Futebol do espetáculo

Em resumo, possivelmente no Brasil, especialmente, o espetáculo está ceifando a arte

FUTEBOL - A derrota da seleção brasileira de futebol masculino no último domingo rendeu muita tristeza nos brasileiros acostumados, com as grandes vitórias em campo. Mas é preciso avaliar que passamos por uma fase ruim no esporte nacional, por razões que podem ser percebidas claramente. Uma delas é o excesso de mercadologização do atleta, principalmente, que no final deixa de ser um personagem da arte do drible, da artimanha para se tornar um vendedor de objetos para o público, que passa a nutrir por ele certa empatia. Outro fator, o excesso de centralização das decisões em poucos empresários-políticos que representam um mundo bilionário. O jogador apenas um instrumento para resultados.

Um dia trabalhamos em coberturas de futebol, na segunda divisão do campeonato mineiro, em tempos idos, acompanhando equipes do interior por emissora da região. O ambiente futebolístico sempre foi de muita emoção tanto nas derrotas como nas vitórias. Importante, sobretudo, as disputas e as grandes jogadas. As quatros linhas eram o lugar de se viver intensamente o esporte, preparado com clima de disputas entre os amigos do próprio clube, com muita festividade e amizade.

No entanto,  o futebol se transformou em uma grande empresa, ligada a empreendedores mundiais, que no final tem resultados financeiros como qualquer multinacional. O produto deste negócio, nem sempre é o bilhete de entrega para os jogos, mas invariavelmente o jogador, o qual pertence não somente ao time, mas a empresários. Situação que se estende aos meios de comunicação, que tem interesse na contratação de atletas por determinadas equipes, vislumbrando audiência e patrocínios.

Como reflexo das disputas deste mercado, presenciamos a briga aberta entre as televisões para transmissão das partidas, considerável parte da arrecadação dos times-empresa que buscam remuneração nos investimentos e organização.

Diante deste quadro, quem mais perde é a arte, o talento do jogador, de fato, muitas vezes sem espaço neste mundo do espetáculo. Para tanto, torna-se indispensável que o atleta ao entrar em campo precise contar com aparato de profissionais, como por exemplo cabeleireiros, profissionais que cuidam do visual. Certamente não é o exemplo dos tempos idos de Tostão, Zico, Nelinho, e outros. Pelé, certamente conhece esta realidade do marketing, pois vive sobretudo do mito formado nos áureos tempos do futebol arte.

Em resumo, possivelmente no Brasil, especialmente, o espetáculo está ceifando a arte.

Política e as privatizações do estado

Um órgão repassador de serviços talvez não seja o ideal, o que torna o chefe do executivo submetido aos desígnios da própria lógica de mercado

GESTÃO PÚBLICA – A discussão em torno da terceirização dos serviços prestados pela administração pública à população tem razão de ser, pois nesta gestão há um projeto que redução do estado, seguindo a análise de que o setor privado tem mais eficiência para oferecer qualidade na gestão do espaço público. O governo Marconi Perillo (PSDB) simplesmente segue as linhas defendidas e executadas por um segmento duro dos tucanos, que reúnem em torno do partido lideres empresariais, muitas deles ligadas o mercado global.

O estranho na determinação de Goiás é que este tipo de ordem administrativa vem sendo questionada nas eleições, quando se percebe a opção da sociedade pelo modelo do estado que se impõe nas negociações econômicas, envolvendo interesse público e setor privado.

Nos escândalos políticos há sempre a participação de empresas que tentam burlar leis e regras de conduta pública, no sentido de obter satisfatórios resultados particulares, o que nos leva a pensar os resultados de um estado, o qual tem nas suas bases administração feita apenas pelo setor.

Um órgão repassador de serviços talvez não seja o ideal, o que torna o chefe do executivo submetido aos desígnios da própria lógica de mercado, sem condições de interferir em assuntos que dizem respeito diretamente ao público, razão de sua existência política. Em essência, o líder político é eleito com a prerrogativa de zelar pela gestão pública e não regulamentar o interesse tão somente empresariais.

Afinal, depois da década de 90 tornou-se consensual a importância dos estados na regulamentação da economia e os riscos que se correm quando serviços essenciais passam a mão do setor econômico. Um exemplo claro foi a bolha imobiliária que explodiu nos Estados Unidos, com reflexo no país que não se resolve.

Politicamente, um governo se destaca nacionalmente pela competência de proporcionar crescimento econômico, qualidade de vida e igualdade social– ações que pode servir de modelo para galgar uma presidência da república. Infelizmente, em Goiás, apesar de uma economia em desenvolvimento, há uma vergonhosa e acentuada diferença de renda, o sistema de saúde e de segurança mantém problemas graves a serem resolvidos – questões públicas.

Neste prisma, a política estadual se configura a partir dos grandes grupos empresariais que estariam no nível dos centros econômicos e uma população que se aproxima de estados nordestinos, muitos deles resolvendo suas questões locais e permitindo crescimento e melhoria de vida da sua população.

Educação, vamos ser sinceros!

Antes de tudo precisa haver diálogo entre estas instituições, sem cair no reducionismo prático: “então acabamos com a prova da Ordem estamos conversados”

ENSINO SUPERIOR – O Alto índice de reprovação dos estudantes bacharéis em direito na prova da Ordem dos Advogados do Brasil levou a uma grande celeuma nos órgãos de imprensa no país, com reflexo nos formadores de opinião, o que nos arremete a pensar os rumos da educação brasileira e suas transformações esperadas. A princípio, entretanto, cabem alguns questionamentos: quais as prerrogativas dos gestores da instituição OAB, que ganha o status de filtro da boa educação para se formar advogado? Quais são as lógicas do sistema atual, direcionado para a produção e consumo, simplesmente?

Não seria sequer razoável pensar a educação fora dos espaços sociais, como se a população vivesse numa redoma, definida por determinada lideranças que estão acima das transformações necessárias, quando se pensa uma sociedade que tem seus movimentos contínuos. Neste sentido, o comportamento das pessoas sofre influência, num ciclo que não se repete na busca de adequação ás novas lógicas, conforme o sistema e suas pressões. As próprias religiões com princípios milenares sofreram por imposição mudanças radicais, caso contrário perderiam fiéis. No final, até mesmo a forma de interpretação vai se esmaecendo de narrativas de séculos, se adequando a nova visão de mundo, muitas vezes numa mistura entre religiosidade e capitalismo, pendendo mais para um lado ou outro.

Não há dúvida que o sistema com base no capital comercial, financeiro e funcionalista faz parte do meio acadêmico, tornando-se sobremaneira um equívoco imaginar que este é o comportamento somente das instituições particulares. As Universidades públicas vem a reboque deste processo, pensando o estudante a partir da empregabilidade de cada curso, abrindo mão do aprofundamento das teorias clássicas, fundamentais para a formação do pensamento crítico e estruturante, com exceções importantes. Ponto.

