Ora, convenhamos. A educação pública brasileira tem muito a avançar para que haja democracia e capacidade da população de perceber as diferenças gritantes de renda e os movimentos políticos, que formam grandes feudos, que monopolizam a economia e política deste país.
EDUCAÇÃO - A educação realmente continuará em segundo plano, se depender da preocupação e debate em torno do tema. Conforme último levantamento do Ideb, numa escala de 0 a 10 o ensino público brasileiro está longe de chegar a uma nota média 6, com índice aquém para algum estudante que tenha pretensão de ser bem sucedido. Sem dúvida é de deixar perplexo qualquer pessoa de conhecimento mediano os números apresentados, pois na primeira etapa do ensino fundamental (do primeiro ao quinto ano), o resultado médio das escolas brasileiras é de 4,6. A nota dos anos finais do ciclo fundamental é 4,0; no ensino médio, 3,6. Pais de famílias atentos sabem que esta nota reprova o seu filho em qualquer escola deste país, mas não é essa a visão de muitos burocratas do ensino desta nação do futebol.
Em entrevista concedida ao jornal Diário da Manhã de Goiânia hoje (9), a secretária de educação estadual, Milca Severino, destaca que "nós fomos o Estado que mais cresceu no ensino médio, perdendo apenas para o norte do país. As demais regiões aumentaram apenas 0,1 ponto. Enquanto que nós chegamos a 0,3". Esta análise atesta a crise educacional e a pouca importância que os governos dão ao setor. Imagine numa sala de aula o aluno numa primeira avaliação consegue uma nota 3,5 pontos, e depois na segunda prova obtêm 3,8. Evidentemente, que ele sabe que foi reprovado, então, reclama ao professor a sua condição e as dificuldades para explicar para os pais. O professor muito solícito responde: "não precisa ficar triste, a sua nota foi ótima, veja o seu crescimento da primeira nota para esta, você melhorou muito em 0,3 ponto, os seus colegas conseguiram apenas melhorar 0,1. Explica isto para sua mãe, ela vai entender".
Ora, convenhamos. A educação pública brasileira tem muito a avançar para que haja democracia e capacidade da população de perceber as diferenças gritantes de renda e os movimentos políticos, que formam grandes feudos, que monopolizam a economia e política deste país. Sobretudo, uma educação que permita as pessoas conhecerem a publicidade avassaladora sobre o consumidor, o transforma ser em coisa diante deste mercado ávido por gerar riquezas para grandes conglomerados empresariais. Ademais a propaganda política torna candidato em mercadoria vendável, nas mesmas características dos produtos que são lançados a cada dia nas prateleiras dos supermercados. O que vale é o slogan não exatamente as idéias e programas de governo, como ocorreu com candidato que reuniu discursos apresentados em palanques e os apresentou como sendo metas para governabilidade do país. Atitude que evidencia o descaso com as propostas e a preocupação desrespeitosa apenas com o marketing político.
No mesmo dia em que a secretária apresenta o crescimento da educação no Estado de Goiás, os principais jornais destacam o debate em torno dos empréstimos para pagamento de dívidas da Celg, agendando assunto que põe o atual governo de Alcides Rodrigues (PP) em saia justa para explicar como honrar os compromissos posteriores com o governo federal. Ninguém assumiu a culpa do endividamento da estatal e nem disse para onde foi o dinheiro gasto a mais, o qual não beneficiou a população, mas ao contrário privatizou os dividendos e socializou as despesas aviltantes. Mas sobre a educação? Nenhuma vírgula para avaliar as propostas de mudanças na estrutura do Estado, e estratégias futuras para a formação de uma comunidade que carece ser mais participativa, sobretudo no sentido de reivindicar seriedade pública e democracia política para que ocorra desenvolvimento econômico sem hipocrisia.
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