo de Barack Obama é instalar no território colombiano arsenal militar em três áreas.

Considerando, que a Venezuela vem se armando militarmente com compras de equipamentos da Rússia e Irã não se deve esperar muita tranqüilidade para os países do sul. A diferença ideológica entre EUA e Hugo Chaves não é de hoje, com guerras verbais que se arrastam durante o seu longo governo.

O que é de estranhar, entretanto, é o fato de Obama, em seu discurso de campanha, apregoar exatamente a redução das guerras violentas promovidas por George Bush. A verdade é que, como já foi dito nesta página, nem sempre quem está no pode tem mando de fato.

Disputa de espaço no PMDB

As discussões são inevitáveis na política, entretanto, em determinados momentos há muito mais que simplesmente definição de rotas.

POLÍTICA - Como ocorre no Brasil, em Goiás o PMDB é um partido sem ideologia definida. São diversas linhas de pensamento, sem definir um perfil comum entre os grupos. Desta forma, vence quem tem mais carisma e consegue ter apoio popular e foca política. Neste momento, os peemedebistas iniciam uma batalha, que divide o partido, numa clara demonstração de forças entre quem está no poder e aqueles estão fora. Quanto mais determinadas personalidades aparecem na mídia, mais destaque e condições de reduzir o poder do adversário. Neste ínterim não há somente a participação de partidários locais, mas influências vêm de fora, da capital e do próprio partido.

As discussões são inevitáveis na política, entretanto, em determinados momentos há muito mais que simplesmente definição de rotas. Nestas circunstâncias, as intrigas fazem parte de estratégias, sobretudo, partidárias de enfraquecer composições que se mostram com chances de vencer. As brigas no PMDB são reflexos das eleições de 2010 que envolve Iris Rezende, Marconi Perillo e Henrique Meireles. Neste contexto, até mesmo aliados se tornam adversários, de maneira franca, sem esconder os seus propósitos.

Como exemplo, Valdivino de Oliveira é companheiro de primeira hora de Joaquim Roriz, peemedebista, ex-governador de Brasília e próximo de Iris Rezende. No entanto, está diante dos dissidentes do partido que tem como discurso aproximação do adversário dos peemedebistas no Estado Marconi Perillo. Cabe ressaltar, entretanto, a relação conflituosa em que vive o PMDB do Distrito Federal com o PT, que deverá compor com Rezende nas próximas eleições.

Nesta hora, cabem aos adversários ganhar pontos nesta briga, que se depender do grupo dissidente deverá durar tempo suficiente para ganhar terreno no partido. Possível que em curto prazo saia um final feliz, ou realmente o partido sairá rachado para as próximas eleições, tendo em seus calcanhares Henrique Meireles, com o apoio do Presidente Lula e do governador Alcides Rodrigues.

Atlético na liderança do brasileiro

Imagem Jornal O Popular

O Atlético Goiano demonstrando estar em boa fase vence mais uma vez, pelo placar de 3 x 0, e agora é o líder do campeonato brasileiro série B. Desta vez, o adversário foi o Duque de Caxias.

Para aqueles que imaginavam que a equipe de Goiás não teria condições de superar o Vasco da Gama e Portuguesa, favoritos, estão perplexo com o rendimento dos rubro-negros. Mais uma vez fica evidente que não são nomes de jogadores e fama da cidade sede da equipe que faz a diferença dentre das quatro linhas.

Já o Vila Nova não teve a mesma eficiência para superar a Ponte Preta. perdeu por 3 x 0, o que deve levar à mudanças na equipe. A grande torcida está irritada com o desempenho com o time.

Boas e más fases existem, vão e vêm. Desta forma, se depender da tradição a equipe logo deverá encontrar o caminho das redes.

Inimigo Público


Ainda pode ser considerado romântico os bandidos nos filmes em que não há nem bem nem mal.

o filme estrelado por Jonhnny Depp discorre sobre um tempo em que os mocinhos tinham poucos recursos para prender os bandidos que eram estatutos e destemidos.

Desprovido de tecnologia, como câmaras, inteligência, super-máquinas, a polícia, quase sempre corrupta tinha que se desdobrar para vencer o grande e, às vezes, vitorioso mal.

Tempo em que um bandido era endeusado pela sociedade, a comedida pelos corruptos, os responsáveis pela justiça.

O romance é a pedra do toque para dar luz ao lado humano daquele que aterroriza uma sociedade de ricos banqueiros.

Se a proposta é voltar ao passado romantico dos fora-da-lei, o Inimigo Público se apresenta como um bom filme, sem se preocupar com uma grande discussão. Vale a pena conferir.

Afinal, um tema conhecido, pois longe da ficção, o que não falta nos tempos atuais são os verdadeiros inimigos públicos.

O Teatro Político


Nos dias que passam, o Partido dos Trabalhadores faz-se de morto, com a certeza de que tremular as bandeiras agora significa apear do poder.

Política - A ideologia que sempre se mostrou marca de todos os partido, a cada dia se esvai diante das lutas pelo poder na sociedade moderna. Fora do olhar da sociedade, a guerra se avoluma e ganha quem conseguir se apresentar melhor no palco da representação. O que ocorre hoje no governo é sintomático, afinal, o partido do governo se submete às estratégias políticas como forma de se manter no comando, mesmo que para isso tenha de desdizer discurso anunciados ao longo de sua existência.

Num passado recente não seria possível imaginar que a esquerda fosse apoiar candidatos de direita, ruralistas, por exemplo. A direita fosse cooptar nomes da esquerda num jogo de resultados políticos e de grupos antagônicos. Nos dias que passam, o Partido dos Trabalhadores faz-se de morto, com a certeza de que tremular as bandeiras agora significa apear do poder.

