2012

Mas será que falta iniciativa por parte de outras lideranças ou realmente trata-se um terreno absolutamente pantanoso, em que não vale a pena se arriscar, mesmo considerando ser o país democrático?
 
POLÍTICA – Na política existe um jargão que diz: políticos devem sempre estar em campanha, mesmo que o próximo pleito esteja distante; político não dorme, pois está sempre em atividade partidária. Seguindo esta análise a definição para a cadeira de prefeito da capital de Goiás vem sendo confabulada há tempos, sobretudo durante o processo eleitoral para governador, quando as pedras estavam sendo jogadas e organizadas. Mas neste instante de decisão das candidaturas a pergunta é: quais são os candidatos?

Pensar a resposta leva a uma afirmação já conhecida pela população brasileira, faltam nomes. Não há dúvidas a candidatura do atual prefeito Paulo Garcia (PT), cujo partido de sua base já está na presidência da república por quase uma década, portanto, formando uma ordem política que se estende a todo país. Inevitavelmente, o partido dos trabalhadores buscaria seu espaço em Goiás, como ocorre, numa onda em que as classes fora do centro econômico participam mais efetivamente das definições políticas, pelo menos na hora do voto. O que em tese daria vigor ao partido dos trabalhadores.

Mas quais são os integrantes do pleito? Demóstenes Torres (DEM) se apresentou, mas em alguns momentos declina de sua candidatura, com a esperança de se tornar agente importante para alavancar o seu partido, o democratas, que ao longo da última década perde membros partidários e votos da população – está de fato sem vigor. Diante da indefinição, o senador goiano se mostra decidido a levantar bandeira da direita brasileira, do liberalismo (o mundo é do capital) e defesa aberta de uma ordem conservadora para o país.

Pode ser uma saída para o partido, mas certamente encontrará resistência numa sociedade que, embora conservadora, sabe do resultado da hierarquização política de uma sociedade. O Brasil tem maus exemplos nesta linha de raciocínio. Desta visão de ordem e progresso surgiram caciques que tornaram regiões inteiras submetidas ao determinismo político de famílias, chamados de coronéis.

Pois, bem. Se não é Torres, quais são os outros candidatos? Quais são os partidos da vez? Sem dúvida, faltam nomes e legendas representativas com símbolo de vitória. Mas em especial qual a razão desta carência de lideranças públicas novas? A resposta mais próxima da realidade é: a política brasileira gira em torno de algumas figuras,  que impedem novos nomes surgirem. E quando mais concentrador o espaço político, menos chances de alteração neste universo, que resultaria em democracia e participação. Exemplos é que não faltam pelo Brasil.

A rigor, nos últimos tempos Goiás esteve entre dois nomes centrais: Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB). Em torno deles a política e seus seguidores. Mas será que falta iniciativa por parte de outras lideranças ou realmente trata-se um terreno absolutamente pantanoso, em que não vale a pena se arriscar, mesmo considerando ser o país democrático? Se assim for, então, chegou a hora de repensar a política e a sua função social goiana e brasileira.

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