Retrocesso da globalização

Certamente outros movimentos em sentido contrário, alimentado pela estratégia de controle, devem ser lançados, a não ser que definitivamente caminhamos para uma nova realidade econômica e social, o que é pouco provável.


Sociedade - Um tema pouco analisado nestes tempos, apesar da grave crise global, é exatamente a retomada do princípio regional. Se nos anos 90 na pauta da imprensa e literatura estava a globalização social e econômica inevitável, hoje a discussão são as mudanças no comportamento do sistema, em uma aldeia global. Como as tecnologias permitiram o avanço do contato entre seres humanos dispersos no espaço, este mesmo movimento permitiu a delimitação das fronteiras, afinal, a busca de concentração de riquezas em alguns países desmereceu a capacidade de percepção do homem no seu espaço de vida.

Portanto, países tidos como centrais - algumas nações européias (como Inglaterra, França e Alemanha), Estados Unidos e Japão - vêm ao longo dos últimos anos perdendo status de grande potências que dominam de maneira absoluta o planeta, para dar espaço a novas formas de tratar o poder, sobretudo, econômico. Neste momento, diante da crise, os países em desenvolvimento conseguem ter condição financeira melhor do que países dominantes do século passado. Evidentemente, que isso não quer dizer que o Brasil passou a ser um império, longe disso. O fato é que as nações se organizam internamente na definição de seus líderes, no sentido de evitar um estado de submissão eterna.

Estes movimentos podem ser sentidos na América Latina, por exemplo, quando os presidentes eleitos fogem ao modelo desenhado pelas grandes nações hegemônicas. Na realidade não se trata de salvadores da pátria, mas grande parte da sociedade passou a ter conhecimento da realidade, mesmo que de maneira ainda pouco transparente, mas o suficiente para entender minimamente o processo de empobrecimento e angústia, diante de um quadro de servilismo. Talvez daí surja o rompimento no Brasil com forças políticas que no passado permitiam esta ligação entre uma sociedade pobre, dentro de uma estrutura, que ligasse o país às nações centrais e desenvolvidas, de maneira subserviente. De fato, é um processo que precisa ser analisado e que vem emergindo de maneira latente.

A desglobalização ocorre, indubitavelmente. Importa saber, entretanto, quais são as estratégias daqueles que acostumaram com o poder global, remanescente do século XV, para evitar a perda do controle, da ordem. Certamente outros movimentos em sentido contrário, alimentado pela estratégia de controle, devem ser lançados, a não ser que definitivamente caminhamos para uma nova realidade econômica e social, o que é pouco provável.

1 comentários:

Anônimo disse...

Lendo e pesquisando mais sobre o tema, percebi que o retrocesso na globalização já vem de muito tempo. Não há mais limitação de poder da hegemonia norte americana e de países da europa. Isso se deu devido a comunicação, isto é, da facilidade de entrar, estar, viver e até opinar dentro do sistema regional de cada nação. Deixou-se de lado então a imagem de "poderosa" a nação que detinha de um belo poder bélico. Hoje, podemos perceber que o poder como foi mencionado, está rigorosamente aliado a economia, e a que exerce a maior influência no restante do mundo depende perigosamente do capital estrangeiro. Estranho hoje termos uma imagem dessas, pois a maior das maiores hoje depende dos "pequenos". Imagem. O retrocesso chegou, e veio com força! Quem agora sonha com a liberdade da "américa"? Ir para um país onde você tem o direito de ir e vir. Hoje, vamos para qualquer lugar, sem permissão/visto ou algo parecido. A globalização através da comunicação provocou um "retrocesso no avanço".

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