Caso Celg - Lastimável a posição do governador do estado de Goiás, Alcides Rodrigues, sobre apuração de responsabilidade sobre os gastos sem controle da Celg. Para ele é "irrelevante" no momento se discutir os culpados pela situação do órgão, que deve R$ 1,3 bilhão. A transparência deveria ser uma tônica de qualquer governo, entretanto, o que ocorre são somente palavras sem ações. No final, os interesses políticos e econômicos de grupos que perpetuam no poder, usufruindo das benesses dos cofres públicos, continuam. À comunidade sobra somente o sentimento de impunidade e farra com o dinheiro público, ou seja, com o meu o seu, o nosso suado dinheiro.
Desde a gestão de vice-governador, Alcides é criticado pela falta de atitude e determinação para enfrentar os problemas. Um político estratégico para quem não quer ter problemas, atuando como apenas coadjuvante no cenário político. Contudo, quando eleito para o cargo de chefe do executivo estadual, a discussão era quem seria de fato o governador: Alcides ou Marconi Perillo. Pensou-se numa estratégia dos tucanos comandados pelo ex-governador para se manter no poder, mas o que se viu foi o distanciamento do pepebista de sua base e aproximação do prefeito Íris Rezende e governo federal. No entanto, apesar de contrariar Perillo em alguns momentos, o governador se posicionou de maneira dúbia no cenário político. Acena para todos, e faz um jogo perigoso de estar em vários barcos ao mesmo tempo, evitando confrontos com a oposição e aliados, mesmo considerando a necessidade de resolver graves problemas deixados pelas gestões anteriores, como é o caso da Celg. Inevitavelmente, pelo andar da carruagem, a conta será mesmo paga pela sociedade goiana que não participou dos gastos, sabe lá com qual critério.
A política goiana ao que parece ainda resguarda resquício de um passado do coronelismo, sobre os quais nada poderá acontecer, pois tem o direito divino de tomar qualquer tipo de decisão, contemplando interesses particulares, mesmo considerando o atraso e falta de transparência. No final, sobram problemas os mais diversos para serem resolvidos na educação, na segurança pública, no trânsito. Se é fato, mudanças na percepção da sociedade da informação, certamente tal quadro não deve durar por mais tanto tempo. Acreditar talvez seja uma forma de ação.
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