Celg e o humor político

Em essência, a perda não se resume à administração estadual, mas a própria coletividade que continua pagando dívidas onerosas, assim, aumentando substancialmente as dificuldades para a estruturação do estado, com problemas em vários setores

POLÍTICA – O governo goiano está com pelo menos um problema sem solução, uma pedra no caminho, a negociação da Celg com a Eletrobrás, com o objetivo de resolver a impagável dívida há tempos da moribunda estatal. Os juros aumentam sucessivamente e cada rodada de acertos o montante a pagar aumenta consideravelmente.No final, torna-se inviável para qualquer empresa do setor sua aquisição, não há compradores particulares, em resumo, que queiram investir num empreendimento com déficit no seu balanço e presa à burocracia federal. Deste modo resta, portanto, uma saída, nova negociação com o governo Dilma Rousseff (PT).

Mas há implicações políticas. Se corretamente as análises dos jornais do estado, não existe disposição do governo federal em negociar com Marconi Perillo (PSDB) que se transformou em desafeto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Inclusive a própria presidente fez referência às dificuldades de diálogos entre o executivo federal e o futuro governador goiano, durante campanha eleitoral do ano passado.

Talvez tivesse sido mais seguro para a atual administração ter validado o acordo feito anteriormente com Alcides Rodrigues (PP), o qual contou com o apoio da presidência da época, que de fato tinha também interesses políticos.

A não negociação da dívida da hidrelétrica torna o governador refém de seus impulsos políticos, que serão destacados com o aperto econômico do estado, em boa medida acrescido com os déficits sucessivos da empresa de eletricidade. Portanto, a estratégia de abrir diálogo com os petistas goianos, com o objetivo de chegar ao palácio do planalto, o faz cada vez mais submetido ao bom humor e relações partidárias no estado. Como há desconfiança de ambos os lados, as discussões devem se arrastar por mais algum tempo – 2012 será ano eleitoral nos municípios, em Goiânia prioritariamente.

A rigor a política, depois as soluções pragmáticas de um governo do grupo de oposição, com acenos para linha de pensamento em direção as determinações partidárias tucanas nacionais. Não há solução à vista, portanto.

Em essência, a perda não se resume à administração estadual, mas a própria coletividade que continua pagando dívidas onerosas, assim, aumentando substancialmente as dificuldades para a estruturação do estado, com problemas em vários setores. Pouco se fala sobre a Saneago, mas afinal, como andam as contas da estatal?

As rodovias da região apresentam problemas, com necessidade de melhorias para escoar as safras agrícolas, para um país rodoviário, o demanda grande volume de investimentos, etc. Neste conjunto, a Celg precisa de solução, que passa pelas amarras do jogo político, o que tem sido a tônica dos discursos sucessivos, cujo debate, como se analisa, não sai dos interesses partidários. Sem dúvida, ao longo do tempo haverá cobranças da população, o que deverá refletir nos números de aceitação eleitoral.

0 comentários:

Postar um comentário

Dar a sua opinião é participar, ativamente, do espaço social.