A violência não significa apenas ações diretas contra pessoas – que deve ser condenadas em uma sociedade organizada socialmente-, mas que retira perspectivas de milhares, que são marginalizadas forçosamente. Assim, atos violentos se disseminam, muitas vezes a partir do próprio centro de poder
VIOLÊNCIA - A semana foi marcada por três assuntos importantes e que merecem análise, sob pena de se tornarem apenas como registro. Com destaque pelo jornal O Popular o recebimento dos deputados estaduais de 15 salários, além de outros benefícios, que passam longe da realidade do trabalhador; Depois, a manutenção do poder tucano na Assembléia Legislativa de Goiás, que visivelmente se revela sem alternância, a oposição não se articula – ou não deseja se articular-, num processo que se centralizado em um só partido; Ainda, a prisão pela polícia federal de policiais que serão julgados por promover extermínio no estado. Apesar de assuntos distantes, nem tudo está solto como parece.
Imaginar a violência isoladamente é um grande erro da mídia e sociedade, pois não é possível entender que o homem tem na sua natureza o desejo pelo caos e desordem. Na realidade na sua essência as esferas públicas se ligam na formação do sistema social, de tal maneira que a política também é responsável pelas lógicas da violência, bem como o envolvimento centralizado do poder econômico.
Desta forma, a centralização política pode resultar em um processo viciado, que ao invés de governos republicanos tenhamos poderes autocráticos, de tal ordem que o espaço democrático se torna um somente simulacro.
As fotografias, diferentemente dos textos reproduzem com insistência os homens do poder que se repetem nas páginas dos jornais – muitas vezes em excesso de assujeitamento do homem da “informação”. Por parte do espectador, nem sempre com olhar de elogios, mas de resistência pelo excesso de poder, cujos resultados atendem, no final, grupos já definidos e conhecidos pela população. Desta forma, numa questão de lógica pode-se pensar que a democracia significa estar ao lado deste ou daquele personagem social.
A violência não significa apenas ações diretas contra pessoas – que deve ser condenadas em uma sociedade organizada socialmente-, mas que retira perspectivas de milhares, que são marginalizadas forçosamente. Assim, atos violentos se disseminam, muitas vezes a partir do próprio centro de poder.
Notoriamente, a democracia e o sistema social correm riscos no momento em que um "representante" do povo destaca que todos os salários que recebe são honestos, o que nos leva a pensar no legal que é imoral, uma extensão da violência que arremete ao permitido, mesmo fora da lei.
Nem tudo está solto, mas é verdade que tudo que é sólido se desmancha no ar.
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