Temas que, se tratados em roda de grupo, direcionam para a seguinte resposta: são questões utópicas, ou seja, a desigualdade está inerente ao espaço social.
SOCIEDADE - Quando se propõe participar do debate, mesmo quando há pressão de prioridades não dá para furtar de assuntos importantes. Mesmo sendo agendado pelos meios de comunicação três temas saltam aos olhos nesta segunda-feira (15), a proclamação da República que não se materializa no Brasil, cujo governo emana do povo, ou da maioria. Como exemplo disso, o segundo assunto, a universidade brasileira é elitista, de acordo com O Popular de Goiás, e “não encontra meios” para a inclusão de pessoas pobres ao ensino superior público, gratuito; e finalmente, no país de Monteiro Lobato, 30 milhões de brasileiros ganham R$140 por mês, conforme matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.
Em reportagem da jornalista Patrícia Drummond do diário goiano, o prof. João Ferreira da faculdade de Educação da UFG destaca que "O sistema de acesso à universidade é muito elitizado socialmente. A desigualdade é de origem econômica, social e cultural e se reflete no ensino superior". Mais adiante afirma o educador: "Hoje, 85% dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos estão matriculados na rede pública e só 15% na rede privada. O ideal seria manter, nos sistemas de cotas, essa mesma proporção, o que acabaria gerando uma grande e polêmica discussão".
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), sem dúvida é uma boa saída, mas há uma grande resistência de grupos elitizados que exigem a manutenção do status quo publicamente. O que não está equivocado, se olhado do prisma de uma minoria em detrimento da justiça social, que se inicia na educação. Ponto. Neste contexto, as universidades e faculdades particulares são fundamentais para a formação e conhecimento acadêmico.
Ademais, como conviver com uma sociedade que marginaliza, no espectro econômico, milhões de pessoas, colocando-as à margem do sistema social, cultural, educacional, ao receberem apenas R$140 ao mês? O colunista da Folha de S. Paulo, Fernando Barros da Silva, embora muitas vezes se mostra conservador em seus textos, diz: "Um tanque de gasolina. O preço de dois ou três livros. Um jantar razoável para duas pessoas. Tudo isso pode custar R$ 140. Pense no quanto você gastou nesses dias de feriado. Mais de 30 milhões de pessoas (15,5% da população) ainda vivem com menos de R$ 140 por mês no Brasil".
Não se pode esquecer também daqueles que ganham menos do que este valor. A rigor, ao todo quantos são? Ora. Sem dúvida, por outro lado, deve se comemorar a melhoria da qualidade de vida de outras tantas que conseguiram ascender da classe "D" para "C", pois há dez anos o número chegava a 57 milhões.
Como avaliar a República, que nasce com a proposta de levar em conta a participação popular. Certamente, considerando à marginalidade forçada social, os governos que sucedem no país reproduzem os interesses específicos e deixam de avaliar a importância da igualdade e democracia social. Temas que, se tratados em roda de grupo, direcionam para a seguinte resposta: são questões utópicas, ou seja, a desigualdade está inerente ao espaço social. O forte vencerá o fraco eternamente, como se vê no mundo selvagem.
Possivelmente, a diferença entre o animal e homem está na sua capacidade latente, de racionalmente ir se construindo. Nem tudo que apresenta, manifesta uma realidade eterna, caso contrário não existiria a república e suas potencialidades. O feudalismo faria parte de nossa realidade.
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