Neste mar revolto, em que o sistema exige manobras dos tripulantes não se pode conceber que não haverá adequação. Desta maneira, seria estranho pensar o comportamento social com base em navegação em águas calmas, se os movimentos silenciosamente são cada vez mais frenéticos. Ora, se há aumento da necessidade de consumo das pessoas a cada vez que sai à rua ou liga a televisão, não se pode querer que o empregado-estudante se disponha de convicções que estejam fora do discurso atual. Ou pode? Querer que alguém fique horas e horas fazendo leituras de volumosas obras clássicas, enquanto a ordem diz que o resultado imediato é mais importante e profícuo para uma vida feliz, agora?

As faculdades não apresentam em suas peças publicitárias nenhuma analogia ao princípio da reflexão, o estudante já é fisgado aqui, tecendo a teia da educação moderna, o qual leva ao pensamento de resultados possíveis, como enriquecer logo depois de formado. Como exemplo, no jornalismo, nossa praia, a reprodução bancada do jornal nacional, simplesmente, resulta em satisfação, muitas vezes plena de êxito. Então, uma pergunta, o que pensa a OAB neste sentido? Afinal, está na base de sustentação do capitalismo moderno.

Por fim, não traz conforto para o meio acadêmico saber que existe grupos externos ao campus universitário, prestando o papel de examinador de formados que passaram pelo crivo dos métodos de ensino, feito por pesquisadores qualificados da área de conhecimento. Desta maneira, os professores teriam que se adequar às lógicas de uma categoria e não exatamente ao modelo que se entende ubíquo para a formação de cidadãos, ativos num sistema social, não de grupos hedonista, conforme suas prerrogativas. Antes de tudo precisa haver diálogo entre estas instituições. Sem cair no reducionismo prático: “então acabamos com a prova da Ordem estamos conversados”.

Há sem dúvida descompasso entre academia e instituições sociais, que servem de suporte para uma sociedade do consumo, o grande ideal moderno, com intelectualidade que tende ao adequar-se. A OAB quer perpetuar a estrutura da ordem, mesmo diante de novos paradigmas desestruturantes.  Contudo, como se vê com mudanças ao longo do tempo.

Imprensa em crise no velho e novo mundo

No final, os países ditos centrais, em função de sua economia pujante, estão de olho nas suas mídias, mesmo que vem a público depois de escândalos que atingem nobres famílias

JORNALISMO – A concentração dos meios de comunicação não é um problema somente do Brasil, pois no Reino Unido depois do escândalo do sensacionalismo do jornal ”News of the World”, comum na mídia que trata jornalismo apenas como mercado, há uma viela de debates sobre o assunto, o que está ocorrendo. Entretanto, infelizmente, se depender dos grandes conglomerados brasileiros ficará circunscrito ao velho mundo. Mas, de fato, a concessão de meios de comunicação precisa ser discutida também ao sul da linha do equador. Sem dúvida, há poucas famílias com o monopólio da comunicação das mídias, o que ataca a igualdade e democracia.

Alguém em sã consciência pode afirmar se tratar de empresas, portanto, o resultado que se espera é o lucro, os resultados políticos, o qual no sistema capitalista é consensual investimento que gere resultados. Contudo, é importante destacar que os meios eletrônicos como Rádio e Televisão são concessões públicas, feitas pelo estado, um ente de representação social.  Afinal, não se devem pensar meios de comunicação como uma empresa que comercializa secos e molhados. Há implicações no processo comunicativo que diz respeito ao coletivo.

Ademais, torna-se fundamental analisar o direito a todos ao processo comunicativo, de tal ordem que haja lugares diferentes de comunicação. A rigor, a informação se relaciona a economia, poder político e desenvolvimento social.  Para facilitar o entendimento basta olhar para estados que elegem determinados líderes políticos, eternamente, assentados na publicidade hibridizada no “jornalismo sério e isento”.  Neste raciocínio o surgimento de novas lideranças e pensamento tem a ver com comunicação midiática – mediações.

Desta forma, pensar a estrutura dos meios de comunicação de um país significa estudar os seus caminhos e perspectivas, mesmo considerando os jornais impressos, desvinculados das prerrogativas estatais, mas amarrados no debate tratado pelo conjunto dos meios. A América Latina conhece bem esta realidade, pois na década de 80 precisou reunir pensadores para discutir a comunicação, que atravancava o futuro da região. Apesar de poucos, das reuniões saíram determinações e tornou-se explícito o que teimava ser escondido: o excesso de programas enlatados que chegavam das nações desenvolvidas, que formava uma sociedade com ideias fora de lugar.

No final, os países ditos centrais, em função de sua economia pujante, estão de olho nas suas mídias, mesmo que vem a público depois de escândalos que atingem nobres famílias. Paradoxalmente, por aqui as empresas de comunicação estão de olho nas mudanças da ordem pública, no sentido de resistir e manter. Uma condição inclusive que favorece o velho mundo, de economia globalizante.

Aécio, muito o que dizer na Folha

O Neto de Tancredo Neves sempre se mostrou vivendo intensamente dois mundos distintos, o de garotão das grandes festas entre Rio de Janeiro e São Paulo e o do cenário político

POLÍTICA – A sensação que aflora na sociedade nos tempos atuais é que o jogo político está cada vez mais acirrado, com cada jogador e instituições tentando convencer o maior número de pessoas sobre seus projetos. Para esta semana, nesta ampliação do discurso de grupos da liderança partidária, Aécio Neves torna-se articulista do jornal Folha de S. Paulo, lugar que também foi ocupado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O jornal de maior circulação do país sabe da sua importância e valoriza a característica paulista de ser, da ampliação econômica escorada na política, que deveria também se preocupar com o social.

Na condição de mineiro nunca consegui ver em Neves o grande líder político, apesar de estar permanentemente sendo destacado pelos meios de comunicação mineiros e paulistas. O Neto de Tancredo Neves sempre se mostrou vivendo intensamente dois mundos distintos, o de garotão das grandes festas entre Rio de Janeiro e São Paulo e o do cenário político, reproduzindo ideias conhecidas pelos brasileiros: o mesmo do mesmo.

Em Minas Gerais, diante de velhos homens da política em meio aos tradicionais nomes, Neves se destaca com grande popularidade entre os mineiros, mantido por avassaladora quota de publicidade, tanto em seu estado como nos grandes veículos de São Paulo e Rio de Janeiro. Portanto, está sempre nas páginas das grandes mídias nacionais, como se mostra o interesse das empresas de comunicação por FHC, que intensa exposição midiática, que se espalha pelo país do centro.

Economista pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, o político se apresenta como um jovem capaz de salvar o Brasil, diante da velha política e dos velhos políticos, mas infelizmente não oferece nacionalmente um discurso, não tem bandeiras, a não ser das lógicas de aproximação público-privado, abertura de rodovias, negociações com o comércio e instituições internacionais. Em essência, o que os tucanos de um modo geral vivem reproduzindo, sem acrescentar novidades para um país de injusta desigualdade e problemas sociais. Não é por outro motivo que seu companheiro de partido, José Serra, é sempre criticado pela possível aversão aos pobres.

Assim, de imediato a convicção que sobressai é a busca da manutenção de discurso e modelo social que se arrasta por séculos, com mudanças no sentido de fortalecer as lógicas permanentes. Aumentando-se os enfrentamentos políticos, a imprensa ganha sempre mais importância, conforme sua participação no cenário político. Sobretudo, se considerarmos que o Brasil reproduz o que vem das capitais paulista e carioca.

