As armas da América Latina




As nações ricas jamais deixaram de lado o império das armas, sem as quais colocariam em risco sua força de persuasão.

Opinião - O internauta tem razão - conforme resultado de enquete deste blog. O Brasil não deve se endividar numa corrida maluca armamentista, em tempos de crises das grandes potências. Contudo, o mundo, apesar da busca aparente pelo diálogo, ainda passa pela força bélica, como forma de definir quem manda e quem deve obedecer, num quadro de diferenças de interesses e pensamento.

Neste sentido, chegou-se pensar que a eleição de Barack Obama, nos Estados Unidos, haveria de modificar as relações entre países periféricos e centro econômico, tendo os Estados Unidos como ícone. De fato, isto não ocorreu, o que denuncia de alguma forma as determinações das elites econômicas e políticas nos países chamados de democráticos, nas definições políticas.

As nações ricas jamais deixaram de lado o império das armas, sem as quais colocariam em risco sua força de persuasão. O que fica evidente na guerra do Afeganistão e no Iraque. As diferenças de interesses vão sempre colocar de lados opostos países e lideranças globais, que podem resultar em enfrentamentos e destruições.

A América Latina, embora, passiva diante do domínio da América do Norte parece não se conformar com a condição de quintal e começa a discutir, ainda de maneira tímida, a sua importância no cenário global. A causa disso advém de uma mundialização que aferrou mais os chamados centros de poder, resultando numa economia menos turbulenta, desta forma, uma vida mais confortável na periferia. A simples busca de engrossar a voz parece despertar preocupação, pois a Colômbia abriga e aumenta a participação dos Estados Unidos na região com sua força militar, numa estratégia política econômica.

Certamente, o Brasil não deve esquecer-se da situação de miserabilidade que vive grande parte da nação, entretanto, deve se defender dos grilhões. O sucesso desta empreitada, certamente, não pode estar nas armas, mas no diálogo e força de uma nação com igualdade social e crescimento econômico. A atenção, no entanto, é importante.

Um mundo de bonecos

Diante do espetáculo, a população de sua maneira lida com maestria neste mundo de bonecos que representam um teatro que diz respeito a todos hoje e amanhã.

Política - A cada dia a realidade fica mais complexa para ser percebida, pois saímos dos espaços visíveis para os discursos e aparências que não revelam as estruturas sociais, formadas em meio a uma trama que nos impede de ver um pouco além do necessário. Parece simplicidade demais imaginar que no mundo da política alguns precisam ser mocinhos e outros bandidos, numa eterna relação o bem contra o mal. evidentemente que se trata de definições, cujo objetivo é descortinar para uma visão pública conforme desejo de quem pode se apresentar para a sociedade, desvelando o seu discurso elaborado minimamente.

Muito estranho afirmar que o partido X deveria zelar pela ética, pelos interesses sociais, sem considerar as razões do poder e o jogo que se faz diuturnamente. Uma pergunta simples: o que está por trás das lutas constante no congresso brasileiro? Trata-se justamente da preocupação de determinados grupos políticos com bem estar social, ou a busca incessante é pelos benefícios do mandato?

O partido Y quando se diz ético não estaria neste momento oportuno usando apenas a retórica para desmascarar o adversário no sentido de avançar rumo a representatividade popular? Logo deverá vestir a mesma mascara que será denunciada por outros e, assim, prossegue a trama.

A rigor, a política não é apenas um lugar de homens eleitos, pois, neste território existem milhares de negociações que envolvem além de grupos sociais politizados, forças diversas participam dos embates no parlamento, que no final não atende a maioria que deveria dar base para a democracia. Muitas vezes, quem é sapo hoje se transforma em príncipe amanhã e o contrário também é verdadeiro, ao saber dos movimentos orquestrados e ensaiados.

Muitos intelectuais sabedores desta realidade, mais do que muitos – é o que se espera -, preferem jogar para a platéia a participar de fato dos embates, que podem proporcionar a percepção de uma realidade mais visível. Afinal, num mundo das imagens será melhor quem conseguir se apresentar mais vistoso. Entretanto, se esquecem do que leu e viu, enfim, não tem passado.

Finalmente, neste contexto, ser ético na aparência significa apenas entrar para o rol dos derrotados e sair de cena. Diante do espetáculo, a população de sua maneira, com maestria, neste mundo de bonecos que representam um teatro que diz respeito a todos, hoje e amanhã.

