Uma centralização de poder econômico em detrimento do esporte e respeito ao telespectador. Neste sentido, a concorrência se torna importante para atender, em momento, os interesses da sociedade
MÍDIAS - As mudanças nos espaços comunicativos atingem globalmente os países, de modo que, as novas tecnologias e a inserção de mais empresas de comunicação no universo da informação, geram transformações no universo comunicativo, na informação. Dois fatos importantes que merecem destaque nos últimos dias: a "briga" entre Rede Globo e Rede Record pela transmissão do campeonato brasileiro de futebol para os próximos anos; e, a presença da Telesur, um canal de TV dirigida por sete países da América Latina, sem participação de direta do Brasil, a qual faz cobertura do movimento na Líbia e incomoda as grandes redes de televisão mundiais.
A inserção da rede religiosa Record vem ao longo dos últimos anos tomando importantes fatias de audiência da principal emissora brasileira, a Rede Globo, que está na liderança no segmento desde a década de 70, quando consegue melhorar sua qualidade de programas, cuja fundação se dá 1965, com rendimentos deficitários, mantida pelo sistema globo.
De fato, no final da década de 60, a empresa sofreu duras críticas ao receber verbas e ter como participante do empreendimento a Time Life, de origem estadunidense, parceria impedida por lei federal, mas que permitiu a sua estruturação e agradou o governo militar, o qual necessitava de um canal de comunicação que atingisse todas as regiões do país, a chamada integração nacional, com informações dos centros do poder. Desde então, a família marinho sofre com a pecha de seguidora fiel dos interesses da ditadura, a quem acompanha editorialmente até o encerramento da política linha dura, em 1985.
A Globo por muitos momentos foi criticada por participações em momentos decisivos da política brasileira, como as eleições de 1989, quando no final do segundo turno a TV de Marinho permitiu 30 segundo a mais para o candidato do PRN, Collor de Melo, em detrimento do petista Luiz Inácio Lula da Silva. Sendo que o Alagoano saiu vencedor do pleito. As brigas permanentes com o opositor Leonel Brizola no Rio de Janeiro, desafeto da empresa carioca. Além da famosa cobertura desastrosa das diretas já no início da década de 80, quando interpretou que os movimentos populares em prol da abertura política pela festividade do aniversário de São Paulo.
A Rede Record uma das mais antigas televisões brasileiras, pertencente ao bispo da Igreja Universal, Edir Macedo, sempre criticado pelas tradicionais empresas de comunicação, fez vultuosos investimentos no setor, cuja finalidade é se integrar a grande audiência do meio, e dos inúmeros fiéis. Pelo fato de serem duas empresas de grande capacidade financeira, com a melhoria da qualidade da programação de Macedo, há de fato, uma divisão da audiência nestes canais que também são ameaçados pelas novas mídias.
Sem dúvida, ao longo dos anos a Globo monopolizou o esporte brasileiro para suas transmissões, sendo que em muitos momentos não permitir ao público acesso aos jogos de suas equipes preferidas e nem possibilidade de outros canais de comunicação realizar a veiculação das partidas de futebol. Uma centralização de poder econômico em detrimento do esporte e respeito ao telespectador. Neste sentido, a concorrência se torna importante para atender, em momento, os interesses da sociedade.
Por sua vez a Telesur que surgiu em 2005, por uma iniciativa do presidente Venezuelano Hugo Chaves, consegue chamar a atenção das grandes redes de comunicação mundial, ao dar fluxo a informações que tem origem em vários países, inclusive dos Estados Unidos, cujo governo chegou a ventilar a possibilidade de boicotar suas imagens disponíveis na internet e canais fechados. Embora Chaves seja visto como utópico em seus socialismo e ditador pelos opositores, que são muitos, consegue com o apoio dos vizinhos da América Latina, inclusive do Brasil, incomodar as nações centrais. Afinal, a informação no século XXI ganha destaque nos espaços ideológicos, globais instáveis, e de mercado, em crise.
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