Imprensa em crise no velho e novo mundo

No final, os países ditos centrais, em função de sua economia pujante, estão de olho nas suas mídias, mesmo que vem a público depois de escândalos que atingem nobres famílias

JORNALISMO – A concentração dos meios de comunicação não é um problema somente do Brasil, pois no Reino Unido depois do escândalo do sensacionalismo do jornal ”News of the World”, comum na mídia que trata jornalismo apenas como mercado, há uma viela de debates sobre o assunto, o que está ocorrendo. Entretanto, infelizmente, se depender dos grandes conglomerados brasileiros ficará circunscrito ao velho mundo. Mas, de fato, a concessão de meios de comunicação precisa ser discutida também ao sul da linha do equador. Sem dúvida, há poucas famílias com o monopólio da comunicação das mídias, o que ataca a igualdade e democracia.

Alguém em sã consciência pode afirmar se tratar de empresas, portanto, o resultado que se espera é o lucro, os resultados políticos, o qual no sistema capitalista é consensual investimento que gere resultados. Contudo, é importante destacar que os meios eletrônicos como Rádio e Televisão são concessões públicas, feitas pelo estado, um ente de representação social.  Afinal, não se devem pensar meios de comunicação como uma empresa que comercializa secos e molhados. Há implicações no processo comunicativo que diz respeito ao coletivo.

Ademais, torna-se fundamental analisar o direito a todos ao processo comunicativo, de tal ordem que haja lugares diferentes de comunicação. A rigor, a informação se relaciona a economia, poder político e desenvolvimento social.  Para facilitar o entendimento basta olhar para estados que elegem determinados líderes políticos, eternamente, assentados na publicidade hibridizada no “jornalismo sério e isento”.  Neste raciocínio o surgimento de novas lideranças e pensamento tem a ver com comunicação midiática – mediações.

Desta forma, pensar a estrutura dos meios de comunicação de um país significa estudar os seus caminhos e perspectivas, mesmo considerando os jornais impressos, desvinculados das prerrogativas estatais, mas amarrados no debate tratado pelo conjunto dos meios. A América Latina conhece bem esta realidade, pois na década de 80 precisou reunir pensadores para discutir a comunicação, que atravancava o futuro da região. Apesar de poucos, das reuniões saíram determinações e tornou-se explícito o que teimava ser escondido: o excesso de programas enlatados que chegavam das nações desenvolvidas, que formava uma sociedade com ideias fora de lugar.

No final, os países ditos centrais, em função de sua economia pujante, estão de olho nas suas mídias, mesmo que vem a público depois de escândalos que atingem nobres famílias. Paradoxalmente, por aqui as empresas de comunicação estão de olho nas mudanças da ordem pública, no sentido de resistir e manter. Uma condição inclusive que favorece o velho mundo, de economia globalizante.

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