Marina Silva para a presidência

Imagem Revista Istoé - domingo 16/08/2009

Contudo, uma advertência, a atual senadora poderá ser apenas parte de uma estratégia da oposição de embolar o jogo eleitoral para a volta dos tucanos ao planalto.

Eleição - Intensifica a cada semana discussão da mídia em torno do potencial de Marina Silva, ex-secretária de meio ambiente do governo Lula - que deixaria o PT e se filiaria ao PV -, de ser candidata a presidência da república, evitando, assim, a polarização entre o tucano José Serra e Dilma Rousseff, então, candidata do PT. Entretanto, torna-se muito difícil uma análise séria, considerando as dificuldades de avaliar as causas que motivam a sociedade brasileira, neste instante, o que torna um fator importante numa campanha.

Em Pesquisa publicada pelo Jornal Folha de S. Paulo neste domingo (16) Marina Silva aparece com 3% dos votos dos brasileiros, ante Ciro Gomes (PSB) 16%, Dilma 16% e Serra 37%. Embora as eleições ocorram somente ano que vem, e a sociedade não colocou a questão na agenda do dia, os indicativos mostram que a campanha para a presidência terá nomes novos, dentro de uma realidade diferente dos pleitos passados, com nomes conhecidos nas disputas e grandes oscilações econômicas internas.

O que se vê neste momento é um operário-presidente com cerca de 70% de apoio popular que tem como candidata uma mulher militante de esquerda, envolta com uma doença grave, com estrutura e apoio para uma intensa campanha. Serra, político experiente, mas desconhecido do brasileiro, principalmente de baixa renda, visto como conservador e sem carisma. Longe de se apresentar como um representante com relações fora da capital paulista ou em outros países, numa consonância aos novos tempos de economia globalizada. Ciro Gomes, por sua vez, de humor instável ainda não sabe se sairá candidato pelo governo de São Paulo ou a presidência.

Marina Silva, contudo, se apresenta como uma boa novidade em função de sua história de vida e incansável luta pelo meio ambiente, com boa aceitação no exterior em função de suas nobres causas. A infância e dificuldade vivida pela ex-secretária pode ser a mesma de muitos milhares de brasileiros, o que deverá render-lhe votos. Contudo, uma advertência, a atual senadora poderá ser apenas parte de uma estratégia da oposição de embolar o jogo eleitoral para a volta dos tucanos ao planalto. A causa de defesa do meio ambiente ficará em segundo plano, deixando marcas profundas em sua brilhante carreira política, exatamente o que a diferencia dos políticos brasileiros, muitos deles envolvidos em escândalos e sem causas nobres.

Críticas de Lula

O caso Celg sem dúvida é uma mácula que atinge os representantes públicos locais e que continua sem os esclarecimentos necessários.

POLÍTICA - Os críticos do governo têm toda razão em afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve, nesta quinta-feira (13), em Goiás para fazer política, apresentar o seu candidato Henrique Meirelles e jogar luzes sobre a candidata Dilma Rousseff e com poucas obras para serem inauguradas. Entretanto, alguns pontos precisam ser destacados: o ingresso na política do Banco Central retira do ostracismo a política goiana, que tem dois rivais que dominam o jogo político do estado há anos, impedido o surgimento de novas lideranças.

Não seria por pura acaso a inserção de novos nomes neste cenário absolutamente centralizado entre algumas figuras conhecidas. Ademais, o caso Celg sem dúvida é uma mácula que atinge os representantes públicos locais e sem esclarecimentos necessários, sendo a conta paga pela população que de fato não participou da festa, que certamente ocorreu.

Na relação com o governo de Lula, Marconi Perillo não foi habilidoso, preferiu jogar tudo em marketing próprio durante o escândalo do mensalão que atingiu diretamente o atual governo, imaginando que poderia atingir destaque nacional. Afinal, a mídia brasileira evidenciava o desenrolar dos fatos, e os personagens ganhavam notoriedade. Não atingiu o objetivo e o governo congelou a mágoa para a eternidade. Na política, por parecer estranho, mas é preciso lisura nas disputas. José Serra, embora faça oposição de quando em quando aparece ao lado do presidente brasileiro. O PSDB, por sua vez não consegue promover uma oposição de sucesso, talvez pelas dificuldades dos integrantes do partido bons guardiãs da coisa pública.

