VICE DE SERRA

Numa análise rápida, Aécio Neves que sonha em ser presidente da república não quer arriscar quatro anos longe da visibilidade do poder, afinal, com a popularidade que tem no Estado, sua eleição para o senado seria garantida.

POLÍTICA - A situação do pré-candidato do PSDB a presidência não é fácil neste momento, diante da indefinição do vice em sua chapa e das sucessivas recusas de aliados. Perdendo terreno em popularidade, conforme apontam pesquisas de maio, empresário e apoiadores do tucano têm a convicção que é fundamentais estímulos para a campanha crescer ou reduzir queda. O mineiro Aécio Neves teoricamente seria uma injeção de ânimo na corrida eleitoral neste momento, pois o colégio eleitoral mineiro é o segundo maior do Brasil, onde o neto de Tancredo Neves tem ampla aprovação. A rigor, para muitos especialistas políticos as eleições podem ser definidas no Estado. Mas o ex-governador se recusa a abrir mão de sua candidatura ao senado, apesar da pressão constante do partido.

O cearense Tasso Jereissati, aliado de primeira hora, também declina do convite, embora se diga feliz por ter sido lembrado pelo amigo. Afinal, qual a razão de tantas dificuldades para encontrar um vice? Evidentemente, que as pesquisas eleitorais que apontam queda de Serra atrapalham a sua negociação para formar chapa. No entanto, parecem estranhas as sucessivas recusas de aliados, o que vai ao longo da campanha criando uma situação de descrédito. A rigor, pode pensar o eleitor, se os parceiros não querem uma relação direta, certamente têm dúvidas sobre a potencialidade do tucano de se eleger a presidência.

Numa análise rápida, Aécio Neves que sonha em ser presidente não quer arriscar quatro anos longe da visibilidade do poder, afinal, com a popularidade que tem no Estado, sua eleição para o senado seria garantida, o que o tornaria conhecido no Brasil inteiro e poderia reunir condições para uma campanha nacional daqui a quatro ou oito anos, o que não ocorre na atualidade, sendo conhecido apenas no seu estado. Certamente, sendo vice-presidente teria talvez mais notoriedade do que somente senador, entretanto, a falta de perspectiva de vitória para um pleito duro como este assusta o mineiro, tendo de enfrentar a candidata apoiada por um presidente com 76% de aprovação popular.

Além do mais, a figura de Fernando Henrique Cardoso desapareceu do cenário político, logo após o lançamento da campanha de Serra. Com baixo índice de popularidade o ex-presidente se afasta da campanha como estratégia de retirar a pecha de discurso liberal do tucanato, como é lembrado FHC, um dos apostadores no fracassado consenso de Washington na década de 90. Assim, a desarticulação dos amigos vem criando dificuldades para o experiente político José Serra que, entretanto, possui forte apoio da classe empresarial brasileira, o que não é pouco, num cenário de campanhas de alto custo.

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