Franco, entre velho e novo

Um país se constrói a cada passa, no qual todos tem sua participação, mesmo para afirmar a sua negação

POLÍTICA – A morte do mineiro de Juiz de Fora,  Itamar Franco, nesta sábado aos 81 anos, revela que a política está permanentemente em movimento, assim como a sociedade. Político conhecido pela população, principalmente depois de assumir a vaga deixada por Fernando Collor após sofrer impeachment, quando surgiram várias denuncias de envolvimento ilícito no seu governo em 1992, tendo como mentor o famoso PC Farias, morto ao lado da namorada, cujo caso continua sem solução pela justiça.  Oportunidade para Franco se tornar o segundo presidente não eleito, depois de José Sarney (que assume na Vaga de Tancredo Neves eleito), nos governos ditos democráticos, com término dos governos linha dura, militares.

Na sua trajetória passou pela PTB, depois MDB e finalmente PPS, embora a concepção de partidária seja, no Brasil, uma exceção para agremiações que mantém suas bandeiras.

A morte do engenheiro demarca o entre novo e velho da política moderna brasileira. Pois, certamente, não haveria espaço para Itamar Franco para a presidência da República, em tempos de conflitos que não são somente locais, mas globais. Neste sentido, importante que se diga que as representações partidárias se escasseiam, diante de um discurso conservador de grande parte do parlamento nacional e a realidade de empresas e trabalhadores que atendem os preceitos também mundiais.

Irremediavelmente, a sociedade está mais complexa e os enfrentamentos de uma política são maiores, mas ainda persistem novos e velhos políticos que representam o nacionalismo imaculado das lutas que vem de fora. Outros por sua vez, exageram na sua modernidade, para impedir que os clamores sociais ganhem espaço e a voz encontre grupos com mesmas ideais espalhadas.

No final, entretanto, Franco deixa seu legado e sua história, parte dela importante para o desenvolvimento do Brasil. Pois, afinal, um país se constrói a cada passa, no qual todos tem sua participação, mesmo para afirmar a sua negação.

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