Iris Rezende mostrou habilidade, se aproximou do governo e consegui trânsito fácil em um governo popular que atinge bons resultados na economia nacional. Se não for o candidato ao governo goiano deverá se beneficiar da relação próxima ao governo petista. Mesmo considerando que isto possa criar divisões dentro do PMDB, a exemplo do que ocorre em nível nacional.

Mas o presidente tocou numa ferida que não dolorosa – um discurso estratégico para atingir os adversários: o caso Celg. Afinal, quem são os responsáveis pela dívida? Para onde foi o dinheiro desviado? Seria possível alguém que gastou ilegalmente o dinheiro da estatal continuar como líder político do estado, seja ele quem for? São perguntas difíceis de responder. Entre os políticos do estado parece que há pouco interesse para o tema.

Saída de Sarney da presidência não resolve a falta de moralidade no Congresso

Imagem Revista Istoé - 09/08/2009

OPINIÃO
- Em enquete feita por está página sinaliza que o brasileiro tem um visão muito nítida de que a solução do Congresso não está na retirada de um nome - a velha estratégia do bode expiatório.

Possivelmente o Senado reflete a estrutura em que a sociedade está assentada, ou seja, nas relações de interesses particulares que se espalham nas esferas de representação pública.

A rigor, os escândalos não são privilégios do legislativo, pois certamente atinge o setor privado e diversos órgãos públicos.

Desta maneira, a realidade é inerente as determinações do homem em sociedade, que poderá, de alguma forma exercer influência para mudanças indispensáveis no sistema representativo. Ademais, muitos dos que estão no poder passam pelo crivo do eleitor.

Não é fácil assim, mas caso não haja liberdade de escolhas, não há também democracia, a qual se torna apenas uma palavra sem efeito.

Problemas da democracia

Na realidade, na política, o que não se vê é mais importante do que é explícito.

Política - As atuais disputas no Senado Federal, de alguma forma, demonstram os problemas da democracia na sociedade contemporânea. A princípio os enfrentamentos são inevitáveis num espaço em que a ordem é estar no poder, no comando da estrutura sob a qual gravita a esfera pública. Considerando que a política e a economia estão interligadas na organização do espaço social, as autoridades que aparecem nos meios de comunicação, como sendo os responsáveis pela corrupção, são na verdade a ponta de um iceberg que esconde a base que não se podem ver nitidamente, imersa nos discursos e atitudes dos agentes políticos e sociais.

Historicamente, Sarney não começou na vida pública nesta gestão e serviu aos propósitos de interesses da sociedade em determinado momento, pontualmente, quando o Brasil deixou o governo militar para a democracia, após a morte de Tancredo Neves. Aliado de partidos conservadores e criticado por partidos que cobravam mudanças na estrutura social, que, de fato, não ocorreu. Se de fato, pode dizer que a política tem papel importante na formação da sociedade José Sarney, Renan Calheiros e muitos outros têm seu quinhão nesta empreitada, afinal foram eleitos por seus estados por muitas legislações, e sendo destaque no congresso devido o conhecimento dos espaços que o poder concede, assim, com destaque entre os colegas.

Somente para ficar em um exemplo, Fernando Henrique Cardoso, na presidência da República conviveu com o apoio explícito de Antonio Carlos Magalhães, outro nome que passa para a história. Em algum momento chegou-se a conjecturar que ACM seria mais que apenas um parlamentar próximo do governo, mas que exercia influência na condução do País. Ou seja, o presidente sociólogo entendeu que não seria possível governar sem o apoio dos grandes nomes da política – até mesmo da economia brasileira e mundial -, mesmo maculados por atitudes anti-éticas.

Muitos analistas políticos criticam a postura de um governo que sendo de esquerda deveria demonstrar distanciamento de determinadas figuras conhecidas do congresso brasileiro, entretanto, não avaliam que na "democracia" a política exige negociação a todo instante, o que deve ser feito por todos os eleitos, sob pena de não conseguir se estruturar no poder – gestão que não é feito por apenas uma pessoa ou um grupo. Desta forma, na essência um governo tem várias cores e matizes que o torna não um corpo único, mas um misto de participações e apoios, os mais diversos. Neste sentido, com olhos no futuro se estabelece os enlaces agora, mesmo que isso represente a perda de valores construídos e aceitos pela sociedade.

Na realidade, na política, o que não se vê é mais importante do que é explícito. A mídia tem o seu papel: participa deste jogo tornando visível aquilo que interessa a efetivação do discurso que faz parte, mesmo conhecendo todo o debate. No jornalismo, os estudiosos conhecem esta estratégia de domínio como sendo agendamento.