As negociações perpassam todos os matizes de pensamento, cujo resultado é a falta da lógica para o desenvolvimento social.
Política - Definitivamente o espaço política perdeu a lógica da realidade em que vive a sociedade. A esfera pública está cada vez mais secundária nas definições que se estabelecem no espaço representativo. No governo federal e no estado goiano o pensamento reinante está em desacordo com as lógicas do homem social. Os partidos deixaram de significar idéias para se tornar interesses de grupos hegemônicos, e, em determinados casos, sobressai o comando de um único líder, em torno do qual gravita um grande número de autoridades eleitas. Por conseguinte, milhares de pessoas não atingem os fins que deveriam o voto democraticamente deveria proporcionar.
No que se refere à Brasília, o Partido dos Trabalhadores acompanha a figura do presidente da república na definição de estratégias nas relações políticas, sem, no entanto, se valer das da consciência dos integrantes partidários que deveria seguir ideologia publicizada. No final, escondem-se os ideais para manter o pensamento focado no poder. As negociações perpassam todos os matizes de pensamento, cujo resultado é a falta da lógica para o desenvolvimento social. Neste contexto, a todo instante, o partido do presidente, sem se resignar, abre mão de cargos importantes no congresso para as estratégias de governabilidade, a qual parecer exigir a imersão no mundo das trocas políticas. Muitas vezes tem-se a impressão do teatro das marionetes.
Embora não seja a primeira vez, mas o congresso hoje é dirigido pelo PMDB, sendo os timoneiros José Sarney e Michel Temer, portanto, uma grande força que, de alguma forma, está na contramão dos votos dos brasileiros que entenderam ser o momento da “esperança vencer o medo”. Neste jogo entra em campo Jarbas Vasconcelos para dizer que o seu partido, o PMDB, é uma organização que se preocupa com as negociatas. Em resumo um partido de grupos que se volta para práticas escusas. Evidentemente, que por trás da gritaria estão as eleições de 2010 numa rede de envolvimento que terá reflexo futuros – o PSDB de José Serra interessa pelo bate-boca e mais divisões do maior partido no poder.
A rigor, independentemente das negociações, o que se tem é um congresso com grandes figuras que perenizam em Brasília. As mudanças tentadas pela sociedade não tem reflexo no congresso nacional, que marotamente vai construindo sua trama. Um filme que todos conhecem o final, afinal se repete há séculos.
Em Goiás também se torna emblemático a situação da Assembléia Legislativa que se esquiva de colocar a pública, o que seria no mínimo sensato, os desvios dos recursos da Celg, o que resultou numa dívida impagável. Conforme o Secretário da Fazenda Jorcelino Braga, as cifras chegam a 5,7 bilhões de Reais. Sem dúvida, a despesa será bancada pela sociedade. Portanto, os representantes do estado deveriam deixar transparentes os reais motivos de tantos gastos para um estado sem economias, e sendo escusas, os responsáveis devem ser conhecidos. Pois, quando se acoberta os erros políticos, certamente, alguém ganha, e não será o responsável pela conta, de fato. E o que é pior, continua com suas tramas partidárias em busca do poder libertador.
A posição do governador, sem dúvida é de desconforto, pois, sem dinheiro em caixa precisa negociar com os diversos partidos, buscar apoio na oposição e acenar para o governo federal. Na verdade uma saia justa, pois terá que acomodar em um único lugar interesses e ideologias as mais diversas. Muitas vezes fazer vistas grossas as reivindicações da população para atender exigências paroquiais. Ao final, torna-se um governo fragilizado sem linha ideológica imaginada pelo eleitor, este notoriamente secundário no processo de poder política e econômico, também no estado. Somente ganha destaque na hora de quitar as dívidas que, geralmente, têm altos custos, cujo reflexo se pode notar na saúde, educação, segurança, no trânsito, etc.
No mundo pós-moderno houve uma transformação dos lugares, as mudanças urgentes levam a pura miragem sem haver tempo para formar identidades, portanto a mercê das lógicas do simulacro de uma realidade que não pode ser vista estruturalmente, mas apenas miragens que se parecem com o real. Num universo como este vale tudo, até mesmo não valer nada.
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