2012

Mas será que falta iniciativa por parte de outras lideranças ou realmente trata-se um terreno absolutamente pantanoso, em que não vale a pena se arriscar, mesmo considerando ser o país democrático?
 
POLÍTICA – Na política existe um jargão que diz: políticos devem sempre estar em campanha, mesmo que o próximo pleito esteja distante; político não dorme, pois está sempre em atividade partidária. Seguindo esta análise a definição para a cadeira de prefeito da capital de Goiás vem sendo confabulada há tempos, sobretudo durante o processo eleitoral para governador, quando as pedras estavam sendo jogadas e organizadas. Mas neste instante de decisão das candidaturas a pergunta é: quais são os candidatos?

Pensar a resposta leva a uma afirmação já conhecida pela população brasileira, faltam nomes. Não há dúvidas a candidatura do atual prefeito Paulo Garcia (PT), cujo partido de sua base já está na presidência da república por quase uma década, portanto, formando uma ordem política que se estende a todo país. Inevitavelmente, o partido dos trabalhadores buscaria seu espaço em Goiás, como ocorre, numa onda em que as classes fora do centro econômico participam mais efetivamente das definições políticas, pelo menos na hora do voto. O que em tese daria vigor ao partido dos trabalhadores.

Mas quais são os integrantes do pleito? Demóstenes Torres (DEM) se apresentou, mas em alguns momentos declina de sua candidatura, com a esperança de se tornar agente importante para alavancar o seu partido, o democratas, que ao longo da última década perde membros partidários e votos da população – está de fato sem vigor. Diante da indefinição, o senador goiano se mostra decidido a levantar bandeira da direita brasileira, do liberalismo (o mundo é do capital) e defesa aberta de uma ordem conservadora para o país.

Pode ser uma saída para o partido, mas certamente encontrará resistência numa sociedade que, embora conservadora, sabe do resultado da hierarquização política de uma sociedade. O Brasil tem maus exemplos nesta linha de raciocínio. Desta visão de ordem e progresso surgiram caciques que tornaram regiões inteiras submetidas ao determinismo político de famílias, chamados de coronéis.

Pois, bem. Se não é Torres, quais são os outros candidatos? Quais são os partidos da vez? Sem dúvida, faltam nomes e legendas representativas com símbolo de vitória. Mas em especial qual a razão desta carência de lideranças públicas novas? A resposta mais próxima da realidade é: a política brasileira gira em torno de algumas figuras,  que impedem novos nomes surgirem. E quando mais concentrador o espaço político, menos chances de alteração neste universo, que resultaria em democracia e participação. Exemplos é que não faltam pelo Brasil.

A rigor, nos últimos tempos Goiás esteve entre dois nomes centrais: Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB). Em torno deles a política e seus seguidores. Mas será que falta iniciativa por parte de outras lideranças ou realmente trata-se um terreno absolutamente pantanoso, em que não vale a pena se arriscar, mesmo considerando ser o país democrático? Se assim for, então, chegou a hora de repensar a política e a sua função social goiana e brasileira.

Franco, entre velho e novo

Um país se constrói a cada passa, no qual todos tem sua participação, mesmo para afirmar a sua negação

POLÍTICA – A morte do mineiro de Juiz de Fora,  Itamar Franco, nesta sábado aos 81 anos, revela que a política está permanentemente em movimento, assim como a sociedade. Político conhecido pela população, principalmente depois de assumir a vaga deixada por Fernando Collor após sofrer impeachment, quando surgiram várias denuncias de envolvimento ilícito no seu governo em 1992, tendo como mentor o famoso PC Farias, morto ao lado da namorada, cujo caso continua sem solução pela justiça.  Oportunidade para Franco se tornar o segundo presidente não eleito, depois de José Sarney (que assume na Vaga de Tancredo Neves eleito), nos governos ditos democráticos, com término dos governos linha dura, militares.

Na sua trajetória passou pela PTB, depois MDB e finalmente PPS, embora a concepção de partidária seja, no Brasil, uma exceção para agremiações que mantém suas bandeiras.

A morte do engenheiro demarca o entre novo e velho da política moderna brasileira. Pois, certamente, não haveria espaço para Itamar Franco para a presidência da República, em tempos de conflitos que não são somente locais, mas globais. Neste sentido, importante que se diga que as representações partidárias se escasseiam, diante de um discurso conservador de grande parte do parlamento nacional e a realidade de empresas e trabalhadores que atendem os preceitos também mundiais.

Irremediavelmente, a sociedade está mais complexa e os enfrentamentos de uma política são maiores, mas ainda persistem novos e velhos políticos que representam o nacionalismo imaculado das lutas que vem de fora. Outros por sua vez, exageram na sua modernidade, para impedir que os clamores sociais ganhem espaço e a voz encontre grupos com mesmas ideais espalhadas.

No final, entretanto, Franco deixa seu legado e sua história, parte dela importante para o desenvolvimento do Brasil. Pois, afinal, um país se constrói a cada passa, no qual todos tem sua participação, mesmo para afirmar a sua negação.

Pensando a dúvida

Mas como defender o Estado mínimo quando se imagina que o sistema seria ordenado por pessoas preocupadas com interesses apenas particulares?

 












ÉTICA – Uma pessoa convive com dúvidas que são eternas diante da complexidade do ser humano, muitas sem respostas. Entretanto, algumas são interessantes porque trazem nas afirmações os próprios problemas que muitas vezes não são pensados, e que não gera questionamento, mas que deveria. Como por exemplo, o grande debate das licitações, sob a qual pesa a incerteza sobre a idoneidade das empresas concorrentes – neste momento sobre as obras dos estádios de futebol para a copa de futebol no Brasil e aeroportos. Afinal, o Estado seria o único ente responsável em evitar que instituições privadas tomem dinheiro público com objetivos privados?

Como disse sobram as dúvidas, pois não seria de imaginar que os empreendedores das grandes fortunas seriam pessoas sérias, do mais alto rigor éticos na busca da justiça social, tratando com respeito a população brasileira, em grande parte os consumidores de seus produtos?

Entretanto, não é esta as afirmações dos jornalistas que tratam o tema, chamando sempre a atenção do Estado pela rigorosa fiscalização, que segundo estes analistas não é feita de maneira eficiente, o que permite as verbas do público sair pelo ralo – ou seja, encher o bolso de algumas autoridades bem “intencionadas” do mercado.

Mas surge uma outra questão, também importante. Mas como defender o Estado mínimo, quando se imagina que o sistema seria ordenado por pessoas preocupadas com interesses apenas particulares? Então, há um paradoxo no próprio discurso de alguns analistas, que defendem a livre concorrência, que no final, conforme a própria revista Veja esta semana, licitações como idealizada, na verdade não existe, mas somente é de fachada para atender a burocracia e ganhar rios de dinheiro, num processo de negociação marcada entre grupos seletos.

