Política - Diante da atual crise, parece estranha a discussão sôfrega que se efetiva na mídia sobre quando haverá o começo de uma retomada da estabilidade. Ora, o descontrole da economia não começou ontem, o capitalismo viveu de depressões, portanto, esta também não será a última. Entretanto, ocorre numa condição social distinta das demais. Há, de fato, um espaço de atrito entre os interesses do homem comum, trabalhador e os interesses do mercado. Uma luta pela sobrevivência e qualidade de vida, possível em uma sociedade mais consciente de seu espaço, em meio a uma rede de comunicação que a perpassa a todos insistentemente. O mercado, por sua vez, inicia uma guerra, diante da condição de instabilidade financeira, no sentido de manter o seu status quo que perdura deste o erguimento deste sistema de poder – com uso da pressão política. Assim, as medidas tomadas pelos governos serão criticadas por agentes econômicos na mídia, devido a sua timidez no sentido do esperado alívio financeiro de um mercado em apuros.
Não é possível imaginar que o popular governo dos Estados Unidos, liderado por Barack Obama, iria, no dia seguinte a sua posse, resolver os problemas da principal potencia mundial, mesmo considerando a sua relação com as comunidades de classe média e marginalizadas, o que o permitiria tomar medidas impopulares. A resolução do problema financeiro não irá se resolver com a simples derrama de dólares no mercado financeiro, antes é preciso resolver os estragos causados ao longo do tempo no próprio sistema, que, de fato, foi e continuará sendo centralizador político e economicamente. Evidentemente que o excesso de desemprego pode causar crises que vai atingir o lugar comum da política, a reboque dos interesses financistas. Possivelmente devido o olhar atento dos movimentos sociais, certamente mais conscientes. Neste sentido, a preocupação do governo estadunidense e de outros países, inclusive no Brasil – e a perda de poder de partidos chamados de neoliberais ou de direita.
No fundo, a crise econômica é também uma crise na estrutura da própria sociedade, e, por isso, os resultados não está efetivamente na resolução das questões meramente econômicas, efetivamente importantes, mas na condução das crises das relações de poder e interesses. As lideranças mundiais devem reconhecer que guerras sempre existiram, mas desta vez, se trata de uma que está na esfera global.
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