Há sem dúvida desconforto entre as lideranças mundiais, mas num mundo em que há impérios o desacordo e enfrentamentos verbais significam desprestígio e perda de poder de negociação em um universo no qual guerra, política e economia andam juntas
ALDEIA GLOBAL – A guerra envolvendo países centrais – liderada Estados Unidos, França e Inglaterra – tendo como instrumento a OTAN, contra a Líbia de Muamar Kadafi leva a análises importantes em tempos globais. Nunca as pressões entre nações estiveram impregnadas nas falas dos representantes de nações. O espaço beligerante envolve tensas e permanentes conversas na formação de blocos econômicos e políticos, as quais definem explicitamente os países aliados e de oposição a um projeto de manutenção de ordem que perpetua por séculos, desde a revolução industrial.
Estas atitudes se relacionam ao embrutecimento do comportamento das comunidades de países em diversos lugares do mundo, sendo pobres ou ricos. Afinal, se há revoltas no norte da África e oriente médio, os franceses convivem com ataques de imigrantes alijados da política nacional, cuja popularidade do presidente de direita Nicolas Sarkosy não ultrapassa os 30%, que tenta melhorar sua desempenho acenando internamente aos valores das lideranças conservadoras francesas, com a lei anti véu das mulheres mulçumanas – se apresentando como um jogador global.
A guerra mais uma vez serve a alguns propósitos muito claros das principais potências como por exemplo a demonstração de força global em tempo de avanço de países como China, Índia e Brasil no espaço econômico, e queda de aliados como Japão e países do oriente médio em conflito midiático; a economia em baixa nesta nações, com crise que chega às residências da população nas respectivas nações; e, sobretudo movimentos populares possíveis com a novas tecnologias da comunicação, que levam milhões a se manifestarem, questionando a ordem global.
Evidentemente, que as investidas bélicas contra a Líbia que levou a morte o filho mais novo de Kadafi, depois de ataque a residência oficial não se trata a princípio a busca de democracia e liberdade social – o que seria o esperado e desejado -, mas antes, a mensagem é de potencialidade das nações que se apresentam como suporte para a organização de um mundo civilizado.
Como se vê um discurso que resulta em mortes de milhões de pessoas para uma guerra que aponta para a permanência por décadas, como ocorre na Iugoslávia e Iraque – mesmo que depois os líderes sejam questionados individualmente pelos erros cometidos, muitos bárbaros. Há sem dúvida desconforto entre as lideranças mundiais, mas num mundo em que há impérios o desacordo e enfrentamentos verbais significam desprestígio e perda de poder de negociação em um universo no qual guerra, política e economia andam juntas.
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