Trabalho, consciência e modernidade

As organizações que participam somente com discussões pontuais devem investir na educação e política, lugares onde se forma a cidadania e o direito de ser social

 TRABALHO – Na comemoração dos trabalhadores neste primeiro de maio, que arremete a consciência para a participação, embora resguarde as premissas do passado, deve estar relacionada com novos desafios envolvendo capital e trabalho. Com as mudanças culturais da sociedade e organização das empresas em torno da automação, sem dúvida, a metáfora do “chão de fábrica” não leva ao mesmo lugar.
Consumo e produção se diferenciam na forma, o que exige visão mais abrangente agora dos profissionais de mercado.

Não há dúvida que as reivindicações trabalhistas permanecem as mesmas de séculos, mas a definição de soluções para a qualidade de vida da sociedade passa por novos instrumentos de negociações. Cada vez mais as exigências para se produzir são mais sutis, a qual é mais complexa e eficiente que praticada anteriormente, a dos contatos diretos entre empresa e empregado assalariado.

Como reflexo as tecnologias que vieram para reduzir o tempo de trabalho promove, ao contrário, o aumento das horas de atividades, com o sonho de riqueza possível.

As mensagens jogadas no cotidiano se voltam para cada vez mais consumo, o que leva a cada vez mais produção, num ciclo permanente e esquizofrênico. Nunca se imaginaria tanto consumismo e desrespeito ao meio ambiente como neste século, o que torna o trabalhador refém do desejo de comprar, sem ter a devida concepção de exigir os seus direitos, muitas vezes desrespeitados.

Estranho a publicação de pesquisas em cada país que visa saber qual o nível de produção ao apontar o tamanho da população, em condições de produzir em detrimento daqueles que envelheceram e não mais exercem atividades remuneradas – a previdência é uma das grandes discussões na modernidade, diante da longevidade em decorrência da melhoria na saúde.

Talvez, em essência, a massa de indivíduos isolados não seja realmente a saída para um mundo moderno, igualitário e democrático. As organizações que participam somente com discussões pontuais devem investir na educação e política, lugares onde se forma a cidadania e o direito de ser social.

Sucesso aos trabalhadores e consciência também aos empresários mais sistemáticos como nunca.

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