OS BANQUEIROS DA CRISE

Economia - No Brasil algumas questões continuam sem soluções, sendo que muitas delas atingem diretamente os brasileiros, vivendo na marginalização do poder político, o qual deveria se posicionar quanto às relações econômicas desonestas. Uma delas, que já é senso comum é o spread (diferença entre os juros pagos pelos bancos na captação de recursos e a taxa aplicada por eles nos empréstimos que concedem) bancário que explora os tomadores de empréstimo e, evidentemente, os poupadores que recebem muito menos do que deveria pelo capital deixado nas agências.

Conforme matéria publicada pelo Jornal Folha de S. Paulo “o spread no Brasil é o maior do mundo e 11 vezes o dos países desenvolvidos", e complementa: "O abismo [em relação aos demais países] é tão grande que, mesmo considerando eventuais disparidades de cálculo, a conclusão não muda: nossos juros são altos demais", afirma Rogério César Souza, economista do instituto (Iedi -Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial)."

Não é por acaso o interesse por grandes bancos pelo país, afinal aqui é o paraíso para este tipo de negócio, mais rentável do que a produção industrial que exige a mão-de-obra, investimento em tecnologia, matéria prima, etc. Um retorno que ocorre, geralmente, a médio e longo prazo.
Desta forma, discutir e chegar a um termo sobre a atitude dos bancos é inevitável, entretanto, há um ponto que não pode ser esquecido: muitos de nossos representantes – há exceções, sem dúvida - dependem do dinheiro para campanha captado bondosamente nas agências bancárias.

Por seu lado, o governo também tem responsabilidade pelas altas taxas cobradas pelos bancos, pois detém o comando de duas grandes agências: o Banco do Brasil e Caixa Econômica - e se pretende ações neste sentido, por que tanta demora? Na concorrência, a redução do spread nas estatais vai obrigar os grandes bancos privados a tomar a atitude honesta de avaliar o seu comportamento de usura. Evidentemente, que há amarras as mais diversas quando se trata de enfrentar lobistas e financiadores de campanha e grandes investidores na mídia, mas de fato há caminhos para se resolver a questão. Afinal, quem paga a conta é uma sociedade acomodada ao vários séculos de exploração.

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