Temas que, se tratados em roda de grupo, direcionam para a seguinte resposta: são questões utópicas, ou seja, a desigualdade está inerente ao espaço social.

Em reportagem da jornalista Patrícia Drummond do diário goiano, o prof. João Ferreira da faculdade de Educação da UFG destaca que "O sistema de acesso à universidade é muito elitizado socialmente. A desigualdade é de origem econômica, social e cultural e se reflete no ensino superior". Mais adiante afirma o educador: "Hoje, 85% dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos estão matriculados na rede pública e só 15% na rede privada. O ideal seria manter, nos sistemas de cotas, essa mesma proporção, o que acabaria gerando uma grande e polêmica discussão".
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), sem dúvida é uma boa saída, mas há uma grande resistência de grupos elitizados que exigem a manutenção do status quo publicamente. O que não está equivocado, se olhado do prisma de uma minoria em detrimento da justiça social, que se inicia na educação. Ponto. Neste contexto, as universidades e faculdades particulares são fundamentais para a formação e conhecimento acadêmico.
Ademais, como conviver com uma sociedade que marginaliza, no espectro econômico, milhões de pessoas, colocando-as à margem do sistema social, cultural, educacional, ao receberem apenas R$140 ao mês? O colunista da Folha de S. Paulo, Fernando Barros da Silva, embora muitas vezes se mostra conservador em seus textos, diz: "Um tanque de gasolina. O preço de dois ou três livros. Um jantar razoável para duas pessoas. Tudo isso pode custar R$ 140. Pense no quanto você gastou nesses dias de feriado. Mais de 30 milhões de pessoas (15,5% da população) ainda vivem com menos de R$ 140 por mês no Brasil".
Não se pode esquecer também daqueles que ganham menos do que este valor. A rigor, ao todo quantos são? Ora. Sem dúvida, por outro lado, deve se comemorar a melhoria da qualidade de vida de outras tantas que conseguiram ascender da classe "D" para "C", pois há dez anos o número chegava a 57 milhões.
Como avaliar a República, que nasce com a proposta de levar em conta a participação popular. Certamente, considerando à marginalidade forçada social, os governos que sucedem no país reproduzem os interesses específicos e deixam de avaliar a importância da igualdade e democracia social. Temas que, se tratados em roda de grupo, direcionam para a seguinte resposta: são questões utópicas, ou seja, a desigualdade está inerente ao espaço social. O forte vencerá o fraco eternamente, como se vê no mundo selvagem.
Possivelmente, a diferença entre o animal e homem está na sua capacidade latente, de racionalmente ir se construindo. Nem tudo que apresenta, manifesta uma realidade eterna, caso contrário não existiria a república e suas potencialidades. O feudalismo faria parte de nossa realidade.
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