Marina Silva para a presidência

Imagem Revista Istoé - domingo 16/08/2009

Contudo, uma advertência, a atual senadora poderá ser apenas parte de uma estratégia da oposição de embolar o jogo eleitoral para a volta dos tucanos ao planalto.

Eleição - Intensifica a cada semana discussão da mídia em torno do potencial de Marina Silva, ex-secretária de meio ambiente do governo Lula - que deixaria o PT e se filiaria ao PV -, de ser candidata a presidência da república, evitando, assim, a polarização entre o tucano José Serra e Dilma Rousseff, então, candidata do PT. Entretanto, torna-se muito difícil uma análise séria, considerando as dificuldades de avaliar as causas que motivam a sociedade brasileira, neste instante, o que torna um fator importante numa campanha.

Em Pesquisa publicada pelo Jornal Folha de S. Paulo neste domingo (16) Marina Silva aparece com 3% dos votos dos brasileiros, ante Ciro Gomes (PSB) 16%, Dilma 16% e Serra 37%. Embora as eleições ocorram somente ano que vem, e a sociedade não colocou a questão na agenda do dia, os indicativos mostram que a campanha para a presidência terá nomes novos, dentro de uma realidade diferente dos pleitos passados, com nomes conhecidos nas disputas e grandes oscilações econômicas internas.

O que se vê neste momento é um operário-presidente com cerca de 70% de apoio popular que tem como candidata uma mulher militante de esquerda, envolta com uma doença grave, com estrutura e apoio para uma intensa campanha. Serra, político experiente, mas desconhecido do brasileiro, principalmente de baixa renda, visto como conservador e sem carisma. Longe de se apresentar como um representante com relações fora da capital paulista ou em outros países, numa consonância aos novos tempos de economia globalizada. Ciro Gomes, por sua vez, de humor instável ainda não sabe se sairá candidato pelo governo de São Paulo ou a presidência.

Marina Silva, contudo, se apresenta como uma boa novidade em função de sua história de vida e incansável luta pelo meio ambiente, com boa aceitação no exterior em função de suas nobres causas. A infância e dificuldade vivida pela ex-secretária pode ser a mesma de muitos milhares de brasileiros, o que deverá render-lhe votos. Contudo, uma advertência, a atual senadora poderá ser apenas parte de uma estratégia da oposição de embolar o jogo eleitoral para a volta dos tucanos ao planalto. A causa de defesa do meio ambiente ficará em segundo plano, deixando marcas profundas em sua brilhante carreira política, exatamente o que a diferencia dos políticos brasileiros, muitos deles envolvidos em escândalos e sem causas nobres.

0 comentários:

Postar um comentário

Dar a sua opinião é participar, ativamente, do espaço social.