O “poderoso chefão” da política

De fato, a revista veja é importante no campo da comunicação, como são os meios de comunicação para a informação da sociedade – não há como duvidar. Entretanto, neste campo movediço, o governo busca sua defesa e ataques, assim, como a oposição tem seus mecanismo de fazer política e melindrar os opositores. Este é o mundo da política

MEIOS DE INFORMAÇÃO – A matéria de capa da Revista Veja da semana (foto ao lado) movimentou os demais meios de comunicação, sobre as denúncias contra o petista e ex-ministro de Lula José Dirceu, o qual estaria conspirando no governo em prol de interesse de seu grupo político. Com imagens ao lado de importantes ministros da administração Dilma Rousseff (PT), nas páginas internas, permite o semanário paulista afirmar que o ex-chefe da Casa Civil é “O poderoso chefão”, diante das negociações escusas, definindo quem fica e sai do governo. Em essência, estratégias discursivas que estabelecem disputas na montagem do cenário político nacional.

Veja sempre contestada por parte de intelectuais brasileira, políticos e movimentos de esquerda obtém apoio de importantes alas do setor econômico brasileiro, pois defende um Estado menor, ou seja, responsável pelos serviços essenciais, como saúde, educação, etc., ficando para o mercado a regulação social, que deverá ser de responsabilidade do mercado – eis a proposta da chamada corrente neoliberal. Desta forma, a privatização é o caminho para uma sociedade desenvolvida e do futuro, assim, como ocorre nos países desenvolvidos – a exemplo dos Estados Unidos. Talvez seja uma aposta que está na contramão do chamado mundo moderno, pois as nações ditas liberais, com as crises, passaram também a valorizar o Estado como ente fundamental, para evitar os interesses insaciáveis de grandes “empreendedores”, principalmente do setor financeiro.

Na própria origem o veículo define o seu lugar de fala, pois a família Civita vem dos Estados Unidos para cá, e a revista foi pensada tendo como modelo a Times, Nova Iorquina. Nada demais, deve haver espaço para as várias linhas de pensamento para o debate sobre os rumos políticos e econômicos. Criticar a revista paulista faz parte do processo de disputas na definição de ideias, as quais tem reflexos na sociedade, e deverá influenciar a opinião pública. De fato, muitas vezes há excessos que vai além da informação pelo semanário, que se torna partido político, faz justiça e se alinha a apenas uma visão de mundo, a conservadora – por vez ultradireita.

O radicalismo nem de direita ou de esquerda não leva a resultados democráticos, porque retira a capacidade de decisão da sociedade, tornando as pessoas somente como massa de manobra, a qual tomaria decisão depois que os seus líderes, no campo de batalha, definissem o vitorioso. Evidentemente, que esta não é a realidade.

As denuncias contra o ex-ministro não traz muitas novidades, a não ser pela sensação de denuncia. Pois, não há dúvidas que as articulações políticas existem permanentemente, e Dirceu não parece ter poder extremado, como retrata a revista, sobre a administração de Rousseff. Caso estejam ocorre sobreposições dentro do governo, torna-se grave, pois o ex-ministro não tem cargo administrativo ou  exerce função pública no Congresso Nacional. Mas não se pode condenar o jogo político, feito pela direita e esquerda e o centro político, sendo nacional e internacional. Não há santos neste mundo.

Possivelmente Antônio Palocci (PT) tenha mesmo saído do governo em função de ações internas do partido, não tem como provar, mas pode especular que nesta missão política, o ministro não recebia apoio de toda a liderança do seu partido, e veio a sofrer derrota. No governo Palocci se comportou como mediador entre governo e empresários, uma espécie de negociador privilegiado, que exigiria movimentos políticos. Mas o seu enriquecimento e posições tenha melindrado as relações na cúpula do PT. Portanto, o ex-deputado teria deixado o seu cargo, não em função de denúncias da oposição, mas de diferenças partidárias internas.

De fato, a revista veja é importante no campo da comunicação, como são todos os meios de comunicação para a informação da sociedade – não há como duvidar. Entretanto, neste campo movediço, o governo busca sua defesa e ataques, assim, como a oposição tem seus mecanismo de fazer política e melindrar os opositores. Este é o mundo da política.

Mas deve-se esclarecer que o leitor é capaz de saber “onde o calo aperta” e definir qual partido tomar. Pois, a rigor, se dependesse das alas conservadoras, o país seria “Os Estados Unidos do Brasil”. Já a esquerda tem uma dura missão, mostrar seu valor na ruptura de modelos eternos, num intrincado processo de negociação.

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