José Sarney esteve ao lado dos militares, realizou um governo questionado pela eficiência, inclusive pelo PT, e é hoje apoiado pelo partido dos trabalhadores, pois de outra forma não teria o PMDB na base política da campanha de Dilma Rousseff – candidata de Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo longe das ideologias do partido, o presidente sabe das armadilhas da oposição contra um governo com alta popularidade, e que, por isso, poderá emplacar um nome desconhecido, sem os cacoetes de velhas lideranças da política brasileira.

A rigor, quais são honestamente os nomes capazes para assumir o governo de uma nação em desenvolvimento, em meio, a complexidade de um mundo em crises econômicas e movimentado pelas novas tecnologias da informação?

O mais cômico e trágico é que o Estado ganha importância na condução da sociedade, seja qual for, no sentido de evitar a desordem e o caos, inclusive no terreno financeiro. Desta forma, a luta se acirra, e partidos buscam uma estratégia conhecida: quem era adulado no passado por conveniência deverá servir como ponta de lança contra o governo atual, mesmo que reproduza, em essência, o comportamento de gloriosos tempos anteriores.

Pode ser paradoxal, mas este é o território da política partidária. Vence quem têm estratégias, mesmo considerando abrir mão da própria identidade para não dar a vez aos adversários, os quais, caso sejam vitoriosos certamente sofrerá, no futuro, com as mesmas armadilhas.

Mas restam salientar dois pontos importantes: não pode esquecer-se do povo que participa do teatro, afinal tem papel principal no espetáculo. É quem paga a conta e sofrerá pela trama dos personagens no poder. Finalmente, em meio a simulacros, muitos homens políticos mantém suas identidades. Sem generalizar.

Vitória goiana no futebol

Imagem - Jornal Estado de Minas

A determinação dos atletas e o interesse dos cartolas em não atrapalharem são fatores importantes para vencer.

Futebol - O time do Goiás vem ao longo do campeonato brasileiro dando mostrar que é possível enfrentar as grandes equipes brasileiras e se despontar na tabela da competição. Na vitória apertada contra o Atlético Mineiro, líder na classificação, por 1 x 0, deixa claro que no futebol não vale somente grandes investimentos em jogadores famosos. A determinação dos atletas e o interesse dos cartolas em não atrapalharem são fatores importantes para vencer.

A crônica esportiva brasileira afirma que a equipe goiana não é de chegada, ou seja, faz grandes apresentações, ocasionalmente, mais não reúne condições para se despontar na liderança de uma competição nacional. A palavra fica com jogadores e dirigentes, que precisam provar o contrário. Em alguns momentos, o destaque do time em uma competição serviu de vitrine para a venda de jogadores que se destacam no campeonato, com bons resultados de caixa para a diretoria e tristeza para os torcedores.

No final de semana, Vila Nova e Atlético Goiano também mostraram competência e passaram vitoriosos pelos adversários. O time campineiro segue na ponta do campeonato e vem se afirmando também como adversário do Goiás no estado. Caso consiga chegar à série A, poderá ser um forte representante dos goianos nas disputas nacionais. Talvez seja exatamente isso que tem motivado as vitórias do Goiás, que pode ter um concorrente no coração sofrido do torcedor do estado na elite do futebol brasileiro.

Cobertura
Neste final de semana até mesmo a Rede Anhanguera entrou em campo com transmissão direto do Mineirão, acompanhando a equipe do estado, o que poucas vezes ocorreu nos campeonatos recentes. Diferente da filiada da Globo em Minas Gerais, que cobre jogos importantes dos times do estado, com destaque para atlético e cruzeiro.

Bode expiatório, de novo

O senador Sarney certamente não é o primeiro a atacar os cofres públicos para interesses particulares


Política - A discussão sobre a crise no Senado volta novamente a levantar uma questão que sempre foi complicada para as pessoas de bom senso: a saída de um parlamentar resolve o problema político brasileiro? Afinal, ao longo da história, quantos homens eleitos sofreram críticas severas da imprensa e da população, sem, no entanto estabelecer uma ordem democrática no poder? De fato, ao que parece o problema não está exatamente, tão simplesmente em nomes, mas numa estrutura que continua privilegiando grupos que estão acima do interesse público.

Evidentemente que as críticas são necessárias e informar a opinião pública é indispensável, entretanto, cabe ressaltar a necessidade de se buscar discussões mais aprofundadas sobre os assuntos complexos como em casos que envolvem política. O senador Sarney certamente não é o primeiro a atacar os cofres públicos para interesses particulares, fato que se repete nos menores municípios brasileiros, sem punição, quase sempre, longe do olhar da grande imprensa. Renan Calheiros, nunca é muito lembrar, apesar das ainda recentes duras críticas da mídia e evidências de participação em enriquecimento com uso do poder parlamentar de maneira ilícita, continua no poder e dando as cartas.

Ademais, os nomes que aparecem nas páginas de jornais pegos em escândalos, muitas vezes, fazem parte de estratégias políticas de grupos que buscam atingir os adversários e galgar espaços no poder público. Passado o período de enfrentamentos por interesses, os antigos homens apedrejados passam a fazer parte das cúpulas que necessitam de apoio para enfrentar os novos rivais. Portanto, circunstancialmente a informação em excesso pode resultar em direcionar o olhar da opinião pública para determinados fins políticos momentâneos.

Além do mais, faz parte deste cenário o poder econômico, parceiro de primeira hora dos movimentos políticos, definidores de estruturas que privilegiam e geram resultados financeiros, advindos dos cofres públicos, com reflexos nos estados e municípios.

A solução está na formação de uma sociedade consciente que possa exigir o respeito com o público e a democracia - a qual deve atender a todos perenemente.