As licitações, portanto, precisam ser pensadas de maneira tal que se evite perdas de recursos públicos, cujas pessoas que estejam nas prefeituras, estado e União saibam que o jogo é jogado, há grupos com grande poder econômico que tem mais instrumentos para ganhar a partida. Desta forma, os políticos eleitos precisam ser eficientes para tornar igual as contendas. Caso contrário, haverá mudanças do perfil do sistema social de justo e igualitário para injusta e concentrador (Ops! Não seria o contrário?). Alguma novidade?

FHC, academia e liberalismo

No pensamento da maioria da população nacional, a academia seria o lugar para encontrar soluções para as grandes mazelas sociais, por possuir pensadores de alto nível. Não há dúvida sobre a premissa, mas que no seu conjunto não é verdadeira

SOCIEDADE – O Ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso completa hoje (18) aniversário de 80 anos, tornando-se um ícone da relação entre academia e política no Brasil. uma personalidade que gera muitas discussões envolvendo dois campos sensíveis para formação do pensamento e estrutura social.  A rigor, trata-se de um dos importantes sociólogos brasileiros, com amplo espaço na mídia nacional, professor de uma das instituições mais prestigiadas da América Latina, a Universidade de São Paulo (USP), em que fazia parte de seu quadro de professores a sua esposa, a antropóloga Ruth Cardoso.

Filho de militar, Cardoso na realidade nunca foi uma personagem da esquerda do país – embora muitos tenham acreditado nesta versão -, pois em nenhum momento se posicionou favoravelmente aos grandes temas sociais, tão caros aos intelectuais que assumem esta posição, como resistência ao capitalismo global  e marginalização de pessoas da periferia – sobretudo na América do Sul. Entretanto, manteve diálogo com pensadores de esquerda ao traduzir obras do alemão Karl Marx (autor que faz emergir o termo marxismo) para o português.

Inclusive durante a ditadura preferiu se exilar do Brasil no Chile, como tantos outros que estariam sendo caçados pelo regime. Para muitos de seus adversários sem razão, pois não havia nenhuma referência sobre seu nome entre os procurados – uma precaução, talvez.

Fernando Henrique Cardoso se transforma em um pensador emblemático e intelectualmente representante do Brasil sobre temas internacionais, como fonte confiável da imprensa brasileira e internacional, cujos órgãos evita o discurso antiglobalização. Seleciona os interlocutores no sentido de fazer valer um pensamento previamente estabelecido, mesmo considerando a capacidade teórica do ex-presidente para entender seu lugar de fala e posicionamento, que diz respeito a um país em desenvolvimento e importante, submetido às lógicas dos grandes centros globais.

Como muito foi debatido nos meios acadêmicos, não seria possível acreditar que a América Latina pudesse sair de sua crise puxando seus próprios cabelos, mas não havia possibilidade de se desenvolver na dependência eterna dos grandes centros econômicos – conforme debate dos anos 80 sobre a Teoria da dependência da América.

Não há dúvida que enquanto FHC esteve no palácio do planalto, o Brasil conviveu com uma terceira via política que, no final, apenas tentava maquiar o que seria um sistema de livre comércio, com grande peso da economia das grandes indústrias internacionais, mercado financeiro, sobre os ombros de uma nação apenas emergente. Não dá para negar que o PSDB, partido de Cardoso se aproxima de um sistema de mercado, tendo em vista a privatização de empresas estatais e eficiência burocrática de um sistema liberal, no qual vence quem tiver mais poder econômico, neste jogo inclusive estão os miseráveis da região – desigual.

No pensamento da maioria da população nacional, a academia seria o lugar para encontrar soluções para as grandes mazelas sociais, por possuir pensadores de alto nível. Não há dúvida sobre a premissa, mas que no seu conjunto não é verdadeira. Possível afirmar que boa parte da academia se aproxima dos dogmas de um sistema liberal de pensamento, embora não seja a maioria, mas é a parte que recebe mais visibilidade. Desta forma, não seria de estranhar a grande publicidade de um dos seus ícones, que aparecerá nos jornais durante este período de festa de bolo e velas, e não somente no Brasil.

Em resumo, globalização, América Latina, pobreza, capitalismo e exclusão sempre estarão na moda e nas pautas dos meios de comunicação, e seus seguidores  receberão luzes de um cenário, do qual fazem parte como importantes atores e modelos sociais.

Parabéns aos aniversariantes do dia, inclusive Fernando Henrique Cardoso.

Popularidade de Obama num país em crise


Afinal, para os impérios acima de tudo o poder, que são dependes da política, economia e comunicação, dentro das velhas tradições. O mundo parece querer mudar

POLÍTICA GLOBAL – Todas as vezes que os grupos representantivos não conseguem responder as crises de um país, logo vem à informação que a figura de seu líder está em queda, como se os problemas de uma nação ocorresse em função da incompetência de uma única pessoa. Afinal, nunca é demais repetir: não há governo sem grupos de autoridades a sua volta, estas são formadas por contingentes que envolvem os grandes interesses de valorosos nomes que, de fato, se propõem a conduzir os governos e o país. Nos Estados Unidos não será diferente.

Conforme editorial do jornal Folha de S. Paulo, publicado hoje (12), “Foram efêmeros os efeitos positivos do assassínio de Bin Laden na popularidade do presidente americano, Barack Obama. Segundo pesquisa do jornal “Washington Post” com a rede de TV ABC, sua aprovação era de 47% em abril, pulou para 56% após a morte do terrorista e, neste mês, retornou ao nível anterior”.

Certamente, nem mesmo os números são exatos, mas não se deve desconsiderar a perda de popularidade de Obama, considerando que os Estados Unidos vem sendo questionados da sua posição no comando da ordem global.

Na realidade a crise que atinge o Estado mais rico do mundo diz respeito aos procedimentos políticos e econômicos, de uma nação que vive em torno de seu símbolo de poder. Como há movimentos sociais, pessoas simples que estão na base deste processo, inevitável às transformações. A globalização torna o mundo em mais complexo e difícil de controlar, e não basta a força para a sua ordenação. Muitas vezes os discursos do império sofrem resistências pontuais, que se espalham.

Os pés do gigante (economia, política e comunicação) começam a não sustentar o seu peso. Neste sentido, haverá trocas sucessivas para a manutenção de uma ordem que não obtém mais respaldo na ordem global.

O capitalismo vive de crises, bem verdade, mas suas rupturas levam as mudanças inexoráveis de comportamento daqueles que sustenta normas e valores. Mas é importante notar que as crises resultam a movimentos não somente nas trocas econômicas, mas de um sistema como um todo, até mesmo da liderança de países.

Neste sentido, a China vem se mostrando a bola da vez, com um comunismo interno e capitalismo externo. Portanto, as duas coisas se misturam, mas não se trata somente das lógicas dos grandes falcões, do establishment.

Razoável, pensar que Obama não será mais será reeleito, pois a aposta em uma figura que tivessem signos de integração entre diferentes nações, com estilo de vida mais próximo aos excluídos, parece que não deu certo. Afinal, para os impérios acima de tudo o poder, que são dependes da política, economia e comunicação, dentro das velhas tradições. O mundo parece querer mudar.

