Educação - O início do ano sempre é um bom momento para discutir a educação brasileira, pois passa a ser um tema recorrente. Entretanto, com pouca análise que mereça muita atenção. Comumente, as informações são de quantidade de alunos que ingressam no ensino superior, o número de estudantes iniciantes nas escolas de ensino infantil. Aparecem diretores-políticos para darem informações sobre o interesse do estado em investir no ensino de qualidade. Sobre as faculdades os reitores se arvoram de possuir um grande volume de pessoas em suas salas de aula. No entanto, deve haver mais a se discutir sobre o tema, que vai da formação e remuneração do professor, estrutura física das salas de aula, pesquisa, etc.
De fato, as faculdades e universidades privadas permitiram a partir dos anos 80 aumento considerável de estudantes no ensino de graduação, o que era possível somente para filhos de famílias com alto poder aquisitivo, a chamada elite brasileira. Em essência, a classe privilegiada continua com status quo, como por exemplo, ocupando as melhores vagas nas universidades públicas brasileiras, como nos cursos de medicina e engenharia. Pois, tem condições financeiras pagar escolas particulares no ensino básico e médio, embora também com qualidade de educação criticável, mas com mais condições de formação do estudante do que as precárias, salvo exceção, das instituições públicas tanto municipais como estaduais.
O governo federal, cujo presidente é criticado pela falta de formação educacional, vem, ao longo dos últimos anos, investindo no aumento do número de alunos nas universidades públicas. Mas, a cada dia fica mais visível a falta de incentivo à pesquisa que perpassam todos os governos, inclusive ex-professores e intelectuais, como Fernando Henrique Cardoso. Nas últimas semanas oportunamente emergiu a grande discussão nacional, envolvendo os poucos pesquisadores brasileiros, sobre a redução da verba para pesquisa, cortada pelos parlamentares brasileiros, sem muito destaque pela mídia.
As universidades públicas que, teoricamente deveria ser responsável pelo trabalho em pesquisa, base para a qualidade da educação - pois levariam os alunos ao contato com o espaço empírico das descobertas - muitas delas estão muito enroladas com grupos de intelectuais que defendem com intransigências, em lutas políticas, suas castas e pouco se dedicam a pesquisa - e até mesmo em mudanças internas necessárias. Verdade que, não se pode generalizar, há instituições públicas de ensino superior no Brasil com avanços importantes na área da pesquisa. Mas infelizmente, os bastiões de egoísmo particulares existem, o que faz emperrar o avanço no conhecimento científico, a base para o desenvolvimento de uma sociedade que se acredita moderna.
As faculdades privadas, notoriamente, também com exceções, vêem somente o grande número e desconhece a qualidade como norte imprescindível para a área da educação brasileira. Neste sentido, há necessidades urgentes no país de um debate sério e honesto sobre a nossa educação. Sobremaneira, a quantidade de estudantes deve ser um avanço para uma nação que foi colonizada por uma metrópole pouca afeita à educação, e submersa a burocracia e privilégios.
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