Artigo publicado em Observatório da Imprensa
Na contemporaneidade, pensar a comunicação social é analisar a importância das redes de computadores que integram as comunidades, numa relação global. Não se trata de desclassificar ou desconsiderar a mídia tradicional, entendendo-a como sem importância para o futuro – ou o fim do jornal impresso, como alguns apregoam, ou mesmo do jornalismo como o conhecemos nos tempos atuais. Entretanto, surge um agente que vai se ampliando em diferentes países, com mais ou menos intensidade. Assim, pode-se dizer que há um grande volume de informações, impensado anteriormente, disponível para grande parte da sociedade, a qual, há bem pouco tempo, não podia acessar os meios para o conhecimento dos fatos cotidianos. Em grande proporção, o jornalismo se espalha pelos diversos veículos, tornando os cidadãos sem lugar, locais ou de todos os lugares (globalizados). Dito isso, surgem questões inevitáveis: haverá algum tipo de mudança no comportamento da sociedade? A comunicação mudará, descentralizando as hierarquias sociais?
Não há dúvida quanto à modificação global no negócio de jornalismo, pois nos principais centros econômicos, substancialmente nos Estados Unidos e países europeus, houve queda no faturamento na última década – conforme noticiado pelos próprios jornais –, e cada vez mais acessos à internet, o que implica ainda se informar também através dos tradicionais meios de comunicação, mas em grande parte sem a necessidade de pagar pela informação, sempre disponível na rede. A busca pela forma de se estabelecer no mercado passa a ser uma atividade diária das mídias comerciais, especialmente o jornal impresso, que atinge um público mais informado e com poder aquisitivo. Certamente, deverá continuar a ser atendido pela atividade jornalística, indispensável no mundo moderno, sem abrir mão da confiabilidade. Além do mais, no Brasil, como exemplo, o jornal obteve aumento de circulação nos últimos anos, mesmo considerando as novas mídias.
Participação, contestação e soluções
Resta ainda entender, no meio de tanta informação, o que implicam estas mudanças da comunicação na sociedade moderna. A rigor, a democracia está em relação com os meios e a informação. Sem dúvida, o próprio jornalista está nesta conversão, pois como os fatos não se narram, se faz necessário um mediador. Entretanto, torna-se indispensável saber qual será o seu perfil diante das novas tecnologias, que permitem a um não-jornalista propagar mensagens informativas, gerando conhecimento para outras pessoas em diversos lugares – sobremaneira, para a comunidade.
Desta forma, a relação jornalista e fontes de informação muda substancialmente, devendo ser considerado permanentemente o homem no seu cotidiano e suas necessidades enquanto agente social. Logo, vão se tornando comuns os vários movimentos que se ampliam em diversos países, como se vê hoje na região do Oriente Médio, norte da África, Europa, Estados Unidos e América Latina; nações que passam a ser agendadas pelas mídias globais.
Nesta interação entre jornalista e “pessoas comuns” em rede, amplia-se a quantidade de informação, transformando potencialmente todos em produtores de conhecimento, o que tem reflexo na política, seja partidária ou social. A visibilidade dos líderes políticos ganha o espaço público, as transações econômicas se inserem no debate em diferentes plataformas de comunicação. As denúncias vão se tornando comuns para movimentos que se propagam nos mais importantes programas noticiosos locais e internacionais. Em resumo, as novas tecnologias tornam a sociedade cada vez mais complexa em um espaço de participação, contestação e soluções.
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[Antonio S. Silva é jornalista, mestre em Comunicação pela PUC/SP, doutorando pela UnB e professor]
Na contemporaneidade, pensar a comunicação social é analisar a importância das redes de computadores que integram as comunidades, numa relação global. Não se trata de desclassificar ou desconsiderar a mídia tradicional, entendendo-a como sem importância para o futuro – ou o fim do jornal impresso, como alguns apregoam, ou mesmo do jornalismo como o conhecemos nos tempos atuais. Entretanto, surge um agente que vai se ampliando em diferentes países, com mais ou menos intensidade. Assim, pode-se dizer que há um grande volume de informações, impensado anteriormente, disponível para grande parte da sociedade, a qual, há bem pouco tempo, não podia acessar os meios para o conhecimento dos fatos cotidianos. Em grande proporção, o jornalismo se espalha pelos diversos veículos, tornando os cidadãos sem lugar, locais ou de todos os lugares (globalizados). Dito isso, surgem questões inevitáveis: haverá algum tipo de mudança no comportamento da sociedade? A comunicação mudará, descentralizando as hierarquias sociais?
Não há dúvida quanto à modificação global no negócio de jornalismo, pois nos principais centros econômicos, substancialmente nos Estados Unidos e países europeus, houve queda no faturamento na última década – conforme noticiado pelos próprios jornais –, e cada vez mais acessos à internet, o que implica ainda se informar também através dos tradicionais meios de comunicação, mas em grande parte sem a necessidade de pagar pela informação, sempre disponível na rede. A busca pela forma de se estabelecer no mercado passa a ser uma atividade diária das mídias comerciais, especialmente o jornal impresso, que atinge um público mais informado e com poder aquisitivo. Certamente, deverá continuar a ser atendido pela atividade jornalística, indispensável no mundo moderno, sem abrir mão da confiabilidade. Além do mais, no Brasil, como exemplo, o jornal obteve aumento de circulação nos últimos anos, mesmo considerando as novas mídias.
Participação, contestação e soluções
Resta ainda entender, no meio de tanta informação, o que implicam estas mudanças da comunicação na sociedade moderna. A rigor, a democracia está em relação com os meios e a informação. Sem dúvida, o próprio jornalista está nesta conversão, pois como os fatos não se narram, se faz necessário um mediador. Entretanto, torna-se indispensável saber qual será o seu perfil diante das novas tecnologias, que permitem a um não-jornalista propagar mensagens informativas, gerando conhecimento para outras pessoas em diversos lugares – sobremaneira, para a comunidade.
Desta forma, a relação jornalista e fontes de informação muda substancialmente, devendo ser considerado permanentemente o homem no seu cotidiano e suas necessidades enquanto agente social. Logo, vão se tornando comuns os vários movimentos que se ampliam em diversos países, como se vê hoje na região do Oriente Médio, norte da África, Europa, Estados Unidos e América Latina; nações que passam a ser agendadas pelas mídias globais.
Nesta interação entre jornalista e “pessoas comuns” em rede, amplia-se a quantidade de informação, transformando potencialmente todos em produtores de conhecimento, o que tem reflexo na política, seja partidária ou social. A visibilidade dos líderes políticos ganha o espaço público, as transações econômicas se inserem no debate em diferentes plataformas de comunicação. As denúncias vão se tornando comuns para movimentos que se propagam nos mais importantes programas noticiosos locais e internacionais. Em resumo, as novas tecnologias tornam a sociedade cada vez mais complexa em um espaço de participação, contestação e soluções.
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[Antonio S. Silva é jornalista, mestre em Comunicação pela PUC/SP, doutorando pela UnB e professor]
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