Discurso midiático da globalização

O jornalismo neste século torna-se mais importante do que o estrangulamento econômico que determinados grupos devem se submeter e equilibrar-se

Nos tempos modernos continua havendo um grande debate acadêmico em torno das lógicas econômicas, que seriam responsáveis pela padronização do pensamento social, numa posição de esquerda. Na realidade o ponto de visão deve ser outro, pois não se trata do poder de lideranças empresariais de definir o conhecimento dos indivíduos para passividade diante de um sistema dominador.

O olhar, depois de séculos, de pura repetição talvez não tenha dado conta de perceber da realidade. A rigor, deste o surgimento da sociedade deve se observar o discurso, enquanto ponto de referência para a formação de conhecimento e relações sociais. Neste sentido, na globalização os meios de comunicação ganham notoriedade e importância administrativa da ordem global.

Já analisado exaustivamente por alguns autores, as diferenças de classes possivelmente não esteja na base econômica simplesmente, nem o resultado da atitude e valores de uma classe sobre outra, mas na reprodução discursiva de programas noticiosos, em especial, que estariam na formação da aceitação como norma das diferenças – consubstanciada com a necessidade do progresso -, cujo reflexo não atinge somente os espectadores, como também os valores culturais de uma classe de profissionais, os quais lidam diariamente com a informação que ativam percepções.

Um ciclo que passa inclusive pelos meandros da ciência, quando nos bancos das escolas, inclusive de jornalismo, enquadra o futuro profissional nas lógicas das práticas, definidas a partir dos chamados valores notícias do campo de comunicação. Numa observação atenta sobre a revista Veja é fácil perceber a grande preocupação do meio com o comportamento dos indivíduos, educação (inclusive sexual), política e tecnologias, com ponto fixo nas lógicas globais.

Não se trata de dizer que a globalização não existe, mas sua tessitura está assentada numa “fala” que reproduz um sistema, permitindo a continuidade com mais eficiência das grandes diferenças na sociedade – inclusive com o avanço da educação formal -, que não diz respeito a uma classe, mas países e grupos de indivíduos, dentre destas nações.

Desta forma, como exemplo, cabe perguntar quais são os discursos proferidos pela América Latina, do Oriente Médio, dos países não capitalistas e periféricos? Não há uma inserção no espaço social sequer dos meios de comunicação locais, que na maioria das vezes repetem o que vem dos grandes centros comerciais e políticos.

O econômico, por sua vez, vem a reboque destes valores de fala, os quais estão permanentemente em fluxo pela aldeia global. Desta forma, o meio constitui a mensagem para um sistema de globalização moderno. O jornalismo neste século torna-se mais importante do que o estrangulamento econômico que determinados grupos devem se submeter e equilibrar-se.

Não se trata simplesmente de ideologia, portanto, mas de agendamento, conforme valores notícias, que põe em sintonia mídia, ciência e capital. Em essência, o jornalismo ganha poder na administração global, substancialmente.

O paradoxo de Palocci

A entrevista do chefe da casa civil ao jornal nacional serviu como último recurso para salvar o ministro, que sem o apoio do partido, com críticas sucessivas na imprensa e a indiferença da presidente, não havia outra solução, tentar o apoio popular

 
GOVERNO – A cada dia devemos nos convencer que o debate mais importante nem sempre é feito em público. No caso do enriquecimento – que de fato conforme as regras da lei -  de Antonio Palocci há um paradoxo que merece ser analisado, pois qual a razão que as lideranças políticas conservadoras, grande parte dependentes do mercado e indústria, tem de querer a saída do ministro do principal cargo do comando do governo de Dilma Rousseff (PT)?

A resposta parece simples: desestabilizar a administração petista e colocá-la no balcão de negócios, de maneira a facilitar a inserção do capital volátil na esfera pública.

Não há dúvida que Palocci está longe de ser um petista radical. Está mais para um negociador que é sensível à participação dos grandes empresários nacionais e internacionais, os chamados players, na governabilidade. Tanto é verdade que conseguiu reunir em pouco tempo uma fortuna, que seria no mínimo estranha para um esquerdista trotskista de carteirinha.

O ministro é um bom negociador e interlocutor entre governo e capital. Então por que vem sendo questionado pela grande mídia, com fontes políticas tradicionais? O que demonstra pouca habilidade política da direita e falta de sintonia com o grande capital.

Na realidade a queda de Palocci se deve, o que se pode conjecturar, ao chamado fogo amigo, pois há uma visível diferença entre as linhas ideológica do partido dos trabalhadores, sendo que os seus correligionários não veem o ministro alinhado com as lógicas partidárias, e por uma questão de espaço passou a ser alvo de críticas internas, com mais material para a mídia.

O governo sangra sem parar, a direita faz o jogo que interessa aos grupos políticos de oposição, de tal ordem que deverá haver um rearranjo no governo de Rousseff. Desta forma, a saída do principal agente político do quadro atual do Palácio do Planalto deverá ceder lugar para outro nome nas próximas semanas.

A entrevista do chefe da casa civil ao jornal nacional serviu como último recurso para salvar o ministro – em essência nada acrescenta ao que já estava dito – que sem o apoio do partido, com críticas sucessivas na imprensa e a indiferença da presidente não havia outra solução, tentar o apoio popular. No entanto, a população, por sua vez deve achar muito estranho o ministro petista se enriquecer tão rapidamente, com negociações com grande empresas do mercado financeiro. Para o governo não há solução.

Peru, popular ou conservador?


Se as eleições do Peru fossem decididas pelo establisment brasileiro Keiko Fujimori seria eleita com grande vantagem sobre Humala, pois este gera grandes dúvidas sobre a preservação do mercado

AMÉRICA LATINA – Neste domingo (5) os eleitores peruanos fazem suas escolhas em segundo turno do próximo presidente da república, de uma das nações que mais cresceram nos últimos anos na América Latina, sob a força do mercado global. Um país que a exemplo de toda a região convivem com riqueza e pobreza, numa relação desigual, eternamente favorável a uma minoria que tem mecanismos para amealhar recursos, enquanto que os nativos vivem, muitos deles, na pobreza, marginalizados no seu próprio país. Nada de novo.

A novidade está que a cada movimento político há uma participação maior dos chamados excluídos no processo de definição de seus representantes, o que torno as campanhas mais difíceis para os candidatos que representam parcelas da sociedade. Como reflexo há um grande debate nos meios de comunicação nacionais, principalmente nos países líderes da globalidade econômica, que sempre expõe a grande tensão entre nomes populares e conservadores.

No Peru, especificamente, o crescimento econômico não fugiu à regra, levou paradoxalmente a exclusão social, ou seja, o bolo cresceu e não foi dividido de maneira igualitária, democraticamente. Com a resistência dos peruanos pobres os nomes que fariam jus aos interesses econômicos liberais saíram do jogo, ficando apenas Ollanta Humala (esquerda) e Keiko Fujimori (conservadora), filha de Alberto Fujimori, preso por crimes contra a população, embora visto por grandes obras no país.

Se as eleições do Peru fossem decididas pelo establishment blasileiro Keiko Fujimori seria eleita com grande vantagem sobre Humala, pois este gera grandes dúvidas sobre a preservação do mercado e os resultados financeiros para as grandes empresas internacionais, que exploram as riquezas Latino-americanas. A herdeira política de Fujimori tornou-se mais aceitável, talvez com possibilidade de negociação mais fácil com o mercado internacional. Contudo, não parece ser esse o desfecho final das eleições no país, como se mostra última pesquisa de universidade nacional. Será, sem dúvida uma eleição apertada, a rigor.

