INTERESSES INTERNACIONAIS
– A guerra na Líbia se mostra um lugar importante para entender as
diversas afirmações dos países centrais, como Inglaterra, França e
Estados Unidos. Num primeiro momento, a informação era de que havia um
descontrole político do governo de Muamar Kadafi, portanto, o tornava a
revolução promovida por insurgentes inevitável.
Diante da dificuldade de
vencer o exército líbio, o mundo ficou sabendo que milhares de civis
estavam morrendo – o que parece não ser novidade nas guerras, que tem
como base o econômico -, como resultado do conflito, portanto, seria
fundamental a presença de um órgão externo, neste caso a ONU.
Depois de algum tempo, além de fechar os espaços aéreos do país norte
africano para evitar o uso de aviões, as nações internacionais passaram
a liberar armas para os chamados insurgentes e explodir pontos
estratégicos, onde poderia haver focos de artilharia do país. Com isso
se estabelece uma guerra que não insurge a partir da política local,
diante de um chefe de governo que está há mais de 40 anos, portanto, uma
ditadura.
Com o avanço das tropas “revolucionárias”, as informações são da
vitória da democracia ocidental, pois não haveria ingerência externa.
Mas hoje o presidente francês Nicolas Sarkozy informa que a guerra
continua até encontrar Kadafi, ainda uma ameaça. Conforme matéria
publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, “A guerra ainda não acabou.
Ainda há confrontos. Por isso a OTAN está pronta para continuar nossas
operações o quanto for necessário”, disse o secretário-geral da OTAN,
Anders Fogh Rasmussen. Operações significa uso de armas estrangeiras
“com fins pacíficos”.
Afinal, trata-se de uma luta interna, com interesses democráticos que
interessam aos líbios ou a invasão é externa? Se assim for, o mundo
corre perigo diante dos chefões internacionais. Agora, quem será
governo? A democracia não pode representar interesses apenas ocidentais.
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