Notório o desinteresse das praças, que reproduzem as redes, em investir em programas locais, o que cria uma situação desagradável de uma cultura sendo dirigida pelos editores paulistas e cariocas, para o resto do país.
COMUNICAÇÃO - Ao longo dos últimos meses a discussão em torno da regulamentação das mídias brasileiras se intensificou, e torna-se urgente este debate. Por séculos o país convive com meios de comunicação concentrados nas mãos de poucas empresas que tem o veículo apenas como mais um empreendimento entre tantos outros que geram riquezas para os seus proprietários.
Não se trata de promover impedimentos para resultados econômicos para os empresários do setor, mas é necessário valorizar a informação, o mais próximo da isenção, como um produto indispensável à sociedade nesta era moderna. Sem dúvida, a população depende dos meios para sobreviver num mundo cada vez mais complexo e dinâmico.
Nas últimas eleições a partidarização da grande mídia no país ficou muito evidente. Os conglomerados de jornais, TV e rádio definiram uma linha política, sob a qual não apartaram, mesmo considerando o inconveniente pela falta de ética com o espectador.
Na realidade a sensação desagradável de olhar para apenas um lado dos fatos, inundou a grande imprensa nacional. Cenas reproduzidas na imprensa e desmentidas nas redes sociais evidenciaram o grau de manipulação que ocorre quando se pretende definir interesses partidários em detrimento do público, que na maioria das vezes se torna apenas consumidor de mídia, uma espécie de intervalo comercial permanente, com programas que se reproduzem em todos os cantos do mundo, com um só discurso, mesmo o jornalístico, considerando o seu formato.
Notório o desinteresse das praças, que reproduzem as redes, em investir em programas locais, o que cria uma situação desagradável de uma cultura sendo dirigida pelos editores paulistas e cariocas, para o resto do país. As matérias da "periferia" somente encontram espaços quando se percebem apelos midiáticos, como grandes catástrofes ou mesmo acontecimentos bizarros.
Por outro lado, a inserção das novas mídias cria um novo cenário para a comunicação social, a qual deve ser pensada de forma a legitimar as mensagens que permitam a democracia da informação, e que não redunde nos interesses dos grandes conglomerados, que recebem apoio dos órgãos institucionais para a manutenção da ordem vigente. A justiça ganha contornos importantes neste momento de análise das mídias e democracia na comunicação, e o que se espera é o reconhecimento da sociedade e não os interesses particulares de grupos sistêmicos.
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