Não há dúvida que a luta entre capital e distribuição de riqueza continua sendo o grande debate, com aumento da participação popular nos eventos nacionais que dizem respeito aos interesses populares. Assim, os enfrentamentos somente fazem aumentar.

Os pobres da globalização

A política torna-se refém desta equação, que pode chegar aos grupos da base que formam suas lideranças políticas, preocupados em manter a ordem e o status quo no sistema moderno

Imagem de capa do jornal Folha de S. Paulo 

GLOBALIZAÇÃO – A crise política na Espanha leva a discussão sobre o posicionamento dos movimentos, promovidos em sua maioria pelos jovens, que estariam em busca de mudança do governo trabalhista socialista para conservador e de centro-direita. Evidentemente, que não se pode pensar enfrentamentos como reação para manutenção de uma ordem.

Portanto, efetivamente, trata-se de um grito contra a atual política nacional e europeia, aceita ainda com resistência, pelo atual primeiro ministro José Luis Rodríguez Zapatero, do partido dos trabalhadores socialista (PSOE).

No final, está em questão as medidas da Europa em torno das definições econômicas que dizem respeito ao posicionamento do bloco em torno da globalização financeira. Parte dos países mantém diferenças em suas contas, tornando-se  de segunda classe, como é o caso de Espanha, Portugal e Egito, obstáculo para o desenvolvimento de alavancagem do território, fortalecido pelo Euro valorizado frente ao dólar, com perdas  sucessivas nas trocas financeiras globais.

Na realidade, os jovens deixam claro que a política não agrada, e exige mudanças internas que rivalize com a autoridade dos países líderes, à frente a Alemanha, que os tornam mais endividados e pobres.
Como se percebe a globalização, ironicamente, é um problema para os países desenvolvidos que não se entendem a qual caminho seguir, colocando a população cada vez mais em risco, em direção aos problemas do subdesenvolvimento.

Não é diferente a condição dos Estados Unidos com a falta de emprego e dificuldades econômicas de suas grandes empresas. Há uma crise que afeta, de fato, as grandes potências que tentam buscar soluções no andar de baixo, com exploração de riquezas da periferia e trocas comerciais desfavoráveis. Nações, que por sua vez resistem.

Se o econômico é a pedra de toque para o poder de uma nação, se faz também o motivo de conflitos sucessivos entre as lideranças que cada vez mais se avizinham, com redução de capital, por uma sociedade bem nutrida pela publicidade e consumo exacerbado.

A política torna-se refém desta equação, que pode chegar aos grupos da base, que formam suas lideranças políticas, preocupados em manter a ordem e o status quo no sistema moderno. A globalidade gira freneticamente.

Celg e o humor político

Em essência, a perda não se resume à administração estadual, mas a própria coletividade que continua pagando dívidas onerosas, assim, aumentando substancialmente as dificuldades para a estruturação do estado, com problemas em vários setores

POLÍTICA – O governo goiano está com pelo menos um problema sem solução, uma pedra no caminho, a negociação da Celg com a Eletrobrás, com o objetivo de resolver a impagável dívida há tempos da moribunda estatal. Os juros aumentam sucessivamente e cada rodada de acertos o montante a pagar aumenta consideravelmente.No final, torna-se inviável para qualquer empresa do setor sua aquisição, não há compradores particulares, em resumo, que queiram investir num empreendimento com déficit no seu balanço e presa à burocracia federal. Deste modo resta, portanto, uma saída, nova negociação com o governo Dilma Rousseff (PT).

Mas há implicações políticas. Se corretamente as análises dos jornais do estado, não existe disposição do governo federal em negociar com Marconi Perillo (PSDB) que se transformou em desafeto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Inclusive a própria presidente fez referência às dificuldades de diálogos entre o executivo federal e o futuro governador goiano, durante campanha eleitoral do ano passado.

Talvez tivesse sido mais seguro para a atual administração ter validado o acordo feito anteriormente com Alcides Rodrigues (PP), o qual contou com o apoio da presidência da época, que de fato tinha também interesses políticos.

A não negociação da dívida da hidrelétrica torna o governador refém de seus impulsos políticos, que serão destacados com o aperto econômico do estado, em boa medida acrescido com os déficits sucessivos da empresa de eletricidade. Portanto, a estratégia de abrir diálogo com os petistas goianos, com o objetivo de chegar ao palácio do planalto, o faz cada vez mais submetido ao bom humor e relações partidárias no estado. Como há desconfiança de ambos os lados, as discussões devem se arrastar por mais algum tempo – 2012 será ano eleitoral nos municípios, em Goiânia prioritariamente.

A rigor a política, depois as soluções pragmáticas de um governo do grupo de oposição, com acenos para linha de pensamento em direção as determinações partidárias tucanas nacionais. Não há solução à vista, portanto.

Em essência, a perda não se resume à administração estadual, mas a própria coletividade que continua pagando dívidas onerosas, assim, aumentando substancialmente as dificuldades para a estruturação do estado, com problemas em vários setores. Pouco se fala sobre a Saneago, mas afinal, como andam as contas da estatal?

As rodovias da região apresentam problemas, com necessidade de melhorias para escoar as safras agrícolas, para um país rodoviário, o demanda grande volume de investimentos, etc. Neste conjunto, a Celg precisa de solução, que passa pelas amarras do jogo político, o que tem sido a tônica dos discursos sucessivos, cujo debate, como se analisa, não sai dos interesses partidários. Sem dúvida, ao longo do tempo haverá cobranças da população, o que deverá refletir nos números de aceitação eleitoral.

O princípio do silêncio

Os enfrentamentos na política exigem do governo sinalizar os objetivos e metas a serem atendidas que dizem respeito à sociedade, a qual deverá ser fundamental na tomada de decisão sobre a estrutura da sociedade. O silêncio certamente é um mal negócio político

POLÍTICA – O governo da presidente Dilma Rousseff passa por grande problema de comunicação interna e dificuldade em se apresentar para a opinião pública, o que permite a aparente força da oposição formada principalmente pelo PSDB e DEM. Já era sabido da fragilidade da ex-ministra de Lula em implementar um governo forte nas relações políticas, diante do pouco convívio com as lógicas partidárias e fisiológicas, que perpassam o Congresso Nacional, e tem reflexos nos interesses empresariais e a demanda da sociedade.

Nítida a fragilidade do governo que precisou chamar o ex-presidente para conselho e apontar decisões no sentido de acalmar os ânimos dos aliados e oposição, o que, a rigor passa por aquilo que se tem como instrumento: as concessões políticas, que envolvem recursos econômicos e aceitação de condições de entidades, como as religiosas, com grande poder político.

O campo de luta na política sempre existiu, o que torna um espaço de discussões, debates. Entretanto, há falta de ética e interesses que são danosos ao Estado e ao público, exigindo posicionamento firme e determinado de um líder eleito. Uma tarefa árdua e requer habilidades. Neste sentido, o tempo será indispensável para o novo governo, mas há decisões imediatas.

