Sílvio Santos e Julian Assange

Dizer que aqui começa a era da comunicação, com indivíduos participantes, seria um exagero, mas pode ser o início de um debate importante sobre o conhecimento social da realidade, pois o sensacionalismo que vende não pode resultar em informação.

TELEVISÃO - A comunicação gerada pelas empresas de mídias merece uma ampla discussão nos dias de hoje, em função de capacidade do uso da desinformação para a desigualdade social e formação de um privilégio que, sob todos os ângulos, é injusto. Toda vez que se aborda o assunto entra em campo um pequeno número de pessoas influentes para disseminar o caos, sempre com o discurso que o mundo vai acabar ou coisa que o valha. Na realidade está o desejo de evitar fluxo maior de informação, que permita maior número de pessoas conhecer o universo em que vive, cuja rede de notícias interfere na vida de todos os cidadãos.

Os jornais trazem dois assuntos que merecem discussão neste domingo(12), se olhados pela lógica da informação: de um lado está o aniversário do apresentador de televisão Senor Abravanel, conhecido como Sílvio Santos, dono da rede de televisão SBT, que completa 80 anos, muitos deles vividos no palco televisual, fazendo rir milhares de pessoas em todo país - o reconhecimento pelo seu talento como apresentador e empresário, apesar da dificuldade financeira do banco Panamericano.

Por outro lado, está o australiano Julian Assange, que ganha notoriedade em todo o mundo em função de seu site Wikileaks, que divide as páginas policiais e de mídia, depois de fazer vazar centenas de documentos que atingem especialmente os Estados Unidos, o país líder da ordem global deste século.

Vale a pena uma reflexão, da utilidade das mídias ao longo de vários anos, sobretudo, desde a década de 50, quando do surgimento da televisão, e a realidade que se vive. Se em determinado momento os meios de comunicação serviram aos interesses dos partidos políticos no sentido de disseminação na sociedade de debates sobre as lideranças sociais, ao longo dos tempos os grandes jornais passam a assumir o papel de empresas com a única finalidade de obter altos rendimentos financeiros, levando milhares de pessoas ao prazer, cujo comportamento é sinônimo de alienação, sendo responsáveis em produzir e consumir desenfreadamente.

No que se refere à televisão brasileira, o SBT não está sozinha com a peculiaridade do espetáculo em primazia, pois a rede globo "esqueceu" de dizer para todo o país que havia, no começo dos anos 80, uma fervorosa luta pelas diretas-já, e que o governo militar no poder desde 1964 estava aos frangalhos, somente para ficar em um exemplo. Então a velha frase que marcou este tempo: o país vai mal, mas na globo vai muito bem.

A pergunta que sobressai neste instante é: com os novos meios de informação como ficará está ordem social de pequenos grupos que detem o poder de informar? A resposta está na luta fraticidade, cuja estratégia começa em afirmar que é preciso salvaguardar a liberdade de comunicação, sendo que os tradicionais meios de comunicação representam a essência de uma sociedade democrática.

Os Estados Unidos começaram a provar os efeitos do fluxo de informação imaterial, via internet. Não basta prender o seu idealizador, pois não se trata da competência de um homem, mas da potencialidade do novo meio, que surgiu paradoxalmente como instrumento de guerra.

Dizer que aqui começa a era da comunicação, com indivíduos participantes, seria um exagero, mas pode ser o início de um debate importante sobre o conhecimento social da realidade, pois o sensacionalismo que vende não pode resultar em informação.

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