Goiás, política sem vozes

Talvez realmente, o sucesso do líder político estivesse na competência de se valer da criatividade e conhecimento da população que o elegeu, ouvindo o que tem a dizer, ao invés de importar paradigmas e fazer-se de surdo para a voz rouca da população

 
Política goiana – A política é o lugar para se construir a representação social, de maneira que, o cidadão não podendo estar presente em todas as decisões que lhe dizem respeito, elege alguém de sua confiança para decidir por ele. Nesta ordem trata-se da definição de uma maioria que faz a sua escolha, que deve ser respeitada pela minoria discordante. A democracia está longe de ser sinônimo de unanimidade, mas exige considerações com o público, o qual deve ser soberano nesta relação e não exatamente os interesses do representante. Desta forma, torna-se forçoso entender que as ações de um líder político deve ser o de estar em consonância com o representado. Isso sempre ocorre? A resposta é NÃO.

Exemplo claro ocorre em Goiás, Estado no qual pouco se vê a relação entre políticos e população, sendo que as determinações partem soberanamente do eleito, que após as urnas passa a ter condições à força, à determinações e decisões na solidão do poder constituído. Em resumo, se observado estas análises trata-se de centralização de poder, o qual evidentemente não pertence somente ao líder político, mas grupos que se beneficiam da simplicidade de eleitores que se esquecem dos seus direitos, imaginando que a realidade é exatamente essa, seja para político A ou B. De fato, o que é pior, tem razão, pois até mesmo os novos nomes que surgem não conseguem se diferenciar desta prática, mesmo considerando as propostas (partidárias) ideológicas distintas.

Sem generalizar, o que seria possível, deve-se observar o que ocorre em Goiás, pois, se fosse dado o direito à população sobre decidir sobre saúde pública ou terceirizada, muito possivelmente sua resposta seria: pública de qualidade. Afinal, como pensar a qualidade do serviço público exercido pelo privado? Os exemplos que se tem no Brasil neste quesito não são animadores.

Os motoristas que trafegam pelas rodovias goianas desejam a construção de pedágios, para uma rodovia de ótima qualidade, terceirizada? Certamente, que não, pois vai onerar o seu bolso e por consequência o da população que vive em país do transporte.

Meritocracia

Se fosse questionado sobre a qualidade da educação e serviço público goianos será mesmo que opção seria pela meritocracia, que de certo modo torna-se a individualização de um sistema, muito semelhante o que se propõe no sistema privado, no qual se tornar colaboradores concorrentes, com o objetivo de se produzir mais? Ou seja, como dizia Adam Smith (teórico do capitalismo), o garçom atende bem o seu cliente não exatamente pelo sentimento de amizade pelo bon vivant, mas pelo interesse particular em obter mais rendimentos pessoais. Uma espécie de individualização para os seus resultados. No final, formam-se grupos (de indivíduos) com interesses que servem aqueles que ditam as normas, pois se o objetivo é particular então deve-se atender o que se pede, aquele do poder. Um erro, principalmente na educação, que pressupões solidária.

Por último, será mesmo que Goiás teria condições de reproduzir modelo de política implantada em São Paulo, um Estado com forte economia Brasileira – idealizado por José Serra, Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso? São realidades econômicas, sociais e culturais completamente distintas, ainda bem. Sem contar que a educação pública paulista é uma das piores do país, embora o PSDB esteja no poder há décadas.

Talvez realmente, o sucesso do líder político estivesse na competência de se valer da criatividade e conhecimento da população que o elegeu, ouvindo o que tem a dizer, ao invés de importar paradigmas e fazer-se de surdo para a voz rouca da população. Ademais, aqueles que nascem em meio a este modelo tem uma missão: ser diferente, pois ser igual deverá torná-lo menos um na história, de uma sociedade que é dinâmica e desacredita de seus líderes, apesar da obrigação sistêmica imposta de eleger alguém. Ruim para a democracia, problema para todos.

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