A rigor, a posição de quem está no comando é indispensável pela clarear a filosofia sob a qual trabalha, neste sentido o Rousseff não tem feito, pois o que se diz, muitas vezes tem mais força do que se faz. Neste início de administração, a presidente preferiu se fechar no planalto, o que se revela um erro, já que a oposição tem conhecimento dos meandros do poder e da conspiração. Assim, as derrotas iniciais se tornam inevitáveis.

Evidente também o grande debate, embora de maneira escondida, o discurso do meio empresarial, sécular no Brasil, com propostas em atuar com mais intensidade nos espaços que devem ser do Estado. Assim, os meios de comunicação reverberam a necessidade da participação da iniciativa privada na construção de aeroportos, de Estádios de futebol, no petróleo, etc. Claro, onde há ganhos de capital, caso contrário fica a cargo do público – a proposta é simples, particulariza os lucros e socializa os prejuízos.

Ainda, não resta dúvida que o capital internacional se insere na política nacional, com suas buscas de retornos econômicos em meio a crises nos países desenvolvidos e de capital sem território.

Portanto, não se trata de apenas um debate na televisão que envolve o forte ministro Antonio Palocci, numa situação delicada diante da proposta da presença do Estado nas relações desiguais da sociedade, apresentada como meta do governo atual. Os enfrentamentos na política exigem do governo sinalizar os objetivos e metas a serem atendidas que dizem respeito à sociedade, a qual deverá ser fundamental na tomada de decisão sobre a estrutura da sociedade. O silêncio certamente é um mal negócio político.

Caso Palocci, pt

Como se vê os discursos não conseguem deixar claro os fatos, e o que está por detrás deles se tornam mais importantes neste imbróglio

POLÍTICA – A discussão em torno do ministro chefe da casa civil, Antonio Palocci, ganha ares nebulosos diante das lógicas políticas contemporâneas, que envolvem comportamentos paradoxais da situação e oposição, pois o caso leva a controversas que envolvem os dois lados na sua essência. Ao partido dos trabalhadores, programaticamente, cabe resguardar os interesses das classes tidas como vulneráveis na relação empregado e empregador e sistema de mercado, considerando que seria a base para a construção de uma sociedade, de fato democrática, igualitária. Ponto.  As informações sobre o importante petista colocam em xeque as propostas do partido e as apostas da oposição.

Inicialmente, como o PT pretende apresentar o seu discurso de defesa do ministro, que embora ao longo de poucos anos, enquanto representante político dos trabalhadores, consegue juntar, conforme relatos da imprensa brasileira, mais de R$ 6 milhões, apresentando consultorias à empresas privadas, no sentido de obter resultados nas negociações com o Estado, a entidade suprema da sociedade, que deveria se distanciar dos interesses apenas particulares. Ou de fato, mesmo nas mãos do governo de um partido dos trabalhadores a instituição responde as lógicas do capitalismo selvagem, vence quem tem mais capital?

A situação do ministro que um dia chegou a ser avaliado como possível candidato à presidência da república, se complica nos projetos de socialização das riquezas nacionais, conforme se propõe a presidenta em seus anúncios na imprensa. Entretanto, a participação de Palocci na campanha de Dilma Rousseff foi importante, como estrategista e articulador político. Não deverá ser desprezado no meio do caminho, embora seja possível ampla discussão nos bastidores da cúpula do partido. O que seria natural, diante do debate em torno do assunto, e amplo desgaste para um governo ainda apenas no seu início.

A oposição age rapidamente com a convicção de que está desgastando a atual administração, pois colocou uma pedra no caminho da presidenta que, mesmo convalescente, terá que tomar decisões difíceis que envolvem questões partidárias, tão caras a ela diante da falta de relação com as cores do PT. Na política a demora nas decisões significa perda de resoluções, enquanto se coloca para analisar detidamente assuntos que não são de projetos efetivos, em um mundo globalizado, dinâmico e com líderes tão ávidos por poder político e econômico, sobretudo.

Entretanto, o ministro da casa civil deixa transparecer com seu comportamento de empresário-político a atitude de boa parte dos homens político-brasileiros, o que o torna importante no quadro, pois reproduz a mesma essência. Portanto, não deveria ser criticado ou retirado do governo, afinal, os opositores se acham tão enfraquecidos e sem armas para defender um estado privatista e comercial, e se tornaria figura imprescindível.

Um dilema para os defensores do liberalismo econômico, pois há um paradoxo de apontar para a figura de Palocci, considerando ser uma prática a proximidade entre política e mercado (numa visão particularista e de castas), certamente eternizada no poder brasileiro, desde a chegada dos portugueses ao país que se tornou à sua colônia.

Como se vê os discursos não conseguem deixar claro os fatos, e o que está por detrás deles se tornam mais importantes neste imbróglio: o governo a defender o ministro de suas ações de envolvimento político particular com empresas privadas; e a oposição em querer retirar do poder homem governista que reproduz as práticas perenes. No final falta a razão, e prevalece somente retórica.

Preconceito linguístico

Nem sempre expressar-se bem significa profundidade de conhecimento e sociabilidade. A barbárie está nas ações e diferenças sociais, o que inclui, substancialmente, pessoas que conhecem a linguagem culta

EDUCAÇÃO - Os livros aprovados pelo Ministério da Educação, que apresentam conteúdos que discorrem sobre o preconceito linguístico, causam uma grande celeuma no Brasil da linguagem culta, educados pelas grandes universidades, algumas até estrangeiras – uma minoria, bem verdade. A rigor, infelizmente a nossa sociedade convive com pessoas cultas, que nem sempre conhecem a língua padrão -  mas que se expressão muito bem com a cultura de outros países -, e os chamados “incultos”, os quais mal se comunicam conforme padrões linguísticos aceitos.

Parte de nossa elite, no entanto, muitas vezes, se “esquece”, é bom lembrar, as normas da linguagem nativa – em consequência do cosmopolitismo dos tempos globais. No entanto, se assustam, quando se deparam com a falta de regras básicas de grupos de pessoas, sem familiaridade com a normatização da língua portuguesa.

Historicamente, na sua essência, o Brasil tem relação com o Tupi-Guarani que é a verdadeira linguagem nativa, a rigor, antes da invasão da metrópole portuguesa em busca de riquezas e escravos. Como a comunicação torna-se fundamental para conhecer e dominar a cultura de um povo e explorá-lo economicamente, logo os Jesuítas se fazem responsáveis pela catequização e escolaridade dos nativos. Sem dúvida a cultura sofre modificações, apesar da resistência dos indígenas, que são obrigados a se inserem no novo sistema de comunicação.

Na dificuldade de transformar e organizar os habitantes do lugar, que se relacionam com a natureza e seus mitos, sendo a linguagem meio que forma sua construção deste mundo, o governo de Portugal, pensando na exploração e riquezas, obriga o uso da língua da metrópole, sob pena de sofrer as mais cruéis punições. A ascensão do português se faz a estrategicamente, com uso de diversos recursos coercitivos e simbólicos – a educação foi um deles.

