
Um dia trabalhamos em coberturas de futebol, na segunda divisão do campeonato mineiro, em tempos idos, acompanhando equipes do interior por emissora da região. O ambiente futebolístico sempre foi de muita emoção tanto nas derrotas como nas vitórias. Importante, sobretudo, as disputas e as grandes jogadas. As quatros linhas eram o lugar de se viver intensamente o esporte, preparado com clima de disputas entre os amigos do próprio clube, com muita festividade e amizade.
No entanto, o futebol se transformou em uma grande empresa, ligada a empreendedores mundiais, que no final tem resultados financeiros como qualquer multinacional. O produto deste negócio, nem sempre é o bilhete de entrega para os jogos, mas invariavelmente o jogador, o qual pertence não somente ao time, mas a empresários. Situação que se estende aos meios de comunicação, que tem interesse na contratação de atletas por determinadas equipes, vislumbrando audiência e patrocínios.
Como reflexo das disputas deste mercado, presenciamos a briga aberta entre as televisões para transmissão das partidas, considerável parte da arrecadação dos times-empresa que buscam remuneração nos investimentos e organização.
Diante deste quadro, quem mais perde é a arte, o talento do jogador, de fato, muitas vezes sem espaço neste mundo do espetáculo. Para tanto, torna-se indispensável que o atleta ao entrar em campo precise contar com aparato de profissionais, como por exemplo cabeleireiros, profissionais que cuidam do visual. Certamente não é o exemplo dos tempos idos de Tostão, Zico, Nelinho, e outros. Pelé, certamente conhece esta realidade do marketing, pois vive sobretudo do mito formado nos áureos tempos do futebol arte.
Em resumo, possivelmente no Brasil, especialmente, o espetáculo está ceifando a arte.
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