Fim do jornal impresso?



A Folha de S. Paulo vai dar continuidade a um processo inevitável de mudanças que ocorre em todo mundo, sem, contudo, haver segurança quanto ao futuro do jornal impresso.

JORNALISMO - A direção do jornal Folha de S. Paulo, anunciou em sua edição desta quarta-feira (24) que vai mudar seu projeto visual, tornando-se um veículo mais próximo da população, com texto mais coloquial e próximo do leitor. Na realidade, trata-se, no fundo, de se adequar aos novos tempos de novas tecnologias da informação, com jornalismo on-line, com grande fluxo de informação e com preço acessível e geralmente mais atualização mais rápida.

A rigor, em tempos de concorrência acirrada, os meios impressos vêm perdendo lucratividade, sendo que muitas empresas fecharam suas redações ou migram para a internet, como anuncia o jornal estadunidense New York Times, o qual tem milhares de acessos em sua página na internet e quedas freqüentes de audiência em seu veículo impresso. Afinal, o que ocorre com os tradicionais meios de comunicação? Numa análise apressada! Perdem espaço na concorrência com as novas mídias, entretanto, deve-se avaliar as mudanças de comportamento da própria sociedade moderna, que a cada dia faz uso do tempo momentâneo ou da falta dele.

Outros pontos precisam também ser analisados: a informação se faz um artigo importante o suficiente para sinalizar os fatos que dizem respeito a vida do usuário, para que ele faça parte de uma sociedade complexa. Em segundo lugar, os jornais impressos continuam com a comunicação de mão-única e pesada (material), ou seja, não oferece condições das trocas de informações, com participação do leitor, diferentemente do que ocorrem nos leves (imateriais) jornais on-line. Finalmente, há uma grande falta de identidade e credibilidade dos grandes jornais (grandes empresas de comunicação para as massas), que ainda continuam insistindo na competência acima dos mortais. A rigor, as novas tecnologias impingiram mudanças de hábitos na sociedade, o debate está mais próximo da comunidade e a sociedade descobriu que pode ser mais participativa.

Nem mesmo do diretor do jornal paulista deixa dúvidas: Frias Filho afirma que, "o esforço para didatizar o noticiário, decodificar os assuntos em linguagem corrente e se fazer compreender significa, paradoxalmente, elevar o nível do jornal - e é isso o que estamos buscando". O novo editor-executivo da Folha, jornalista Sérgio Dávila, diz que o novo projeto é um "instrumento para caminhar na direção da síntese analítica e da opção por textos mais curtos e, ao mesmo tempo, mais interpretativos".

A Folha de S. Paulo vai dar continuidade a um processo inevitável de mudanças que ocorre em todo mundo, sem, contudo, haver segurança quanto ao futuro do jornal impresso. Ações que devem chegar aos cursos de jornalismo, sendo que os acadêmicos desta área de conhecimento devem acompanhar atentamente as mudanças no jornalismo "pós-moderno", sob pena de se tornar arcaico e pesado, diante da imaterialidade.

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