De fato, a palavra não serve somente para se expressar, mas carrega com ela toda a identidade de um povo, sua cultura, relações e imaginários. Desta forma, a padronização de uma linguagem se deve a busca de uma sociedade que se organiza em torno de uma ordem simbólica (símbolos), definidos a partir de determinada estrutura de pensamento e comportamento. Sem dúvida, assim como ocorreu no Brasil colonial, grande número de brasileiros “defende” sua herança lingüística – afinal a escola, muitas vezes está numa distancia inimaginada da realidade de muitos -, com palavras e símbolos que representam sua origem que vem de séculos.

O ato de se comunicar não resulta simplesmente no falar-se bem, mas de falar com propriedade, de tal forma que locutor e interlocutor se comuniquem adequadamente, considerando, sobretudo que, ao falar, há por detrás lógicas culturais de identidade que certamente não se define por um padrão estabelecido pela academia ou meios de comunicação que pretende atingir a massa.

O preconceito linguístico existe por parte de jornalista, instituições e grupos sociais, a chamada elite cultural e econômica. Desta forma, cabem aos educadores levar aos estudantes o conhecimento estruturado sobre a norma culta, a linguagem da ciência, universitária – o seu lugar de fala. Contudo, não alijar o senso comum significa respeito à cultura e identidade de um povo. Nem sempre expressar-se bem significa profundidade de conhecimento e sociabilidade. A barbárie está nas ações e diferenças sociais, o que inclui, substancialmente, pessoas que conhecem a linguagem culta.

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Veja o que pensa o Jornalista Clóvis Rossi, em comentário publicado (domingo, 15) no jornal Folha de S. Paulo .

Inguinorança

SÃO PAULO - Não, leitor, o título acima não está errado, segundo os padrões educacionais agora adotados pelo mal chamado Ministério de Educação. Você deve ter visto que o MEC deu aval a um livro que se diz didático no qual se ensina que falar “os livro” pode.
Não pode, não, está errado, é ignorância, pura ignorância, má formação educacional, preguiça do educador em corrigir erros. Afinal, é muito mais difícil ensinar o certo do que aceitar o errado com o qual o aluno chega à escola.

Em tese, os professores são pagos -mal pagos, é verdade- para ensinar o certo. Mas, se aceitam o errado, como agora avaliza o MEC, o baixo salário está justificado. O professor perde a razão de reclamar porque não está cumprindo o seu papel, não está trabalhando direito e quem não trabalha direito não merece boa paga.

Os autores do crime linguístico aprovado pelo MEC usam um argumento delinquencial para dar licença para o assassinato da língua: dizem que quem usa “os livro” precisa ficar atento porque “corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico”.

Absurdo total. Não se trata de preconceito linguístico. Trata-se, pura e simplesmente, de respeitar normas que custaram anos de evolução para que as pessoas pudessem se comunicar de uma maneira que umas entendam perfeitamente as outras.

Os autores do livro criminoso poderiam usar outro exemplo: “Posso matar um desafeto? Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito jurídico”.

Tal como matar alguém viola uma norma, matar o idioma viola outra. Condenar uma e outra violação está longe de ser preconceito. É um critério civilizatório.
Que professores prefiram a preguiça ao ensino, já é péssimo. Que o MEC os premie, é crime.
 
crossi@uol.com.br

Problemas Goiânia II, meio ambiente

Um absurdo a quantidade de loteamentos que vão se expandindo para todos os lados, enquanto na região, entre parte periférica e central, torna-se totalmente desabitada

 









URBANIDADE – Terrível o descaso com o meio ambiente na cidade que foi projetada para ser auto-sustentável, conforme planejamento inicial pensada por parte dos representantes públicos, da época, mas não respeitado, definitivamente. Há um poder sobrenatural das imobiliárias sobre as lideranças políticas municipais, e pelo que se percebe vem de longas datas.

A rigor, a cidade se espalha para lugares os mais distantes da região central, o que, de fato, pesa sobremaneira no orçamento da municipalidade e, evidentemente, no bolso dos contribuintes, que somos todos nós – a rigor, a lógica do contribuinte e consumidor e perda da consciência de cidadão politizado.

Um absurdo a quantidade de loteamentos que vão se expandindo para todos os lados, enquanto na região, entre parte periférica e central torna-se totalmente desabitada, com lotes vagos, que mais parecem fazendas, nas quais a criação de gado e cavalos forma a paisagem do lugar, contrabalançando ironicamente caos e natureza. As medidas publicizadas pela prefeitura não saem do papel e o problema torna-se sem solução e milenar.

Dentre em breve não haverá mais área verde nos limites do município de Goiânia, que vai sendo tomada pela estrutura, que assenta prédios gigantes, cujo projeto e construção sequer seguem as normas ambientais mínimas, como a não impermeabilização do solo.

As redes pluviais do município não suportam as águas e esgotos que jorram em céu de quando em quando nas ruas da cidade, com carros respingados e mal cheirosos que atormentam moradores e motoristas. Uma loucura que não se resolve sem a ordenação da especulação exagerada e desrespeitosa das grandes empresas imobiliárias.

Nesta linha de raciocínio, somente para exemplificar, são gritantes as obras de imóveis na região do setor Goiânia 2, com brocas que furaram e furam em meio à água que aflora do chão. A propaganda das empresas leva em consideram a paisagem natural, que em essência pertence à sociedade, para ganhar altos valores privados nas vendas dos acanhados apartamentos.

Diante do exposto, a dúvida, logo, é saber o quanto os empresários do setor investem nas campanhas eleitorais. Importante, desta maneira, entender o quanto nossos representantes tem respeito e responsabilidade com o público/eleitor.

Problemas de Goiânia I, a festa

Afinal, os representantes são da população e não exatamente de empresas que visam resultados econômicos momentâneos, sem compromisso com os motoristas encolerizados

URBANIDADE – Impossível pensar uma grande cidade sem problemas, mas alguns deles podem ser minimizado ou, com boa vontade, resolvidos, com ações responsáveis. Nestes casos que importunam a sociedade goianiense está perenemente o trânsito, principalmente, no período da festa da pecuária do município, quando se fecha as ruas que liga a região norte ao centro, nas suas principais vias.

As filas tornam quilométricas, longas e lentas com reflexos a tantas outras ruas e avenidas no entorno da região.Um verdadeiro caos, sinônimo de falta da presença dos líderes políticos e órgãos administrativos.

Deve estar na memória dos eleitores o compromisso do Ex-governador Alcides Rodrigues (PP) a transferência do evento para outra região, com o intuito de minimizar as dificuldades pelo menos pontuais do confuso trânsito da capital. No entanto, o planejamento não se materializou concretamente, como se pode ver – Marconi Perillo (PSDB) não se manisfestou sobre o assunto nos meios de comunicação, que não questionou tal proposta.

Além do que, possível que os organizadores não tem o mínimo interesse em mudar a festa de lugar, pois está bem localizada para os interesses lucrativos, mesmo que em detrimento do bem coletivo.

Neste sentido, faltam as palavras do poder público municipal, vereadores, deputados, prefeito e governador. Afinal, os representantes são da população e não exatamente de empresas que visam resultados econômicos momentâneos, sem compromisso com os motoristas encolerizados, que enfrentam o caos urbano cotidianamente.