Apesar de todos os problemas
da educação, o professor deve comemorar a ruptura que promove a cada dia
ao permitir que milhares de pessoas, com direito ao conhecimento,
passem a aumentar sua condição de cidadão, com criticidade e mais
participação. Não há sofrimento em ser mestre
Educação -
Neste dia do professor, comemorado no sábado de descanso, certamente
sem muitas festas, vem a tona sempre uma discussão que não se encerra:
afinal, qual a razão da pouca valorizado do docente – ou menos do que
deveria, de fato ser – no sistema social, pois sempre foi considerado
fundamental para a formação de jovens para um país desenvolvido e
democrático? As confraternizações mais corriqueiras nas faculdades e
universidades do país, nesta data, se resumem, na maioria das vezes, a
uma razoável mesa de café, com alguma mensagem ilustrativa no final da
sala, cujo otimismo esconde o debate sobre o ensino e seus caminhos.
Sempre há uma visível ceia de guloseimas pela frente.
Em fragmentos de textos de sociólogos, não exatamente das faculdades
de educação, é possível notar algumas posições que se mostram críveis,
as quais analisam a funcionalidade da escola, que se insere nas lógicas
de mercado, não diferente de uma grande fábrica de produtos quaisquer.
Assim, haverá sempre a necessidade de se evitar o excesso de
conhecimento, o qual deve estar dentro dos padrões estabelecidos, pois a
crítica às alturas desmobilizaria a ordem social vigente, o que não
seria razoável. Há, portanto, um nível de ensino aceitável, acima deste
se estabelece riscos desnecessários, diante da possibilidade de
desestabilização pela crítica e posições exacerbadas.
Evidenciam as conjecturas, que vem à sombra de um lugar que se tem
pouco conhecimento no Brasil, ou não se revela adequadamente, resultando
visivelmente no uso político do espaço escolar, como forma de obter
votos ou clientes dispostos a fazer parte da massa de trabalhadores bem
remunerados. Em essência, a educação é um lugar politizado e serve aos
interesses políticos partidários, com pouco investimento e muito
discurso de eterno futuro de qualidade.
Ainda, no que se refere à pesquisa, a qual permite a formação do
docente, está longe de uma realidade que agrade aqueles que decidem por
este caminho. As agências de fomento nunca oferecem o suficiente para o
aprimoramento e busca estruturada dos experimentos, cuja seleção de
projetos está em sintonia com as demandas circunstancias – difícil
análise!
Apesar de todos os problemas da educação, o professor deve comemorar a
ruptura que promove a cada dia ao permitir que milhares de pessoas, com
direito ao conhecimento, passem a aumentar sua condição de cidadão, com
criticidade e mais participação. Não há sofrimento em ser mestre, a
relação com os alunos ocorre de maneira dialógica (o que se espera),
apesar dos reflexos vividos no campo em decorrência da fragilidade de um
sistema fechado e excludente, a começar pelo conhecer, e se encerra no
econômico.
Parabéns a todos os professores brasileiros. Possivelmente a riqueza
está na materialização do conhecimento de si, do universo (o conhecer a
ti-mesmo) e para o outro (na alteridade), capaz de selecionar ideias e
ideais, para uma sociedade de riquezas.
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