Realidade política


A atitude dos parlamentares somente deixa obscura a condição política do estado que trata o dinheiro público como de ninguém, saído de máquina mágica.



Economia - 5,7 bilhões. Finalmente se tem o valor da dívida da Celg depois de muitas informações estrategicamente desencontradas. A divulgação dos números foi feita pelo Secretário de Fazenda do Estado Jorcelino Braga em entrevista ao jornal O Popular na edição de domingo (08). Um rombo para ninguém botar defeito e que demonstra a necessária apuração para saber para onde foi parar este dinheiro todo que saiu do bolso dos contribuintes goianos. Mas nesta terça-feira (10) a Assembléia Legislativa sinalizou recuo na implantação da urgente CPI para analisar o caso. A atitude dos parlamentares somente deixa obscura a condição política do estado que trata o dinheiro público como de ninguém, saído de máquina mágica.

Ora, dizer que o governador Alcides Rodrigues está preocupado em resolver o rombo da estatal e não quer discussões políticas que pode inviabilizar a empresa seria uma falta de bom senso no trato com a inteligência da opinião pública. A Celg está numa situação insustentável e precisa sanar suas contas o mais breve possível. O colapso no fornecimento de energia eficiência é iminente, a queda de energia se revela uma constante. Não será com cumplicidade e desonestidade que Goiás vem caminhar para frente. Se não houver informações claras sobre a estatal qual será a percepção da sociedade sobre os políticos que deveriam cuidar do bem público e que fez um rombo estratosférico? A rigor, qual é a posição das lideranças sociais, dos empresários, dos intelectuais?

Ao que parece, mais uma vez, os políticos goianos perdem a chance de serem transparentes, e o que é pior, aparecem com discursos vazios, que não resolvem o problema e ainda por cima faz aumentar a dúvida sobre a seriedade e sensatez da categoria na representação com ética da população. Caso não seja aprovada a CPI, o que parece o mais provável, não resta dúvida que a discussão social vai continuar, exatamente pela falta de estrutura da estatal que atinge a todos. No final haverá muitos políticos com sua biografia manchada com ou sem razão. As eleições de 2010 estão próximas, portanto, o caso deverá perdurar por mais tempo. Para muitos esconder a realidade debaixo do tapete parece não ser uma boa estratégia.

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