Os bares e a opinião pública

Polícia - Neste blog foi feita uma enquete para se conhecer o apoio dos internautas sobre o fechamento dos bares em Goiás. A maioria dos participantes marcou a alternativa a qual afirma a confiança no ato da polícia para a redução da criminalidade no estado. Esta nem demandaria uma pesquisa, mas é uma percepção que se pode notar pelas conversas informações e cartas enviadas para as redações da imprensa local. Entretanto, importante ressaltar que se trata de uma medida que não cabe a polícia, mas à prefeitura, pois este é o poder responsável pela liberação ou não de funcionamento destes estabelecimentos. O que não ocorre, já que a medida de fechamento é determinada pelo governo do estado, sendo a polícia responsável pela execução da medida. Ainda há a dúvida sobre a redução da criminalidade a longo prazo, pois o crime, a rigor, não se relaciona apenas com bares, e da periferia.

A necessidade da ordem não pode ser tomada a qualquer custo. A violência não vem somente em função de locais onde há bebidas, festas. A base da violência está na própria definição de poderes, na desigualdade de condições de sobrevivência. Ou seja, a ordem pode definir um ato de violência, quando determinados grupos privilegiados decidem o futuro da maioria, sem dar voz para uma discussão ampla sobre o assunto. No final, se forma uma opinião pública pela ausência estratégica de análise dos fatos. No afã do estabelecer da ordem uma maioria define por medidas que posteriormente será vítima.

O Brasil se viu mergulhado em grandes erros judiciais e políticos, considerando a falta de informação – inclusive cometidos pela própria imprensa - e necessidade de qualquer custo pela retomada rapidamente da tranqüila ordem. A ditadura militar se estabeleceu no país com apoio da classe média com movimentos que sinalizava a necessidade de manutenção de um sistema conhecido, de uma política sem mudanças, que naquele momento, de instabilidade, poderia promover transformações sociais. Neste contexto, o debate é imprescindível para não se perder no irracional e manter a desordem.

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