Câncer de um presidente, a enunciação

O mesmo se poderia dizer de caso semelhante para um político visto como de direita clássica, as atitudes não seriam diferentes. O pensamento não se deve surgir forçosamente, mas no crivo da razão
  
Estratégias da política – A doença do ex-presidente Lula mexe nas expectativas do cenário político brasileiro, pois ao afastar-se da política um agente, enquanto está acamado, abre espaço para a oposição de tecer sua rede de relações, no sentido de interferir no atual governo, considerando a influência e participação da liderança fora de combate. De fato, neste universo não há emotividade para as enfermidades, mas tudo se soma no como obter resultado, de ambos os lados. Desta forma, o que parece ser algo temporário, vai se arregimentando rapidamente, o que exige movimentos dos agentes políticos, que passam se organizar. Evidentemente, que as lideranças são aquelas que podem se movimentar, considerando, sobretudo, que o político é um agente e não simplesmente um ser nas suas relações familiares e privadas.

Por mais que não se queira admitir em público, mas as discussões são evidentes, traçando caminhos diversos para as próximas ações. De fato, não há razão para acreditar que o ex-presidente está fora do espaço político, afinal, a medicina no seu avanço tem condições de vencer as mortais doenças do passado, permitindo vida saudável para os enfermos de diferentes classes sociais. Exemplos disso não faltam, mas não se sabe quais serão as prerrogativas do ator político posteriormente. Assim, não baste mente sã, mas o corpo é um instrumento de lutas duras, as quais exigem resistência.

Mas há que se destacarem dois pontos importantes. Primeiro, tornou-se forçoso reconhecer que os líderes que se posicionam a esquerda do sistema sofrem fisicamente na empreitada. Pois, se pode perceber a doença de Hugo Chaves na Venezuela, Fidel Castro em Cuba, Lula no Brasil, Dilma Rousseff durante a campanha presidencial – agentes atuantes em países da América Latina. Numa análise de reconhecimento, se observados os atores políticos mais evidentes não se vê enfermos do lado da defesa do sistema social atual (o establishment). Os presidentes das grandes potências se mostram sólidos e aproveitando suas aposentadorias, verdade, que no limbo.

Depois, surge a repudia, e de ambos os lados e na mídia, às críticas ao ex-presidente na rede social, como se a internet fosse um lugar de apenas um discurso. Exatamente a sua importância, faz parte do debate a fala de pessoas com visão inteiramente distintas, com participação efetiva ou não. Portanto, seria natural que houvesse satisfação por um lado, como tristeza por outro. Devemos observar a maioria, como se manifesta, pois se torna forçoso na democracia analisar o interesse das muitas vozes e não aqueles que gritam mais alto, ou tem instrumento para isso. O mesmo se poderia dizer de caso semelhante para um político visto como de direita clássica, as atitudes não seriam diferentes. O pensamento não se deve surgir forçosamente, mas no crivo da razão.

Ademais, as poucas vozes que aparecem na rede ganham ênfase na grande mídia que, mesmo que agendando como aspecto negativo, pode gerar conhecimento para a participação de uma comunidade inexistente, apresentada como maioria, que na verdade vai sendo criada. As estratégias fazem parte da enunciação.

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