Entretanto, como em política não existem anjos, mesmo ela sabia de suas oportunidades e problemas, pois, a rigor, ela parece considerar que antes de vencer é fazer parte do imaginário social para o futuro. Pode ser.
ELEIÇÕES - A campanha eleitoral a presidência vai avançando a margem da lei eleitoral com candidatos definidos e em campanha, numa polarização já esperada desde o começo das discussões, entre o PSDB e PT. A dúvida era, entretanto, quais seriam os nomes que, de fato, representariam os partidos. A surpresa, entretanto, foi à presença de Marina Silva, filiada ao PV, uma guerreira do meio ambiente, petista, com cargo no atual governo, com quem se mostrava à vontade. Com a ruptura, surgiram possibilidades de uma candidatura a presidência que atenderia as propostas de um grupo social ligado à esquerda, voltado para a preservação da natureza e o homem; e da oposição que viu nisso a oportunidade de tirar votos do rival. Um misto de interesses, num sistema eleitoral, em que as pessoas individualmente têm pouco valor.
Considerando a rede de interesses, a condição para Marina Silva sair vitoriosa nas próximas eleições torna-se invariavelmente complexa, pois, está entre a esquerda e a direita do processo. Não pode apoiar o candidato tucano, afinal vai contra sua história de vida e movimentos sociais, mas o partido, o PV, com origem voltada para o social, se alia ao PSDB no Rio de Janeiro, partido apoiado pelos grandes empresários brasileiros, que de fato tem ingerência na definição no plano de governo do ex-governador paulista. O caso mais dramático foi exatamente, o ícone do partido Fernando Gabeira, em lançamento de sua campanha a governador do estado, que escandalosamente esconde o nome da candidata verde, para destacar a coligação formada por tucanos e democratas.
Nas últimas semanas, em tom ético Silva destaca que não se deve buscar a vitória eleitoral a qualquer preço, manchando a identidade da pessoa política, se referindo ao enfrentamento duro – natural diante da rivalidade que se mostra ao longo do tempo - entre PT e PSDB. No momento que reproduz o seu pensamento de não-vencedora, deixa transparecer a condição psicológica, não sem razão diante de um sistema social em que há permanentemente uma rivalidade dicotômica entre dois nomes, em função das diferenças no seio da social, que precisa vislumbrar um vencedor, e, dos interesses midiáticos em gerar mais audiência em um processo que na base se foca, portanto, em dois rivais definidos.
Marina Silva, sem dúvida não tem o mesmo espaço na mídia que tucanos e petistas, o que a arremete ao papel secundário no pleito. Entretanto, como em política não existem anjos, mesmo ela sabia de suas oportunidades e problemas, pois, a rigor, ela parece considerar que antes de vencer é fazer parte do imaginário social para o futuro. Pode ser.
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