Político profissional

Assim, o que seria um lugar de diálogo passa a ser de posse, de quem foi eleito “democraticamente”, num sistema que tem vícios previsíveis. Neste sentido, basta ouvir do homem-da-política a frase que não sofrerá punição, pois está rigorosamente dentro da lei. O que, de fato, é verdade

Representações – Mais evidente a cada dia que o mundo político não leva em consideração o pobre do cidadão comum, as pessoas que no dia a dia buscam dar sentido a uma vida em sociedade confusa e difícil para se ordenar e entender. Desta maneira as representações, como os partidos políticos, tornam-se espaços privilegiados para fazer valer os interesses de diferentes grupos, os quais se sentem no direito de expressar suas palavras, defender suas bandeiras, mas é assustador imaginar o descaso com os anseios da população no seu conjunto.

Exemplo disso é o uso da máquina pública em favor de grúpusculos, cuja existência está à milhas de distancia de um trabalhador tradicional. Assim, o que seria um lugar de diálogo passa a ser de posse, de quem foi eleito “democraticamente”, num sistema que tem vícios previsíveis. Neste sentido, basta ouvir do homem-da-política a frase que não sofrerá punição, pois está rigorosamente dentro da lei. O que, de fato, é verdade.

Neste sistema, usar bens públicos, contratar assessores particulares nas suas cidades onde tem base eleitoral, pagar pensão a amantes, etc. se transformam em algo natural, em um mundo no qual existem os que elegem e os eleitos. Há uma verdade que se faz sólida, que a própria comunidade convive e aceita, pois as hierarquias definem seu lugar no espaço público – é mesmo paradoxal. Aqueles atrelados às representações tudo podem, os representados apenas a condição de pagar impostos, manter o erário. Uma realidade clara e transparente no mundo moderno, cuja educação, muitas vezes, tende para manter as lógicas visíveis, distanciando daquilo que teima a se evidenciar na penumbra.

No final, a política se transforma num lugar de profissionais, que usam os meios de comunicação, máquinas públicas e discursos “verdadeiros”, naturalizados para manter o tradicional, que perpassa o coronelismo e logo chega ao moderno, sem desviar das condições de representação – de maneira peculiar -, de fato. O mundo político se volta para si mesmo, sendo que até mesmo as intrigas significam a busca permanente de poder, trocando apenas a ordem dos personagens. Mas é bem verdade, que mesmo os atores sociais, nesta questão não tem sofrido mudanças.

Talvez em essência falte comunicação, cujas informações dependem de negociações que vão além das aparências.

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