Imoralidade?

Em determinados momentos, um surto de realidade assusta, afinal, o que se quer invisível aparece de maneira clara e cristalina. Não dá para esconder que o brasil precisa ser visto e tem vontade. Ponto.

POLÍTICA - O aumento nos salários dos parlamentares brasileiros criou mais uma vez um grande debate na mídia e nas ruas, o que mostra um paradoxo e talvez hipocrisia. Considerando que vivemos em uma sociedade da desigualdade absurda entre ricos e pobres, qual a razão do questionamento e da perplexidade, se de alguma forma há, de fato, uma política de hegemonia econômica entre grupos que usam o sufrágio para manter a atual conjuntura?

Se comparado ao salário mínimo, evidentemente que há excessos de rendimentos dos políticos do Congresso Nacional. Mas não se pode esquecer-se dos lobbies e "negócios" nas salas confortáveis de Brasília, na realidade mais humanitários do que os parcos e rendimentos mensais, muitas vezes desonestos.

O que gera muito desconforto é imaginar que o parlamentar que defende a estrutura financeira de mercado, cujo retorno geralmente atende a poucos, deveria zelar por uma gestão franciscana. Na realidade, o Estado tem a função importante de organizar as relações sociais a partir das lógicas capitais (pelo menos é o que está escrito tacitamente), o que pressupõe se beneficiar do que resulta da sua luta constante e diária. Se alguém resolver discordar, seria importante ouvir os argumentos, afinal, há sinais de mudanças na cena social, considerando a existência de uma sociedade mais consciente da realidade que a cerca.

Por outro lado, a imoralidade está na falta de respeito com a coisa pública, de tal ordem que seria necessário o parlamentar usar de seu cargo eletivo para obter resultados ilícitos em detrimento de preservar os interesses dos eleitores. Portanto, o salário dos senhores deputados e senadores devem ser compatíveis com o mercado, de sorte que permita uma gestão a mais próxima do cidadão.

O que falta ao Congresso Nacional brasileiro, e que não diz respeito a todos os parlamentares, é realmente defender os interesses públicos e não de empresários ou grupos políticos, com prerrogativas de manter uma ordem monárquica, considerando seus privilégios eternos, sem importância para o desenvolvimento e interesses sociais.

Deputado Tiritica

Parece imoral o excesso de visibilidade negativa que se dá ao deputado por São Paulo, pelo PR, Francisco Everardo Oliveira Silva, o artista Tiririca. Muito se falou, mas ainda não se consegue imaginar que o Congresso Nacional somente deve abrigar pessoas do alto clero, ou seja, com boa universidade, capaz de ler e entender grandes autores, de preferência defensor do status quo.

Ora, no Brasil tem brasis, com pessoas que vivem se virando para defender os seus interesses sem representação política. O ato de repúdio, se é este o pensamento preconceituoso, faz parte da política.

Infelizmente a mídia brasileira excede nos seus discursos de defensora dos bons costumes pouco republicanos. Em determinados momentos, um surto de realidade assusta, afinal, o que se quer invisível aparece de maneira clara e cristalina. Não dá para esconder que o brasil precisa ser visto e tem vontade. Ponto.

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